Jornada 21
H
A R A D A [1]
“E partiram do monte de
Séfer, e acamparam-se em Harada”.
Números 33:24
Ar
Shafar
Vamos ao livro de Números capítulo 33, segundo a ordem das
jornadas que estamos estudando. Hoje estamos no versículo 24. “E partiram do monte de Séfer, (Ar
Shafar) e acamparam-se em Harada”.
Meus irmãos sabem pela Palavra do Senhor que todo este peregrinar de Israel
pelo deserto aconteceu como um exemplo e cada uma destas jornadas se escreveu
para admoestarmos uns aos outros; não somente estamos lendo uma história do
passado, senão que estamos lendo para nós no Novo Testamento.
Em Deuteronômio 2:1, é onde a parte geográfica se confirma,
como muitas outras jornadas ao redor do monte de Seir, segundo a sequência que
estamos fazendo até aqui. “Depois
viramo-nos, e caminhamos ao deserto, caminho do mar Vermelho, como o SENHOR me
tinha dito, e muitos dias rodeamos o monte de Seir”. Este rodear do monte
de Seir ocupa uma série de várias jornadas; esta jornada de Harada é uma das
jornadas ao redor do monte de Seir. É curioso que todas estas jornadas ao redor
do monte de Seir se relacionam uma com as outras. As primeiras jornadas,
recordando, desde Ramessés até Elim, mais ou menos, descendo desde o Egito para
sudeste, para o sul da península do Sinai, correspondem às jornadas iniciais do
caminho cristão, digamos os filhinhos; a partir da jornada seguinte, mais ou
menos até Queelata ou a anterior a Queelata, corresponde aos jovens; já depois,
a partir de Queelata quando se começa a vagar ao redor do monte de Seir,
corresponde aos pais e tem a ver com os assuntos relacionados com a liderança.
Todas estas jornadas ao redor do monte de Seir, tem a ver com o relativo à
liderança. As duas últimas que temos visto são bastante sérias para com o povo
em relação a liderança.
Primeiramente em Queelata é onde acontece a contradição de
Coré e onde Deus trata de uma maneira severa contra a rebelião à autoridade delegada
por Deus. Na seguinte jornada, a de Ar Shafar, o monte de Séfer, que tem a ver
com a vara florescida de Arão como um sinal da constituição da parte de Deus da
autoridade delegada, também é uma lição para o povo e às vezes alguém poderia pensar:
Bem, parece que aqui estão dando duro com o povo, mas hoje temos chegado a uma
jornada que é bastante séria, agora, em relação às autoridades delegadas. Se
nos pareceu sério o que aconteceu em Queelata, o que ocorreu em Ar Shafar, no
monte de Séfer também é sério. Hoje deve parecer-nos bastante sério o que Deus
revela nestas jornadas. Há acontecimentos que são reveladores e há revelações
ou palavras diretas, ou ensinamentos de Deus. Deus tanto nos ensina por seus
ensinamentos, por seus mandamentos, por suas palavras, como por acontecimentos;
nesta vez Deus vai falar e a jornada se corresponde no livro de Números 18:1-7;
os sete primeiros versículos, segundo o acompanhamento que estamos fazendo.
Temor
a Deus
Vamos a Números 18:1-7.
Algumas Bíblias, especialmente a Reina Valera tem um título que se chama:
Provisão dos sacerdotes levitas. Realmente este título não corresponde à
passagem de hoje, à jornada que vamos estar vendo hoje; talvez um pouco mais
adiante o título em outras jornadas posteriores poderia ser apropriado, mas não
trata disto a passagem que corresponde à jornada de hoje, que vai desde o verso
1 ao verso 7, onde diz: “Então disse o
SENHOR a Arão:...”. Recordemos que os acontecimentos ou revelações foi o
que deu os nomes a esses lugares no deserto, alguns nomes já existiam quando
eles chegaram ali; outros nomes não existiam, mas começaram a existir e o nome
recordava o que aconteceu nesse lugar ou recordava o que foi revelado nesse
lugar. Hoje o nome “Harada” que é a jornada que estamos vendo é especialissimamente
apropriado para o que hoje existe entre o verso 1 e7 do capítulo 18 de Números.
Nas orações iniciais, algum irmão estava lendo, creio que era nosso irmão Jorge
Baracaldo, estava lendo um Salmo onde se repetia: Temei a Jeová; devemos temer
ao Senhor; justamente é o que nos ensina neste capítulo dentro do contexto do
trato de Deus e a revelação de Deus em relação com a autoridade delegada. A
palavra Harada provém do hebreu; é uma palavra hebraica, mas também semítica
que tem raízes no aramaico, no acádio e em outros idiomas semíticos, e
significa temor reverente; esse é o significado da palavra Harada: Temor
reverente; se refere ao temor de Deus, a esse temor que produz
diligência, a esse temor que não quer tomar de forma leviana a santa indignação
do Senhor. Depois das lições anteriores a Queelata e esta lição, depois do
monte de Séfer, tem que aprender sabedoria e a sabedoria é o temor a Deus; aqui
não se refere ao medo, um medo patológico, mas às vezes nós por desprezarmos o
medo pensamos que podemos ser levianos com Deus e atuar sem nenhum tipo de
cuidado, sem nenhum tipo de prudência; isso somente o faz quem não conhece a
Deus, é como os meninos que brincam com arame e o metem na tomada porque não sabem
que vão receber um choque, porque não tem consciência, até que se encontra com
uma energia tão poderosa que lhe dá um coice e lhe manda longe ou o deixa ali pegado;
depende.
Irmãos, na relação com Deus é necessário a reverencia e o
temor a Deus. A Bíblia diz: O princípio da sabedoria é o temor a Jeová. Meus
irmãos vão ver porque esse título de Harada desta jornada corresponde tão
preciosamente com a revelação que se deu em Números 18:1-7. Temor
reverente; aqui aparece o assunto da responsabilidade das autoridades
delegadas; meditando sobre este mesmo assunto nas vezes anteriores, tratava-se
do temor que o povo devia ter para com Deus em discernir a mão de Deus por
detrás das autoridades delegadas, mas agora ensina às autoridades delegadas
assumir devidamente, apropriadamente, a responsabilidade que lhes é
encomendada. Se pudéssemos dizer uma palavra chave para esta jornada,
para a lição desta jornada, é a palavra responsabilidade. Quando
não há temor reverente de Deus, há irresponsabilidade. A responsabilidade é uma
filha do temor de Deus. Quem não conhece a Deus é uma pessoa
soberba, é uma pessoa inconsistente, é uma pessoa que fala fácil, atua fácil, é
uma pessoa que não sabe se conter. Davi era uma pessoa que se turbou
quando tocou o manto de Saul, não por causa de Saul; porque Saul mesmo como
pessoa, podemos pensar que era pior que Davi, visto que Deus disse a Saul que o
havia posto no lugar dele, um menor que ele; mas ainda assim Saul era
autoridade de Deus, posta por Deus; então por isso Davi teve temor, se turbou
de haver tocado seu manto, e aquele que matou a Saul, que lhe ajudou a
suicidar-se, Davi o julgou por não haver tido temor de Deus, de pôr sua mão
naquele ungido de Deus que era Saul.
Agora, a reverência aqui se exige das autoridades que são
delegadas. Agora Deus começa a ensinar nesta porção que as autoridades
delegadas não estão ali para si mesmas, para exercer autoridade por si mesmas,
para dirigir as pessoas para si mesmas, para amedrontar os demais e
aproveitar-se deles, por causa de sua posição ou sua função; ao contrário, aqui
o Senhor começa a ensinar aos que Ele tem delegado autoridade, que é a
responsabilidade que eles tem. Não é bom alguém tomar autoridade por si mesmo,
porque tomar autoridade por si mesmo é se fazer responsável das coisas; naquilo
no qual não deveria ser responsável. É melhor não assumir essa
responsabilidade, porque certamente as responsabilidades assumidas vão ser
cobradas. Como diz: é melhor que não prometas, que prometer e não cumprir; uma
pessoa pode pensar que aparecer diante do povo do Senhor é uma coisa fácil, mas
aqui Deus nos ensina que é uma coisa sumamente delicada.
A
responsabilidade da autoridade
Sigamos lendo Números
18:1-7: “Então disse o SENHOR a Arão:...”. Até aqui quase
sempre o Senhor falava a Moisés, mas agora Deus estabeleceu a autoridade de
Arão no capítulo anterior, em Ar Shafar, no monte de Séfer quando a vara de
Arão floresceu; então agora Deus, que estabeleceu a autoridade a Arão, Deus vai
falar para Arão; enquanto Deus não havia
estabelecido a autoridade a Arão, o que Arão falava era coisa de Arão, mas Deus
começou a falar com Arão porque havia estabelecido sua autoridade diante do
povo. Agora é a Arão; nesta e nas próximas jornadas, todas ao redor do
monte de Seir, todas ao redor do mesmo assunto, Deus fala a Arão, esta é uma
revelação de Deus a Arão, ou seja, ao sacerdócio. “¹Então disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai
contigo, levareis sobre vós a iniquidade do santuário; e tu e teus filhos
contigo levareis sobre vós a iniquidade do vosso sacerdócio”. Aqui Deus
está colocando sobre os ombros destas pessoas, a quem Ele delegou autoridade,
uma responsabilidade; eles são os que levam por uma parte, a iniquidade ou o
pecado do santuário. Deus faz responsáveis as autoridades; ser autoridade
significa levar a responsabilidade. Por que quando uma equipe de futebol perde
a partida, expulsam ao técnico, se o técnico não estava no campo? Porque a equipe
se movia no campo, segundo a direção do técnico, por isso é, que o que perde o
cargo antes do jogador, é o técnico, porque Deus faz responsável o técnico.
Eu quero que vocês vejam comigo uma passagem aqui em
Apocalipse e seguimos depois em Números. No capítulo 2 de Apocalipse, leiamos
desde o verso 18. Vocês sabem que nessas manifestações, o Senhor se apresenta a
igreja e aos responsáveis da igreja, segundo a condição da igreja. Por exemplo,
qual era a condição em Esmirna, que significa amargura? Prova; a igreja estava
em prova e vai passar por tribulações; uns iam ser jogados no cárcere, etc.
Então o que eles necessitam no meio da prova, e com a morte ao lado é a certeza
da recompensa da ressurreição; por isso o Senhor fala a Esmirna, e lhe diz
assim: “... Isto diz o primeiro e o
último, que foi morto, e reviveu:”; porque isso era o que necessitava
Esmirna. Qual era o problema em Éfeso? O problema em Éfeso é que havia a
possibilidade de que o candeeiro fosse tirado; então como se apresenta o Senhor
à igreja em Éfeso? O que tem os sete candeeiros; quer dizer, Eu sou o dono da
plenitude das igrejas, Eu não quero que em nenhum lugar, em nenhuma localidade
falte-me testemunho, me falte um candeeiro, me falte a igreja; porque isso era
o que estava acontecendo com Éfeso, havia relaxado a marcha, havia abandonado o
primeiro amor e havia perigo de perder o candeeiro, então como se apresenta o
Senhor? Como aquele que tem os sete candeeiros.
O problema em Pérgamo, era um problema de mescla, um problema
de mistura, de religião com política que é o que quer dizer Pérgamo, muito
casado, muito mesclado; aí estava Balaão, aí estava o nicolaísmo e um monte de
coisas mundanas misturando-se com a igreja; então como se apresenta o Senhor à
igreja em Pérgamo e a suas autoridades delegadas? Como aquele que tem a espada
de dois fios, a espada que separa o que é do espírito, do que é da alma, do que
é da carne. Deus separa o que é de cima e o que é de baixo, o que é precioso do
que é vil, o que é celestial do que é natural e do que é só terreno. Essa era a
situação de Pérgamo; por isso o Senhor se apresenta com essas características a
Pérgamo. Mas a Tiatira, o que era que acontecia em Tiatira? Em Tiatira havia
graves problemas, havia profecias e fornicação misturadas, havia inclusive
idolatrias, profundidades, mas de satanás; então o Senhor se apresenta, nada
menos que, como diz aqui: “¹⁸... Isto diz o Filho de Deus, que tem
seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão (bronze)
reluzente:”. Sabemos que o bronze
representa na Bíblia o juízo; o Senhor passou pelo juízo para conduzir-nos ao
juízo de nós mesmos e do pecado e de satanás e do mundo e da carne; mas se nós
não passamos em união com Ele pelo juízo do ego, do mundo, do pecado, de
satanás, da carne; então o Senhor tem que nos disciplinar. Mas quando o Senhor
vai disciplinar a igreja de Tiatira, olhem como fala: “¹⁹Eu
conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua
paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras”.
Esse é o lado bom do que havia em Tiatira; por isso havia diante de Deus um
candeeiro de ouro, porque uns poucos, porque o diz mais adiante, haviam sido
fiéis, e a esses poucos não lhes punha outra carga; mas o Senhor que é o Sumo
Sacerdote que se move entre os candeeiros, descobre que também há problemas. “Mas tenho contra ti...” Notem que aqui
este ti é o anjo da igreja em Tiatira, por que quem a vai dirigindo? “E ao
anjo da igreja de Tiatira escreve:...”. Aqui o Senhor não fala diretamente
a Jezabel, aqui não está falando ao atacante, ou ao artilheiro, ou à defesa, ou
ao meio campo; aqui está falando ao técnico. “²⁰Mas
tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetiza, ensinar e
enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios de
idolatria”. O Senhor não está falando diretamente a Jezabel, o
Senhor não está tratando diretamente com Jezabel. Por quê? Porque o Senhor
colocou pessoas responsáveis na igreja, que em nome de Deus deviam representar
o sentimento de Deus.
Autoridade delegada por Deus
Essa é a função das autoridades delegadas, não representar o
seu próprio sentimento, não dar sua própria opinião, não misturar seus
interesses; devem ser transparentes e representar o sentimento de Deus. Isso é
o que quer dizer ser autoridade delegada. Não se delega autoridade a ninguém
para que possa ser aplaudido, para que falem bem, não, não. É
para que assuma responsabilidade; a responsabilidade de representar o
sentimento de Deus. Agora, Deus não estava tolerando essa situação na
igreja; mas aqui, a esta pessoa a quem se fala, estava tolerando-a. Às vezes
não toleramos o que Deus tolera e às vezes toleramos o que Deus não tolera. Se vamos
ter uma assembleia onde toleramos o que Deus não tolera, vai ser uma assembleia
nossa; podemos pôr-lhe nosso sobrenome e nossa personalidade, mas não vai ser a
igreja do Senhor; a igreja do Senhor é do Senhor e Ele é a cabeça e em Sua
igreja se faz o que Ele diz. O sentimento de Deus, o sentimento da Palavra de
Deus, do Espírito de Deus, deve ser representado pelas pessoas a quem Deus
delega autoridade. Aquelas pessoas a quem o Senhor tem posto na obra, a servir
na igreja, já seja como ancião ou com qualquer dom na obra em geral, são
pessoas que devem saber que não estão ali para representar-se a si mesmas, nem
para aproveitar-se de sua posição no meio dos irmãos, para exigir homenagem, ou
dinheiro, ou qualquer outra coisa; estão ali somente para representar a Deus, o
sentimento de Deus, para falar em nome de Deus, em Seu Espírito e com Suas
palavras, para levar as pessoas a Deus, para ter graça quando Deus tem graça e
aplicar o juízo de Deus quando Deus o aplica; neste caso devia ser o juízo de
Deus.
No caso de Moisés, quando bateu duas vezes na pedra, Moisés
se irritou e meteu os pés pelas mãos, e em vez de representar o caráter de
Deus, representou um deslize do seu temperamento; então Deus tinha que fazer
diferença entre Moisés e Deus. Moisés meteu os pés pelas mãos, esse foi Moisés;
por isso Moisés não vai entrar na terra. Eu tenho mais graça com vocês do que
Moisés. Mas às vezes é ao contrário; às vezes Deus diz não, como Deus disse a
Saul: Saul, vá aplicar a espada do juízo aos amalequitas, e ele perdoou o gordo
das ovelhas e perdoou ao rei Agague, ao rei dos amalequitas, e não aplicou a
espada. O que quer dizer isso? Que Saul não devia aproveitar da sua posição,
senão que devia representar Deus; por isso estava aí, não para ele, senão para
Deus; e aqui lhe diz: “...Tenho contra
ti...”. Não diz: tenho contra Jezabel; ouve Jezabel, tal coisa; não diz a
Jezabel, não; não lhe diz escreve esta carta a Jezabel, não, esta carta não vai
dirigida a Jezabel; vai dirigida ao anjo da igreja em Tiatira. “Mas tenho contra ti que toleras...”;
não estou de acordo com a sua tolerância; às
vezes as autoridades do Senhor devem representar a desaprovação de Deus. Deus
não aprova esta condição e se espera que aquelas pessoas a quem Deus delegou
responsabilidade digam o que deve ser dito; às
vezes um silêncio é uma falta de autoridade que não é correta, deve-se falar,
porque se não se fala, é como se estivera aprovado e depois o povo se acostuma
a isso e atua assim dessa maneira, mas Deus tem que dizer primeiro ao anjo da
igreja: Toleras a essa Jezabel, etc., mas bem, ele tolera, então que faz o
Senhor? O repreende, tenho contra ti isso, reconheço o bom, mas também
reconheço o mal. Agora “E dei-lhe tempo
para que se arrependesse...”; agora o Senhor atua direto, porque como suas
autoridades não o representaram coube a Ele atuar direto.
Irmãos, eu lhes digo por experiência, que é melhor aceitar a
repreensão de um irmão do que a repreensão direta de Deus; é melhor que te repreenda um
irmão e ouças a Deus através de teu irmão e não que Deus tenha que tratar
diretamente contigo; havia sido melhor para Jezabel que este anjo da
igreja tratasse com ela ao invés de Deus.
“²²Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande
tribulação, se não se arrependerem das suas obras. ²³E ferirei de morte a seus
filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins[2]
e os corações...”. “Todas as igrejas saberão”; porque se tudo é tolerado,
as pessoas vão pensar que Deus é qualquer coisa, que qualquer um pode viver uma
vida imunda, misturar o santo com o profano, a profecia com a fornicação, etc.
E Deus não pode ficar calado. Todas as igrejas saberão que isso não é assim;
então logo diz outras coisas, porque Deus também faz justiça.
A
autoridade leva à iniquidade
Vamos examinar 1 Samuel capítulo 15. Isto é para compreender
esse princípio de que as autoridades delegadas levam a iniquidade do santuário.
É o mesmo princípio que vocês recordam em Ezequiel 33, sobre os atalaias: Filho
do homem, tu é um atalaia, se vires vir a espada e avisas ao povo, mas o povo
não se dá por avisado e vindo a ele (quer dizer, porque Deus tinha
responsabilidades delegadas) a espada ferindo alguém, tu haverás livrado sua
vida, porque tu avisaste, tu disseste, e o povo não se apercebeu, vem a espada
e feriu ao povo, porque tu falaste, tu anunciaste: vem a espada. Mas se tu
vires vir a espada, e ficas calado, não assume a responsabilidade de dizer as
coisas que deves dizer, então quando vier a espada e firas por ti, porque é de
ti, é da sua mão, é de sua responsabilidade, é por tua culpa que o feriram,
porque não avisaste, porque não falaste; ferem ao povo por ti, o povo morrerá
por seu pecado, mas o sangue deste povo eu requererei da tua mão. Por isso não
pense que é muito cômodo estar em uma posição de autoridade delegada; isso não
é para orgulhar-se, é para temer a Deus, porque Deus vai demandar o sangue do
povo que foi ferido daquele atalaia que não latiu como devia latir; como
algumas vezes diz o Senhor que alguns pastores são como alguns cães que não
latem, deixam que os ladrões entrem e os amos seguem dormindo; então o Senhor
diz: cães que não latem. Por isso quando Paulo de Mileto mandou a Éfeso chamar
os anciãos da igreja, lhes disse: Estou limpo do sangue de todos, e deu a razão
porque estava limpo do sangue da igreja de Éfeso: porque nunca deixei de vos anunciar
todo conselho de Deus.[3] Se ele
reservasse para si o conselho de Deus, não o anunciasse, não poderia dizer que
estava limpo do sangue deles. Quando você vê que seu irmão peca contra ti deves
dizê-lo à parte, deve avisar-lhe para que ele tenha a oportunidade de se
corrigir e consertar suas coisas, porque se tu não falas o que tu vês, o que
Deus te mostra, não falas como corresponde em sua devida ordem, então essa
pessoa vai continuar pecando, mas você vai continuar sendo considerado
responsável; por isso os anciãos da igreja, os obreiros da obra, tem a
responsabilidade de falar, de dizer, de tratar os problemas, de tratar os
casos. Na igreja se tratam os casos, se tratam os problemas, porque é a igreja
do Senhor Jesus, onde estamos para que Ele seja honrado. Por isso Harada, é o
temor a Deus, é o princípio da sabedoria, o temor reverente é que nos ajuda e
nos inspira a ser responsáveis. Cada pessoa tem uma medida de responsabilidade;
você sabe que deverias haver dito, que deverias haver feito e se você não o
fizeste e algo aconteceu por sua causa, você vai dar conta ou eu vou dar conta.
Olhemos em 1 Samuel 15 o relativo à missão
das autoridades delegadas de representar o sentimento de Deus. Às vezes a
misericórdia de Deus, às vezes a desaprovação de Deus a quem está equivocado: “¹Então disse Samuel a Saul: Enviou-me o
SENHOR a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve, pois, agora a voz
das palavras do SENHOR”. Agora que és rei, agora que sendo um homem comum e
normal, tão débil quanto qualquer outro, porque não é melhor do que ninguém,
mas Deus te escolheu por rei. Ah, que bom! Agora sou o rei, então vão me
receber com o joelho dobrado, vou entrar por meio de tapetes, e vou comer em
vasilhas especiais, não, não, não. “²Assim
diz o SENHOR dos exércitos: Eu (Deus disse; é uma determinação soberana de
Deus) me recordei do que fez Amaleque a
Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito. ³vai, pois, agora e
fere a Amaleque;...”. Isso é que é uma autoridade delegada. Eu castigarei,
vai, pois. Quem foi o que livrou Israel do Egito? Foi Deus ou Moisés? Foi Deus.
Deus disse: Eu tenho descido para livrar o meu povo, vai, pois, tu, ou seja,
você me representas, você não vai falar tuas palavras nem ter as suas atitudes,
você deve moldar suas atitudes a mim, suas palavras a mim, sua responsabilidade
a mim, para que eu seja conhecido através do que você faça, através de ti. Isso
é o que quer dizer: ser uma responsabilidade. “Vai, pois, agora e fere Amaleque;...”.
Eu o castigarei, mas o castigarei através de ti.
Às vezes nós dizemos: Bem, que Deus trate com essa pessoa,
mas na hora, o obreiro tem que atuar, na igreja o ancião tem que atuar, os
anciãos, os obreiros, os irmãos tem que atuar, a igreja tem que atuar. “³Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e
destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o
homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde o bois até às
ovelhas, e desde os camelos até os jumentos”. Porque isso era o que havia
feito Amaleque com Israel; pegou aos débeis, aos coitadinhos, aos pequeninos
que iam cansados ali na parte de trás e satanás veio através de Amaleque e lhes
destruía. Agora diz Deus, Eu vou castigar isto e tu Saul, agora é rei de
Israel, deves estar atento a minha palavra e você é o instrumento do meu juízo;
quer dizer, que quando a palavra de Deus diz não, as autoridades não podem
dizer sim. Então diz aqui: “⁴O que Saul
(vamos ver como fez Saul) convocou ao
povo, e os contou em Telaim, (ah! muito bem) duzentos mil homens de pé, e dez mil homens de Judá”. Passar
revista é muito bonito, porque eu sou o que passo à frente, todos estão firmes
diante de mim e eu vou olhando a todos, eu sou o general, em contra partida
vocês são os soldadinhos. Passou revista, todo mundo está muito bem até aí. “⁵Chegando,
pois, Saul à Cidade de Amaleque, pôs emboscada no vale. ⁶E disse Saul aos queneus: Ide-vos,
retirai-vos e sai do meio dos amalequitas, para que não vos destrua juntamente
com eles, porque vós usastes de misericórdia com todos os filhos de Israel,
quando subiram do Egito. (Até aí tudo está bem) Assim os queneus se retiraram do meio dos
amalequitas. ⁷Então
feriu Saul aos amalequitas desde Havilá até chegar Sur, que está defronte ao
Egito. ⁸E
tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas;...”. E aqui está o
problema; nem sequer a um bebê deveria ter perdoado, mas perdoou ao mais gordo.
Nós quando tratamos com o ego, quando tratamos com o pecado, nós renunciamos as
coisas fáceis de renunciar, mas o gigante, o gordo, esse é o que havia que
renunciar primeiro, a esse é o que tem que aplicar a espada da cruz, o ego, aí
é onde está o problema; no que perdoamos. Quando somos tolerantes com nós
mesmos ou com o pecado, isso é o que nos destrói. “⁸E
tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas; porém a todo o povo
(claro aos pequenos) destruiu ao fio da
espada. ⁹E
Saul e o povo (não diz o povo e Saul; isso começou por
Saul) pouparam a Agague e ao
melhor das ovelhas e das vacas, e as animais gordos, e aos cordeiros e ao
melhor que havia, e não os quiseram destruir totalmente; porém a toda coisa vil
e desprezível destruíram totalmente”. Aí está, não os quiseram destruir; nos
reservamos essa coisinha que ofende a Deus, e isso é o que causará nossa
derrota posterior e podemos sair da posição de autoridade; isso aconteceu a
Saul. “¹⁰Então
veio a palavra do SENHOR a Samuel, dizendo: ¹¹Arrependo-me de haver posto a
Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras.
Então Samuel se contristou, e toda a noite clamou ao SENHOR”.
Agora está seguindo a si mesmo, não está representando Deus, está representando
a ele mesmo, agora parece mais misericordioso que Deus, misericordioso com seu
próprio pecado.
“¹²E
madrugou Samuel para encontrar a Saul pela manhã:...”. Agora coube a
Samuel. Não veem que Saul era seu pupilo? Samuel não podia dizer: bem, essa foi
uma falha de Saul, não, porque Saul tinha uma autoridade sobre ele e essa
autoridade era Samuel. Saul tinha a Samuel como autoridade; falhou Saul, não
pode falhar Samuel; falhou o tenente não pode falhar o capitão; falhou o
capitão não pode falhar o major ou o general. Então diz: “...e anunciou-se a Samuel, dizendo: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis
que levantou para si uma coluna. Então voltando, passou e desceu a Gilgal”.
Ah! Senhor tem piedade de nós! Queremos monumentos nesta terra, em vez de estar
no livro do Senhor. Tem piedade de nós. Ajuda-nos a aplicar a espada a nossos “automonumentos”.
“¹³Veio, pois, Samuel a Saul; e Saul lhe
disse: Bendito sejas tu do SENHOR; cumpri a palavra do SENHOR”. Isso é não
conhecer a Deus. Ele não se dava conta, ele pensava que havendo feito algo mais
ou menos, Já havia feito tudo, mas havia deixado o principal, não havia ido ao
coração do problema.
“¹⁴Então disse Samuel: Que balido, pois,
de ovelhas é este aos meus ouvidos, e o mugido de vacas que ouço?”
Tens cumprido? Então por que estão bramando as vacas dos amalequitas? “¹⁵E
disse Saul: De Amaleque as trouxeram; porque o povo poupou (agora
joga a culpa no povo) ao melhor
da ovelhas, e das vacas, para as oferecer ao SENHOR teu Deus: o resto, porém,
temos destruído totalmente. ¹⁶Então
disse Samuel a Saul: Espera, e te declararei o que o SENHOR me disse esta
noite. E ele disse-lhe: Fala. ¹⁷E
disse Samuel: Porventura, sendo tu pequeno aos teus olhos, não foste por
(porque é Deus o que faz; ele não podia fazer-se a si mesmo) cabeça das tribos de Israel? E o SENHOR te
ungiu rei sobre Israel. ¹⁸E
enviou-te o SENHOR a este caminho, (não te enviou para
colher aplausos) e disse: Vai, e destrói
totalmente a estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até que os
aniquiles. ¹⁹Por
que, pois, não deste ouvidos à voz do SENHOR, antes te lançaste ao despojo, e
fizeste o que parecia mal aos olhos do SENHOR? ²⁰Então
disse Saul a Samuel: Antes dei ouvido à voz do SENHOR, e caminhei no caminho
pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e tenho
destruído os amalequitas totalmente; (não destruiu a Agague,
o trouxe) ²¹Mas o povo tomou do despojo
ovelhas e vacas, o melhor do anátema, para oferecer ao SENHOR teu Deus em
Gilgal. ²²Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que
o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura
de carneiros. ²³Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é
como iniquidade e idolatria...”.
Porque o que alguém ama e não quer destruir é o que se
idolatra, isso que não renunciamos que Ele nos pede, esse Agague que não
destruímos, esse é nosso ídolo. “...Porquanto
tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não
sejais rei. ²⁴Então
disse Saul a Samuel: Pequei,...); mas às vezes esses
arrependimentos são, como diz o Senhor: vossa piedade é como a neblina que se
desvanece tão rápido, esses arrependimentos pequenos, rápidos. “...Pequei, porquanto tenho transgredido a
ordem do SENHOR e as tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos à sua
voz. ²⁵Agora,
pois, rogo-te perdoa o meu pecado; e volta comigo, para que adore ao SENHOR. ²⁶Porém Samuel disse a Saul: Não
voltarei contigo;...”. (Agora Samuel tinha que manter distância
de Saul para mostrar o caráter de Deus e o juízo de Deus contra o pecado de
Amaleque e o cuidado de Deus por seu povo. Se Samuel houvesse aprovado o perdão
de Saul, o que ficava mal representado era Deus.
Quantas pessoas que
assumimos a responsabilidade de proclamar o Evangelho, podemos ser culpados de apresentar
a um Deus distorcido e as pessoas não entendem bem a Deus por nossa culpa que
usamos o nome de Deus. Deus tenha piedade! Não vamos falar em nome de Deus,
somente para usar o nome de Deus para nossos interesses, porque isso se cobra
caro. “... Não voltarei contigo;
porquanto rejeitaste a palavra do SENHOR, (qualquer que rejeita a palavra
de Deus há que distanciar-se dessa pessoa) já
te rejeitou o SENHOR, para que não sejais rei sobre Israel. (deixará de ser
autoridade delegada porque não estás cumprindo a função para qual foi
designado) ²⁷E virando-se Samuel para se ir, ele lhe pegou pela orla da
capa, e a rasgou”. Quem estava sob o manto de Samuel? Havia
estado Saul, mas agora já não, ele já não podia cobrir-se com o manto de
Samuel; Samuel já não aprovava o que ele mesmo havia ungido; agora já não.
“²⁸Então Samuel lhe disse: O SENHOR tem
rasgado de ti hoje o reino de Israel, e tem dado ao teu próximo, melhor do que
tu.
(ainda que ele era uma autoridade delegada, melhor foi Davi) ²⁹E
também aquele que é a força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não
é um homem para que se arrependa. ³⁰Disse
ele então: Pequei; honra-me, porém, (aí está outra vez esse
arrependimento rápido: sim, sim, eu pequei, mas conserto-me rápido diante do
povo; quer dizer, sim, sim, eu cometi uma falta, mas não me faça ficar mal com
as pessoas) agora diante dos anciãos do
meu povo, e diante de Israel; e volta comigo, para que adore ao SENHOR teu
Deus. ³¹Então, voltando Samuel, (Samuel foi misericordioso) seguiu a Saul; e Saul adorou ao SENHOR.
³²Então disse Samuel: Trazei-me aqui a Agague,...”. Samuel não pode ir-se
sem fazer o que deveria ter feito Saul. Samuel delegou a Saul por parte de
Deus, mas como não o fez Saul, tinha que fazer Samuel, o mesmo é quando se
delega autoridade e se exerce mal, o que delegou tem que corrigir a distorção.
Se alguém delega autoridade a outro na igreja, no povo de Deus, e aquele a quem
se delegou não fez as coisas como se deveria fazê-las, deve ser corrigido por
aquele que delegou da parte de Deus.
Diz: “³²Então disse
Samuel: Trazei-me aqui a Agague, rei dos amalequitas. E Agague veio a ele
animosamente; e disse Agague: Na verdade já passou a amargura da morte”.
Como quem diz: escapei-me de Deus, lhes matei vários bebês, uns meninos, a seu
povo, ali na retaguarda, lhes fiz em pedaços e agora eles mesmos me perdoaram. “³³Disse, porém, Samuel: Assim como a tua
espada desfilhou as mulheres, assim ficará desfilhada sua mãe entre as
mulheres. Então Samuel despedaçou a Agague perante o SENHOR em Gilgal”.
Aplicou o juízo de Deus, ou senão também ficava fora. “³⁴Então
Samuel se foi a Ramá; e Saul subiu à sua casa, a Gibeá de Saul. ³⁵E nunca mais viu Samuel a Saul até o
dia de sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o SENHOR se arrependeu de
haver posto a Saul rei sobre Israel. ¹Então disse o SENHOR a Samuel: Até quando
terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel?”
Irmãos, isto que diz aqui está resumido em um versículo de
Jeremias. Jeremias 48:10. Se você não quer senão a benção de Deus, olha o que
diz a palavra, que traz a maldição de Deus. “Maldito
aquele que fizer a obra do SENHOR fraudulosamente;...” A obra de Deus é
feita por quem Ele delega. “Maldito
aquele que fizer a obra do SENHOR fraudulosamente, e maldito aquele que retém a
sua espada do sangue.”; quer dizer, tem que aplicar o juízo ao pecado,
chamar as coisas por seus nomes porque se não acarretarás a maldição de Deus,
não podes contar com sua benção, porque senão, estás aprovando a natureza e o
sentimento de satanás e não o santo de Deus. Paulo dizia aos Gálatas: “Porque, persuado eu agora a homens ou a
Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não
seria servo de Cristo.” (Gl 1:10). Há muita política e muita diplomacia,
inclusive no eclesiástico, mas isso não é o reino de Deus. No reino de Deus tem
que representar o sentimento de Deus, da palavra de Deus e não tolerar o que o
Senhor não tolera, porque Ele diz: Vós, autoridades delegadas levareis, vós
levareis a iniquidade do santuário.
Temor
reverente
Voltemos, irmãos, a
Números 18:1: “Então disse o SENHOR a
Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis sobre vós a
iniquidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a
iniquidade do vosso sacerdócio”. Isso é o que quer dizer autoridade. Deus põe
autoridade para enfrentar problemas; quanto mais autoridade receba da parte do
Senhor, maiores problemas tens que enfrentar e tratar e se fazer responsável de
coisas mais difíceis; para isso é a autoridade, para assumir responsabilidades
maiores e carregar cargas mais pesadas, não é para ser aplaudido, honrado, não,
não; é para sentir com Deus, o que o mundo não vê; quem tem autoridade vê e tem
que dizê-lo e tem que pagar um preço e pode morrer por representar a Deus e
deve estar disposto a morrer. Depois será galardoado; mas se somos covardes,
melhor que não nos façamos voluntários; mas se Deus te chama tão pouco fujas,
estás aí para representar ao Espírito de Deus que falas em teu coração e que te
mostra as coisas. Deves falar no momento oportuno. Que dizia Paulo a
Timóteo? “¹⁹Não aceites acusação contra o
presbítero, senão com duas ou três testemunhas. ²⁰Aos que pecarem, (quer dizer, depois de uma admoestação
e outra) repreende-os na presença de
todos, para que também os outros tenham temor”. (1 Timóteo 5:19-20). Harada:
temor reverente; que os demais também temam, que haja temor de Deus
na igreja. Na igreja não podemos conviver com o pecado misturando-se com o nome de
Deus; então, se quer pecar vá para o mundo e envolva-se no pecado ali, mas quer
caminhar com Deus, Ele é santo e o princípio da sabedoria é o temor reverente a
Deus. Agora vamos ver aqui a outra cara do aspecto da responsabilidade;
quando há autoridade delegada, há responsabilidade; a pessoa que tem
responsabilidade, que tem cuidado das almas deve falar. Como diz em Pedro e
como diz em Hebreus 13:17: “Obedecei a
vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles
que hão de dar conta delas;...”. Visto que hão de dar conta, então devem
falar, devem dizer. Esta é a outra cara do exercício da responsabilidade. “²E também farás chegar contigo a teus
irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti, e te
sirvam; mas tu e teus filhos contigo estareis perante a tenda do testemunho”.
Que disse o Senhor aos apóstolos? Ide e fazei discípulos. Você deves ir e fazer
discípulos para Mim, para Cristo, para o Senhor Jesus.
“³E eles cumprirão as
tuas ordens...”. Para isso estabeleceu Deus autoridade
delegada, para pôr em ordem as coisas ou se não cada um faz o que bem lhe
parece e não temos o reino de Deus, senão, o reino de cada um, então as pessoas
que Deus estabelece como autoridade não é para que façam, nem que conduzam os
outros a fazerem o que eles querem, senão para que eles primeiro entendam o que
Deus quer e primeiro o façam e sirvam de exemplo e logo façam discípulos e
convidem aos outros a fazer o que Deus quer. Por isso diz: “³E eles cumprirão as tuas ordens e terão o
encargo de toda a tenda; mas não se chegarão aos utensílios do santuário, nem
ao altar, para que não morram, tanto eles como vós”. Porque vocês fizeram
eles morrerem. Por quê? Porque eles estavam passando em uma linha delicada,
estavam introduzindo-se em algo que todavia não deviam introduzir-se, tinham em
suas mãos um assunto que poderia ocasionar muitos danos e eles eram
inexperientes no assunto e estavam manejando de forma ingênua e poderiam haver
problemas, e por isso é você Arão e teus filhos que devem ordenar até onde eles
devem chegar. Os que estão sob autoridade devem chegar até onde a autoridade
que Deus pôs sobre eles lhes permite chegar, isso eu sei que é muito incômodo,
por isso o tem posto Deus; em todo o universo há autoridade, há governo e há
supervisão estabelecida por Deus, e todos devemos saber que não somos a máxima
autoridade nem o máximo supervisor.
Os
supervisores na igreja
Todos temos uma medida de autoridade sobre algo e estamos
todos sob uma autoridade; devemos reconhecer que no reino de Deus existe
governo e existe supervisão. Isso é o que quer dizer bispos; bispos quer dizer
supervisores (grego, epíscopos, ὲπισкóποϚ), ou seja, que todos devemos aceitar
que Deus nos supervisione e nos encaminhe através de outros no corpo de Cristo.
Deus pode fazê-lo e devemos ter temor reverente para discernir a mão de Deus
por detrás dos anciãos, como diz: jovens igualmente sede submissos aos anciãos,
a mão de Deus, Deus trabalha através dos anciãos na igreja, assim que aceitemos
que Deus quer que sejamos supervisionados e haja sobre nós governo delegado por
Deus; não estamos aqui proporcionando ditaduras humanas, acerca disso dizemos:
guarda-os dos homens e dos nicolaítas e aborrece as obras dos nicolaítas que é
a conquista dos povos por meio do ego, de assenhorear-se e os amedrontar só
para tirar proveito próprio, mas vocês podem distinguir se a pessoa está
levando para si mesmo, ou está levando para Deus e para a verdade.
Seguimos em Números 18:4: “⁴Mas se ajuntarão a ti, e farão o
serviço da tenda da congregação em todo o ministério da tenda; e o estranho não
se chegará a vós. ⁵Vós,
pois, fareis o serviço do santuário (quer dizer, da casa de
Deus) e o serviço do altar; (é a
cruz, da consagração a Deus, a de Cristo por nós e de nós em Cristo a
Deus) para que não haja outra vez
(como em Queelata) furor sobre os
filhos de Israel. ⁶E
eu, eis que (olhem o que diz Deus) tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel;
são dados a vós em dádiva pelo SENHOR, para que sirvam ao ministério da tenda
da congregação”. Como eu lhes deleguei autoridade, eu os tomei para mim, e
eu os coloquei sob vossa autoridade, assim que não vão fazer qualquer coisa com
eles; vocês devem responder por eles, eles não vão fazer a obra sem vocês; eu
quero que a façam com vocês, sob o exemplo de vocês, sob o cuidado de vocês,
sob a responsabilidade de vocês. Por isso diz aqui: “... são dados a vós em dádiva pelo SENHOR, para que sirvam ao
ministério da tenda da congregação. ⁷Mas
tu e teus filhos contigo cumprireis o vosso sacerdócio no tocante a tudo o que
é do altar, e a tudo que está dentro do véu, (as coisas mais
profundas estão com vocês) nisso
servireis; eu vos tenho dado o vosso sacerdócio em dádiva ministerial e o estranho
que se chegar morrerá”.
Ordem
na autoridade delegada
Vamos ilustrar um pouco isso com outras passagens do Antigo e
logo do Novo Testamento. Vamos a Números capítulo 4; vamos ler alguns versos
chaves: “⁵Quando partir o arraial,...”; quer dizer,
quando tenha que passar de uma situação para outra mais avançada, quando tenha
que mudar a jornada, como devem ser feitas as coisas para passar de uma posição
a outra mais avançada? Vamos sair em bando? Vamos fazer um plebiscito e juntar
todas as opiniões humanas? Essa pode ser uma democracia terrena, mas não é o
reino de Deus. “Quando partir o arraial,
(diz Deus) Arão e seus filhos virão e
tirarão o véu da tenda, e com ele cobrirão a arca do testemunho”. Arão
representa aqui o Sumo Sacerdócio, a cristo, e os filhos representam o
apostolado que são os primeiros delegados em autoridade no corpo de Cristo; primeiramente
apóstolos. Olhem também esse cobrir da arca. Depois de uma série de
detalhes, chegamos ao verso 15: “Havendo,
pois, Arão e seus filhos, ao partir do arraial, acabado de cobrir o santuário,
e todos os instrumentos do santuário, então os filhos de Coate virão para
levá-lo; mas no santuário não tocarão para que não morram;...”. Às vezes
irmãos novos se põe a tocar coisas que todavia não estão preparados para
tocá-las, se adiantam a manejar materiais que todavia não estão preparados para
manejá-los e vem problemas na igreja, vem problemas no meio do povo do Senhor;
então aqui o Senhor estabelece primeiro: Arão e seus filhos vão tratar este
assunto; depois que eles tenham acabado de tratar isso, então depois vem os
filhos de Coate, mas não devem adiantar-se os filhos de Coate aos Aronitas.
Vejamos ao correspondente disto no Novo testamento e voltemos
a Números 4. Vamos, por exemplo, a Gálatas 2:1. Diz assim: “Depois, passados catorze anos,...”. Paulo levava catorze anos como
servo de Deus enviado não por homem, nem de homem, senão pelo Senhor Jesus
Cristo; ele era um servo de Deus, ele era um apóstolo de Deus; ninguém lhe nega
seu apostolado, ninguém nega a autoridade a Paulo; e ainda assim depois do
capítulo 1 de Gálatas, onde ele fala dessa primeira credencial da revelação
direta do Senhor Jesus Cristo, o Senhor Jesus Cristo não o deixou solitário,
ainda que se revelou, não o deixou só; ele disse o seguinte: “¹Depois, passados catorze anos, subi outra
vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. ²E subi por uma
revelação,...”. Quem lhe deu esta revelação? O Senhor Jesus Cristo lhe
havia revelado o Evangelho, o havia feito apóstolo, o havia usado, já levava
catorze anos de ministério. Mas chega o momento em que o Senhor Jesus diz a
Paulo: Paulo, não vais ficar sozinho, você só não é o corpo de Cristo, nem é
todo meu reino, nem tem toda autoridade. Vais até Jerusalém; e olhem o que diz:
“... e lhes expus o evangelho, que prego
entre os gentios, e particularmente aos que estavam em estima; para que de
maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão”. Notem, cobrirão
isto. Há coisas que não se pode tratar diante dos irmãos novos; talvez podem se
escandalizar de um problema, talvez eles pensem que os cristãos são tão santos
que nunca há nenhum pecado entre eles, e talvez sabe que um irmão logo pecou os
vai escandalizar; ou alguma doutrina que vai ser muito pesada para eles
carregarem; não vais pôr uma caixa de ferro em um fósforo porque o quebra;
então não se pode falar indiscriminadamente, nem tratar qualquer coisa diante
de todos. Há coisas que se deve tratar só com alguns.
Por isso Arão e seus filhos trataram algumas coisas em
particular, contudo sem envolver aos demais. Eles terão seu momento, mas não
agora; primeiro é isto e logo isto, logo isto. Primeiro vem Arão, logo os
filhos de Coate, logo os filhos de Gérson, logo os filhos de Merari; cada um
para sua parte, na ordem de marcha de Deus, estabelecido por Deus. Primeiro
apóstolos, logo profetas, o terceiro mestres, depois os que curam, depois o
socorro, etc., essa é a ordem de Deus. Às vezes os que socorrem, socorrem além
da conta e botam os pés pelas mãos e entram no que não deveriam haver entrado
sem haver consultado; então, se criam problemas sem necessidade. Diz aqui: “... e lhes expus o evangelho, que prego
entre os gentios, e particularmente aos que estavam em estima; para que de
maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão”. Isso foi em
particular. Aí estão Arão e seus filhos cobrindo o véu onde está o
propiciatório; a arca representa a Cristo, o propiciatório representa a obra de
Cristo, a essência do Evangelho; isso tratam eles primeiro, antes de tratá-lo
fora.
Hoje em dia até se fazem entrevista pela rádio e se põe os
pastores para discutir entre si; às vezes se traz um curandeiro e um pastor
para discutir pela televisão, coisas que estão matando o povo; isso não se deve
discutir em público. Se tem que discutir um pastor com um curandeiro, o façam
em particular, não na televisão. “³Mas
nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a
circuncidar-se; ⁴E
isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram a
espiar nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; ⁵Aos quais nem ainda por uma hora
cedemos em sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. ⁶E, quanto àqueles que pareciam ser
alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a
aparência do homem), {sim, eles haviam sido pescadores, mas
agora eram os três íntimos do Senhor Jesus} esses,
digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; ⁷Antes, pelo contrário, quando viram
que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, (viram,
por quê? Porque ouviram, porque examinaram em particular) como a Pedro o da circuncisão ⁸(Porque
aquele que operou eficazmente em Pedro para apostolado da circuncisão, esse
operou também em mim com eficácia para com os gentios), E conhecendo Tiago e
Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido
dada, deram-nos a destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós
fossemos aos gentios, e eles a circuncisão”. Às vezes
queremos sair sem a destra de companheirismo dos que são apóstolos antes de
nós.
Os
parafusos soltos causam problemas
Vamos a Atos capítulo
15:1. Vamos ver qual era o problema.
“¹Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos:
(estavam ensinando o que lhes ocorria) Se
não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos”. Aí
está, pessoas ensinando legalismo porque saíram por si mesmos, sem a comunhão
apostólica. “²Tendo tido Paulo e Barnabé
não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé,
e alguns dentre eles, (como Tito etc.) subissem a Jerusalém, (notem, não
todos, Paulo e Barnabé, aos que Deus havia enviado) aos apóstolos e aos anciãos, (a quem? Subiram aonde? Aos apóstolos
e anciãos) sobre aquela questão”. Esta questão não se trata por rádio, não se
trata por televisão, não se trata em um fórum aberto; esta questão se trata em
particular, para quê? Para que não morram os que podiam pôr-se a tocar o santo
com mãos imundas, para que não morram; não para engrandecer os apóstolos. Para
que não morra o povo, para que não haja problema, para que não se enredem.
Então diz aqui: “³E eles, sendo
acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria, contando a
conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos. ⁴E, quando chegaram a Jerusalém, foram
recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão
grandes coisas Deus tinha feito com Eles. ⁵Alguns,
porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era
mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés”.
Vemos, pois, que havia fariseus na igreja que tinham uma
opinião distinta a dos apóstolos e tomavam a liberdade de ensinar seu
farisaísmo, e que problema se causa no povo de Deus quando os fariseus que não
estão de acordo com os apóstolos saem a fazer das suas. “⁶congregaram-se,
pois, os apóstolos e os anciãos (se dão conta?) para considerar este assunto. ⁷E, havendo grande contenda,
levantou-se Pedro e disse-lhes:...” Ressaltou o que disse
Pedro. “¹²Então toda a multidão se calou
e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios
Deus havia feito por meio deles entre os gentios ¹³E, havendo-se eles calado,
tomou Tiago a Palavra, dizendo:”. Este era o irmão do Senhor Jesus, a quem
Deus havia delegado autoridade e foi a voz cantante em Jerusalém, o que disse a
palavra final. Todos falaram, todos opinaram, até os fariseus diziam suas
opiniões, mas os que conheciam do assunto eram os apóstolos e os anciãos, e um
desses anciãos, era Tiago, irmão do Senhor Jesus. “... tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me:”. E aí
tirou suas conclusões. “¹⁹Por isso julgo que não se deve
perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. ²⁰Mas escrever-lhes que...”.
Esta é uma conclusão do sínodo dos apóstolos e dos anciãos: o sínodo, essa
palavra “concílio” no grego é sínodo; isso não se chama o concílio, mas o
sínodo de Jerusalém, Então, quando ele concluiu. “²²Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, (agora
sim com toda a igreja) eleger homens
dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé: a Antioquia, a saber: Judas,
chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos”.
A algumas pessoas lhes incomoda que haja varões principais,
mas na Bíblia se fala de varões principais, não para que eles colham aplausos e
se façam os gordos, os grandes, os lindos, não, não, não, para que encarem os
problemas, para isso são gordos os principais. “²³E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os
anciãos e os irmãos, (no original grego diz: os apóstolos e os irmãos
anciãos, que é diferente) dentre os
gentios que estão em Antioquia, e Síria e Cecília, saúde. ²⁴Porquanto
ouvimos que alguns que saíram dentre nós..., ...não lhes tendo nós dado
mandamento,”. Esses são os parafusos soltos que causam
problema na igreja; por não estar na comunhão dos apóstolos. Que diz São João?
Isto escrevemos para que tenhais comunhão conosco e nossa comunhão é com o Pai
e com seu Filho Jesus Cristo.[4] Essa é a
comunhão apostólica.
Irmãos, esse temor reverente deve ser vivido na igreja para
evitar problemas. Diz: “Porquanto ouvimos
que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram (que produziram esses
parafusos soltos? Inquietudes) com
palavras, e transtornaram as vossas almas, (causando perturbações) dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar
a lei, não lhes tendo nós dado mandamento, ²⁵Pareceu-nos
bem, (esse é o sínodo, essa é a comunhão apostólica) reunidos concordantemente, (esse é um
acordo que o Espírito Santo levou a comunhão dos apóstolos, não fazendo coisas
soltas) eleger alguns homens e enviá-los
com os nossos amados Barnabé e Paulo, ²⁶Homens
que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. ²⁷Enviamos, portanto, Judas e Silas, os
quais por palavra vos anunciaram também as mesmas coisas”.
Não é isto que diz também em Efésios 4? “¹¹E
ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores, ¹²Querendo o aperfeiçoamento
dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
¹³Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus,
a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, ¹⁴Para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos
homens que com astúcia enganam fraudulosamente. ¹⁵Antes, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, ¹⁶Do qual todo o corpo, bem ajustado, (não
parafusos soltos) e ligado pelo auxílio
de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do
corpo, para sua edificação em amor”. Isto é o que se deve aprender ao redor
do monte de Seir.
Vamos de novo a Números 4:15: “Havendo, pois, Arão e seus filhos, ao partir do arraial, acabado de
cobrir o santuário, e todos os instrumentos do santuário,...”. Isso se
refere a tudo que tem a ver com o Evangelho, com a igreja, isso deve ser tratado
pela liderança em particular; quando isso tenha sido tratado por essas pessoas,
“... então os filhos de Coate virão para
levá-lo;...” quer dizer, os cooperadores, os colaboradores, aqueles levitas
que cooperam com os sacerdotes. Na Bíblia há os apóstolos e há colaboradores.
Como nos incomoda essa palavra: colaboradores, quando somos nós os que devemos
colaborar. A Bíblia fala de ajudantes; diz que Timóteo e Erasto ajudavam a
Paulo. Irmão, te deixei em Creta; procura vir antes do inverno; enviei fulano e
ciclano. Como dizia o irmão Watchman Nee, temos que aprender a ser enviados, a
ser deixados, a ser chamados, para estar em coordenação. Por isso diz: ¹⁶Porém
o cargo de Eleazar,...”. Não é a cargo de todos, é a cargo
de Eleazar que está o azeite da luminária, o incenso, a oferta contínua, etc. É
Deus falando a Moisés e a Arão: “¹⁸Não deixareis extirpar a tribo das
famílias dos Coatitas do meio dos levitas. ¹⁹Mas
isto lhe fareis, para que vivam e não morram, quando se aproximarem das coisas
santíssimas: (para que não façam as coisas mal, para
que as façam bem, aperfeiçoando os santos) Arão
e seus filhos virão, e a cada um colocarão no seu ministério e no seu cargo, ²⁰Porém não entrarão a ver, quando
cobrirem o santuário, para que não morram. ²⁷Todo
o ministério dos filhos dos Gersonitas, em todo o seu cargo, e em todo o seu
trabalho, será segundo o mandado de Arão e de Seus filhos; e lhes designareis
as responsabilidades do seu cargo”. Isso é o que quer dizer
atuar com responsabilidade; não é para mandar, não é para controlar, não é para
manobrar; é para guardar, para que não morram, para que não levem castigo, para
que não façam as coisas mal, para que sejam aperfeiçoados.
“³³Este é o ministério
das famílias dos filhos de Merari, segundo todo o seu ministério, na tenda da
congregação, debaixo da mão de Itamar, filho de Arão o sacerdote”. Na
Bíblia se fala de direção: “... e quem
governa como quem serve”; quer dizer, o que dirige não deve assenhorear-se
dos demais, mas sim deve dirigir o que dirige, seja como o mais jovem, se faça
humilde, se faça pequeno, não se engrandeça, contudo não fuja da sua
responsabilidade; deve chamar, deve convocar, deve guiar, deve reter, deve
convidar; porque isso é a responsabilidade das autoridades delegadas. Se vocês
lerem o livro de Atos dos Apóstolos verão como foi introduzido Barnabé na obra,
primeiro era José, chamado Barnabé, filho da consolação, chamados pelos
apóstolos, era um levita, mas depois foi enviado como delegado dos apóstolos a
Antioquia e ficou em Antioquia como profeta e mestre, e depois o Espírito Santo
lhe conduziu a trazer Saulo; e no princípio era Barnabé e Saulo, até que houve
um momento de luta, até que Saulo cheio do Espírito Santo enfrentou a Elimas e
logo Saulo levantando-se e logo Saulo levando a Palavra começou a ser Paulo e
Barnabé, Paulo e Barnabé.
Deus havia dito a Ananias: “... Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu
nome diante dos gentios, e dos reis...” (Atos 9:15). Como foi introduzido
na obra? Foi introduzido por Barnabé e logo ele introduziu a Silas e logo
introduziu a Timóteo, e introduziu a Tito, e introduziu a Lucas, e depois foi
delegando e enviou a este ali, e tu, Tito, ficas em Creta ou vás a Damasco; tu,
Timóteo regressas a Macedônia a ver como estão os irmãos; e assim se trabalha
em equipe na obra com reverência diante de Deus; do contrário, vamos criar um
montão de problemas, de rivalidades, de pelejas; é delicado. Assim que se Deus
te dá responsabilidade, você tem que fazer isto, mas não tem que fazer para
engrandecer-se, para controlar, para exigir, para pretender, senão porque Deus
te deixa ver onde está o perigo, onde está a deficiência para cobri-la. Deves,
pois, fazer para representar o sentimento de Deus e não para representar-te a
ti mesmo; por isso é tão delicada esta estação, é uma lição séria. Em
Queelata o povo temeu, no monte de Séfer o povo temeu, mas eu creio que o que
teme agora é Arão. O que tinha que temer era Paulo, por isso Paulo disse que
ele servia com temor e tremor; esse é o temor reverente, esse é o princípio da
sabedoria, isso quer dizer Harada: Temor reverente. Que o Senhor nos
ajude.
[1]
Ensino
à igreja localidade de Teusaquillo, Bogotá, D. C., Colômbia, 20 de outubro de
2000.
[4]
Referência
a 1 João 1:3
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