Jornada 32
EZION-GEBER
[1]
“E
partiram de Abrona, e acamparam-se em Ezion-Geber”.
Números 33:35
Espinha
dorsal do gigante
Vamos continuar o estudo da palavra do Senhor. Continuaremos
com o Livro das Jornadas. Hoje estamos chegando a outra jornada que representa
também outra experiência espiritual. Como diz 1 Coríntios a respeito das
jornadas do povo de Israel: “Ora, tudo
isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem
já são chegados os fins dos séculos.”; para este propósito se escreveram
estas jornadas para nós. Vamos a Números onde nos assinala a jornada
correspondente ao dia de hoje. Números 33:35: “E partiram de Abrona, e acamparam-se em Ezion-Geber”. Essa palavra
que no espanhol se pronuncia geber, no hebraico se pronuncia gueber com a letra
guimel. Hoje corresponde nos Ezion-Geber. Se me permitem o mapa um momentinho
para mostrar-lhes onde fica Ezion-Geber desde o princípio, então não precisará
sinalizá-lo mais. Aqui na parte norte do Golfo de Acaba sobre o Mar Vermelho,
chamado Mar Vermelho por ser Mar de Edom que significa vermelho; também se
chama Golfo de Acaba ou Golfo Elanítico; tem tido diferentes nomes, e aqui
nesta ponta onde termina no norte o braço do Golfo de Acaba é onde está
Ezion-Geber. A partir de Ezion-Geber e Elate, que era Abrona, começa o povo de
Israel a subir; ou seja, que Ezion-Geber junto com Abrona são duas jornadas
sumamente importantes, porque, com algumas outras, representam pontos chaves de
inflexão no caminho. Então já localizam no mapa Ezion-Geber.
Como podemos observar na vez passada quando estudamos Abrona,
que significa a passagem, ou o cruzamento, o grande portão, ou o grande portal
onde havia uma série de cruzamentos, onde as principais vias da região tinham
ali um ponto chave, (entroncamento) e dali passava-se para a Arábia ou vinha-se
da Arábia e passava para Gaza, ou passava do Golfo de Acaba para o canal de
Suez, atravessando o norte da península do Sinai, ou se ia também em direção
norte para o Mar Morto, para Jerusalém, pela Arabá para Moabe, ou descia-se
para a península do Sinai; quer dizer, esse ponto de Elate, que é Abrona, é um
ponto chave; mas sempre, todas as vezes que aparece Abrona ou Elate, aparece
junto com Ezion-Geber; ou seja, essas duas localidades onde o povo de Israel
teve estreitas experiências, estão muito relacionadas uma com a outra; quer
dizer que há assuntos espirituais que se relacionam, porque isto representa
situações espirituais. O natural, a jornada natural tipifica uma jornada
espiritual do povo de Deus; esta experiência de Abrona que estudamos na vez
passada está intimamente relacionada com essa experiência de Ezion-Geber que
vamos ver hoje.
Então, olhemos em Deuteronômio 2:8, para constatar com essas
jornadas, a partir daqui deste ponto do Golfo de Acaba começam a dirigir-se em
direção a terra de Moabe, agora já sem dar voltas. Até aqui, ao chegar ao Golfo
de Acaba, em Abrona e em Eziom-Geber, eles haviam dado muitas voltas; mas
depois de haver dado essas voltas, eles são conduzidos já de forma direta, já
rumo à terra prometida, a partir destas duas últimas jornadas: Abrona e
Ezion-Geber. Justamente no verso 3 diz: “Tendes
rodeado bastante esta montanha;
virai-vos para o norte”. Aqui é onde Deus deu esta ordem, precisamente em
Abrona. Agora diz aqui o verso 8: “Passando,
pois, por nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o
caminho da planície de Elate ...”. Daqui em diante, desde Abrona que é
Elate e Ezion-Geber, as jornadas vão ser através do caminho da Arabá que são os
que vão desde o Golfo de Acaba para Moabe, ao oriente do Mar Morto e também do
rio Jordão. Então diz: “⁸Passando, pois, por nossos irmãos, os
filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o caminho da planície de Elate e
Ezion-Geber, nos viramos (porque
eles haviam dado voltas pelo norte de Edom e logo haviam descido para o Golfo
de Acaba, para o Mar Vermelho, mas agora voltaram-se ao norte) e passamos o caminho do deserto de Moabe. ⁹Então o SENHOR me disse: Não molestes
aos de Moabe, e não contendas com eles em peleja, porque não te darei herança
da sua terra; porquanto tenho dado a Ar por herança aos filhos de Ló”.
E agora fixem no que fala neste contexto a partir da subida. Este é um parêntesis.
“¹⁰(Os
emins dantes habitaram nela; um povo grande e numeroso, e alto como os
gigantes. ¹¹Também estes foram considerados como os gigantes como os anaquins;
e os moabitas os chamavam emins. ¹²Outrora os horeus também habitaram em Seir;
porém os filhos de Esaú os lançaram fora, e os destruíram diante de si, e
habitaram no seu lugar, assim como Israel fez à terra da sua herança, que o
SENHOR lhes tinha dado.) ¹³Levantai-vos
agora, e passai o ribeiro de Zerede. Assim passamos o ribeiro de Zerede”. E
vou parar aqui, porque ali o que Moisés está fazendo é relembrando panorâmica e
rapidamente todas aquelas jornadas. Queria chamar-lhes a atenção que nestes
lugares por onde eles agora vão cruzar e a terra onde haviam de chegar, Canaã,
havia gigantes; e isto é muito importante pelo significado da palavra
Ezion-Geber. Ezion-Geber significa espinha dorsal de gigante. A palavra
geber é a palavra que no plural se diz giborim.
A primeira vez que aparece na Bíblia está em Gênesis capítulo
6. Ali podemos captar o sentido do que quer dizer Ezion-Geber. Leiamos os
primeiros versos para que os irmãos tenham ideia de alguns fatos ocultos,
malignos, que aconteceram na época pré-diluviana e como foi nos dias de Noé
acontecerão de novo, parecidos nestes tempos finais: “¹E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a
face da terra, e lhes nasceram filhas, ²Viram os filhos de Deus (ou seja,
os filhos de Elohim) que as filhas dos
homens (diz o original “as filhas dos Adão”) eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.
³Então disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem;
porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos”.
Agora vem a ênfase: “⁴Havia naqueles dias gigantes na
terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens
e delas geraram filhos; estes eram os valentes
(giborim) que houve na antiguidade, os
homens de fama”. Por isso quando se lê as antigas mitologias encontramos
uma mistura tão misteriosa que a gente não sabe o que fazer com estas
mitologias e prefere deixar as coisas sem tocá-las, mas todos esses fatos são
recordados já como lendas destes acontecimentos que aqui Moisés de maneira
muita sucinta os descreve.
Filhos
da exfornicação
Para entendê-lo um pouco
melhor, vejamos na epístola de Judas o que nos diz pelo Espírito Santo este
apóstolo, irmão do Senhor Jesus e de Tiago o justo. Diz no versículo 6, algo
que aconteceu: “E aos anjos que não
guardaram o seu principado,...”; estes anjos são aos que se chamavam na
antiguidade de “filhos de Elohim”; vocês recordam daquele livro da época
patriarcal, o patriarca Jó, onde diz que vieram apresentar-se diante de Jeová
os filhos de Elohim, os filhos de Deus entre os quais veio também satanás.
Então vemos que na época patriarcal, se chamavam filhos de Elohim a estes seres
celestiais, como diz aqui em Judas: Anjos. Por isso também no livro de Jó diz
que os filhos de Elohim se regozijavam quando o Senhor punha ordem na terra e
traçava suas medidas. Diz: os filhos de Deus se regozijavam; estes filhos de
Deus refere-se aos anjos. Então diz aqui São Judas: “⁶E
aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria
habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele
grande dia;”. Isto é o que na segunda epístola de
Pedro se chama o tártaro, as prisões dos anjos que pecaram nos dias de Noé, com
este pecado específico. Como; qual foi o pecado desses anjos? “⁷Assim
como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à
fornicação como aqueles, (aqueles anjos) e ido após outra carne,...”. A palavra que diz aqui: “fornicação”,
é uma tradução incompleta, porque esta palavra no grego não é pornéia, senão
expornéia, que significa fornicação contra natureza; não foi uma relação
natural de fornicação, dentro do mesmo gênero, senão uma exfornicação; se trata
de uma fornicação de uma espécie com outra espécie. Uma exfornicação não é só
entre indivíduos da mesma espécie, senão quando há uso de uma espécie por
outra, é o que se chama exfornicação, não só fornicação; quer dizer, é uma
abominação ainda maior.
Então diz que em Sodoma e Gomorra houve esse tipo de
perversidades, e é a mesma que haviam cometido estes anjos que abandonaram sua
própria habitação e fizeram como Sodoma e Gomorra. Não é só fornicação, é uma
fornicação grave, mas aqui fala de um tipo de fornicações com espíritos, que
agora estão na moda outra vez, como nos dias de Noé; mas que nesse tempo foram
terríveis. Então diz: “... foram
postas por exemplo, sofrendo a pena
do fogo eterno”. Vocês veem que São Judas está se referindo a uns anjos que
cometeram pecado contra natureza, contra sua natureza e contra a natureza que
eles violaram; e o que nos diz em Gênesis 6 é que os filhos de Deus (no
original hebraico, “filhos de Elohim”), como se chama os anjos na época patriarcal
no livro de Jó; “Viram os filhos de Deus
que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres ...”, e
o que diz Gênesis 6:4: “Havia naqueles
dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às
filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os giborim (os valentes) que houve na antiguidade, os homens de fama”.
A estes valentes, se diz em Hebraico: giborim,
em singular geber. Então Ezion-Geber significa espinha dorsal do gigante.
Aqui tem uma coisa muito importante; vocês recordam que os
hebreus vinham avançando por etapas até que chegaram a Ritma, e em Ritma então
foram enviados espias a Canaã, e quando eles chegaram a Canaã encontraram os
filhos dos gigantes em Canaã: então tomou-se para si o que agora se tem chamado
complexo de gafanhoto. Começaram a dizer: mas nós éramos como gafanhotos ao
lado destes gigantes, como vamos entrar nessa terra? Eles vão nos devorar, eles
vão nos vencer, nos trouxeste aqui para destruir-nos, etc...; ou seja, houve um
complexo de gafanhoto, sentiram-se como gafanhotos; eles não viram que Jeová
era maior que qualquer um, ele tiveram medo de tomar possessão da terra prometida.
Vencendo
o gigante
Agora, Certamente que a terra de Canaã representa Cristo para
nós, mas aqueles gigantes na terra de Canaã representam os principados e
potestades que se opõe ao povo de Deus, para que não tomem possessão de Cristo;
quer dizer, existe uma guerra espiritual. Por isso diz o apóstolo Paulo em
Efésios 6: “Porque não temos que lutar
contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século,...”; ou seja, que
existem entidades espirituais rebeldes que se opõe a Deus, mas como não podem
fazer diretamente nada contra Deus, então atacam o povo de Deus, tratando de
impedir que o povo de Deus conheça mais a Deus, caminhe no caminho de Deus, e a
luta do povo de Deus é contra estes governadores das trevas deste século.
Quando os israelitas chegaram até o deserto de Cades, a Ritma, eles se
assustaram diante destes gigantes e consideraram que não tinham força
suficiente para enfrentá-los, e começaram então a protestar e não tiveram fé em
Deus; somente Josué e Calebe disseram: Conosco está Yahveh, os comeremos como
pão; essa foi a declaração de fé de Josué e Calebe, mas não da velha guarda de
Israel; eles não creram que podiam tomar conta desses gigantes, então o Senhor
teve que retrocedê-los aos deserto e começa a guiá-los para aprender muitas
lições, e começaram a aprender lições e a geração incrédula ficou convertida em
retama, (que é o que significa Ritma) no deserto, durante muitos anos, até que
uma nova geração foi aprendendo essas lições e se foi preparando e preparando,
através do trabalho de Deus, até que chegaram a um ponto que se chama
Ezion-Geber onde agora Deus lhes disse: “Tendes
rodeado bastante esta montanha;...”; como quem diz, a geração anterior não
foi capaz de ter ânimo e a fé de entrar a lutar contra estes gigantes, mas
haverá uma nova geração a qual Eu lhes tenho aberto a porta, e estes sim
lutarão a batalha espiritual, estes sim dominarão ao gigante. Por isso a partir
deste ponto em diante, desde Abrona que é a porta aberta e Ezion-Geber que é a
espinha dorsal do gigante, o povo começa a avançar em direção ao norte, já
direto para nova geração, representando o novo homem, porque o velho homem não
pode vencer satanás, mas o novo homem tem toda autoridade sobre
os demônios, sobre as potestades, tem sido transportado da potestade das trevas
para o reino do Seu amado Filho e está assentado com Cristo nas regiões
celestiais; quer dizer, tenho
posto o pé na nuca do gigante. A partir daqui, pode vencer, isso
é o que significa Ezion-Geber, é a espinha dorsal do gigante, é uma
atitude espiritual de fé, é o contraste de Ritma; em Ritma eles não estiveram
preparados para entrar, então tiveram que retornar e dar voltas, até que a nova
geração esteve preparada para entrar, logo, a nova geração não se deteve em
Ritma.
Principados
e potestades
Note que eles aqui em
Ezion-Geber vão passar daqui a pouco a Cades, que foi onde os outros
retornaram, mas eles não retornaram; eles seguiram adiante, seguiram avançando,
mas este ponto de Ezion-Geber, junto com Abrona que é a porta aberta que Deus
lhes deu quando haviam aprendido as lições espirituais anteriores de
Bene-Jaacã, Hor-Hagidgade e Jotbatá, então a porta de Abrona se abriu e
Ezion-Geber é junto com Abrona, aquela jornada que nos mostra a atitude de fé e
a atitude de vitória e a atitude de disposição da nova geração para tomar
possessão da terra de Canaã e vencer os gigantes que a geração anterior, que
representa o velho homem, que representa o nascido na carne, não puderam fazer.
Agora esta geração nova que representa o nascido do Espírito, estes sim,
enfrentarão os gigantes, estes sim, terão a atitude de fé que teve Josué, a
atitude de fé que teve Calebe e continuarão para o norte e dominarão. Então
irmãos, Ezion-Geber representa uma geração espiritual. Primeiro, Deus tem que abrir a porta, e segundo, Deus
tem que dar esta vitória espiritual sobre os gigantes, sobre as potestades,
sobre os governadores das trevas deste século; esta é uma experiência
espiritual do povo de Deus. Irmãos, graças a Deus que o Espírito Santo
nestas últimas décadas, inclusive, podemos dizer que é mui recente, eu creio
que duas décadas não mais, o Espírito Santo vem esclarecendo e enfatizando a
necessidade das vitórias espirituais nos ares antes de poder tomar possessão
efetiva da terra; antes que vejamos os efeitos no mundo natural, temos que
obter uma vitória no âmbito espiritual, essa vitória no âmbito espiritual é o
que representa esta jornada de Ezion-Geber.
Vamos ilustrar isso no livro de Daniel, capítulo 10, que creio
é a passagem clássica para ilustrar Ezion-Geber. Diz Daniel 10: “¹No terceiro ano de Ciro, rei da
Pérsia,...”; declara a localização histórico-geográfica, terceiro ano de
Ciro rei da Pérsia; este é um rei histórico que não só a Bíblia fala dele, senão
muitos historiadores como Heródoto falam muito de Ciro. Há um escritor, um
historiador famoso, dos antigos, dos chamados clássicos que escreveu dele; os
clássicos são: Herodoto, Tucídedes e Xenofonte. Xenofonte escreveu uma obra,
muito grossa, que a temos aqui na biblioteca que se chama Ciropédia, tratando
acerca de Ciro. Heródoto também trata de Ciro. Encontrou-se o cilindro de Ciro
e a arqueologia nos tem falado muito de Ciro. Ciro é um personagem histórico,
do tempo da Pérsia; isto o digo para que nos demos conta que existe e que
existiu uma Pérsia natural, mas pelo que vamos ler neste capítulo, o império
Persa no mundo natural, era a expressão de um principado espiritual que
controlava a cultura e civilização Persa e se expressava através da civilização
Persa. Então diz aqui: “... foi
revelada uma palavra a Daniel, cujo nome era Beltessazar;...”; foi revelada
uma palavra, quer dizer, Daniel compreendeu algo, não somente intra-histórico,
senão algo transcendente; ele começou a ver por detrás do véu da história e da
civilização atual, o que Paulo chama: “principados
e potestades nas regiões celestiais, príncipe das trevas deste século”. Se
refere aos principados, já não aos naturais, senão espirituais. Por isso em
Apocalipse vocês veem quando fala da besta, diz que a besta tinha seta cabeças;
quando fala do dragão diz que o dragão tinha sete cabeças. O dragão é o governo espiritual
maligno; suas cabeças são seus principados, mas tem sua expressão na
civilização política pagã dos homens; então
as setes cabeças do dragão, dirigem as sete cabeças da besta. A besta
representa o aspecto político, o aspecto natural dos impérios e das
civilizações; como por exemplo, Egito, como por exemplo Assíria, como por
exemplo Babilônia, como Pérsia, como Grécia, como Roma, etc. Assim como
existiram essas civilizações naturais; essas mesmas civilizações foram dirigidas
por espíritos governadores das trevas deste século; quer dizer, por potestades
espirituais; estas potestades espirituais inclusive, são identificadas com os
mesmos nomes das potestades naturais.
Então olhemos o exemplo de Daniel capítulo 10: “... foi revelada uma palavra a Daniel, cujo
nome era Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito;...”.
Vocês notam que se confessa um conflito espiritual de Daniel; quer dizer, Deus
lhe revelou por detrás do véu do natural, as realidades espirituais e entrou em
um conflito, entrou em uma batalha. Às vezes os irmãos não entendem que estamos
em um combate; às vezes lhes vem um ataque de nervos, às
vezes nos sentimos sufocados; às vezes sutis tentações pela direita, pela
esquerda, às vezes um princípio de um acidente e às vezes acidentes mesmos;
todas
essas coisas não são naturais, senão sinais da intervenção desses principados
malignos que estão opondo-se ao avanço do povo de Deus. Então diz aqui:
“... e envolvia grande conflito; e ele
entendeu esta palavra, e tinha entendimento da visão. ²Naqueles dias eu,
Daniel, estive triste por três semanas”. A que se devia esta aflição? Esta
aflição e este conflito, como vamos ver pelo resto do capítulo, era espiritual,
não tinha origem em Deus; Deus não era a causa deste conflito, Deus não era a
causa desta aflição. Vamos ver qual era a causa. “³Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha
boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas”.
Foram três semanas de conflito e de jejum; de jejum parcial, e de oração de
Daniel. “⁴E
no dia vinte e quatro do primeiro mês eu estava à borda do grande rio Hidequel;
⁵E levantei os meus olhos, e olhei, e
eis um homem vestido de linho, e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz;
⁶E o seu corpo era como berilo, e seu
rosto parecia um relâmpago, (este é um ser angelical da parte de
Deus que apareceu a Daniel) e os seus
olhos como tocha de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze
polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão. ⁷E só eu, Daniel, tive aquela visão
...”;
ou seja, Deus só permitiu a ele discernir esse mundo espiritual, assim como
Eliseu discerniu os carros de fogo ao redor dele, até que pediu a Deus que
abrisse também os olhos de Geazi, seu criado, e Geazi abriu os olhos e viu o
que antes não via, mas que estava ali.
Quando
o coração se dispõe
Estamos
rodeados de um mundo espiritual. A vitória tem que acontecer não
só no mundo natural, senão primeiro no mundo espiritual, para que depois possa manifestar-se no mundo
natural; e isso significa Ezion-Geber, a vitória da fé no mundo espiritual para
marchar diretamente para a tomada da terra prometida. Na realidade eles tomaram
Canaã fisicamente falando, mas primeiro teve que acontecer a vitória no mundo
espiritual. Primeiro tem que ser uma possessão espiritual, uma fé, uma certeza
que limpe os ares para que logo as coisas se deem no tempo e na geografia
natural. Então diz aqui: “... Os
homens que estavam comigo não a viram; contudo caiu sobre eles um grande temor,
e fugiram, escondendo-se”. Eles perceberam o temor, mas não viram; houve em
seu espírito algo que detectou aquela presença espiritual, mas os olhos
naturais não puderam ver, só captaram a presença. Às vezes estamos em uma
reunião e captamos a presença, mas pode ser que um ou outro tenha mais que
isso, uma visão ou uma percepção mais aguçada que Deus lhe conceda. Então diz: “⁸Fiquei,
pois, eu só, a contemplar esta grande visão, e não ficou força em mim;
transmudou-se o meu semblante em corrupção, e não tive força alguma.”;
quer dizer, para o espiritual o natural não é suficiente. “⁹Contudo
(graças a Deus por esse “mas” à debilidade de Daniel) ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu
caí sobre meu rosto num profundo sono, com o meu rosto em terra”. Às vezes
os irmãos estão orando e Deus os conduz a um sonho e no sonho realiza uma obra
espiritual e às vezes lhe revela algo. “¹⁰E eis que certa mão me tocou,
(este é um toque espiritual) e fez com
que me movesse sobre meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos. ¹¹E me
disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que eu vou ter dizer, e
levanta-te sobre os teus pés, (porque ficou esgotado, e começou a
refazer-se pouco a pouco, primeiro sobre os joelhos e as mãos e por fim em pé) porque a ti sou enviado. E, falando ele
comigo esta palavra, levantei-me tremendo. ¹²Então me disse: Não temas, Daniel,
porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender...”. Observem como o céu sabe o que
passa nos corações; aqui na terra nós vemos o filme dos grandes
supermercados, das partidas, dos estádios, das avenidas, da arquitetura
exterior, mas o céu está olhando outro filme, o que passa nos corações das
pessoas, o que aqui tão pouco tem interessado as pessoas.
Voltemos a recordar o que havia dito uma vez um irmão numa
experiência de morte clínica; quando regressou de tal experiência, relatou que
lhe foi dito por um anjo: “Os pensamentos de um Homem falam mais forte
aqui no céu, do que as suas palavras na terra”. Olhem o que diz aqui: “.. .porque desde o primeiro dia em que
aplicaste o teu coração a compreender (diz: que aplicaste, essa é a
responsabilidade de Daniel; claro, que é pela graça de Deus, mas a
responsabilidade é de Daniel) e a
humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras;...”; quer
dizer, antes que Daniel fizera isto, não se ouviam as suas palavras no céu com
bom grado, mas quando se aplicou; bem, este se aplicou a humilhar-se, vamos ver
o que vai dizer, vamos ver o que vai pedir. Que lindo isso, não é assim
irmãos? Que importante irmãos! Que lição há aqui! Diz aqui: “... e eu vim por causa das tuas palavras”.
Quando começaram a serem ouvidas as palavras? Desde o dia em que dispôs seu
coração, desde o dia em que o céu especialmente o levou em conta; dispôs seu
coração para ouvir a Deus e humilhar-se na presença de Deus; desde esse dia o
céu o levou em conta.
Irmãos, algo acontece no céu quando acontece no coração. Primeiro, tem
que ser uma vitória no coração; quando essa vitória, Ezion-Geber, se dá no
coração, então repercute nos acontecimentos espirituais. Então diz
aqui: “... desde o primeiro dia ...”
(claro, já levava três semanas de conflito, mas Deus desde o primeiro dia já
estava a favor dele) “... são ouvidas as
tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. “¹³Mas o príncipe do reino
da Pérsia me resistiu vinte e um dias,...”; ou seja, as três semanas de conflito,
de aflição que tinha Daniel. Deus já havia dado a resposta e já havia enviado,
mas se lhe opôs um principado. Onde estava Daniel? Estava nada menos que na
Pérsia, no reino da Pérsia; ou seja que Daniel não estava num lugar neutro.
Onde estava Antipas em Apocalipse? Em Pérgamo, mas o Senhor o que lhe disse que havia em Pérgamo? O Senhor
não lhe disse somente que Pérgamo é Pérgamo, senão, estás onde está o trono de
satanás; ou seja, que em Pérgamo estava o trono de satanás; logo foi
transladado a Roma. Quando o Sumo sacerdócio da Babilônia passou a Pérgamo,
começou em Pérgamo o culto a Esculápio; e depois quando o imperador Graciano
renunciou o título de sumo Pontífice, então o sumo pontificado, que haviam
herdado dos césares dos sacerdotes de Pérgamo os nazistas levaram a Berlim, e
começou a guerra mundial e até agora está em Berlim.
Então me disse: “¹³Mas
(o céu está a teu favor desde o primeiro dia, mas, irmãos, nem todos no céu são
leais a Deus; muitas criaturas, filhos de Deus que estavam nas regiões celestes
se rebelaram contra Deus e impedem ao povo de Deus, os estorvam, e ocorrem
lutas, combates, conflitos, aflições, perseguições, acidentes tudo isso que
vemos) o príncipe do reino da Pérsia me
resistiu vinte e um dias,...”. Houve um conflito enquanto o anjo trazia a
resposta de Deus a Daniel, nos ares, nas regiões celestes, um principado, uma
das cabeças do dragão, o governo das trevas do império da civilização persa, a
influência espiritual da civilização persa, deste príncipe da Pérsia, se opôs a
este anjo e houve uma guerra espiritual nos ares, e esta guerra espiritual
significou um estorvo para o avanço espiritual, um estorvo em forma de
conflito, em forma de aflições. “... e
eis que Miguel, (esse é o arcanjo Miguel) um dos primeiros príncipes,
(este é dos principados fiéis) veio para
ajudar-me, e eu fiquei ali com os
reis da Pérsia”. Estes são os reis naturais, quer dizer, com Ciro, com Cambises,
com Dario e o resto deles. “¹⁴Agora vim, para fazer-te entender o
que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda
para muitos dias”. Observem que a resposta espiritual era
assegurando um assunto do futuro; ou seja, que as coisas espirituais se resolvem
no coração em oração nos lugares celestiais e aplanam o caminho futuro para o
povo de Deus; mas tem que se resolver no coração; é uma experiência espiritual
de vitória, de fé; você não pode operar isso e luta, combate, vence, até que
tem essa fé, essa certeza e discernir o combate nos ares e discernir a vitória
e discerne a liberdade e toma uma posição de vitória, uma atitude como a de
Josué e Calebe; então isso assegura a marcha que vem e a tomada posterior. As batalhas posteriores se vencem se
primeiro resolveram-se estas coisas espirituais; e estes gigantes, estes
giborim, estas potestades malignas, estes caídos, estes nefilim, que isso é o
que quer dizer nefilim, caídos, tem que primeiro serem vencidos nas regiões
celestiais, antes de que os resultados apareçam no tempo e na nossa historia.
Por isso às vezes nós queremos evangelizar e vamos sem orar, ou queremos pregar
e vamos sem orar, e parece que há uma nuvem de opressão que não permite as
pessoas entenderem.
Permita-me contar lhes uma experiência que tive no Paraguai
onde o Senhor me ensinou em experiência isto. No ano de 1979 no mês de agosto,
enquanto estava orando na casa do irmão Atilano Ayala em Caaguazú, o Espírito
Santo me conduziu em oração no espírito a uma intercessão; era uma luta, era
uma luta de intercessão por todo o norte do Paraguai onde todavia eu não havia
ido fisicamente; eu havia percorrido o sul e de leste a oeste e vice versa, mas
não havia entrado todavia a essa parte norte onde há uns lugares, umas regiões
um pouco atrasadas, onde há indígenas e regiões selvagens; essa região eu nunca
havia visto nem nunca havia ido nesse lugar, mas o Espírito me pôs em agosto de
1979 um conflito, e era um conflito e era uma oração que parecia uma oposição
de forças, como quando um caminhão está em uma subida e parou na primeira e
parece que não vai poder subir; era essa luta em oração e em intercessão, como
sobrevoando espiritualmente esta região; ou seja, a opressão espiritual dessa
região estava sobre meu espírito, assim como um pó cai sobre uma superfície
transparente, digamos uma película, cai esse pó e o mancha; assim, era essa
cidade, assim essa região pesava em meu espírito, e eu tinha que limpar-lhe e
resistir-lhe em oração, em luta e orando em outras línguas e resistindo, até
que chegou um ponto onde foram como que expulsos para a selva e eu senti que
descansei e que tudo se limpou em meu espírito; inclusive para essa luta eu
havia tido necessidade do Espírito Santo, e eu já não suportava mais e pedi ao
Senhor que me desse força e esperava um momento e me dava força e eu continuava
nessa luta até que já havia aprendido, com duas ou três dessa paradas, que eu
tinha que continuar até que o Senhor diga; porque essa é uma luta de morte nos
ares, nos lugares celestes, até que eu estava disposto a continuar, e o Senhor
me disse: Não, já terminou, tudo já terminou, acabou-se a resistência,
acabou-se tudo. Era como se houvessem varrido, como uma limpeza nos ares em
toda região norte. Bem, isso foi em agosto de 1979; no ano seguinte, em agosto
de 1980, quando outra vez em Caaguazú, estávamos orando e aí me disse o
Espírito Santo: Entra nessa região para evangelizar; ou seja, agora me coube ir
fisicamente a essa região do norte do Paraguai; então fui com outro companheiro
e irmãos. A primeira coisa que me assombrou foi que as paisagens que eu havia
percebido em meu espírito enquanto estava orando, eram as mesmas paisagens que
eu agora estava vendo pela primeira vez na realidade. Era a primeira vez que eu
ia ver algo espiritualmente conhecido; a segunda coisa que me chamou a atenção
foi que nós chegamos por exemplo, a um
lugar e as pessoas chegavam e se sentavam ao nosso lado para ouvir a palavra do
Senhor; ou seja, era facilíssima a evangelização; parece que as pessoas já
estavam preparadas. Chegávamos e nos sentávamos a tomar tererê e vinham as
pessoas e se sentavam como esperando que falássemos algo. O Senhor já tinha
preparado tudo; eu me assombrava com isso. Foram como que 25 pessoas as que
receberam ao Senhor Jesus e se constituíram na igreja de Vaquería; agora há
como 200 irmãos; eles tem se multiplicado em todos esses lugares; e um dia
cheguei a uma linha onde começava a selva, e entendi, até aqui foi o ponto onde
Deus me havia trazido porque daqui para lá era selva; mas o que me chamou
atenção foi a facilidade que era evangelizar; não havia nenhum impedimento,
tudo era fácil, as pessoas estavam preparadas, chegavam e recebiam ao Senhor
Jesus, e se convertiam; os visitamos várias vezes e assim começou a obra do
Senhor naquela região. Hoje em dia há como 200 irmãos espalhados por aquela
região; mas era um ambiente tão triste, todo triste, todo desolado; às vezes
você chegava e via isso, até parece que os vê fisicamente em algumas casas, em
alguns povos, em alguns caminhos; você percebe uma opressão e sente em teu
espírito; às vezes, inclusive, está dormindo e isso vem sufocar-te, percebes
esse sufoco, percebe uma presença maligna e a tem que resistir na ressurreição de
Cristo, sentado com Cristo nas regiões celestiais, resistindo, intercedendo,
lutando em união com Cristo, até que se desvaneça essa opressão, até que tudo
se dilua e tenha liberdade no espírito. Se você não persiste, então, os
ares não são completamente limpos; há que insistir em oração, insistir em
intercessão, até que tenha liberdade no espírito; e quando o Espírito te dar
esse fluir de vida, essa liberdade, já não há nenhuma resistência, algo já
aconteceu nos lugares celestiais, agora isso vai se refletir daqui a pouco no
ambiente natural. O que aconteceu em agosto de 1979 se cumpriu em agosto de
1980, um ano depois, mas quando aconteceu em 1979 eu nem imaginava que ia
acontecer em 1980; mas agora o de 1980 eu sei que foi o resultado natural da
luta espiritual que aconteceu em 1979.
Impedimentos espirituais
Então vemos aqui em Daniel 10, Daniel em
um conflito de três semanas, e esse conflito era nos ares, era uma oposição
espiritual do príncipe da Pérsia contra o anjo que trazia
as respostas de Deus a Daniel. Daniel foi ouvido desde o primeiro dia, mas a
resposta demorou três semanas em chegar. Por que demorou três semanas? Porque
havia uma oposição espiritual. Às vezes Deus quer que façamos algo e às vezes
os demônios sabem que temos que ir a um lugar ou que temos que fazer algo e
começam a por impedimentos, a atrapalhar; às vezes são acidentes que passam
diante de você, detrás de você, e você percebe que há um espírito de acidente
rondando-te, e às vezes a pessoa não luta espiritualmente, não discerne, e o
que se tem que fazer aí é enfrentar isso diretamente no nome do Senhor Jesus e
lutar e dar a ordem até que o ambiente se limpe, de maneira que as demais
coisas serão acrescentadas.
“.. .e eis que Miguel,
um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da
Pérsia. ¹⁴Agora
vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros
dias; porque a visão é ainda para muitos
dias. ¹⁵E,
falando ele comigo estas palavras, abaixei o meu rosto para a terra, e emudeci.
¹⁶E eis que alguém, semelhante aos
filhos dos homens, tocou-me os lábios; então abri a minha boca, e falei,
dizendo àquele que estava em pé diante de mim: senhor meu, por causa da visão
sobrevieram-me dores, e não me ficou força alguma. ¹⁷Como, pois, pode o servo do meu
senhor falar com meu senhor? Porque, quanto a mim, desde agora não resta força
em mim, e nem fôlego ficou em mim”. Às vezes a luta
espiritual te deixa exausto, como Elias ficou exausto e uns anjos tiveram que
lhe dar umas tortinhas e uma água de vida e fortalecê-lo espiritualmente. Diz: “¹⁸E
aquele, que tinha aparência de um homem, tocou-me outra vez, e fortaleceu-me”.
Essa era sua experiência.
Eu contei aos irmãos e vou contar outra vez porque tem a ver
com o assunto. Uma vez o irmão Orwill Swindoll estava pregando, e de vez em
quando o irmão dizia: Amém! Aleluia! Cheio de alegria e logo seguia pregando
normal, e de repente: Amém! Glórias ao Senhor! E depois quando terminou tudo,
na saída estava lhe esperando uma anciãzinha e disse-lhe aquela irmã: Irmão
Swindoll, havia um anjo grandote assim como você, (porque ele é grande) que
estava parado atrás de você quando pregava; e quando ele colocava a mão nas
suas costas você dizia: Amém! Glórias a Deus! Aleluia! Ele recebia esse gozo e
o dizia com toda fortaleza; era um anjo que o fortalecia. Diz o anjo: Estive
com os reis para fortalecê-los, para animá-los. Esse é um impulso interior
espiritual; isso é para poder vencer essa resistência, ou seja, quebrar a
espinha dorsal do gigante, aos giborim, Ezion-Geber. Então diz: “¹⁹E
disse: não temas, homem muito amado, paz seja contigo; anima-te, sim anima-te.
E, falando ele comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, porque me
fortaleceste”. Estas são experiências espirituais. “²⁰E
ele disse: Sabes porque eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o
príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”.
Notem uma coisa: enquanto estava um príncipe demoníaco chamado príncipe da
Pérsia nos ares, o império Persa estava em pé; tão logo este anjo combateu, e
com a ajuda de Miguel, ao príncipe da Pérsia e o lançaram fora, o que aconteceu
com o império persa, com a civilização persa? Caiu, porque aqueles espíritos
que lhes davam o impulso foram lançados fora; mas então o que disse aqui o
anjo? Que o príncipe da Grécia vinha assumir o espaço vazio que o príncipe da
Pérsia havia deixado; e se vocês observam a História, depois do império persa,
surgiu o império Grego. O império grego foi uma civilização natural, que
expressava a esse príncipe espiritual chamado príncipe da Grécia; ou seja, que
se dão nos ares acontecimentos espirituais que depois se refletem na terra.
Quarentena
espiritual
Os filhos de Israel
haviam dado voltas e voltas, até que aprenderam as lições que tinham que
aprender; já essa nova geração estava pronta para avançar, Deus já havia aberto
a porta; como quem diz Deus já havia dado alta da quarentena; porque às vezes
em nossa obra espiritual estamos em quarentena, e parece que Deus não nos deixa
vencer e ficamos mui restringidos e não sabemos por que Deus não nos abre a
porta; porque há algo espiritual que se tem que vencer. Quando se vence no espiritual,
então diz: Por quanto foste fiel a minha palavra e tens guardado a palavra da
minha paciência e não tens negado o meu nome, eu te tenho posto uma porta
aberta, eu, eu tenho a chave e abro e ninguém fecha, eu tenho posto uma porta
aberta diante de ti. De modo que primeiro tem que experimentar da parte de Deus
a porta aberta, o que Deus te abre; às vezes você que abrir as coisas, mas há
algo que não consegue, a porta está fechada, até que consegue chegar ao ponto
onde Deus te aprove e passe na prova. Como diz Paulo, como fomos aprovados por
Deus para que nos fosse confiado o evangelho; tão logo passaste na prova, então
Deus te abre a porta, quer dizer que essa é a hora de avançar; mas Deus não
somente tem que abrir a porta, Deus também tem que te dar a vitória sobre os
oponentes espirituais. Por isso depois de Abrona vem Ezion-Geber, por isso
Elate que é o mesmo Abrona com Ezion-Geber, estão juntos, e é a partir daí que
eles começam a marchar direto para tomar possessão da terra prometida.
Quando Deus abriu a porta, então eles também venceram esse
temor que tinham desses espíritos, esse temor que tinham desses gigantes, como
haviam tido temor em Ritma e tiveram que retornar; agora a reação já foi muito
diferente, já não foi como em Ritma, já não fugiram, agora a atitude deles é o
que Deus tem prometido. Estes filhos que vocês dizem que vão ser
devorados pelos gigantes, estes mesmos vão entrar para possuir a terra; mas
tinha que haver primeiro uma vitória espiritual; ou seja, havia que pôr o pé
sobre a cerviz dos gigantes, Ezion-Geber: a espinha dorsal do gigante; aí
não está o gigante, aí está só a espinha dorsal; quer dizer que foi vencido; aí
o que há é um cadáver de gigante. Eles venceram, eles tomaram a atitude
espiritual necessária para poder seguir adiante; mas enquanto se está pedindo,
mas não recebendo, suplicando, mas não contando com a provisão, então ficamos
dando voltas. É que às vezes nossa oração é só de pedido e nos esquecemos de que a
palavra diz: “... que todas as coisas que pedirdes, orando, crendo receber, e
tê-las-eis.”; nosso nível espiritual chega até pedir: Senhor dá-me; mas não
diz: Graças, porque me tens dado, isso é o que se estava lendo hoje ao
princípio: Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes, para que saibais que
tendes a vida eterna; temos o que temos pedido; sabemos que se Ele nos ouve,
sabemos que temos. Quando você sabe que tens, o tens; não estás pedindo que te
dê, senão que recebes, que crês; é uma
atitude de fé. Mais podemos nós que eles; ou seja, o que dizia Josué e
Calebe: os comeremos como pão; mas essa era uma atitude em fé, não em
presunção; isso nascia da fé de uma revelação. Diz a Bíblia que a fé é a
subsistência do que se espera, ou seja, a hipóstase, a convicção do que não se
vê; é uma certeza que você tem no espírito, então você já não fala só em
pedido, senão como alguém que tem crido e que possui e que está em posição de
vitória; é uma experiência espiritual.
A
aliança com gente ímpia
Continuemos com essas
palavras do Senhor Jesus. Diz o Senhor Jesus: tudo que ligares na terra será
ligado nos céus e o que desligares na terra será desligado nos céu. É uma luta
frontal contra a oposição, por quê? Porque já o enfrentaste em teu coração, o
enfrentaste; então quando já passou, isso já foi enfrentado. Agora para
terminar quero lhes dizer algumas coisas que nos ensinam uma lição muito
importante que pela vontade de Deus, aconteceu em Ezion-Geber. Algo aconteceu
ali nessa Cidade que Deus quis que ficasse registrado na Bíblia, e é para
ensinar-nos a vitória. O que poderia comprometer nossa vitória em Ezion-Geber?
Isso é muito importante. Então vamos vê-lo no primeiro livro de Reis 9:26: “Também o rei Salomão fez naus em
Eziom-Geber,...” . Quem era o rei Salomão? O filho de Davi, por meio de
quem se consolidou o reino; ou seja, verdadeiramente a possessão de Canaã; ele
é o filho de Davi que na terra de Canaã edificou o templo de Jeová, e este
tempo de Salomão representa um tempo de conquista em Cristo e edificação na
casa de Deus. Então daí essas conquistas narradas aqui, como as atividades de
Salomão. “²⁶Também o rei Salomão fez naus em
Eziom-Geber, que está junto a Elate, (este Elate é o mesmo
Eliate, ou Aila, ou Guaila ou Abrona ou
Berenice, os distintos nomes que tem tomado na história) à praia do mar de Sufe, na terra de Edom. ²⁷E mandou Hirão com aquelas naus a
seus servos, marinheiros,
que sabiam do mar, com os servos de Salomão. ²⁸E
vieram a Ofir, (desde Eziom-Geber, eles saíam a Ofir) e tomaram de lá quatrocentos e vinte
talentos de ouro, e trouxeram ao rei Salomão”.
O que se fazia em Ezion-Geber? Saíam em navios e traziam ouro.
O que se fazia com esse ouro? Se edificava a casa de Deus; o ouro de Ofir era
trazido a partir de Ezion-Geber. Mas então agora, passemos um pouco mais
adiante, onde termina o primeiro livro de Reis, já para começar o segundo, no
capítulo 22:49, onde se fala do reinado de Jeosafá: “⁴⁹E
fez Jeosafá navios de Társis, para irem a Ofir por causa do ouro; (o mesmo que havia feito Salomão
devia fazer Jeosafá) porém não foram,
porque os navios se quebraram em
Eziom-Geber”. Isso significa que houve um retrocesso com Jeosafá. Jeosafá
foi fiel, mas o que aconteceu? Nos tempos de Salomão partiam desde Ezion-Geber,
e traziam ouro para o reino de Deus, mas Jeosafá também fez o mesmo; fez navios
em Ezion-Geber, ia fazer o mesmo que fez Salomão, mas em Ezion-Geber
romperam-se os navios. Por que se romperam os navios em Ezion-Geber? O que foi
que aconteceu? Não diz em reis, mas diz em Crônicas.
Vamos ao livro de 2 Crônicas 20, desde o verso 31 até o final,
onde também fala de Jeosafá. No versículo 35 está a razão de terem se rompido
os navios em Ezion-Geber; isto nos ensina uma lição. Diz o seguinte: “³⁵Porém,
depois disso, Jeosafá, rei de Judá, se aliou com Acazias, rei de Israel, que
procedeu com toda as impiedade. ³⁶E
aliou-se com ele, para fazerem navios que fossem a Társis; e fizeram os navios
em Eziom-Geber. ³⁷Porém
Eliezer, filho de Dodava, de Maressa, profetizou contra Jeosafá, dizendo:
Porquanto te aliaste com Acazias, o SENHOR despedaçou as tuas obras. E os
navios se quebraram e não puderam ir a Társis”.
Então qual foi a derrota? A aliança com gente ímpia. Quando queremos fazer
obras junto com os que não estão no mesmo espírito, o Senhor não pode abençoar
porque essas pessoas que são ímpias tem aberto portas a espíritos malignos e
esses espíritos malignos tem direito sobre as pessoas que lhes tem aberto as
portas. Por isso o Senhor disse que temos que guardar distância; mas às vezes
há um irmão que está em pecado e nós somos tão “misericordiosos”, entre aspas,
que o apoiamos em seu pecado, em vez de guardar distância da pessoa. Então o
que está acontecendo? Os espíritos que estavam operando sobre a pessoa que
pecou começam a incomodar aquela pessoa que se alia com ela. Por isso nós temos
que entender estes assuntos espirituais; não só existem coisas naturais; às
vezes se alguém está sob disciplina e se diz que a igreja não se relacione com
esta pessoa, a igreja deve respeitar, porque se a igreja não respeita isso,
então essa pessoa se abre aos mesmos espíritos que trataram de atrapalhar o
outro.
Agora, Acazias era dado a impiedade; ainda que Jeosafá mesmo
não era ímpio, Deus teve que ensinar-lhe uma lição: Eu sei, Jeosafá, que você
não é ímpio, mas você fez aliança com um ímpio, e esse ímpio tem aberto portas
a espírito malignos; então qual foi o resultado? Os navios se romperam em
Ezion-Geber, porque houve uma aliança ímpia. Isso quer dizer que o povo de
Deus deve seguir a paz, a justiça, a fé, o amor com os que de coração limpo
invocam ao Senhor, e quando algumas pessoas estão atuando em um espírito que
não é correto, não podemos fazer-nos de bobo e como se não acontecera nada com
estas pessoas, seguir a amizade com elas; as pessoas tem que entender que não
aprovamos suas obras, que não aprovamos seus atos, que devemos manter essa
distância; porque se assim não o fizermos é como se aprovássemos, como se nos
compadecêssemos da injustiça; isso vai trazer maldição sobre nossas próprias
obras. Onde aconteceu isso? Em Ezion-Geber. Ezion-Geber é um ponto de
vitória, mas onde se perde a vitória? Quando fazemos aliança com a impiedade ou
com pessoas ímpias. Deus quer que guardemos a distância e não que nos associemos quando há
algo que não é puro diante do Senhor. Essa é uma lição séria que temos que
aprender de Ezion-Geber, porque onde eles haviam sido vitoriosos e onde haviam
estabelecido precedentes, por haver aberto essa brecha de contaminação foram
derrotados ali mesmo, onde de novo deviam ter sido vitoriosos. Então
creio que a lição de Ezion-Geber é interessante para aprender. Vamos dar graças
ao Senhor.
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