Jornada 31
A
B R O N A [1]
“E
partiram de Jotbatá, e acamparam-se em Abrona”.
Números 33:34
Judite,
uma novela apócrifa
Vamos estudar, irmãos, a
palavra nesta noite, a lição que corresponde ao livro das jornadas. Estamos
seguindo o capítulo 33 de Números, desta vez o versículo 34. Este capítulo
corresponde à série das jornadas do povo de Deus rumo à terra de sua possessão;
terra que mana leite e mel, figura de Cristo: “E partiram de Jotbatá, acamparam-se
em Abrona”. Abrona é um nome da palavra hebraica que aparece uma só vez em
toda Bíblia, sem nenhum outro tipo de contexto para indicar-nos uma nova etapa,
uma nova situação, uma situação de avanço em relação à verdade de Deus. A
anterior, Jotbatá, como líamos em Deuteronômio 10, era uma estação de correntes
de água e uma estação de fluir de vida; e esta é uma jornada, inclusive mais
avançada que a jornada anterior; Abrona é um jornada de avanço em relação à
Jotbatá.
A palavra Abrona não aparece senão só esta
vez; os livros apócrifos ou chamados deuterocanônicos, na novela de Judite,
aparece uma vez a palavra Abrona como um rio do Norte de Israel, chamado rio
Abrona, no qual supostamente nessa novela, cruzavam certos exércitos para a
terra de Israel; é a única vez que aparece a palavra Abrona, aparte de Números.
Judite é uma novela, um livro apócrifo; é um livro anacrônico, onde por
exemplo, personagens de séculos distintos, aparecem juntos. Por exemplo,
aparece Nabucodonosor ,contudo, vivo e aparece um suposto general Holofernes
que era da época persa posterior a Ciro o persa, e aparece o cativeiro de doze
anos e o povo de Israel regressando, não depois de setenta anos, senão depois
de doze anos, e todavia vivo Nabucodonosor.
Vocês se dão conta que é uma confusão cronológica; é mais uma
novela que um livro sagrado; por isso não está no Canon hebraico; na epístola
aos Romanos o apóstolo Paulo diz que aos hebreus, os judeus, o povo de Israel,
Deus confiou os oráculos do Antigo Pacto, e se eles não tem o livro de Judite,
esta novela, em seus livros, então por isso não aparece tampouco nas versões
protestantes, ainda que aparece nas versões católicas por obrigação a partir do
Concilio de Trento, que é posterior a reforma protestante; se reúnem nesse
Concilio para opor-se a reforma. Esse é o único lugar onde aparece outra Abrona,
no livro de Judite; mas repito, é uma novela apócrifa e anacrônica, não é um
livro inspirado pelo Espírito Santo; porque o Espírito Santo não comete nenhum
tipo de erro.
O
cruzamento do rio
Sem restrição, a palavra
Abrona é muito significativa, e também o lugar de Abrona é muito significativo.
A palavra Abrona vem de umas raízes hebraicas que dão o sentido de passagem, o
cruzamento; é um lugar estratégico. A mesma raiz da palavra Abrona é a mesma da
palavra hebreus. A epístola aos
hebreus é uma epístola onde se faz o cruzamento ou a passagem definitiva do
Antigo Pacto para o Novo Pacto. A Abraão chamavam-lhe Abraão o hebreu, não
somente por ser descendente de Heber, senão por haver cruzado o rio Eufrates. A
palavra Eufrates tem a mesma raiz da palavra Abrona e da palavra hebreus, e dá
o sentido de cruzar o rio, de fazer um cruzamento definitivo; ou
seja, que a palavra Abrona significa um cruzamento ou uma passagem chave,
definitivo, onde se faz uma diferença.
Abrona é um ponto estratégico. Eu gosto muito de que o
Espírito Santo tenha chamado este lugar de Abrona, sendo que tem também outro nome,
e o outro nome aparece na Escritura; mas quando o Espírito Santo inspirou que
Moisés registrasse a série das jornadas, registrou essa jornada como Abrona,
que é imediatamente anterior a Jornada que se segue, que é Ezion-Geber. Vocês
veem que no versículo 35, diz: “E partiram de Abrona, e acamparam-se em
Ezion-Geber”. Abrona e Ezion-Geber são dois lugares próximos que estão no
Golfo de Acaba. Se vocês olham no mapa da península do Sinai é como um
triângulo invertido com o vértice para baixo; do sul a noroeste desemboca o
canal de Suez e do sul a nordeste desemboca o Golfo de Acaba e termina em
Ezion-Geber. Vocês podem ver aqui no mapa onde diz Ezion-Geber; ao lado de
Ezion-Geber mais para o oriente é onde se encontra o que se chama aqui Abrona,
que também tem outro nome.
Isso de que uma cidade, ou um lugar, ou uma pessoa tenha
vários nomes não é raro na Bíblia, nem no oriente; as pessoas tomam para si
nomes segundo a etapa que vivem. Por exemplo, Jacó chegou a chamar-se Israel;
Simão chegou a chamar-se Pedro; Sarai. Sara; Abrão, Abraão; o mesmo Saulo,
Paulo; então vocês recordam que há cidades que também tem dois nomes. Luz se
chamou Betel, Quiriate-Arba se chamou Hebrom, Baala se chamou Quiriate-Jearim,
e assim há outras cidades que tem outro nome. O mesmo acontece com Abrona;
Abrona é a mesma cidade chamada Elate; também na história tem sido chamada Aila
ou Elana; era a que dava nome ao Golfo de Acaba, que também na história se
chamou Golfo Elanítico, que provém de Elana, que é o mesmo que Elate, o mesmo
Eliate, o mesmo que Elote; também na época do escritor Flávio Josefo,
contemporâneo do Senhor Jesus, a essa cidade se chamou Berenice, e foi um lugar
estratégico. Se vocês o veem ali no mapa junto com Ezion-Geber, o lugar de
Elate, que é Abrona, é um cruzamento estratégico.
Neste lugar é onde se juntavam distintas estradas ou caminhos
principais; todas essas vias se encontravam nesse ponto; por isso se chamava
assim, a passagem ou o cruzamento, Abrona; inclusive a palavra em espanhol
abrir, apertura, obertura, abertura, é um lugar chave, é um ponto estratégico
especial. A estrada que ia desde o Golfo de Acaba até o canal de Suez partia
dali de Abrona ou Elate; havia outra que ia para Gaza, lá na Filistéia; outra
subia até Jerusalém; outra subia para Edom, e olhando o mapa, ao lado de
Ezion-Geber está Abrona; então havia um caminho direto que vinha para o canal
de Suez que se abriu aqui, outra ia para gaza que é onde está a faixa de Gaza
que até hoje segue sendo dos filisteus, que são os mesmos palestinos; logo
havia a que ia para Jerusalém; outra estrada que ia pelo que se chamava Acaba
para o Mar Morto; também estavam as que partiam para Arábia, as que vem pelo
deserto para o Sinai; quer dizer, este ponto aqui é um ponto chave, tanto para
ir para Arábia, para ir para o Egito, para ir para Canaã; é um lugar
completamente estratégico, é um lugar que os reis pelejavam por ele; e uma
coisa curiosa é, quando o povo de Deus era fiel, Deus lhes concedia ter
possessão desse porto; quando o povo de Deus era infiel perdiam o controle
sobre esse lugar; e isso é muito significativo, não é mesmo?
Vamos ler os versículos seguintes onde se fala deste mesmo
lugar com outro dos seus nomes, que é Elate. Vamos a Deuteronômio capítulo 2,
vou ler inicialmente desde o verso 1 para fazer primeiro a confirmação histórico-geográfica,
que é sobre a qual se edifica o sentido espiritual. No versículo 1 do capítulo
2 de Deuteronômio se nos resume todas aquelas jornadas que os israelitas
fizeram ao redor do monte de Seir. Pelo vale da Arabá há uma cadeia montanhosa
por um lado e uma cadeia montanhosa por outro lado; nessa cadeia montanhosa é
onde está o monte de Seir, e essa foi a que eles rodearam e deram voltas e
regressaram outra vez para baixo. Eles deram volta até este ponto de Abrona ou
Elate; a partir daqui eles já tem a porta aberta para começar a subir
diretamente para a terra prometida. Antes deste ponto, eles deram voltas e
voltas e voltas porque tinham que aprender todas as lições passadas, mas quando
recém passaram por Jotbatá e chegaram a ser realmente pessoas do Espírito, é
quando o Senhor verdadeiramente lhes abre a porta, é quando a geração nova que
está passando a assumir a direção está realmente no espírito; é quando Deus
confia a tomada de possessão da terra.
Do mar de Edom para o norte
Vocês podem se dar conta disso aqui no capítulo 2 de
Deuteronômio. Vamos ler desde o versículo 1 até o 8. Recordem-se o que diz o versículo
46 do capítulo 1: “Assim permanecestes muitos dias em Cades,...”;
isso foi quando eles haviam chegado até Ritmá, onde ficaram feito retama do
deserto, e a partir daí, por não haver querido entrar, por não haver crido,
então tiveram que dar voltas e voltas e voltas, e por 38 anos e quase 40 anos,
estiveram dando voltas no deserto, especialmente ao redor do monte de Seir,
onde temos visto uma quantidade de jornadas. Diz em Deuteronômio 2:1: “¹Depois viramo-nos, e caminhamos ao
deserto, caminho do Mar Vermelho,...”. Não era o Mar Vermelho para o Golfo
de Suez, senão o Mar Vermelho para o Golfo de Acaba; chama-se Golfo Elanítico,
com base em Abrona, Elate, ou Eliate, ou a Aila ou a Guaila; é com estes nomes
que tem sobrevivido. Este mesmo Mar Vermelho se chama Mar de Edom, e como Edom
quer dizer vermelho, por isso é que se chamou Mar Vermelho; não porque seja
vermelho, senão porque era o Mar de Edom.
Então diz: “... viramo-nos,
e caminhamos ao deserto, caminho do Mar Vermelho, como o SENHOR me tinha dito,
e muitos dias rodeamos o monte de Seir”. Esse muito tempo foi quase 40
anos; ou seja, 38, porque desde o Sinai eles iam avançando, mas ao chegar a
Cades e não crer, lhes coube dar voltas, e voltas, e voltas, e voltas. Então
diz: “... e muitos dias rodeamos o monte
de Seir. ²Então o SENHOR me falou, dizendo: ³Tendes rodeado bastante esta
montanha; virai-vos para o norte”. Quer dizer, depois de haver aprendido
todas as lições enquanto rodeavam o monte de Seir, então, recém estiveram
prontos para tomar a direção do norte, diretamente, agora já sem dar voltas,
diretamente para a terra de Canaã. Em que momento, em que lugar e em que estação
foi que Deus lhes disse: “... virai-vos
para o norte”. Vocês vão se dar conta pelo que diz o verso 8 que aqui foi
Abrona, em Elate.
As
voltas da incredulidade
Sigamos lendo: “³Tendes
rodeado bastante esta montanha; virai-vos para o norte”. Isso significa que a partir daí eles começaram a andar
direto a seu objetivo; eles haviam vindo para seu objetivo sem muitas voltas,
até que não creram mais; quando não creram mais, não puderam avançar e tiveram
que dar voltas e aprender uma multidão de lições, em uma multidão de jornadas,
até que uma nova geração se levantou e começou a receber um depósito, e a ser
discipulada e a ser treinada e a aprender realmente a ser essa nova geração que
o Senhor aprovava no lugar da velha; e uma vez que realmente chegaram às
correntes de vida, foi quando estiveram realmente aprovados para avançar; então
agora sim diz o Senhor: já é suficiente, já deram muitas voltas; deste ponto em
diante, a partir deste cruzamento, deste lugar chave, vocês vão avançar em
linha reta, para o norte, para a terra de Canaã.
Por isso, para entender o começo do verso 8, leiamos desde o
verso 4: “⁴E
dá ordem ao povo, dizendo: Passareis pelos termos de vossos irmãos, os filhos
de Esaú, que habitam em Seir; e eles terão medo de vós; porém guardai-vos bem. ⁵Não vos envolvais com eles, porque
não vos darei da sua terra nem ainda a pisada da planta de um pé; porquanto a
Esaú tenho dado o monte de Seir por herança. ⁶Comprareis
deles, por dinheiro, comida para comerdes; e também água para beber deles
comprareis por dinheiro. ⁷Pois
o SENHOR teu Deus te abençoou em toda obra das tuas mãos; ele sabe que andas
por este grande deserto; estes quarenta anos o SENHOR teu Deus esteve contigo,
coisa nenhuma te faltou”. E então diz aqui no verso 8: “⁸Passando, pois, por
nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o caminho da
planície de Elate e de Ezion-Geber,...”. Notem que aqui menciona dois lugares
juntos, começando primeiro por Elate, logo por Ezion-Geber.
Vocês se dão conta que em Números 33, antes de Ezion-Geber
está Abrona, que significa a passagem, o cruzamento, o ponto chave, um ponto
estratégico, e depois de Abrona vem Ezion-Geber; só que aqui em lugar de chamar
Abrona, chama Elate, mas é o mesmo lugar; Elate ou Elote significa palmeira,
que é muito significativo também, porque as palmeiras são aquelas plantas que
tem as raízes profundas que suportam ventos mais fortes, e por isso a
profundidade de suas raízes não as deixam cair e são as que produzem realmente
alimento para o povo e é um lugar especial; esse é um lugar tão especial e tão
estratégico que o povo de Deus tem pelejado por ele, e essa peleja é muito
significativa. De maneira que esse ponto Abrona, é um ponto de inflexão, se
vais ou não vencer; quando é fiel a porta está aberta e avança no caminho
direto; se não és fiel o perde; esse é um ponto estratégico. Sempre em uma
guerra há um ponto estratégico que é o que determina se realmente está reinando
ou está derrotado. Sempre há um ponto chave, e este ponto chave é Abrona, que é
o mesmo Elate, é um ponto, melhor dizendo, supremamente importante.
Então diz aqui: “Passando,
pois, por nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o
caminho da planície de Elate ...”.
Se dão conta? Desde Elate. Em Números não havia mencionado a estação de Elate e
aqui aparece que eles estiveram em Elate, e que foi em Elate onde Deus lhes
disse: “... virai-vos para o norte.”; quer dizer, a partir de Elate e
Ezion-Geber. Elate e Ezion-Geber está um ao lado do outro, mas menciona
primeiro Elate, como menciona primeiro Abrona, antes de Ezion-Geber; agora o
chama Elate, e logo chama Ezion-Geber. Então diz: “... desde o caminho da planície de Elate e Ezion-Geber, nos viramos e
passamos o caminho do deserto de Moabe.”; ou seja, pela Arabá.
Uma
transição
Vocês veem onde diz Edom
no mapa, e aí detrás do Mar Morto para o oriente diz Moabe; ou seja, essa rota
já subindo para a terra prometida, já sem dar voltas. Vemos, pois, que Abrona,
é um ponto chave, vocês se dão conta irmãos? Porque em Abrona é onde se deixa
de dar voltas. Sempre iam dar voltas, ate que houvessem aprendido as lições
anteriores. Uma vez aprendido as lições anteriores, agora tem a porta aberta,
agora sim já deram voltas suficientes; vamos ao norte, agora sim é uma nova
geração; a outra geração, a anterior, a maioria ficou no deserto; quando essa
nova geração já começa a andar, nos damos conta que daqui a pouco desaparece
Miriã; da aqui a pouco desaparece Arão; daqui a pouco desaparece Moisés e toda
a nova geração cumpre a ordem de Deus; mais houve uma transição. Podemos
dizer que as primeiras jornadas são dos filhinhos, as segundas são dos jovens,
as terceiras são dos pais, a quarta dos anciãos, e agora, a partir de Abrona
começa a nova geração; a nova geração começa a prevalecer a partir de Abrona.
Aprendeu aqui, mas aqui Deus lhes abre a porta.
Sigamos, pois, estudando os textos pertinentes. Este texto de
Deuteronômio é para identificar Elate com Abrona e ver que daqui em diante
desde Elate o povo segue ao norte, sem dar mais voltas. Agora vamos identificar
os versos onde aparece o estratégico deste ponto. Vamos ao segundo livro de
Samuel, porque ali é onde aparece a tomada dessa guarnição por Davi. Note que
se diz de Davi; que pelejava as batalhas de Jeová; e que pelejava pela cidade
de nosso Deus; de maneira que as lutas de Davi pela conquista da terra é uma
figura das lutas de Cristo por nossa conquista; assim mesmo ocorre com as lutas
de Josué para tomar as cidades, cidade por cidade. Então leiamos 2 Samuel
capítulo 8:13: “¹³Também Davi ganhou
nome, voltando ele de ferir os sírios
(os sírios estão localizados ao norte, para nordeste onde está damasco, quando
regressava, é dizer, para o sul) no vale
do Sal, a saber, a dezoito mil. ¹⁴E
pôs
guarnições,...”;quer dizer, o que
antes havia estado sob o domínio de Edom, desde Davi começou a ser domínio de
Israel, e era um ponto estratégico, porque ali era de onde se saía para o
oceano Índico, pelo Golfo de Acaba. “E
pôs guarnições, em Edom, em todo o Edom pôs guarnições, e todos os edumeus
ficaram por servos de Davi; e o SENHOR ajudava a Davi por onde quer que ia”.
Vemos que quando Davi tomou possessão de Edom, então o domínio do Mar Vermelho,
o Mar de Edom no Golfo de Acaba foi precisamente agora de Israel, e o ponto
chave é justamente aí em Elate e Ezion-Geber; nesses dois.
A
infidelidade fecha portas
Vamos ver outros
versículos. No primeiro livro de Reis 9:26, diz ali o seguinte: “Também (notem a palavra também) o rei
Salomão fez (Salomão, o filho de Davi, estava consolidando a posição
nesse ponto chave, onde passam as estradas para Arábia, para Síria, para o
Sinai, para o Egito, para Filistéia, Israel, Canaã, pois é um ponto chave) naus em Ezion-Geber, que está junto a Elate,
(este Elate é o mesmo Elote, é o mesmo Abrona) à praia do mar de Sufe, na terra de Edom”. Aqui nos damos conta que
Salomão, como homem sábio, também foi um homem que manteve essa posição
estratégica, porque se a perdesse, perdia muito; perdiam o controle de todas
essas rotas, perdiam o acesso ao Mar Vermelho, etc.
Agora passemos ao segundo livro de Reis 14:21-22. Primeiro foi
Davi, logo foi Salomão; agora observemos o que estes versículos nos falam de
Uzias. “²¹E todo o povo de Judá tomou a Azarias,...”;
Azarias é o mesmo rei Uzias. Se vocês comparam a história de Reis com a de
Crônicas se dão conta que ainda que os nomes são distintos, é a mesma pessoa.
No livro de Reis se chama este rei, Azarias, e no livro de Crônicas se chama
Uzias, mas é o mesmo rei. “²¹E todo o
povo de Judá tomou a Azarias, que já era de dezesseis anos, e o fizeram rei em
lugar de Amazias, seu pai. ²²Este edificou a Elate, e a restituiu a Judá,
depois que o rei dormiu com seus pais”. Por que a restituiu Uzias? Porque
depois de Josafá, Edom se libertou do controle de Judá. Josafá foi um rei fiel,
mas quando morreu Josafá, o filho de Josafá foi infiel a Deus; Ele se chamou
Jorão, da mesma maneira como o filho de Acabe, que se chamou também Jorão.
Houve dois reis Jorão, um de Israel e outro de Judá, e ainda um terceiro da
Síria; os três se chamavam Jorão, e ao mesmo tempo; mas resulta que Jorão foi
filho de Josafá, estava casado com uma filha de Jezabel, e foi infiel; e diz a
Bíblia em Reis que nesse tempo Edom se libertou do controle de Judá, e tomou
precisamente esse ponto estratégico.
Quando os Israelitas foram infiéis perderam o controle dessa
posição; ou seja, o controle sobre os caminhos, o controle sobre as estradas,
as portas abertas; perderam o controle das portas quando foram infiéis. Quando
foram fieis, Deus lhes abriu a porta e lhes deu o controle; quando foram
infiéis a porta se fechava e não podiam exercer o controle. Com a morte de
Josafá, Jorão seu filho foi infiel; andou nos caminhos dos reis de Israel e de
Jezabel; sua esposa, Atalia, foi uma filha de Jezabel, e foram infiéis. Então o
que aconteceu? Foram infiéis e perderam o controle. Logo depois veio outro rei
que foi fiel, que foi Uzias; então Uzias recobrou outra vez o controle, que é o
que estamos lendo aqui; edificou a Elate, que é o mesmo que Abrona e a
restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais.
Agora passemos a 2reis 16:6. Ali no contexto está se falando
do Rei Acaz. “⁶Naquele mesmo tempo Rezim, rei da
Síria, restituiu Elate a Síria, e lançou fora de Elate os Judeus; e os sírios
vieram a Elate, e habitaram ali até o dia de hoje”.
Quer dizer, até que Jeremias escreveu com Baruch o segundo livro de Reis, com
base nos escritos dos outros profetas escritores, que foram fonte dos livros de
Reis e também de Crônicas. Então se fixem que posição chave é Elate. Elate é
sempre disputada, e o povo de Deus a controla quando é fiel e não a controla
quando é infiel.
Aplicações
espirituais
Eu quero que passemos
agora a uma aplicação espiritual no Novo Testamento. Vamos ver duas passagens
que são bem claras no Novo Testamento e que se relacionam com esse assunto. Uma
no sentido individual do ministério de cada pessoa, e outro no sentido coletivo
da igreja. Primeiramente vamos ver no sentido do ministério de cada pessoa. No
capítulo 2 de 1 tessalonicenses, há uma frase chave, um conceito espiritual do
apóstolo Paulo. Leiamos 1 Tessalonicenses capítulo 2:4: “Mas, como (como, sublinho a palavra como) fomos aprovados de Deus para
que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar os
homens, mas a Deus, que prova os nossos corações”. Vemos que o Senhor está
nos formando, e enquanto vai nos formando permite que passemos por provas, e na
prova saímos aprovados ou saímos reprovados. Se saímos aprovados na prova, a
porta se abre, mas se saímos reprovados, a porta se fecha.
Às vezes Deus quer fazer algo contigo, mas falhaste na prova e a porta
se fechou e não pudeste fazer agora; oxalá se abra outra vez, que haja outra
oportunidade depois; mas é muito importante entender isto, irmãos. Às vezes não
entendemos porque estamos restringidos, ainda que temos vontade de servir a
Deus, e às vezes queremos servir ao Senhor e queremos avançar; mas se não temos
passado as provas anteriores, se não temos aprendido as lições das jornadas
pelas quais o Senhor nos conduz, então Deus não pode confiar algo mais. Se és
fiel sobre o pouco, sobre o muito será colocado; mas se não é fiel no pouco,
como se pode confiar algo mais? Mas, “... como fomos aprovados ...”. Deus prova; que prova? Prova nossos
corações. Da prova podemos sair aprovados ou podemos sair reprovados.
Até
que sejamos aprovados
Às vezes diz que há problemas na igreja, e às vezes há
divisões; e diz que Deus permite as dissensões para que se manifestem os que
são aprovados. Quando se apresenta o problema, os que são aprovados vão adiante
e os que são reprovados ficam dando voltas. Por que foi que Israel não foi
aprovado e ficou dando voltas ao redor do monte de Seir e no deserto do Sinai?
Por quê? Porque não foi aprovado na prova; foi provado e foi reprovado na
prova; então não houve porta aberta para ele; teve que dar voltas e voltas
aprendendo lições e novas provas, até que havendo passado por todas aquelas até
Jotbatá, por fim encontrou aquele fluir das águas vivas; de modo que recém Deus
lhes abre a porta para que vão direto para a terra.
Então aqui Paulo diz o mesmo: “Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse
confiado,...”. Às vezes queremos servir, mas servimos de uma maneira muito
restringida; e bem que pode ser porque Deus restringe o nosso serviço, porque,
todavia nalguma coisa não temos sido aprovados; e se ele nos confia esse
serviço sem haver sido aprovados em um assunto “X” ou “Y”, então vamos causar
um grande mal. De maneira que Deus nos tem que manter em quarentena por um
tempo até que sejamos aprovados. Por isso diz aqui: “Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse
confiado,...”; se somos infiéis a porta se fecha, mas se somos fieis a
porta se abre. Com Davi houve controle da porta, da passagem, do cruzamento,
das estradas, dos portos. Com Salomão se fortaleceu; com Josafá começou a
debilitar-se porque ele começou a fazer alianças com Acabe, e quando ele
morreu, o que não corrigiu Josafá, seu filho levou-o a um ponto muito pior; e
com Jorão de Judá se perdeu o controle porque andou nos caminhos dos reis de
Israel, e foi infiel e perdeu esse ponto estratégico: Elate, Abrona, o
cruzamento de todos os caminhos; mas logo Uzias foi fiel e o recuperou; mas
logo o outro rei Acaz foi infiel e voltou-se a perder o controle.
Que diz o Senhor a Éfeso? Que seja fiel, que se manter o
primeiro amor não vai tirar o candeeiro do seu lugar, mas se não é fiel vai
tirar o candeeiro.[2]
Se
dão conta? Essa porta; Abrona quer dizer isso: cruzamento, passagem, porta
aberta, mas esse cruzamento definitivo, esse ponto estratégico é uma peleja
constante.
Agora
olhemos o aspecto coletivo ou eclesiástico. Vamos a Apocalipse, a passagem
clássica do capítulo 3, na mensagem a Filadélfia vamos ler desde o versículo 7
ao 13, onde o Senhor fala à igreja de Filadélfia. Vocês sabem que essas igrejas
foram históricas, mas também no começo do Apocalipse, capítulo 1, nos diz que
todo o Apocalipse é uma profecia. “³Bem-aventurado
aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia,...”; e no final
capítulo 22, diz: “¹⁸Porque eu testifico a todo aquele que
ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar
alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
¹⁹E, se alguém tirar quaisquer palavras
do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida,...”.
De maneira que todo o Apocalipse é profecia, e não deve interpretar-se somente
no sentido histórico, senão que junto com a interpretação histórica deve haver
uma interpretação profética, porque Deus esta utilizando os acontecimentos
históricos para projetar a profecia, assim como diz que os acontecimentos de
Israel são exemplo para nós que temos alcançado o final dos tempos.
Uma
porta aberta
Por isso estamos lendo estas jornadas não só como história,
senão como exemplo para nós que temos alcançado os finais dos tempos. Vemos a
mensagem a Filadélfia já no sentido profético. O primeiro aspecto profético
aparece no nome Filadélfia. Filadélfia significa amor fraternal; de todas as
sete igrejas o Senhor repreende a cinco igrejas. As únicas que não são
repreendidas são, Esmirna e Filadélfia;
mas de Esmirna e Filadélfia, a única que abre a porta é Filadélfia; de maneira
que Filadélfia representa o tipo de povo que o Senhor aprova; todo o demais o
Senhor reprova. Esmirna não é reprovada, mas está em prova porque Esmirna é
prova. Esmirna está na prova, mas Filadélfia passou na prova; os demais foram
repreendidos. A Éfeso lhes diz: “Tenho,
porém, contra ti que deixaste teu primeiro amor.”; aos de Pérgamo
lhes diz: “Mas algumas poucas coisas
tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão , ...tens
também os que seguem a doutrina dos
nicolaítas,...”; e aos de Tiatira lhes diz: “Mas tenho contra ti que toleras
Jezabel,...”; aos de Sardes: “.. .Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.”;
a Laodicéia
lhes diz: “Assim, porque és morno, e não
és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.” ; quer dizer, todas as
igrejas estavam sendo provadas e haviam sido reprovadas. Das sete, em cinco se
encontraram nelas coisas reprovadas; portanto a elas não se abre a porta.
A Esmirna não se censura nada, mas ela está em prova; mas
Filadélfia passou a prova e se abriu a porta. Por isso é muito importante ler
sobre Filadélfia, porque a mensagem a Filadélfia nos ensina o que é que Deus
aprova na Igreja. Em primeiro lugar, onde localiza o Senhor a igreja? No amor
fraternal, a igreja em Filadélfia; ou seja, a igreja em amor fraternal. Notemos
o significado dos nomes gregos destas cidades antigas. A igreja em Éfeso; Éfeso
é descansado. Esmirna é em prova, em amargura. Pérgamo,
muito casado e misturado com o mundo. Tiatira, uma mulher, Jezabel ali
dominante com sacrifícios idólatras, isso não é aprovado. Sardes são
dissimulados, tem nome, mas não realidade. Laodicéia, humanismo, morno, aparentemente
rico, é o tempo final.
Mas Filadélfia é amor fraternal.
Então diz: “⁷E ao anjo da igreja que está em
Filadélfia escreve: (a igreja que está no amor fraternal) Isto diz o que é santo, (porque o Santo
é o que aprova, porque se Ele não fosse Santo, Ele deixaria passar o imundo,
mas que diz da Nova Jerusalém? Não entrará por suas portas coisa imunda, porque
Ele é Santo. O Senhor antes de abrir-te as portas, tem que provar-te e
aprovar-te e então te abre as portas) o
que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e
fecha, e ninguém abre:”. Às vezes
nós mesmos queremos abrir as portas, mas Deus não nos deixa sair com a nossa
chave, e essa porta está fechada, fechada e fechada; o Senhor tem a chave. Na
mensagem impressa que vocês receberam sobre o Sacerdócio, os remeto a ela para
entrar em mais detalhes sobre a chave de Davi; aí se trata desse tema, quando
se trata do éfode, as vestiduras do éfode ou as ombreiras; agora só recordo de
maneira rápida que a chave se pendurava no éfode, colocava-se no ombro; por
isso diz: a chave sobre seu ombro, porque o encarregado dos tesouros, a quem se
confiava os tesouros na casa de Deus era aos sacerdotes, então eles levavam a
chave no ombro; eles abriam e tinham acesso aos tesouros e os administravam e
fechavam e ninguém entrava.
Quando Sebna, que era um sacerdote, foi infiel, o Senhor lhe
diz: tirarei a chave do teu ombro e a deu a Eliaquim; tirou a chave de Sebna,
que foi um mau mordomo, um sacerdote infiel; tirou dele, e diz o Senhor dele:
tu és como um cravo mal na parede. Quando um cravo não está bem cravado, você
pendura algo no prego e o prego cai; quer dizer, um prego tem que ser algo que
aprenda a sustentar a responsabilidade; mas se você pendura nesse prego e o prego
está frouxo e as coisas caem, quer dizer que não se pode confiar. Então Sebna
não foi um sacerdote confiável; na prova não saiu aprovado; por isso lhe tirou
a responsabilidade e lhe passou a Eliaquim.
A
porta fechada
Isso é uma coisa muito
delicada, e é o que aprendemos aqui nessa jornada de Abrona. Deus abre a porta
quando se é aprovado, mas quando houve infidelidade essa porta tornava a
fechar, perdia-se o controle que se tinha antes. Que diz o Senhor dos levitas?
Por meio de Malaquias diz que se os levitas eram fiéis, o Senhor os honraria,
mas se eles eram infiéis, iam ser desonrados pelo mesmo povo de Deus. Deus ia
lhes fechar a porta, porque eles eram infiéis; se eles eram fieis, Deus lhes
abria a porta. Então diz aqui: “... Isto
diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e
ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:”. Que precioso! O diabo quer
fechar-te as portas, mesmo os homens querem fechar-te as portas, mas o Senhor
diz: quando Eu abro ninguém fecha, não importa que se levante satanás; porque
diz: as portas do hades não prevaleceram contra a igreja;[3] não
prevalecerão, mas se somos infiéis, Ele fecha, e ainda que alguém faça força,
há algo que sempre sai mal; porque Balaão não via que Deus se lhe opunha; a
jumenta era mais sábia que Balaão, a jumenta via o anjo opondo-se, e o anjo lhe
disse que se houvesse passado adiante, seria morto. Deus teve tanta
misericórdia de Balaão que lhe quebrou o pé para que não passasse.
Às vezes não se entende porque uma e outra coisa não dão
certo, não entende que Deus está fechando a porta, porque, todavia há algo que
não tem sido suficientemente tratado em nós para que passemos a essa segunda
etapa. É como um garoto que está no segundo ano e apresenta seus exames e
passou em cinco matérias, mas perdeu três, pois, até que reabilite essas três
não pode passar ao seguinte curso; essa é a lição que se tem que aprender aqui.
Então diz o Senhor: “⁸Conheço as tuas obras;
(isso diz a todas as igrejas) eis que
diante de ti pus (quem? o que tem a
chave) uma porta aberta, e ninguém a pode
fechar;...”. Assim faz Deus se passa
na prova; por isso foi que o irmão Watchman Nee, que amava tanto esse assunto
de Filadélfia, ao seu jornal de edificação do povo de Deus, o chamou: A porta aberta; e nesse livrinho a porta
aberta é onde estão recopilados as mensagens de avanço do irmão Nee, graças a
Deus. “... eis que diante de ti pus uma porta aberta,...”. Agora aqui
vai explicar porque Deus abre a porta; por isso é tão importante este capítulo,
esta passagem, porque nos mostra o que é que faz com que Ele nos abra a porta e
o que é que faz que Ele não nos abra a porta. Aqui explica porque para
Filadélfia se abre a porta. Por que não a outros, e por que sim a Filadélfia? O
que é que o Senhor aprova de Filadélfia? É pelo que nós devemos estar
interessados para ser aprovados também, porque Deus não muda, nem os seus
princípios mudam.
Guardar
sua palavra
Então diz assim: “... tendo
pouca força, (não importa que sejam poucos, que sejam débeis em vocês
mesmos) guardaste a minha palavra, e não
negaste o meu nome”. O primeiro
requisito para uma porta aberta é guardar a Palavra de Deus, porque Deus não vai
te enviar para semear heresias, nem suas próprias ideias, nem causar danos a
outras pessoas. Para que tenhas uma porta aberta, primeiro tem que guardar Sua
Palavra. Primeiro, tens guardado minha palavra, esse é o que Me ama, e Me
manifestarei a ele: “... e meu pai o
amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.”;[4]
o que Me ama guarda a minha palavra; é dizer, se nós não levamos em conta a
Palavra de Deus, a porta nos é fechada; vamos dar voltas e voltas e voltas
durante anos; pode ser quarenta anos ao redor de um mesmo monte e não vamos
avançar realmente, até que sejamos aprovados. Porque segundo fomos aprovados
por Deus, nos é confiado o evangelho de Deus, e às vezes o que nos é confiado
da Palavra de Deus é um pouquinho.
Às vezes podemos ensinar isto e isto e isto, mas outra coisa,
não; porque em outras coisas não fomos aprovados; naquilo em que já fomos
aprovados, até aí podemos ajudar; mas não podemos ajudar mais porque não temos
sido aprovados em outras coisas; até que não sejamos aprovados em outras
coisas, nossa ajuda não será maior, não seremos mais úteis, senão só até aqui.
O Senhor tenha misericórdia e nos conceda querer e ser aprovado em tudo.
Não
negar o nome do Senhor
Então diz: “... tendo pouca força, guardaste a minha
palavra, e não negaste o meu nome.”; quer dizer, o nome do Senhor. Às vezes
buscamos outros nomes e nos colocamos outros nomes; às vezes somos romancistas,
papistas; às vezes somos luteranos, às vezes calvinistas, às vezes somos
Wesleyanos. Não vamos ser ginistas, (de Gino) nunca; sejamos Cristãos. Não
temos outro nome além do nome do Senhor Jesus; temos guardado Seu nome; não nos
chamamos, nem somos chamados por nenhum outro nome que não seja o nome do
Senhor Jesus; não queremos estar ao redor de nenhuma outra coisa que não seja o
nome do Senhor Jesus. “... guardaste
minha palavra, e não negaste o meu nome”. Por outro lado, o que era que
havia acontecido em Sardes? Fixem-se no que diz no capítulo 3:1, na segunda
parte: “.. .Conheço as tuas obras, que
tens nome de que vives, e estás morto.”, ou seja, não tem guardado o nome,
tem só aparência e se denomina com coisas; tem a forma, não tem a substância,
põe-se nome, tem nome, mas qual é a realidade?
Em contra partida em Filadélfia diz: “... e não negaste o meu nome.”, e então, que diz? “⁹Eis
que eu farei (porque o Senhor é o que faz, porque diz:
“... se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.”) aos da sinagoga de satanás, aos que se dizem judeus, (ali haviam pessoas que
não eram judeus; havia ali em seus grupos messiânicos, que se diziam
messiânicos, colocam o quipá e dizem ser judeus e não são judeus; já havia isto
nesse tempo) e não são, mas mentem; eis
que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te
amo”. Que venham! Porque eles não o fariam. Mas que coisa terrível é sentir
o peso da mão de Deus! Não aconteceu isso a Hamã? Hamã queria destruir povo de
Deus e queria destruir a Mardoqueu, porque Mardoqueu não dobrava seu joelho ao
baal de Hamã.[5]
Então que aconteceu? Preparou-se uma forca para Mardoqueu, mas coube a Hamã
honrar a Mardoqueu e dizer: Assim fará o rei da Pérsia com todo aquele a quem
ele queira honrar; e teve que honrar publicamente àquele que ele queria
destruir; na forca onde ele queria enforcar Mardoqueu, foi enforcado; e agora
no povo de Deus há gente que pretende ser algo, e por isso diz ser algo para
pretender ser mais do que os outros. E o que vai acontecer com estas pessoas?
Diz aqui: “... eu
farei...”. Que coisa terrível! Não fizeram por si mesmo; a mão poderosa de
Deus veio sobre sua cerviz. “... eu farei
que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo”. Essa é
uma porta aberta. Em meio a toda oposição deixa que passe a aprovação ou
desaprovação de Deus; deixa que passe o tempo da prova; contudo, não é no tempo
da prova que se sabe a quem Deus aprova ou não aprova, senão que quando a prova
passou; então Deus toma pelo cangote, pela cerviz, somente aos que haviam se
levantado contra eles, ao governo dos que Deus aprovou. Coisa muito delicada!
Essa é a prova de que Deus abriu a porta; enquanto isso, estes diziam ser
alguma coisa e menosprezavam e não reconheciam que Deus havia amado aos
vitoriosos de Filadélfia.
Mas passou a prova, passou o tempo, e que fez Deus com Hamã?
Fez ele levar o cavalo de Mardoqueu, e foi enforcado na forca que preparou para
Mardoqueu; e o mesmo acontece aqui. Diz aqui no verso 9: “... eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que
eu te amo.”; e agora explica porque. “¹⁰Como guardaste a palavra da minha
paciência,...”. Quer dizer que estas pessoas, estes
vitoriosos de Filadélfia tomaram a cruz na hora da prova. Como eles
julgaram a si mesmos e tomaram a cruz e foram vencedores na prova, já não vão
ter que passar noutra prova; por outro lado, todos os demais virão à prova, mas
estes já passaram na prova. Quer dizer,
se você julga a ti mesmo, Deus não tem que julgar-te; mas se você, a si mesmo
não julgas, então Deus te julga.
Assim diz aos Coríntios no capítulo 11: “³¹Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
³²Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo”. Então o Senhor faz estas coisas em Seu povo, no
meio do Seu povo. Tem piedade de nós, Senhor! E guarda-nos de toda vaidade; porque o
Senhor não é cúmplice de nenhum pecado.
Aqui está a razão: “¹⁰Como guardaste a palavra da minha
paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo
o mundo, para tentar os que habitam na terra”. Mas como a ti
não necessito mais provar-te, porque já te provei e guardaste minha palavra,
guardaste meu nome e estiveste em amor fraternal e guardaste a palavra da minha
paciência, pois já te conheço; então, como fomos aprovados por Deus, nos é
confiada a obra de Deus e nos abre a porta. “...
eis que diante de ti pus uma porta
aberta,...”. Esta porta aberta, esse cruzamento estratégico, essa é Abrona;
esse é o ponto onde não se dá mais voltas. Já deram muitas voltas, daqui olhem
para o norte.
Reter
o que se tem ganho
Seguimos lendo em
Filadélfia: “¹¹Eis que venho sem demora;
guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. Aí esta, aí está o
que acontece com Abrona. Enquanto Davi vencia, tinha o domínio de Abrona ou
Elate a seus pés; enquanto Salomão estabelecia o reino de Deus, o reino de
Salomão chamava-se reino de Jeová. As guerras de Davi chamavam-se guerras de Jeová,
porque não atuava para si mesmo, senão para o interesse de Deus; então Deus se
identificava com as guerras de Davi, porque Davi guerreava em nome de Deus e
para Deus. Deus se identificava com o reino de Salomão, ao princípio, porque
Salomão reinava em nome de Deus e para Deus. Quando Salomão se apartou, Deus dividiu
o reino, e logo quando Josafá cambaleou e seu filho entrou pelo vazio que abriu
Josafá, então que aconteceu nesse momento? Os edomitas tomaram Elate. Depois
veio Uzias e foi fiel e recobraram Elate, mas depois veio Acabe e foi infiel e
perderam outra vez Elate.
Por isso diz aqui: “... guarda
o que tens, para que ninguém tome a sua coroa”. A coroa é a posição de
governo, que é a recompensa para reinar com Cristo, é a porta aberta, é o
cruzamento, é a passagem estratégica.
“¹²A
quem vencer, (é uma coisa de combate) eu o farei coluna no templo do meu Deus,...”. Colunas são para sustentar;
mas se somos covardes, nem para pregos servimos. Mas “A quem vencer, eu o farei coluna
... e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o
nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, (ou seja,
tudo isto é divino, não é algo humano) do
meu Deus, e também o meu novo nome”.
Aqui tudo já é novo; aqui já não é o velho, aqui é o novo, a geração nova, a
realidade do novo homem e da nova criação.
“¹³Quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito dia às igrejas”. Por isso se escreveu a carta aos Hebreus;
porque alguns haviam saído e estavam vacilando entre o Antigo e o Novo Pacto,
entre a graça e o legalismo, e o Senhor teve que fazer-lhes cruzar o Eufrates
espiritual por completo, ser hebreus, ser como Abraão o hebreu, o que cruzou o
Eufrates. Saiu de Ur dos Caldeus e foi conduzido por Deus à terra que a sua
geração ia possuir. Então, irmãos, esta jornada de Abrona creio que é
uma lição muito solene que temos que aprender e é mais avançada que Jotbatá.
Amém.
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