terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

2ª Jornada - S U C O T E


Jornada 2
S U C O T E

Partiram, pois, os filhos de Israel de Ramessés, e acamparam-se em Sucote”.

                                                                                                                                   Números 33:5

Livrados da escravidão pelo sangue

         Vamos com a ajuda do Senhor estudar a palavra que corresponde ao dia de hoje. Com ajuda do Senhor estamos seguindo a série das jornadas, e enquanto o Espírito Santo não muda e confirme, continuamos.
         Vamos ao livro de Números, capítulo 33. Hoje tomaremos com ajuda do Senhor, como texto base, o versículo 5. Números 33:5. Estamos seguindo o livro das jornadas uma por uma, com a ajuda do Senhor. Diz assim: “Partiram, pois, os filhos de Israel de Ramessés, e acamparam-se em Sucote”. Na vez passada estivemos vendo em forma panorâmica, porque nunca se pode esgotar a Palavra do Senhor, mas pelo menos para ir com sua ajuda entrando nela, nos detivemos no que significa Ramessés. Hoje com ajuda do Senhor passamos para o próximo nome, e o título desta vez seria: Sucote.
         Essa palavra, partiram, é muito grande, mas a palavra partiram, deve-se a seguinte palavra: Pois. Partiram, pois. Havíamos visto primeiro o que era Ramessés. Tudo o que significava Egito no sentido espiritual; a condição pecaminosa herdada de nossa carne, o pecador, o pecado, a natureza pecaminosa do pecador; porque ao dizer pecador poderia se dizer do que comete pecado, mas a palavra não é suficiente, o pecador é maior, o pecador é a pessoa sujeita ao poder do pecado, porque nele por natureza opera a lei do pecado e da morte que está na carne e que temos herdado de Adão; não há opção nisso. Nenhum homem é livre desta condição, exceto o Senhor Jesus, que venceu o pecado na carne e foi livre do pecado e veio nos livrar, e tirar-nos desse aspecto. Mas que víamos que era Ramessés? A situação no Egito; não somente a escravidão a que somos, senão o que temos feito; também ao mundo e o mundo em seus dois sentidos: o mundo visível, ou seja, o sistema da chamada civilização, e também o príncipe deste mundo e seus principados. O mundo, o pecado, os pecados ou a natureza pecaminosa, todas estas coisas estão incluídas no sentido espiritual debaixo da palavra Egito, e neste caso, Egito está representado por Ramessés, a cidade em que os Israelitas estavam obrigados a fazer tijolos, e da qual o Senhor com mão poderosa, através da páscoa os tirou.
         “Partiram, pois”; é uma obra imensa do Senhor, desde o capítulo 1 de Êxodo até o capítulo 12, temos todo o processo do que era Ramessés, do que foi a mão poderosa de Deus, redimindo, julgando os deuses do Egito, julgando aos egípcios e houvera julgado também os israelitas, porque não pensem que os israelitas eram melhores que os egípcios; eles viviam no Egito e muitos deles tinham como deus os deuses do Egito, mas o Senhor fez a diferença pelo sangue do Cordeiro; o que fez a diferença foi o sangue do Cordeiro. Se os israelitas não tivessem se coberto com o sangue do Cordeiro também o juízo de Deus haveria estado sobre eles, porque também eles eram pecadores. A razão pela qual os israelitas foram tirados com mão poderosa foi porque o juízo de Deus caiu sobre o Cordeiro, no qual eles se  cobriram. Eles se cobriram com o sangue por fora; isso quer dizer no sentido jurídico; e também comeram do Cordeiro e se alimentaram Dele; isso é no sentido orgânico; são dois aspectos pelos quais somos participantes de Cristo.
         Ele fez uma obra, incluso antes que tivéssemos nascido e essa obra é uma obra do tipo jurídico; foi uma redenção para pagar o preço dos nossos pecados ante um tribunal que nos acusava com um ata de decretos que havia contra nós, com acusações e acusador; quer dizer, com processo e promotor, mas Deus nos amou e proveu a Jesus, proveu o Cordeiro, e o Cordeiro proveu de duas formas: Seu sangue, que é a morte; o sangue fala. A primeira vez que se derramou sangue humano na terra foi o de Abel, e já nessa ocasião Deus disse a Caim: “a voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra”; ou seja, o sangue clama. Pelo derramamento do sangue, Deus não pode ficar quieto; mas agora, observem, veio o Filho de Deus que não tinha porque derramar Seu sangue, porque Ele não pecou, e derramou Seu sangue, e assim como o sangue de Abel clamava por vingança contra Caim, agora resultou o sangue de Cristo clamando por perdão, por redenção, por nossa justificação.

Uma nova constituição

         Mas não somente tinha que estar debaixo do sangue; isso é para sermos limpos, livre dos pecados. Sair dos pecados pelo sangue; mas não só temos que sair dos pecados, senão que também, temos que sair de nós mesmos; quer dizer, temos que viver por uma nova constituição, porque ao viver pela constituição herdada de Adão vamos ser pecadores; então agora necessitamos não só ser perdoados do que fizemos, senão sermos constituídos novas criaturas e alimentar-nos com o celestial, com o divino e com o ressurreto; ou seja, com a carne do Cordeiro. Por isso na páscoa também tinha que comer o cordeiro pascoal, e tinha que comê-lo sem deixar para amanhã; ou seja, sem nenhuma negligência, com plena consciência, então tinha que comer com ervas amargas; quer dizer, que representa o arrependimento. Devemos nos arrepender, crer, receber a Cristo, o nosso Senhor! Amém!
         Por isso se come o cordeiro com ervas amargas; é uma espécie de alfaces como chicórias que são de sabor amargo. Então, agora, isso significa constituir-se do que se come. Nós vamos nos constituindo daquilo que comemos; constituímo-nos daquilo que nos alimentamos. Se nos alimentamos de telenovelas, nos constituímos delas, e depois se somos amigos desses espíritos, esses espíritos vão ser nossos amigos também; vão vir e nós vamos nos sentir muito próximo ao mundo, e esses espíritos vão nos rondar. Se nós não queremos ser rondados por esses espíritos, então temos que ser muito claros com eles e dizer-lhes: Em verdade não quero saber nada de vocês. E dizer a Deus: Senhor, quero viver por ti, para ti, diante de ti.
         Os israelitas saíram com os pés calçados, havendo antes despojado aos egípcios. Os egípcios lhes deram as coisas; de toda maneira não é que roubaram os egípcios, não; os egípcios haviam oprimido aos israelitas e era justo que levassem algo. Não? Depois de quatrocentos anos de trabalho, era justo que levassem algumas joias, animaizinhos para servir a Deus no deserto, verdade? Não era um roubo, era muito justo.
As tendas dos peregrinos
         Agora saem desse lugar e se dirigem para uma primeira etapa, e essa primeira etapa se chama SUCOTE. A palavra Sucote tem um significado em hebreu. A palavra Sucote significa como enramada, como cabanas, como tendas, como tabernáculo, e nos recorda a atitude de peregrinos. Observem uma coisa: Sucote ficava mais ou menos a uns vinte quilômetros de Ramessés, que hoje se chama algo como Bakus no Egito. Era onde o imperador Ramessés II decidiu viver, porque no Egito houve capitais em Mênfis, em Tebas, segundo a dinastia; mas os Ramessidas decidiram estabelecer-se ali e pôr-lhe o nome de Ramessés, o mesmo nome de faraó; e puseram os israelitas para edificar Ramessés e edificar Pitom, que quer dizer serpente. Vocês já sabem o que significa estar fazendo tijolos para edificar esse sistema.
         Sucote ficava mais ou menos a uns vinte quilômetros de Ramessés; todavia não temos aqui o mapa, mas é um pouco para o norte. Se você olhar bem o mapa desde Ramessés e vai para o oriente e um pouco para o norte, a uns vinte quilômetros.  Eles saíram já passado da meia noite. Como a meia noite passou o anjo e eles partiram a essa hora, felizes, contentes e em festa, e começaram a caminhar; e observem para onde os dirigiu o Senhor pela mão de Moisés. A primeira etapa foi uma etapa suave. Sucote, era um lugar onde havia uns pântanos, como uns lagos onde também havia abundância de peixes, de aves, especialmente gansos e pássaros, onde inclusive os faraós iam fazer suas caçadas. No princípio era um lugar muito cômodo, muito agradável, onde valia a pena estar, e estava situado exatamente na fronteira do Egito, na fronteira; e isso é muito significativo; e o próprio nome, Sucote.
         Ainda que não haja que confundir este Sucote com outros que existem na Bíblia, porque na Bíblia aparecem três Sucote. Um aparece no tempo de Jacó; havia uma cidade onde Jacó esteve um tempo e se chamou Sucote, porque ele mesmo lhe chamou Sucote, pois ali, ele mesmo fez sua tenda; (Gn 33:17) então aí morou por um tempo, e esse lugar chamou-se Sucote; mas esse Sucote não é o do Egito. Depois no tempo dos Juízes, especialmente de Gideão, e o filho de Gideão, Abimeleque, houve outro Sucote que ficava em Galeede, situado para o lado norte da tribo de Gade e a meia tribo de Manassés e de Rúben que aí tinham o seu lugar, (Js 13:27). Então ali também há histórias Bíblicas que aconteceram nesse outro Sucote; mas não vamos confundir o Sucote de Jacó, nem o Sucote posterior à época dos Juízes, especialmente de Gideão e do seu filho Abimeleque, o que matou a seus irmãos, filhos de Edom, (Jz 8:5-16) com esse Sucote egípcio.
         Agora estamos é nesse Sucote do Egito, o que fica na fronteira do Egito. Era um lugar onde havia água e provisões; era um lugar onde se podia descansar, ainda que o Senhor não os deixou descansar muito tempo ali; mas de todas as maneiras eles começaram por Sucote. A primeira etapa, a primeira noite, saíram de noite, praticamente para caminhar toda a madrugada e todo o dia, porque caminharam como que 600.000 adultos armados, com suas famílias, são como dois milhões a dois milhões e meio de pessoas caminhando em caravanas por vinte quilômetros durante um dia inteiro. Isso significa uma caminhada. Eu não sei quantos aqui já fizeram uma caminhada de vinte quilômetros, mas qualquer que tenha caminhado vinte quilômetros em um dia sabe que não é uma coisa pequena. E saíram nada menos que há essa hora; com certeza chegaram bastante cansados, mas iam felizes, iam contentes, haviam iniciado um êxodo, a saída, a partida.
         Observem o significado de Sucote: tendas, tabernáculos, cabanas. Já desde o princípio, Deus colocou o Seu povo como peregrino. Essa é a primeira característica; o povo começa a peregrinar. Observem que quando o Senhor tira-nos, tira-nos para começar a andar, e andaram bastante; não ficaram muitos dias em Sucote, só uma noitezinha, depois de uma caminhada de vinte quilômetros; e no outro dia, outra vez se levantaram, outra caminhada igual, mas iam com muito ânimo. Mas não passemos a outra, fiquemos em Sucote.
         Que pode significar Sucote, espiritualmente para nós? Primeiro a condição de peregrinos. Igual disse-lhe Deus a Abraão quando ainda estava em sua terra, com sua parentela e Deus lhe disse Abraão: Deixa sua terra e sua parentela. Deixa e vem para a terra que Eu te mostrarei[2]; e disse que Abraão saiu sem saber para onde ia[3], ou seja, sair sem saber aonde vai, significa sair para confiar em Deus; quer dizer, Deus começava a ensinar-lhes a fé, e que maneira usou Deus para ensinar-lhes a fé? Primeiro, estavam arraigados com sua vida segura aqui neste mundo, pelo menos no Egito tinham cebolas, alhos, pepinos, alho poró, e alguns queriam voltar a escravidão, porque tinha segurança, e as carnes do Egito. O Senhor lhes pôs para ser peregrinos, e ser peregrino é uma coisa importante.

Disponíveis para o Senhor

         O Senhor Jesus disse que o que não renuncia o pai, a mãe, etc. e lhe segue, não pode ser Seu discípulo[4]; ou seja, tem que seguir ao Senhor; seguir-lhe quer dizer ser peregrino, começa estar disponível para o Senhor; ser disponível quer dizer que já não posso estar tão arraigado em nada, porque estar arraigado é idolatria. Às vezes estamos tão aferrados às situações, a pessoas; pode ser o modus vivendi, a maneira como temos vivido dependendo do mundo, que não temos a suficiente fé para confiar, e que Deus nos ponha para sair como Abraão, sem saber aonde vamos. Claro que Deus sim, sabe; nós não sabemos aonde vamos, mas sabemos que Deus sabe, Deus sabe aonde nos leva. Ele nos tirou com mão forte.
         Deus sempre tirou os patriarcas; os patriarcas sempre foram pessoas de tendas, pessoas enramadas, pessoas de tabernáculos, e são caracterizados pelo altar e pela tenda. Essa foi a vida dos chamados por Deus, os que Deus chamou; os chamou para viver em tendas e para fazer altar. Fazer altar quer dizer consagrar todas as coisas a Deus; e viver em tenda significa não estar arraigados em nada. Em qualquer momento que o Senhor te leve, tem que estar disposto. Quantas coisas deixamos de fazer para Deus devido há estarmos amarrado as coisas! As coisas nos mantém amarrados, amamos as coisas de tal maneira que somos incapazes de deixá-las para seguir o Senhor. Não, se nós adoramos as coisas que temos, elas nos amarram; então tem que começar sendo peregrinos, ter um coração disposto para ser desamarrado, um coração disposto para deixar de ser idólatra e ser adorador. Para deixar de ser idólatra e ser adorador, tem que aprender a fazer altar e tem que aprender a viver em tenda; quer dizer, ser peregrino. Nosso coração aqui é de peregrino.
         Há um dito do Senhor Jesus que sobreviveu na tradição extra bíblica, que diz: Sede transeunte; a vida é como aquele que passa uma ponte, tem que passar a ponte, mas não pode fazer a casa na ponte. Diz que, se faz a casa na ponte, não está sendo transeunte; não pode fazer a casa na ponte, pois a ponte é para passar daqui para lá. Irmãos, realmente nossa vida é a grandessíssima oportunidade que temos de escolher qual vai ser a nossa verdadeira casa; mas nossa verdadeira casa não é aqui, nossa verdadeira casa é lá. La é onde nos dará o que é nosso; essa vida aqui é somente para que sejamos provados e tomemos ao fim a decisão, no que decidimos ocupar nossa vida, o que foi que amamos, o que foi que adoramos, ao que tivemos unidos ou amarrados. Então isto é muito importante, entender o que é a vida de tenda.

Falsos crentes entre o povo de Deus

         Houve algumas coisas específicas que aconteceram em Sucote; que foram acontecimentos em Sucote. Quando lemos cuidadosamente aos capítulos 12 e 13 de Êxodo, pelo menos uma parte do 13, ali vamos encontrar frases chaves de algumas coisas. Quando lemos o contexto geral, descobrimos o que aconteceu em Sucote. Podemos observar pelo menos algumas coisas ali, em 12:37 diz: “Assim partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar os meninos”. O censo está em Números; para alguns parece um pouco exagerado, mas o censo está em Números, e somando por volta de seiscentos e poucos mil, ou seja, que aqui esses seiscentos é redondo, sem contar os meninos.
         Agora, observem nessa frase seguinte que nos ajuda a entender um pouco mais esta etapa inicial. Há em Sucote todavia gente que acompanha o povo sem haver participado de Cristo. Considerem o que diz no verso 38: “E subiu também com eles muita mistura de gente, e ovelhas, e bois, uma grande quantidade de gado”. Subiram com eles para Sucote. Que significa Sucote? Uma primeira etapa; somos peregrinos e alguns nos acompanham nas primeiras etapas, mas nos acompanham da boca para fora. Acompanhar as coisas de coração é uma coisa, acompanhar as coisas com revelação é uma coisa distinta de estar no ambiente; alguma pessoa foi pega pelo ambiente e pode acompanhar o ambiente cristão; pode saber os corinhos, pode ser filho ou sobrinho ou neto da vovozinha que é crente e a vovozinha o leva para a escola dominical, e sabe muitas coisas como os crentes, mas não teve uma experiência pessoal com Deus. Deus está representando nessas primeiras etapas, e considerem o verso 38. Êxodo 12:37-38.
         “³Assim partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar os meninos. ³E subiu também (aqui está esse também; são pessoas que mais adiante vão causar problemas nas etapas posteriores) com eles muita mistura de gente, e ovelhas, e bois, uma grande quantidade de gado.
         Vamos nos deter um pouco aqui antes de entrar no seguinte ponto de Sucote. O segundo ponto de Sucote é o dos alimentos, dos asmos, mas isso é depois. Primeiro aparece aqui gente que não é de Deus, mas que está entre o povo de Deus; gente que está nas primeiras etapas, quando não se nota quem é e quem não é. É quando o Senhor disse a parábola do trigo e do joio[5]. Quando o trigo é novo, é parecido com o joio. Veio o inimigo e semeou joio entre o trigo e logo cresceram juntos o joio e o trigo; enquanto o trigo não amadurece se parece com o joio. E quando lhe disseram: Senhor, acaso não semeaste boa semente? Como é que há joio no campo? Um inimigo fez isso. Não queres que arranquemos o joio? Não, não seja o caso que arrancando o joio, arranqueis também o trigo; quer dizer, que no principio, quando se é novo na caminhada, quando apenas começa a peregrinação, não se nota bem quem de verdade nasceu de novo e quem não, e o não nascido de novo, apenas está seguindo de uma forma cultural, alguns não foram levados ao Senhor, foram levados, como dizem muitos irmãos, a reunião dos irmãos. Venha, eu te convido para vir onde tem uns irmãos muito queridos; ali eles são muito bons. Os levam, pois, aonde os irmãos ou aonde um pastor que prega muito bonito, ou lá cantam muito lindo, mas a pessoa não foi levada ao Senhor.

Tudo começa com a páscoa

         Note que foi aqui em Sucote quando o Senhor disse aos israelitas sobre a congregação dos primogênitos, no capítulo 13 de Êxodo; e há outra coisa que acontece em Sucote. Em Sucote o Senhor disse aos israelitas que celebrem esse dia. Eles saíram no dia 15 do mês de Abib-Nisan que é o primeiro mês do ano. Aparece tanto em Êxodo 12 como em Números 33. Diz Números 33:3: “Partiram, pois, de Ramessés no primeiro mês, no dia quinze do primeiro mês; no dia seguinte da páscoa saíram os filhos de Israel por alta mão, aos olhos de todos os egípcios”. Vemos, pois, que a páscoa se celebra no dia 14. Vamos a Êxodo 12 e comparemos com Números 33. Em Êxodo 12, o Senhor estabelece que Abib seja o primeiro mês, e é o mesmo mês de Nisan; é ele que corresponde a chamada semana santa, que às vezes no calendário gregoriano, cai em março, as vezes em abril. O verdadeiro ano novo, segundo Deus, é na semana santa, não é em janeiro, porque isso de janeiro é do deus jano, fevereiro do deus febo, março do deus marte; assim como lunes (segunda) da lua, martes (terça) de marte, miércoles (quarta) de mercúrio; isso é pagão.
         O calendário de Deus está aqui em Êxodo 12. Observe o que diz Deus. Êxodo 12:2 “Esse mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro mês do ano”. Isso significa que para o povo de Deus, este será o primeiro dos meses do ano; mas claro, Roma herdou da Grécia, Grécia do Egito, então o calendário do mundo é um calendário pagão; o verdadeiro calendário é este.
         Então observem, irmãos, isto que aconteceu. Para o Senhor tudo começa com a páscoa. Este será para vocês o primeiro mês, qual mês? O mês que se celebra a páscoa. O que é a páscoa? O sacrifício do Cordeiro. Esse é o verdadeiro começo do povo de Deus; o verdadeiro começo é quando o Senhor morreu por nós, derramou Seu sangue, cremos nEle, o recebemos; aí recém nascemos de novo e aí recém começamos. Então para Deus, o verdadeiro começo é com a páscoa; por isso o começo para nós é em Abib; não importa qual é o calendário do mundo. Para vós, Meu povo, este será o primeiro mês. O mês de Abib, que se chama também Nisan, que às vezes encaixa com março ou com abril, esse é o primeiro mês do ano. Por isso é que a um mês se chama setembro, porque era o sétimo, outubro, o oitavo, novembro, o nono; foi os pagãos que mudaram as coisas, mas a verdadeira ordem é a bíblica.
         Então considerem que tudo para o Senhor começa com Cristo. Quando viemos com o sangue de Cristo e recebemos o Cordeiro, aí é quando para nós começa a vida; esse é o verdadeiro começo. Mas, que aconteceu em Sucote? Sabem o que aconteceu em Sucote? Primeiro tenhamos em conta que eles saíram no dia 15. Na Bíblia, o dia não começa às 12 da noite, senão quando se põe o sol; a essa hora acabou-se o dia e começou a tarde e a manhã do dia seguinte. Na Bíblia: diz a tarde e a manhã. Quando se põe o sol é às seis da tarde, aqui para nós neste hemisfério, aí terminou esse dia e começou à tarde do dia seguinte. Agora, por exemplo, as 8 e meia da noite são as 2 e meia da tarde, e logo quando sai o sol as 6 da manhã, então aí começa a manhã, de maneira que as 12 do dia é as 6 da manhã. Às 6 da tarde são 12 do dia, e aí acaba-se o dia; tem 12 horas de dia e 12 horas de noite mais ou menos na parte equatorial; então essa é a ordem. No dia 14 de Abib, eles celebraram a páscoa, e no dia 15 saíram, e Deus lhes disse: todo dia 15 do primeiro mês, Por quê? Porque o número sete é o número sagrado. Primeira semana 7, segunda semana 7, são quatorze; aí celebra-se a páscoa e no dia 15 do mês começa a terceira semana; aí é onde Deus considera que realmente é a celebração da páscoa.
         Eles saíram na noite, que era tarde, e viajaram durante o dia 14; mataram o cordeiro à noite, ou seja ao chegar o dia seguinte, o dia 15, que começou as 6 da tarde do dia 14; começaram então a reunir-se para comer o cordeiro por família e a meia noite passou o anjo, por aí às 12 da noite, uma ou duas da manhã; estavam os egípcios chorando e dizendo: Vão-se daqui porque vamos morrer todos, e levem tudo o que seja necessário. Dali eles saíram de madrugada, apressados, levando todas as coisas; isso foi o dia 15, então – ouçam para entender algo do que significa Sucote, o dia 15, quando eles chegaram a Sucote, o Senhor lhes disse: Este dia vocês vão celebrar todos os anos, este dia vai ser sagrado para vocês; todos os anos vão reunir-se com suas famílias e vão comer o cordeiro da páscoa com pães asmos, com ervas amargas; vão comer a páscoa de pé, e quando seu filho lhe perguntar, o que é este rito que vocês têm? Vocês lhes responderão, nós éramos escravos no Egito e coisa e tal, e o Senhor nos livrou desta maneira. Mas observem em um detalhe que acrescentou o Senhor. O Senhor ali, vocês podem ler em suas casas, eu estou resumindo, lhes disse que quando celebrarem a festa da páscoa que Ele instituía - em Sucote foi que se instituiu para celebrar esse dia, porque esse dia saíram de Ramessés e chegaram a Sucote, sabem o que disse o Senhor? Que nenhum estrangeiro nem forasteiro podia provar da páscoa e se algum estrangeiro queria provar tinha que circuncidar-se como qualquer israelita e aceitar o Deus de Israel; quer dizer, tinha que receber a Cristo no sentido simbólico, então assim podia receber a páscoa; não seria mais contado como estrangeiro, senão como um natural, já não havia diferença. Mas se não se circuncidasse, se não aceitasse o pacto com o Deus de Abraão, que é Cristo, continuaria sendo considerado um estrangeiro. Porque Deus fez um pacto com Abraão e esse pacto é que na semente de Abraão seriam benditas todas as nações; ou seja que esse pacto se referia a Cristo; e o sinal do pacto era a circuncisão;  quer dizer, cortar com a carne, cortar com o velho homem e começar com o novo homem, nascer de novo. Aí sim era considerado parte do povo e já não havia diferença; mas se não se circuncidava e aceitava o pacto de Abraão, então não podia participar da páscoa. Onde Deus deu essa instrução? Precisamente em Sucote.
         De Sucote saíram os israelitas que comeram a páscoa; mas também houve gente que saiu e que não eram nascidos de novo, e foram as pessoas que depois chegaram a causar problemas; mas que estavam entre eles com se fossem deles, andavam sempre com eles, mas não podiam participar da páscoa; eles não tinham a Cristo, tinham religião, e nas primeiras etapas da caminhada cristã há muita gente que está nessa situação; está vagueando por aí, vem e visita; por aí lhe falam disso e daquilo, mas não nasceu de novo. O Senhor diz que não pode ser estrangeiro, não pode, se é estrangeiro não pode, mas se aceita o pacto com o Deus de Abraão e em sinal do pacto se circuncida, então pode; quer dizer, que não importa se é incrédulo; se aceita a benção de Deus que é Cristo, já deixou de ser estrangeiro e passa a ser como um natural do povo de Deus, mas se não recebe a Cristo, se não recebe a circuncisão como sinal do pacto do Deus de Abraão, com Abraão e seu povo, então é considerado forasteiro e diz que nenhum deles poderá comer a páscoa.

Os problemas do joio

         O que caracterizava esta primeira jornada de Sucote? Primeiro: Para o povo de Deus era começar a peregrinação, começar a deixar as coisas, começar a caminhar pela fé. Segundo: Entre os que caminhavam alguns não haviam participado do cordeiro, nem do sangue, e saíram porque viram que saíram os israelitas.
         Eles viram o que Deus fez e foram com eles, pois resulta que nessas cidades egípcias haviam bairros dos da Ásia menor, bairros dos amalequitas, de semitas, havia bairros dos líbios, de sudaneses, de etíopes, que viviam juntos com os israelitas e ali tinham seu santuário da deusa Astarte e coisa tal. Tudo isso tinha no Egito, e quando saíram os israelitas, muita gente caminhou com eles; então considerem o que significa Sucote.
         É um começo de peregrinação, mas há muita mistura, há gente que não é do povo hebreu. Por exemplo, podemos ver na epístola de São Judas Tadeu a explicação que faz Judas de coisas que disse o mesmo São Pedro, leiamo-la primeiro em Judas, porque às vezes se não às lemos em Judas pode-se mal entender a de São Pedro. Vamos ler nos últimos versículos desde o 16, onde diz: “¹Estes são murmuradores”, ou seja, para uma pessoa que não nasceu de novo é muito fácil murmurar, dizer, criticar, porque como não tem o Espírito, não é ensinado por dentro, não se dá conta do que faz. Quando uma pessoa tem o Espírito pode falhar mas imediatamente se dá conta e tem que pedir perdão; a outra pessoa não se dá conta nem pede perdão, parece que não nasceu de novo, está na cultura evangélica mas não nasceu de novo, não está no reino de Deus. Continua dizendo em Judas:
         “¹Estes[6] são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas muito arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse.¹Mas vós, (observem a diferença) amados, lembrai-vos das palavras que foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. ¹Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências”.
         Não era isso que dizia São Pedro na segunda carta? Pois note, quando você lê só São Pedro dizendo que viriam falsos mestres que inclusive ensinariam heresias de perdição, que estariam no meio dos amados irmãos, comendo com os irmãos, mas que andariam também fornicando, adulterando, murmurando. O que acontece entre o povo de Deus? Porque há pessoas do povo de Deus que pecam com tanta facilidade e no entanto tem a cultura evangélica? Aqui explica Judas. Diz:
 “¹Estes são os que causam divisões, sensuais, que não tem o Espírito”.
         Essa é a explicação. Se você lê só Pedro, se perguntará: Como pode haver estas pessoas que até mestres são? Sim, são mestres, mas ensinam heresias de perdição e negam ao Senhor, mas o negam religiosamente, o negam em pleno púlpito. Sabiam que há púlpitos em catedrais com vidros coloridos, com órgãos de tubo, onde o pregador tem o seu pescoço envolvido com sua toga, vivendo dos dízimos da organização e ensina que Jesus Cristo não ressuscitou, nem que nasceu de uma virgem chamada Maria, nem que a Bíblia é a Palavra de Deus? Então como é isso? Ensinando heresia dentro do ambiente religioso; isso se deve a existência de uma cultura religiosa, ocidental, mas não nasceu de novo, não tem o Espírito.
         Irmãos, quando o trigo é novo, digo, quando acaba de brotar ou de sair, não se nota a diferença do joio, e se você arranca o joio, podes arrancar também o trigo, porque não se nota a diferença. À medida que se vai caminhando, se vai caminhando e se vai caminhando, aí começas a ver o que aconteceu com aqueles que saíram, mas que não haviam nascido de novo, que não haviam comido ao Cordeiro, nem estavam debaixo do sangue. Há pessoas que não estão debaixo do sangue, que não tem a Cristo, que não tem o Espírito, mas que estão entre os cristãos, sem ser eles cristãos.
         Isso aconteceu em Sucote.   Não é suficiente estar entre o povo cristão. Às vezes nós podemos pensar que todos os que estão presentes estão entendendo tudo, e estão caminhando com o Senhor, e nem sempre é assim. Muitos estão entendendo bem; muitos estão entendendo naturalmente e tomando as coisas por outro lado; podem acompanhar e até podem ensinar, mas a chave está em haver participado do pacto de Deus, da aliança com o Deus de Abraão, uma verdadeira relação pessoal; estar de verdade debaixo do sangue e haver comido do cordeiro e haver sido circuncidado; então é um verdadeiro israelita. Não é um sírio, nem um asiático, nem um sudanês que está acompanhando os egípcios. Não. Agora, posso haver sido um egípcio, posso haver sido um cananeu, mas se aceitou o pacto de Deus e foi circuncidado, pode comer da páscoa, pode participar e é considerado como do povo; quer dizer, ninguém é excluído; nenhum pecador por mais perverso que seja é excluído; qualquer pessoa pode receber diretamente, mas tem que ser uma relação direta e pessoal com Deus; não é suficiente um acompanhamento cultural.
         Observem, irmãos, um pastor luterano dizia ao irmão Aniceto Mário Franco no Brasil, que da colônia luterana da qual ele era pastor, que era de 2000 luteranos, apenas 26 eram nascido de novo, porque os outros eram luteranos, pelo fato de haver nascido na Alemanha, tal como sucedeu na época da reforma, que segundo a religião do príncipe, era a do povo. Nascia-se na Espanha era católico, se nascia na Suécia era luterano e se nascia na Holanda era reformado, e depende, porque se era de Amsterdam, era calvinista, e se era reformado de Rotterdam, era ariano; mas dependia de haver nascido nessa cultura; não era que havia nascido de novo nem que tivesse uma condição pessoal, não. Se o príncipe aceitava as ideias de Lutero, todo seu país era luterano; então observemos quantos luteranos houve na Alemanha.
         A religião da Alemanha era a religião luterana, então o Estado subsidiava aos clérigos luteranos que haviam sido clérigos católicos que haviam se convertido ao luteranismo, e havia uma religião do Estado; não era novo nascimento; e assim continua em muita gente, que não tem um novo nascimento pessoal, não tem uma relação pessoal com o Senhor, ele e Deus através de Cristo; uma fé sincera e verdadeira com Ele. Não se trata de excluir ninguém, não; é a pessoa mesma que não foi para o Senhor, que não recebeu o Senhor de forma direta e pessoal.
Os pães sem levedura
         Então, esta é uma lição que tem que aprender em Sucote. Em Sucote Deus disse: Me consagrarás a todo primogênito. Que festa continuava depois da páscoa? A páscoa também se chama festa dos asmos, ou seja os pães sem levedura, quer dizer, a pessoa que recebe a Cristo, é uma pessoa que muda de vida, seu alimento começa a ser sem levedura. Por isso Paulo diz aos Coríntios: “[7]Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Por que Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. [8]Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade”. Os pães sem levedura foram os pães que os israelitas comeram em Sucote, porque eles, diz aqui em Êxodo 12:37-39: [9]Assim partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar os meninos. ³E subiu também com eles muita mistura de gente, e ovelhas, e bois, uma grande quantidade de gado. ³E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não se puderam deter, nem prepararam comida”.
         Já não estão no Egito, agora estão em Sucote. Essa era a comida em Sucote: Pães sem levedura, asmos, por isso foi que quando o Senhor estabeleceu a festa da páscoa, disse: Depois da festa da páscoa, durante sete dias, comeram pães asmos, porque quando eles saíram do Egito, o Senhor os pôs a comer pães asmos. Isso quer dizer que estamos no mundo, sob o pecado, e o Senhor nos perdoa, nos liberta, nos tira, nos faz peregrinos e nos põe para caminhar com Deus. Já desde o princípio tem que comer pães sem levedura. Antes no Egito se comia levedura, mas agora não. No mesmo princípio, desde a primeira etapa, o Senhor já pede santidade do Seu povo, é já uma separação; todavia nem sequer tinham se batizado, porque é apenas no Mar Vermelho que se batizam, mas já caminharam, já creram; sim creram, saem e saem, caminham em direção a Deus e caminham em santidade, já desde o princípio. Desde o princípio pães asmos, sem levedura. “E cozeram bolos asmos da massa que levaram do Egito, porque não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não se puderam deter, nem prepararam comida”. Então, esta foi a primeira comida; a primeira comida foi o cordeiro com pães sem levedura e ervas amargas, isso foi em Ramessés, e em Sucote foi pães sem levedura.
         Que aconteceu em Sucote? Começaram a peregrinar e a caminhar com o Senhor em Santidade, mas havia muita gente que os acompanhava que não eram deles. Diz São João: “Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós. Veem-se multidões, mas quantas dessas multidões realmente são de Deus? Quando se está começando no cristianismo, há muitas conversões, muita gente, mas o Senhor não se enganava. “Ah! me segues, porque haveis comido pão e vos saciastes”(Jo 6:26c), por isso me seguem, porque querem saúde, dinheiro, amor, etc., mas caminhar com o Senhor, comer o Cordeiro, comer pães sem levedura, isso já não.
         Então, irmão é muito significativa essa primeira noite passada fora do Egito: Sucote. Então em Sucote havia pães sem levedura, consagração dos primogênitos com a instituição da páscoa e proibição de dar a páscoa aos que não eram do povo de Israel, quer dizer, aos forasteiros e aos estrangeiros. Mas se eles se circuncidavam, mostrando que faziam pacto com o Deus de Abraão e creram em sua benção, aí sim, eram contados como se fossem do povo.
         Já não havia diferença entre sudanês, entre líbios, entre cananeus, egípcios e israelitas; agora eram o povo de Deus. O que os fazia um? O Cordeiro, ou seja a identificação com o Deus de Abraão, com a benção de Abraão, com a semente de Abraão, com o Cordeiro, com o sangue do Cordeiro, com a circuncisão, ou seja a identificação com Ele em Sua morte e em Sua ressurreição; então por isso Sucote não ficava em Canaã, ficava na fronteira, e isso é o que essa primeira etapa representa, apenas o começo da caminhada, mas, é muito bom que nós saibamos estas coisas. Amém, irmãos?




[1] Ensino de Gino Iafrancesco V. na localidade de Teusaquillo, Bogotá, D. C., Colômbia, América do Sul, em 26 de novembro 1999. Pertence ao Livro das Jornadas.
[2] Referência a Gênesis 12:1
[3] Referência a Hebreus 11:8
[4] Ver Lucas 14:33

[5] Ver Mateus 12:24-30, 36 e 43

[6] 2 Pedro 2:13-14; 3:3
[7] 1 Coríntios 5:7-8
[8] 1 João 2:19
[9] 1 Coríntios 5:7-8

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