terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

31ª Jornada - ABRONA


Jornada 31

A B R O N A [1]

“E partiram de Jotbatá, e acamparam-se em Abrona”.
                                                                                                                       Números 33:34
Judite, uma novela apócrifa
       Vamos estudar, irmãos, a palavra nesta noite, a lição que corresponde ao livro das jornadas. Estamos seguindo o capítulo 33 de Números, desta vez o versículo 34. Este capítulo corresponde à série das jornadas do povo de Deus rumo à terra de sua possessão; terra que mana leite e mel, figura de Cristo: “E partiram de Jotbatá, acamparam-se em Abrona”. Abrona é um nome da palavra hebraica que aparece uma só vez em toda Bíblia, sem nenhum outro tipo de contexto para indicar-nos uma nova etapa, uma nova situação, uma situação de avanço em relação à verdade de Deus. A anterior, Jotbatá, como líamos em Deuteronômio 10, era uma estação de correntes de água e uma estação de fluir de vida; e esta é uma jornada, inclusive mais avançada que a jornada anterior; Abrona é um jornada de avanço em relação à Jotbatá.
 A palavra Abrona não aparece senão só esta vez; os livros apócrifos ou chamados deuterocanônicos, na novela de Judite, aparece uma vez a palavra Abrona como um rio do Norte de Israel, chamado rio Abrona, no qual supostamente nessa novela, cruzavam certos exércitos para a terra de Israel; é a única vez que aparece a palavra Abrona, aparte de Números. Judite é uma novela, um livro apócrifo; é um livro anacrônico, onde por exemplo, personagens de séculos distintos, aparecem juntos. Por exemplo, aparece Nabucodonosor ,contudo, vivo e aparece um suposto general Holofernes que era da época persa posterior a Ciro o persa, e aparece o cativeiro de doze anos e o povo de Israel regressando, não depois de setenta anos, senão depois de doze anos, e todavia vivo Nabucodonosor.
       Vocês se dão conta que é uma confusão cronológica; é mais uma novela que um livro sagrado; por isso não está no Canon hebraico; na epístola aos Romanos o apóstolo Paulo diz que aos hebreus, os judeus, o povo de Israel, Deus confiou os oráculos do Antigo Pacto, e se eles não tem o livro de Judite, esta novela, em seus livros, então por isso não aparece tampouco nas versões protestantes, ainda que aparece nas versões católicas por obrigação a partir do Concilio de Trento, que é posterior a reforma protestante; se reúnem nesse Concilio para opor-se a reforma. Esse é o único lugar onde aparece outra Abrona, no livro de Judite; mas repito, é uma novela apócrifa e anacrônica, não é um livro inspirado pelo Espírito Santo; porque o Espírito Santo não comete nenhum tipo de erro.
O cruzamento do rio
       Sem restrição, a palavra Abrona é muito significativa, e também o lugar de Abrona é muito significativo. A palavra Abrona vem de umas raízes hebraicas que dão o sentido de passagem, o cruzamento; é um lugar estratégico. A mesma raiz da palavra Abrona é a mesma da palavra hebreus. A epístola aos hebreus é uma epístola onde se faz o cruzamento ou a passagem definitiva do Antigo Pacto para o Novo Pacto. A Abraão chamavam-lhe Abraão o hebreu, não somente por ser descendente de Heber, senão por haver cruzado o rio Eufrates. A palavra Eufrates tem a mesma raiz da palavra Abrona e da palavra hebreus, e dá o sentido de cruzar o rio, de fazer um cruzamento definitivo; ou seja, que a palavra Abrona significa um cruzamento ou uma passagem chave, definitivo, onde se faz uma diferença.
       Abrona é um ponto estratégico. Eu gosto muito de que o Espírito Santo tenha chamado este lugar de Abrona, sendo que tem também outro nome, e o outro nome aparece na Escritura; mas quando o Espírito Santo inspirou que Moisés registrasse a série das jornadas, registrou essa jornada como Abrona, que é imediatamente anterior a Jornada que se segue, que é Ezion-Geber. Vocês veem que no versículo 35, diz: “E partiram de Abrona, e acamparam-se em Ezion-Geber”. Abrona e Ezion-Geber são dois lugares próximos que estão no Golfo de Acaba. Se vocês olham no mapa da península do Sinai é como um triângulo invertido com o vértice para baixo; do sul a noroeste desemboca o canal de Suez e do sul a nordeste desemboca o Golfo de Acaba e termina em Ezion-Geber. Vocês podem ver aqui no mapa onde diz Ezion-Geber; ao lado de Ezion-Geber mais para o oriente é onde se encontra o que se chama aqui Abrona, que também tem outro nome.
       Isso de que uma cidade, ou um lugar, ou uma pessoa tenha vários nomes não é raro na Bíblia, nem no oriente; as pessoas tomam para si nomes segundo a etapa que vivem. Por exemplo, Jacó chegou a chamar-se Israel; Simão chegou a chamar-se Pedro; Sarai. Sara; Abrão, Abraão; o mesmo Saulo, Paulo; então vocês recordam que há cidades que também tem dois nomes. Luz se chamou Betel, Quiriate-Arba se chamou Hebrom, Baala se chamou Quiriate-Jearim, e assim há outras cidades que tem outro nome. O mesmo acontece com Abrona; Abrona é a mesma cidade chamada Elate; também na história tem sido chamada Aila ou Elana; era a que dava nome ao Golfo de Acaba, que também na história se chamou Golfo Elanítico, que provém de Elana, que é o mesmo que Elate, o mesmo Eliate, o mesmo que Elote; também na época do escritor Flávio Josefo, contemporâneo do Senhor Jesus, a essa cidade se chamou Berenice, e foi um lugar estratégico. Se vocês o veem ali no mapa junto com Ezion-Geber, o lugar de Elate, que é Abrona, é um cruzamento estratégico.
       Neste lugar é onde se juntavam distintas estradas ou caminhos principais; todas essas vias se encontravam nesse ponto; por isso se chamava assim, a passagem ou o cruzamento, Abrona; inclusive a palavra em espanhol abrir, apertura, obertura, abertura, é um lugar chave, é um ponto estratégico especial. A estrada que ia desde o Golfo de Acaba até o canal de Suez partia dali de Abrona ou Elate; havia outra que ia para Gaza, lá na Filistéia; outra subia até Jerusalém; outra subia para Edom, e olhando o mapa, ao lado de Ezion-Geber está Abrona; então havia um caminho direto que vinha para o canal de Suez que se abriu aqui, outra ia para gaza que é onde está a faixa de Gaza que até hoje segue sendo dos filisteus, que são os mesmos palestinos; logo havia a que ia para Jerusalém; outra estrada que ia pelo que se chamava Acaba para o Mar Morto; também estavam as que partiam para Arábia, as que vem pelo deserto para o Sinai; quer dizer, este ponto aqui é um ponto chave, tanto para ir para Arábia, para ir para o Egito, para ir para Canaã; é um lugar completamente estratégico, é um lugar que os reis pelejavam por ele; e uma coisa curiosa é, quando o povo de Deus era fiel, Deus lhes concedia ter possessão desse porto; quando o povo de Deus era infiel perdiam o controle sobre esse lugar; e isso é muito significativo, não é mesmo?
       Vamos ler os versículos seguintes onde se fala deste mesmo lugar com outro dos seus nomes, que é Elate. Vamos a Deuteronômio capítulo 2, vou ler inicialmente desde o verso 1 para fazer primeiro a confirmação histórico-geográfica, que é sobre a qual se edifica o sentido espiritual. No versículo 1 do capítulo 2 de Deuteronômio se nos resume todas aquelas jornadas que os israelitas fizeram ao redor do monte de Seir. Pelo vale da Arabá há uma cadeia montanhosa por um lado e uma cadeia montanhosa por outro lado; nessa cadeia montanhosa é onde está o monte de Seir, e essa foi a que eles rodearam e deram voltas e regressaram outra vez para baixo. Eles deram volta até este ponto de Abrona ou Elate; a partir daqui eles já tem a porta aberta para começar a subir diretamente para a terra prometida. Antes deste ponto, eles deram voltas e voltas e voltas porque tinham que aprender todas as lições passadas, mas quando recém passaram por Jotbatá e chegaram a ser realmente pessoas do Espírito, é quando o Senhor verdadeiramente lhes abre a porta, é quando a geração nova que está passando a assumir a direção está realmente no espírito; é quando Deus confia a tomada de possessão da terra.
Do mar de Edom para o norte
       Vocês podem se dar conta disso aqui no capítulo 2 de Deuteronômio. Vamos ler desde o versículo 1 até o 8. Recordem-se o que diz o versículo 46 do capítulo 1: “Assim permanecestes muitos dias em Cades,...”; isso foi quando eles haviam chegado até Ritmá, onde ficaram feito retama do deserto, e a partir daí, por não haver querido entrar, por não haver crido, então tiveram que dar voltas e voltas e voltas, e por 38 anos e quase 40 anos, estiveram dando voltas no deserto, especialmente ao redor do monte de Seir, onde temos visto uma quantidade de jornadas. Diz em Deuteronômio 2:1: “¹Depois viramo-nos, e caminhamos ao deserto, caminho do Mar Vermelho,...”. Não era o Mar Vermelho para o Golfo de Suez, senão o Mar Vermelho para o Golfo de Acaba; chama-se Golfo Elanítico, com base em Abrona, Elate, ou Eliate, ou a Aila ou a Guaila; é com estes nomes que tem sobrevivido. Este mesmo Mar Vermelho se chama Mar de Edom, e como Edom quer dizer vermelho, por isso é que se chamou Mar Vermelho; não porque seja vermelho, senão porque era o Mar de Edom.
       Então diz: “... viramo-nos, e caminhamos ao deserto, caminho do Mar Vermelho, como o SENHOR me tinha dito, e muitos dias rodeamos o monte de Seir”. Esse muito tempo foi quase 40 anos; ou seja, 38, porque desde o Sinai eles iam avançando, mas ao chegar a Cades e não crer, lhes coube dar voltas, e voltas, e voltas, e voltas. Então diz: “... e muitos dias rodeamos o monte de Seir. ²Então o SENHOR me falou, dizendo: ³Tendes rodeado bastante esta montanha; virai-vos para o norte”. Quer dizer, depois de haver aprendido todas as lições enquanto rodeavam o monte de Seir, então, recém estiveram prontos para tomar a direção do norte, diretamente, agora já sem dar voltas, diretamente para a terra de Canaã. Em que momento, em que lugar e em que estação foi que Deus lhes disse: “... virai-vos para o norte”. Vocês vão se dar conta pelo que diz o verso 8 que aqui foi Abrona, em Elate.
As voltas da incredulidade
       Sigamos lendo: “³Tendes rodeado bastante esta montanha; virai-vos para o norte”. Isso significa que a partir daí eles começaram a andar direto a seu objetivo; eles haviam vindo para seu objetivo sem muitas voltas, até que não creram mais; quando não creram mais, não puderam avançar e tiveram que dar voltas e aprender uma multidão de lições, em uma multidão de jornadas, até que uma nova geração se levantou e começou a receber um depósito, e a ser discipulada e a ser treinada e a aprender realmente a ser essa nova geração que o Senhor aprovava no lugar da velha; e uma vez que realmente chegaram às correntes de vida, foi quando estiveram realmente aprovados para avançar; então agora sim diz o Senhor: já é suficiente, já deram muitas voltas; deste ponto em diante, a partir deste cruzamento, deste lugar chave, vocês vão avançar em linha reta, para o norte, para a terra de Canaã.
       Por isso, para entender o começo do verso 8, leiamos desde o verso 4: E dá ordem ao povo, dizendo: Passareis pelos termos de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir; e eles terão medo de vós; porém guardai-vos bem. Não vos envolvais com eles, porque não vos darei da sua terra nem ainda a pisada da planta de um pé; porquanto a Esaú tenho dado o monte de Seir por herança. Comprareis deles, por dinheiro, comida para comerdes; e também água para beber deles comprareis por dinheiro. Pois o SENHOR teu Deus te abençoou em toda obra das tuas mãos; ele sabe que andas por este grande deserto; estes quarenta anos o SENHOR teu Deus esteve contigo, coisa nenhuma te faltou”. E então diz aqui no verso 8: “Passando, pois, por nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o caminho da planície de Elate e de Ezion-Geber,...”. Notem que aqui menciona dois lugares juntos, começando primeiro por Elate, logo por Ezion-Geber.
       Vocês se dão conta que em Números 33, antes de Ezion-Geber está Abrona, que significa a passagem, o cruzamento, o ponto chave, um ponto estratégico, e depois de Abrona vem Ezion-Geber; só que aqui em lugar de chamar Abrona, chama Elate, mas é o mesmo lugar; Elate ou Elote significa palmeira, que é muito significativo também, porque as palmeiras são aquelas plantas que tem as raízes profundas que suportam ventos mais fortes, e por isso a profundidade de suas raízes não as deixam cair e são as que produzem realmente alimento para o povo e é um lugar especial; esse é um lugar tão especial e tão estratégico que o povo de Deus tem pelejado por ele, e essa peleja é muito significativa. De maneira que esse ponto Abrona, é um ponto de inflexão, se vais ou não vencer; quando é fiel a porta está aberta e avança no caminho direto; se não és fiel o perde; esse é um ponto estratégico. Sempre em uma guerra há um ponto estratégico que é o que determina se realmente está reinando ou está derrotado. Sempre há um ponto chave, e este ponto chave é Abrona, que é o mesmo Elate, é um ponto, melhor dizendo, supremamente importante.
       Então diz aqui: “Passando, pois, por nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o caminho da planície de Elate  ...”. Se dão conta? Desde Elate. Em Números não havia mencionado a estação de Elate e aqui aparece que eles estiveram em Elate, e que foi em Elate onde Deus lhes disse: “... virai-vos para o norte.”; quer dizer, a partir de Elate e Ezion-Geber. Elate e Ezion-Geber está um ao lado do outro, mas menciona primeiro Elate, como menciona primeiro Abrona, antes de Ezion-Geber; agora o chama Elate, e logo chama Ezion-Geber. Então diz: “... desde o caminho da planície de Elate e Ezion-Geber, nos viramos e passamos o caminho do deserto de Moabe.”; ou seja, pela Arabá.
Uma transição
       Vocês veem onde diz Edom no mapa, e aí detrás do Mar Morto para o oriente diz Moabe; ou seja, essa rota já subindo para a terra prometida, já sem dar voltas. Vemos, pois, que Abrona, é um ponto chave, vocês se dão conta irmãos? Porque em Abrona é onde se deixa de dar voltas. Sempre iam dar voltas, ate que houvessem aprendido as lições anteriores. Uma vez aprendido as lições anteriores, agora tem a porta aberta, agora sim já deram voltas suficientes; vamos ao norte, agora sim é uma nova geração; a outra geração, a anterior, a maioria ficou no deserto; quando essa nova geração já começa a andar, nos damos conta que daqui a pouco desaparece Miriã; da aqui a pouco desaparece Arão; daqui a pouco desaparece Moisés e toda a nova geração cumpre a ordem de Deus; mais houve uma transição. Podemos dizer que as primeiras jornadas são dos filhinhos, as segundas são dos jovens, as terceiras são dos pais, a quarta dos anciãos, e agora, a partir de Abrona começa a nova geração; a nova geração começa a prevalecer a partir de Abrona. Aprendeu aqui, mas aqui Deus lhes abre a porta.
       Sigamos, pois, estudando os textos pertinentes. Este texto de Deuteronômio é para identificar Elate com Abrona e ver que daqui em diante desde Elate o povo segue ao norte, sem dar mais voltas. Agora vamos identificar os versos onde aparece o estratégico deste ponto. Vamos ao segundo livro de Samuel, porque ali é onde aparece a tomada dessa guarnição por Davi. Note que se diz de Davi; que pelejava as batalhas de Jeová; e que pelejava pela cidade de nosso Deus; de maneira que as lutas de Davi pela conquista da terra é uma figura das lutas de Cristo por nossa conquista; assim mesmo ocorre com as lutas de Josué para tomar as cidades, cidade por cidade. Então leiamos 2 Samuel capítulo 8:13: “¹³Também Davi ganhou nome, voltando ele de ferir os sírios (os sírios estão localizados ao norte, para nordeste onde está damasco, quando regressava, é dizer, para o sul) no vale do Sal, a saber, a dezoito mil. ¹E pôs guarnições,...”;quer dizer, o que antes havia estado sob o domínio de Edom, desde Davi começou a ser domínio de Israel, e era um ponto estratégico, porque ali era de onde se saía para o oceano Índico, pelo Golfo de Acaba. “E pôs guarnições, em Edom, em todo o Edom pôs guarnições, e todos os edumeus ficaram por servos de Davi; e o SENHOR ajudava a Davi por onde quer que ia”. Vemos que quando Davi tomou possessão de Edom, então o domínio do Mar Vermelho, o Mar de Edom no Golfo de Acaba foi precisamente agora de Israel, e o ponto chave é justamente aí em Elate e Ezion-Geber; nesses dois.
A infidelidade fecha portas
       Vamos ver outros versículos. No primeiro livro de Reis 9:26, diz ali o seguinte: “Também (notem a palavra também) o rei  Salomão fez (Salomão, o filho de Davi, estava consolidando a posição nesse ponto chave, onde passam as estradas para Arábia, para Síria, para o Sinai, para o Egito, para Filistéia, Israel, Canaã, pois é um ponto chave) naus em Ezion-Geber, que está junto a Elate, (este Elate é o mesmo Elote, é o mesmo Abrona) à praia do mar de Sufe, na terra de Edom”. Aqui nos damos conta que Salomão, como homem sábio, também foi um homem que manteve essa posição estratégica, porque se a perdesse, perdia muito; perdiam o controle de todas essas rotas, perdiam o acesso ao Mar Vermelho, etc.
       Agora passemos ao segundo livro de Reis 14:21-22. Primeiro foi Davi, logo foi Salomão; agora observemos o que estes versículos nos falam de Uzias. “²¹E todo o povo de Judá tomou a Azarias,...”; Azarias é o mesmo rei Uzias. Se vocês comparam a história de Reis com a de Crônicas se dão conta que ainda que os nomes são distintos, é a mesma pessoa. No livro de Reis se chama este rei, Azarias, e no livro de Crônicas se chama Uzias, mas é o mesmo rei. “²¹E todo o povo de Judá tomou a Azarias, que já era de dezesseis anos, e o fizeram rei em lugar de Amazias, seu pai. ²²Este edificou a Elate, e a restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais”. Por que a restituiu Uzias? Porque depois de Josafá, Edom se libertou do controle de Judá. Josafá foi um rei fiel, mas quando morreu Josafá, o filho de Josafá foi infiel a Deus; Ele se chamou Jorão, da mesma maneira como o filho de Acabe, que se chamou também Jorão. Houve dois reis Jorão, um de Israel e outro de Judá, e ainda um terceiro da Síria; os três se chamavam Jorão, e ao mesmo tempo; mas resulta que Jorão foi filho de Josafá, estava casado com uma filha de Jezabel, e foi infiel; e diz a Bíblia em Reis que nesse tempo Edom se libertou do controle de Judá, e tomou precisamente esse ponto estratégico.
       Quando os Israelitas foram infiéis perderam o controle dessa posição; ou seja, o controle sobre os caminhos, o controle sobre as estradas, as portas abertas; perderam o controle das portas quando foram infiéis. Quando foram fieis, Deus lhes abriu a porta e lhes deu o controle; quando foram infiéis a porta se fechava e não podiam exercer o controle. Com a morte de Josafá, Jorão seu filho foi infiel; andou nos caminhos dos reis de Israel e de Jezabel; sua esposa, Atalia, foi uma filha de Jezabel, e foram infiéis. Então o que aconteceu? Foram infiéis e perderam o controle. Logo depois veio outro rei que foi fiel, que foi Uzias; então Uzias recobrou outra vez o controle, que é o que estamos lendo aqui; edificou a Elate, que é o mesmo que Abrona e a restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais.
       Agora passemos a 2reis 16:6. Ali no contexto está se falando do Rei Acaz. Naquele mesmo tempo Rezim, rei da Síria, restituiu Elate a Síria, e lançou fora de Elate os Judeus; e os sírios vieram a Elate, e habitaram ali até o dia de hoje”. Quer dizer, até que Jeremias escreveu com Baruch o segundo livro de Reis, com base nos escritos dos outros profetas escritores, que foram fonte dos livros de Reis e também de Crônicas. Então se fixem que posição chave é Elate. Elate é sempre disputada, e o povo de Deus a controla quando é fiel e não a controla quando é infiel.
Aplicações espirituais
       Eu quero que passemos agora a uma aplicação espiritual no Novo Testamento. Vamos ver duas passagens que são bem claras no Novo Testamento e que se relacionam com esse assunto. Uma no sentido individual do ministério de cada pessoa, e outro no sentido coletivo da igreja. Primeiramente vamos ver no sentido do ministério de cada pessoa. No capítulo 2 de 1 tessalonicenses, há uma frase chave, um conceito espiritual do apóstolo Paulo. Leiamos 1 Tessalonicenses capítulo 2:4: “Mas, como (como, sublinho a palavra como) fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar os homens, mas a Deus, que prova os nossos corações”. Vemos que o Senhor está nos formando, e enquanto vai nos formando permite que passemos por provas, e na prova saímos aprovados ou saímos reprovados. Se saímos aprovados na prova, a porta se abre, mas se saímos reprovados, a porta se fecha.
       Às vezes Deus quer fazer algo contigo, mas falhaste na prova e a porta se fechou e não pudeste fazer agora; oxalá se abra outra vez, que haja outra oportunidade depois; mas é muito importante entender isto, irmãos. Às vezes não entendemos porque estamos restringidos, ainda que temos vontade de servir a Deus, e às vezes queremos servir ao Senhor e queremos avançar; mas se não temos passado as provas anteriores, se não temos aprendido as lições das jornadas pelas quais o Senhor nos conduz, então Deus não pode confiar algo mais. Se és fiel sobre o pouco, sobre o muito será colocado; mas se não é fiel no pouco, como se pode confiar algo mais? Mas, “... como fomos aprovados  ...”. Deus prova; que prova? Prova nossos corações. Da prova podemos sair aprovados ou podemos sair reprovados.
Até que sejamos aprovados 
       Às vezes diz que há problemas na igreja, e às vezes há divisões; e diz que Deus permite as dissensões para que se manifestem os que são aprovados. Quando se apresenta o problema, os que são aprovados vão adiante e os que são reprovados ficam dando voltas. Por que foi que Israel não foi aprovado e ficou dando voltas ao redor do monte de Seir e no deserto do Sinai? Por quê? Porque não foi aprovado na prova; foi provado e foi reprovado na prova; então não houve porta aberta para ele; teve que dar voltas e voltas aprendendo lições e novas provas, até que havendo passado por todas aquelas até Jotbatá, por fim encontrou aquele fluir das águas vivas; de modo que recém Deus lhes abre a porta para que vão direto para a terra.    
       Então aqui Paulo diz o mesmo: “Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado,...”. Às vezes queremos servir, mas servimos de uma maneira muito restringida; e bem que pode ser porque Deus restringe o nosso serviço, porque, todavia nalguma coisa não temos sido aprovados; e se ele nos confia esse serviço sem haver sido aprovados em um assunto “X” ou “Y”, então vamos causar um grande mal. De maneira que Deus nos tem que manter em quarentena por um tempo até que sejamos aprovados. Por isso diz aqui: “Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado,...”; se somos infiéis a porta se fecha, mas se somos fieis a porta se abre. Com Davi houve controle da porta, da passagem, do cruzamento, das estradas, dos portos. Com Salomão se fortaleceu; com Josafá começou a debilitar-se porque ele começou a fazer alianças com Acabe, e quando ele morreu, o que não corrigiu Josafá, seu filho levou-o a um ponto muito pior; e com Jorão de Judá se perdeu o controle porque andou nos caminhos dos reis de Israel, e foi infiel e perdeu esse ponto estratégico: Elate, Abrona, o cruzamento de todos os caminhos; mas logo Uzias foi fiel e o recuperou; mas logo o outro rei Acaz foi infiel e voltou-se a perder o controle.
       Que diz o Senhor a Éfeso? Que seja fiel, que se manter o primeiro amor não vai tirar o candeeiro do seu lugar, mas se não é fiel vai tirar o candeeiro.[2] Se dão conta? Essa porta; Abrona quer dizer isso: cruzamento, passagem, porta aberta, mas esse cruzamento definitivo, esse ponto estratégico é uma peleja constante.
Agora olhemos o aspecto coletivo ou eclesiástico. Vamos a Apocalipse, a passagem clássica do capítulo 3, na mensagem a Filadélfia vamos ler desde o versículo 7 ao 13, onde o Senhor fala à igreja de Filadélfia. Vocês sabem que essas igrejas foram históricas, mas também no começo do Apocalipse, capítulo 1, nos diz que todo o Apocalipse é uma profecia. “³Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia,...”; e no final capítulo 22, diz: “¹Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; ¹E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida,...”. De maneira que todo o Apocalipse é profecia, e não deve interpretar-se somente no sentido histórico, senão que junto com a interpretação histórica deve haver uma interpretação profética, porque Deus esta utilizando os acontecimentos históricos para projetar a profecia, assim como diz que os acontecimentos de Israel são exemplo para nós que temos alcançado o final dos tempos.
Uma porta aberta
       Por isso estamos lendo estas jornadas não só como história, senão como exemplo para nós que temos alcançado os finais dos tempos. Vemos a mensagem a Filadélfia já no sentido profético. O primeiro aspecto profético aparece no nome Filadélfia. Filadélfia significa amor fraternal; de todas as sete igrejas o Senhor repreende a cinco igrejas. As únicas que não são repreendidas são,  Esmirna e Filadélfia; mas de Esmirna e Filadélfia, a única que abre a porta é Filadélfia; de maneira que Filadélfia representa o tipo de povo que o Senhor aprova; todo o demais o Senhor reprova. Esmirna não é reprovada, mas está em prova porque Esmirna é prova. Esmirna está na prova, mas Filadélfia passou na prova; os demais foram repreendidos. A Éfeso lhes diz: “Tenho, porém, contra ti que deixaste teu primeiro amor.”; aos de Pérgamo lhes diz: “Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão , ...tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas,...”; e aos de Tiatira lhes diz: “Mas tenho contra ti que toleras Jezabel,...”; aos de Sardes: “.. .Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.”; a Laodicéia lhes diz: “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.” ; quer dizer, todas as igrejas estavam sendo provadas e haviam sido reprovadas. Das sete, em cinco se encontraram nelas coisas reprovadas; portanto a elas não se abre a porta.
       A Esmirna não se censura nada, mas ela está em prova; mas Filadélfia passou a prova e se abriu a porta. Por isso é muito importante ler sobre Filadélfia, porque a mensagem a Filadélfia nos ensina o que é que Deus aprova na Igreja. Em primeiro lugar, onde localiza o Senhor a igreja? No amor fraternal, a igreja em Filadélfia; ou seja, a igreja em amor fraternal. Notemos o significado dos nomes gregos destas cidades antigas. A igreja em Éfeso; Éfeso é descansado. Esmirna é em prova, em amargura. Pérgamo, muito casado e misturado com o mundo. Tiatira, uma mulher, Jezabel ali dominante com sacrifícios idólatras, isso não é aprovado. Sardes são dissimulados, tem nome, mas não realidade. Laodicéia, humanismo, morno, aparentemente rico, é o tempo final.
       Mas Filadélfia é amor fraternal. Então diz: E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: (a igreja que está no amor fraternal) Isto diz o que é santo, (porque o Santo é o que aprova, porque se Ele não fosse Santo, Ele deixaria passar o imundo, mas que diz da Nova Jerusalém? Não entrará por suas portas coisa imunda, porque Ele é Santo. O Senhor antes de abrir-te as portas, tem que provar-te e aprovar-te e então te abre as portas) o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:”. Às vezes nós mesmos queremos abrir as portas, mas Deus não nos deixa sair com a nossa chave, e essa porta está fechada, fechada e fechada; o Senhor tem a chave. Na mensagem impressa que vocês receberam sobre o Sacerdócio, os remeto a ela para entrar em mais detalhes sobre a chave de Davi; aí se trata desse tema, quando se trata do éfode, as vestiduras do éfode ou as ombreiras; agora só recordo de maneira rápida que a chave se pendurava no éfode, colocava-se no ombro; por isso diz: a chave sobre seu ombro, porque o encarregado dos tesouros, a quem se confiava os tesouros na casa de Deus era aos sacerdotes, então eles levavam a chave no ombro; eles abriam e tinham acesso aos tesouros e os administravam e fechavam e ninguém entrava.
       Quando Sebna, que era um sacerdote, foi infiel, o Senhor lhe diz: tirarei a chave do teu ombro e a deu a Eliaquim; tirou a chave de Sebna, que foi um mau mordomo, um sacerdote infiel; tirou dele, e diz o Senhor dele: tu és como um cravo mal na parede. Quando um cravo não está bem cravado, você pendura algo no prego e o prego cai; quer dizer, um prego tem que ser algo que aprenda a sustentar a responsabilidade; mas se você pendura nesse prego e o prego está frouxo e as coisas caem, quer dizer que não se pode confiar. Então Sebna não foi um sacerdote confiável; na prova não saiu aprovado; por isso lhe tirou a responsabilidade e lhe passou a Eliaquim.
A porta fechada
       Isso é uma coisa muito delicada, e é o que aprendemos aqui nessa jornada de Abrona. Deus abre a porta quando se é aprovado, mas quando houve infidelidade essa porta tornava a fechar, perdia-se o controle que se tinha antes. Que diz o Senhor dos levitas? Por meio de Malaquias diz que se os levitas eram fiéis, o Senhor os honraria, mas se eles eram infiéis, iam ser desonrados pelo mesmo povo de Deus. Deus ia lhes fechar a porta, porque eles eram infiéis; se eles eram fieis, Deus lhes abria a porta. Então diz aqui: “... Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:”. Que precioso! O diabo quer fechar-te as portas, mesmo os homens querem fechar-te as portas, mas o Senhor diz: quando Eu abro ninguém fecha, não importa que se levante satanás; porque diz: as portas do hades não prevaleceram contra a igreja;[3] não prevalecerão, mas se somos infiéis, Ele fecha, e ainda que alguém faça força, há algo que sempre sai mal; porque Balaão não via que Deus se lhe opunha; a jumenta era mais sábia que Balaão, a jumenta via o anjo opondo-se, e o anjo lhe disse que se houvesse passado adiante, seria morto. Deus teve tanta misericórdia de Balaão que lhe quebrou o pé para que não passasse.
       Às vezes não se entende porque uma e outra coisa não dão certo, não entende que Deus está fechando a porta, porque, todavia há algo que não tem sido suficientemente tratado em nós para que passemos a essa segunda etapa. É como um garoto que está no segundo ano e apresenta seus exames e passou em cinco matérias, mas perdeu três, pois, até que reabilite essas três não pode passar ao seguinte curso; essa é a lição que se tem que aprender aqui.
       Então diz o Senhor: Conheço as tuas obras; (isso diz a todas as igrejas) eis que diante de ti pus (quem? o que tem a chave) uma porta aberta, e ninguém a pode fechar;...”. Assim faz Deus se passa na prova; por isso foi que o irmão Watchman Nee, que amava tanto esse assunto de Filadélfia, ao seu jornal de edificação do povo de Deus, o chamou: A porta aberta; e nesse livrinho a porta aberta é onde estão recopilados as mensagens de avanço do irmão Nee, graças a Deus. “... eis que diante de ti pus uma porta aberta,...”. Agora aqui vai explicar porque Deus abre a porta; por isso é tão importante este capítulo, esta passagem, porque nos mostra o que é que faz com que Ele nos abra a porta e o que é que faz que Ele não nos abra a porta. Aqui explica porque para Filadélfia se abre a porta. Por que não a outros, e por que sim a Filadélfia? O que é que o Senhor aprova de Filadélfia? É pelo que nós devemos estar interessados para ser aprovados também, porque Deus não muda, nem os seus princípios mudam.
Guardar sua palavra
       Então diz assim: “... tendo pouca força, (não importa que sejam poucos, que sejam débeis em vocês mesmos) guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome”. O primeiro requisito para uma porta aberta é guardar a Palavra de Deus, porque Deus não vai te enviar para semear heresias, nem suas próprias ideias, nem causar danos a outras pessoas. Para que tenhas uma porta aberta, primeiro tem que guardar Sua Palavra. Primeiro, tens guardado minha palavra, esse é o que Me ama, e Me manifestarei a ele: “... e meu pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.”;[4] o que Me ama guarda a minha palavra; é dizer, se nós não levamos em conta a Palavra de Deus, a porta nos é fechada; vamos dar voltas e voltas e voltas durante anos; pode ser quarenta anos ao redor de um mesmo monte e não vamos avançar realmente, até que sejamos aprovados. Porque segundo fomos aprovados por Deus, nos é confiado o evangelho de Deus, e às vezes o que nos é confiado da Palavra de Deus é um pouquinho.
       Às vezes podemos ensinar isto e isto e isto, mas outra coisa, não; porque em outras coisas não fomos aprovados; naquilo em que já fomos aprovados, até aí podemos ajudar; mas não podemos ajudar mais porque não temos sido aprovados em outras coisas; até que não sejamos aprovados em outras coisas, nossa ajuda não será maior, não seremos mais úteis, senão só até aqui. O Senhor tenha misericórdia e nos conceda querer e ser aprovado em tudo.
Não negar o nome do Senhor
       Então diz: “... tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.”; quer dizer, o nome do Senhor. Às vezes buscamos outros nomes e nos colocamos outros nomes; às vezes somos romancistas, papistas; às vezes somos luteranos, às vezes calvinistas, às vezes somos Wesleyanos. Não vamos ser ginistas, (de Gino) nunca; sejamos Cristãos. Não temos outro nome além do nome do Senhor Jesus; temos guardado Seu nome; não nos chamamos, nem somos chamados por nenhum outro nome que não seja o nome do Senhor Jesus; não queremos estar ao redor de nenhuma outra coisa que não seja o nome do Senhor Jesus. “... guardaste minha palavra, e não negaste o meu nome”. Por outro lado, o que era que havia acontecido em Sardes? Fixem-se no que diz no capítulo 3:1, na segunda parte: “.. .Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.”, ou seja, não tem guardado o nome, tem só aparência e se denomina com coisas; tem a forma, não tem a substância, põe-se nome, tem nome, mas qual é a realidade?
       Em contra partida em Filadélfia diz: “... e não negaste o meu nome.”, e então, que diz? Eis que eu farei (porque o Senhor é o que faz, porque diz: “... se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.”) aos da sinagoga de satanás, aos que se dizem judeus, (ali haviam pessoas que não eram judeus; havia ali em seus grupos messiânicos, que se diziam messiânicos, colocam o quipá e dizem ser judeus e não são judeus; já havia isto nesse tempo) e não são, mas mentem; eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo”. Que venham! Porque eles não o fariam. Mas que coisa terrível é sentir o peso da mão de Deus! Não aconteceu isso a Hamã? Hamã queria destruir povo de Deus e queria destruir a Mardoqueu, porque Mardoqueu não dobrava seu joelho ao baal de Hamã.[5] Então que aconteceu? Preparou-se uma forca para Mardoqueu, mas coube a Hamã honrar a Mardoqueu e dizer: Assim fará o rei da Pérsia com todo aquele a quem ele queira honrar; e teve que honrar publicamente àquele que ele queria destruir; na forca onde ele queria enforcar Mardoqueu, foi enforcado; e agora no povo de Deus há gente que pretende ser algo, e por isso diz ser algo para pretender ser mais do que os outros. E o que vai acontecer com estas pessoas?
       Diz aqui: “... eu farei...”. Que coisa terrível! Não fizeram por si mesmo; a mão poderosa de Deus veio sobre sua cerviz. “... eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo”. Essa é uma porta aberta. Em meio a toda oposição deixa que passe a aprovação ou desaprovação de Deus; deixa que passe o tempo da prova; contudo, não é no tempo da prova que se sabe a quem Deus aprova ou não aprova, senão que quando a prova passou; então Deus toma pelo cangote, pela cerviz, somente aos que haviam se levantado contra eles, ao governo dos que Deus aprovou. Coisa muito delicada! Essa é a prova de que Deus abriu a porta; enquanto isso, estes diziam ser alguma coisa e menosprezavam e não reconheciam que Deus havia amado aos vitoriosos de Filadélfia.
       Mas passou a prova, passou o tempo, e que fez Deus com Hamã? Fez ele levar o cavalo de Mardoqueu, e foi enforcado na forca que preparou para Mardoqueu; e o mesmo acontece aqui. Diz aqui no verso 9: “... eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.”; e agora explica porque. “¹Como guardaste a palavra da minha paciência,...”. Quer dizer que estas pessoas, estes vitoriosos de Filadélfia tomaram a cruz na hora da prova. Como eles julgaram a si mesmos e tomaram a cruz e foram vencedores na prova, já não vão ter que passar noutra prova; por outro lado, todos os demais virão à prova, mas estes já passaram na prova. Quer dizer, se você julga a ti mesmo, Deus não tem que julgar-te; mas se você, a si mesmo não julgas, então Deus te julga.
       Assim diz aos Coríntios no capítulo 11: “³¹Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. ³²Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. Então o Senhor faz estas coisas em Seu povo, no meio do Seu povo. Tem piedade de nós, Senhor! E guarda-nos de toda vaidade; porque o Senhor não é cúmplice de nenhum pecado.
       Aqui está a razão: “¹Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”. Mas como a ti não necessito mais provar-te, porque já te provei e guardaste minha palavra, guardaste meu nome e estiveste em amor fraternal e guardaste a palavra da minha paciência, pois já te conheço; então, como fomos aprovados por Deus, nos é confiada a obra de Deus e nos abre a porta. “... eis que diante de ti pus uma porta aberta,...”. Esta porta aberta, esse cruzamento estratégico, essa é Abrona; esse é o ponto onde não se dá mais voltas. Já deram muitas voltas, daqui olhem para o norte.
Reter o que se tem ganho
       Seguimos lendo em Filadélfia: “¹¹Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. Aí esta, aí está o que acontece com Abrona. Enquanto Davi vencia, tinha o domínio de Abrona ou Elate a seus pés; enquanto Salomão estabelecia o reino de Deus, o reino de Salomão chamava-se reino de Jeová. As guerras de Davi chamavam-se guerras de Jeová, porque não atuava para si mesmo, senão para o interesse de Deus; então Deus se identificava com as guerras de Davi, porque Davi guerreava em nome de Deus e para Deus. Deus se identificava com o reino de Salomão, ao princípio, porque Salomão reinava em nome de Deus e para Deus. Quando Salomão se apartou, Deus dividiu o reino, e logo quando Josafá cambaleou e seu filho entrou pelo vazio que abriu Josafá, então que aconteceu nesse momento? Os edomitas tomaram Elate. Depois veio Uzias e foi fiel e recobraram Elate, mas depois veio Acabe e foi infiel e perderam outra vez Elate.
       Por isso diz aqui: “... guarda o que tens, para que ninguém tome a sua coroa”. A coroa é a posição de governo, que é a recompensa para reinar com Cristo, é a porta aberta, é o cruzamento, é a passagem estratégica.
“¹²A quem vencer, (é uma coisa de combate) eu o farei coluna no templo do meu Deus,...”. Colunas são para sustentar; mas se somos covardes, nem para pregos servimos. Mas “A quem vencer, eu o farei coluna  ... e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, (ou seja, tudo isto é divino, não é algo humano) do meu Deus, e também o meu novo nome”. Aqui tudo já é novo; aqui já não é o velho, aqui é o novo, a geração nova, a realidade do novo homem e da nova criação.
       “¹³Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito dia às igrejas”. Por isso se escreveu a carta aos Hebreus; porque alguns haviam saído e estavam vacilando entre o Antigo e o Novo Pacto, entre a graça e o legalismo, e o Senhor teve que fazer-lhes cruzar o Eufrates espiritual por completo, ser hebreus, ser como Abraão o hebreu, o que cruzou o Eufrates. Saiu de Ur dos Caldeus e foi conduzido por Deus à terra que a sua geração ia possuir. Então, irmãos, esta jornada de Abrona creio que é uma lição muito solene que temos que aprender e é mais avançada que Jotbatá. Amém.


[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 2 de fevereiro de 2001.                                                            

[2] Referência a Apocalipse 2:4,5

[3] Referência a Mateus 16:18
[4] Referência a João 14:23

[5] Referência ao livro de Ester


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