Jornada
10
A
L U S
“E partiram de Dofca, e acamparam-se em Alus”.
Números 33:13
À
procura de Alus
A jornada que corresponde
ao dia de hoje para examinar é chamada de Alus.
Lemos em Números 33:13, escrito ali por inspiração do Espírito Santo; “E partiram de Dofca, e acamparam-se em
Alus”. Alus se encontra entre Dofca e Refidim, como se pode ver no
versículo 14: “E partiram de Alus, e
acamparam-se Refidim; porém não havia ali água, para que o povo bebesse”;
mas antes de que sucedessem as coisas em Refidim, que se caracteriza por essa
frase: ... Refidim, porém não havia ali água, para que o povo bebesse, antes de
que isso acontecesse, algo aconteceu em Alus. Alus é a jornada que corresponde
ao dia de hoje, entre Dofca e Refidim.
O Seder
Olam Rabbá, é um livro de rabinismo antigo, que é praticamente o livro da
cronologia talmudista fundamentalista. Vocês sabem que há os judeus talmúdicos,
os judeus chamados ortodoxos; eles tem uma cronologia, eles contabilizam sua
cronologia baseada principalmente, mais que na Bíblia, nos cálculos que Rabí
Osaya fez da Bíblia, um rabino que escreveu o livro O Seder Olam Rabbá, que são
palavras em hebreu que significam: “a grande ordem do mundo ou do universo”
e é um livro fundamentalmente cronológico. Neste livro de cronologia o autor
nos diz que esta estação de Alus ficava 19 quilômetros depois de Dofca e 13
quilômetros antes de Refidim, no deserto. Estava localizada mais para o sul da
península do Sinai; se chama Alus; é a única vez que aparece na Bíblia este
nome Alus, e sem restrição essa jornada é aludida no livro de Êxodo.
Leiamos
em Êxodo 17:1, onde se alude a esta jornada de Alus, sem mencioná-la. Diz: “Depois toda a congregação dos filhos de
Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento do
SENHOR, e acampou em Refidim; e ali não havia água para o povo beber”, que
é o que caracteriza Refidim. Mas diz que partiram do deserto de Sim pelas suas
jornadas, conforme o mandamento de Jeová. Se observarmos em Números 33:12, diz:
“E partiram do deserto de Sim, e
acamparam-se em Dofca”, e agora o 13 diz: “E partiram de Dofca, e acamparam-se em Alus”, e o 14 diz: “E partiram de Alus, e acamparam-se em
Refidim...”, então vemos que em Êxodo simplesmente se faz uma alusão, sem
se quer mencionar o nome de Dofca, nem o nome de Alus.
Já
tratamos o relativo a Dofca na última vez, mas agora temos que tratar também o
relativo a Alus, porque o Espírito Santo fez que se registrasse uma jornada em
Alus, depois de Dofca e antes da experiência de Refidim; e como é um exemplo
para vida espiritual, não podemos passar por alto coisas que o Espírito Santo
deixou na Palavra. Analisemos, pois, esses detalhes aqui. Depois toda a
congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim, e aí é onde se diz:
pelas suas jornadas, aí está no plural. Antes de chegar a Refidim, entre o
deserto de Sim e Refidim, houve jornadas, que pelo livro de Números, sabemos
que foram duas: uma é Dofca e a outra é Alus, portanto Alus é a segunda dessas
jornadas antes de Refidim.
Em vão
se busca na Bíblia outras alusões à Alus, somente em Números 33 aparece o nome Alus.
Portanto toda luz acerca de Alus nos tem que vir, primeiro do significado de
seu nome, porque às vezes os nomes servem para recordar alguma coisa que
aconteceu. Por exemplo, quando Jacó teve aquele sonho da escada de Betel, que
anjos desciam e subiam e que havia uma comunicação entre o céu e a terra, e ele
ao despertar do sono, colocou um nome e esse nome foi Betel, e esse nome foi
para recordar a revelação que ele teve ali; então os nomes na Bíblia tem esse
significado, especialmente quando a única coisa que se tem é o nome. Quando a
única coisa que se tem é o nome, se diz: e como se originou esse nome?
Hoje em
dia os arqueólogos vão a esse lugar, ao deserto e não encontram nem se quer
restos de Alus; até hoje não se põem de acordo, nem se quer onde estava; só se
tem a notícia daquele rabino já antigo dos primeiros séculos da era cristã, que
escreveu El Seder Olam Rabbá que contava que estava entre Dofca e Refidim; 19
quilômetros depois de Dofca e a 13 quilômetros de Refidim. Então as pessoas
seguem ao únicos dados que existem de história deste rabino e do livro El Seder
Olam Rabbá. Não se encontram por essas intermediações, não se encontram nada; e
isso é muito interessante, e por uma parte eu me alegro muito que não se
encontre nada pelo que significa o nome.
Então
temos que ver o sentido desta estação, desta jornada por meio do significado do
nome, porque o nome era para recordar algo que era melhor não recordar;
recordar que tem coisa que é melhor não recordar, quer dizer, temos que saber
que tem coisas que é melhor esquecê-las e passá-las por alto; mas como existem
coisas acerca das quais temos que tomar decisão de não voltar pra elas, não
escavar mais elas, senão passar por elas, e que não fique nem rastro delas, por
isso aparece Alus, mas não explica nada mais. Nos indica que está entre Dofca e
Refidim. Já sabemos o que aconteceu em Dofca e depois pelo menos, se nos
antecipa o que depois de Alus, veio acontecer em Refidim, mas as coisas que
aconteceram em Refidim, eu creio que era uma lição que tinha que aprender em
Refidim por causa do que aconteceu em Alus.
Tropeços
na igreja
A palavra Alus em hebreu
tem este significado: Alvoroço; isso é o que quer dizer Alus, alvoroço; e
alguma palavra parecida em hebreu significa também desolação; ou seja, por
causa do alvoroço houve desolação, houve dispersão, diáspora ou problemas. É
interessante que o Senhor não queira ocultar-nos que no caminho do povo do
Senhor, de vez em quando acontece algum alvoroço, algum problema. Se o Senhor
não houvesse assinalado no caminho seria raro que sucedesse. O Senhor disse
assim: “...porque é mister que venham
escândalos...”[2];
isso não quer dizer que vamos produzi-los. Bem, como está previsto e está
tipificado que venham escândalos, então vamos ser descuidados e vamos causar
escândalos, não. É mister que venham escândalos, “...mais ai daquele homem por quem o escândalo vem!”
Mas notem
que o Senhor não entra em detalhes, nem se põe a escavar acerca dos escândalos;
porque é que nós às vezes queremos escavar e escavar e escavar coisas que o
Senhor quer que passem o mais rápido possível. Ele não quer que sempre
estejamos metidos escavando as coisas, e por isso nem os arqueólogos encontram
nada nessa região do deserto. Vão e reviram e não há nada, somente se tem
notícias vagas, por isso não se põem de acordo onde era que estava precisamente
Alus; só sabemos que existiu.
Então o
Senhor sim, diz, que em nosso caminho haveriam dificuldades; Ele disse que isso
aconteceria. Temos por exemplo, um versículo que eu gostaria de analisá-lo com
os irmãos, 1 Coríntios 11; vamos ler o versículo 17. Diz: “¹⁷Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo...”, isso não é
digno de louvor; são coisas que acontecem na igreja, oxalá não acontecessem,
oxalá nunca acontecessem essas coisas que é melhor não recordar-se delas, nem
misturar-nos nelas, mas acontecem.
Antes,
no verso 2 do mesmo capítulo, lhe havia dito: “E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os
preceitos como vo-los entreguei”. Quase em tudo haviam seguido as
instruções apostólicas, retiveram as instruções, tal como as havia entregado
Paulo; de maneira que reter as instruções apostólicas da Bíblia é uma coisa que
merece louvor; e Paulo havia tido que dizer pelo Espírito Santo: “Os louvo”, havia tido essa liberdade.
Mas agora, pensando que um povo que recebe louvor e que em muitas coisas foi
obediente, tem também seus desvios, há algo que não é digno de louvor.
Ainda
que o desvio não é tudo. Às vezes nos esquecemos de tudo e olhamos somente o
desvio, e concentramos a lupa no desvio e vemos as pessoas com se as pessoas
fossem esse desvio, mas não é assim, também existe o desvio. O Senhor sabe que
há desvios, verdade! Então seguimos lendo o versículo 17: “...por quanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior”. Quando
alguém quer congregar-se e avançar, pois o propósito é o de reunir-nos como
igreja, de estar como irmãos orando, visitando-nos, reunindo-nos, tendo
acampamentos, é avançar; mas às vezes ainda no que fazemos para o bem,
sucede o mal.
Às vezes
acontece algo que não esperávamos, vamos a um acampamento, o que queríamos é
que tudo estivesse bem, que não houvesse nenhum desvio, mas o Senhor sabe que
pode haver esses desvios, e Ele nos quer ensinar que esses desvios podem
aparecer em qualquer momento. Oxalá não aparecera e oxalá esquecêssemos isso o
mais rápido possível, e oxalá passemos por isso logo e não voltemos para isso,
como sucedeu em Alus. Em Alus, o povo dormiu uma só vez ali, passou por isso
rápido; passou e ficou o registro para que não se diga que isso não acontece,
que isso não existe; mas isso não é algo para se retornar. Tem que passar e
esquecer.
Então diz aqui: “¹⁸porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há
entre vós dissensões; e em parte o creio”. Eu gosto que Paulo não creia tudo,
porque ele sabe que satanás sempre quer acrescentar, satanás sempre quer acrescentar
a medida das coisas. Às vezes acontece uma coisa na debilidade humana, e alguém
diz: Sabem o que aconteceu? Nem imagina o que aconteceu, e aumentamos as
coisas. Agora Paulo diz: Acontecem coisas más, não vos ajuntais para melhor se não
para pior, Sim. Por exemplo, em primeiro lugar, esse é um dos problemas, não é
o único, mas quando vos ajuntais como igreja, há dissensões entre vós; e em
parte, não em tudo, mas em parte o creio; e sabem porque eu creio em parte?
“¹⁹E até importa que haja entre vós
heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós”. E aqui
aparece a palavra precisa como análoga àquelas palavras do Senhor Jesus: É
mister que venham escândalos. Não é que temos que provocá-los, nem temos que
ser descuidados com eles, mas o Senhor disse que era mister; são esses
escândalos que nos colocam a prova.
As
provas aprovam e reprovam
Fixem-se
na prova que veio depois de Alus. Depois de Alus veio Refidim, depois do
alvoroço, depois do problema, as pessoas ficaram seguramente dispersas e houve
uma rebelião ali. Depois vamos entrar com mais detalhe no que aconteceu em
Refidim; mas eu creio que a base do que aconteceu depois em Refidim foi semeada
em Alus, neste alvoroço, algum problema. Ainda vamos ver depois com mais
detalhes, se não se adianta um pouco, antes de seguir ao seguinte capítulo, Refidim,
e se fixa no que se trata os capítulos 17 e 18 de Êxodo, só para olhar do que
se fala ali em Refidim, para olhar o que se aprenderia, vemos água da rocha,
onde primeiro não havia o que beber. Água da rocha, onde não havia para beber;
quer dizer, que havia uma situação difícil, e sem restrição o Senhor esteve
ali; e também houve guerra em Refidim, e outra coisa, Jetro visita a Moisés e
são nomeados juízes, até aqui não haviam juízes. Mas depois do problema de Alus
e da prova de Refidim, começou a haver juízes. É o que líamos aqui em 1
Coríntios 11:19: “E até importa que haja
entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós”. Parece
que se não acontece alguma coisa que dê ocasião a que se manifeste a realidade
interior das pessoas, parece que não são tratados os problemas que estão
latentes: mas há problemas em nós, nós temos problemas com nossa personalidade,
temos muitos tipos de problemas e estamos em jornadas para que esses problemas
do que nós somos sejam tratados, e são tratados na comunhão da igreja; e claro
somos igreja porque somos salvos, e nos reunimos porque queremos estar com o
Senhor e queremos amar-nos uns aos outros.
Mas no
ambiente da igreja se apresentam problemas, se apresentam tensões, se
apresentam divisões, por que? Por que o Senhor permite que venham esses
escândalos? É mister que venham. Aqui diz que é preciso que hajam dissensões,
para que? Para que se façam manifestos entre nós os que sejam aprovados. Os
juízes apareceram depois da prova de Alus e de Refidim; aqueles aprovados,
aquelas pessoas que depois de passar pela prova resultam aprovados, porque a
prova é para aprovar ou reprovar. O propósito da prova é aprovar ou reprovar.
Diz a Palavra do Senhor: foram provados; o Senhor permite que sucedam problemas
para provar-nos.
Podemos
ver alguns outros versículos onde essas coisas são assim. Vejamos por exemplo,
um em Apocalipse 2, versículo 10, ali onde o Senhor está falando a igreja de
Esmirna. Diz: “Nada temais das coisas que
há de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais
tentados...”. E dizemos, mas por que o Senhor permite isso? Que propósito
tem esta estação? Por que tem que ter esse tipo de experiência? É que se não
passamos pelas experiências de prova, não somos provados, não se manifesta o
que há em nós e não somos tratados. Quando somos colocados em uma situação
difícil, é quando Deus nos mostra o que Ele vê, que nós não vemos, então nessa
situação difícil, queremos ir-se. Às vezes há um alvoroço, há um escândalo;
imagine, vamos nos reunir no domingo, com que propósito? Pois, para louvar a
Deus, para adorar a Deus, mas às vezes discutimos, às vezes há tensões e nessas
tensões que o Senhor permite, cada um de nós está sendo provado, para ver como
reage, para ver se passou na prova e saiu do outro lado aprovado, ou se foi
reprovado e tem que começar de novo. Como aquela escada de caracol que conduz
de um piso para outro, passando de novo pelo mesmo lugar várias vezes até ser aprovados
em coisas que somos desaprovados ou reprovados.
As
provas são de amor
Fixem-se que há palavras
na Bíblia que são sérias; sempre muito sérias. Se vocês leem em qualquer dos
Evangelhos, seja Mateus, Marcos ou Lucas, quando fala da tentação do Senhor Jesus,
diz que foi levado, diz que pelo Espírito, ou seja que o Espírito Santo o
dirigiu, em outra parte diz que o diabo o levou; quer dizer, o Espírito o
levou, mas permitiu o diabo prová-lo, e diz que foi ao deserto para ser provado
pelo diabo. Note essa frase, “...para ser
tentado pelo diabo”[3],
que nos diz que o Senhor foi posto por Deus em uma situação de prova, e Ele
sabia que estava sendo provado, e que da prova dEle dependia muita coisa.
Também encontramos o que aconteceu com Adão, que foi provado, o que aconteceu
com os Anjos. A prova, é uma prova de que? É uma prova de amor, de amor, para ver se
amas ao Senhor de todo coração. Então o Senhor permite que o diabo
venha e nos tente para ver se o amamos ou não; e nós estamos aí entre a chicha[4]
e a limonada, entre fu e fa, sem saber o que vamos decidir no fim.
O Senhor
disse que oremos para que não entremos em tentação; quer dizer, que o Senhor
não quer que estejamos sempre nisso, mas também quer que saibamos que em nosso
caminho há provas, que somos provados, que chegam situações em que, como no
caso do Senhor Jesus, Deus o dirigiu ao deserto para ser provado pelo diabo. E
aqui a igreja, diz: “...Eis que o diabo
lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias...”[5].
É necessário, diz Paulo, que através de muitas tribulações entremos no reino de
Deus. É na realidade da prova onde se demonstra se de verdade amamos ao Senhor
ou não, e se de verdade nos amamos uns aos outros. Eu penso que o amor não é um amor que vai se
escandalizar ante a debilidade; o verdadeiro amor se mostra na perseverança,
na persistência, no suportar, no perdoar. Nós sabemos quanto nos ama o
Senhor, porque sabemos quanto nos perdoa, quanta longanimidade há N’Ele.
Uma
situação difícil mostra se nosso coração verdadeiramente ama ao Senhor e ama
aos irmãos, ou se está buscando a primeira oportunidade para mostrar a sua
falta de amor. Essa palavra que aparece ali em Efésios é interessante; há outra
que está também em Juízes e Deuteronômio. No livro de Juízes, podemos ler ali
no capítulo 3, desde o verso 1: “Estas,
pois, são as nações que o SENHOR deixou ficar, para por elas provar a Israel, a
saber, a todos os que não sabiam de todas as guerras de Canaã”. Observem
quem as deixou: Jeová. Agora, se Deus não houvesse permitido, não se poderia
dizer a palavra é necessário, mas se o Senhor Jesus disse: é necessário que
haja escândalo, que frase estranha essa frase do Senhor Jesus: é necessário que
haja escândalo, ai daquele por quem vem o escândalo, mas tem que vir; quer
dizer, vocês tem que ser provados e por isso meu Pai permite escândalo, por
isso meu Pai permite situações difíceis, complexas, para ver como reagimos. Às
vezes somos muito drásticos, e às vezes somos muito levianos, não representamos
com fidelidade ao Senhor. Às vezes somos mexeriqueiros quando deveríamos ser
santos, e às vezes não somos misericordiosos quando deveríamos sê-lo, e o
equilíbrio entre ser misericordioso, sem ser mexeriqueiro, só existe em Cristo;
e às vezes em uma situação preferiríamos ir a outro lugar e não estar no
problema, então o Senhor nos coloca o problema na mão, e sabem o que, irmãos? O
Senhor te treina para pôr-te na mão problemas mais difíceis.
Às vezes
te confia pouco com o propósito de poder confiar-te logo algo mais; mas se não
somos fiéis no pouco, como vamos ser fiéis no muito? Mas qual é o propósito de
sermos provados no pouco? Aquele que no pouco não é fiel, tão pouco será no
muito. O Senhor primeiro nos prova no pouco para ver o que somos, qual é a
consistência real do que somos agora na mão do Senhor; e se somos reprovados
temos que começar de novo. Oxalá que o Senhor não julgue necessário parar já
conosco; que Deus tenha misericórdia e realmente nos dê outras oportunidades,
verdade irmãos? Mas para que somos provados?
Para que se nos possa confiar algo mais. Deus vai te confiar algo
segundo Ele te prove.
Como diz
o apóstolo Paulo em uma das epístolas aos Tessalonicenses: “Mas, como fomos provados de Deus para que o evangelho nos fosse
confiado, assim falamos...”⁵. Antes de confiar algo, o Senhor prova os
corações. Ele aprova ou reprova, e então confia mais ou não confia, por quê?
Àquele servo que o Senhor deu um talento, não lhe privou de nada, não; lhe deu
um, mas a pessoa não foi fiel com esse talento. Não se pode confiar dez, não se
pode confiar cinco; se lhe confiou um, mas depois que fez com esse talento? Aí
se demonstrou que o Senhor tinha razão quando confiou apenas um: mas que diz?
Agora dê ao que tem dez, porque o que tem dez foi fiel com os dez.
De
maneira que nós somos provados, para estar preparados, para que se nos confie
mais; e se somos fiéis, se nos confiará mais; e se somos infiéis, não se pode
confiar mais, senão que temos que seguir essa parte de vibração de nossa alma,
de nosso ego, que não pode subir mais do que isso; não desce muito, mas tão
pouco sobe, vivemos dentro de uma parte por muitos anos até poder subir a uma
parte superior, a um elo superior. Mas às vezes não entendemos que as coisas
que nos acontecem são provações. Então, por isso diz aqui em Juízes 3: “¹Estas, pois, são as nações que o SENHOR
deixou ficar, para por elas provar a Israel, a saber, a todos os que não conheciam
todas as guerras de Canaã. ²Tão somente para que as gerações dos filhos de
Israel delas soubessem (para lhes ensinar a guerra), pelo menos os que dantes não sabiam delas. ³Cinco príncipes dos
___________________
⁵ 1 Tessalonicenses 2:4
filisteus,
e todos os cananeus, e sidônios, e heveus que habitavam nas montanhas do Líbano
desde o monte Baal-Hermom, até à entrada de Hamate”.
Quando eu estou pensando que Deus deixou aos cananeus, posso dizer: deixou a
televisão, deixou os supermercados e os shopping Center, e poderia dizer outras
tantas coisas, para que sejamos provados.
Às vezes
não nos damos conta e estamos sendo provados por esses cananeus, por esses
filisteus, esses sidônios. “⁴Estes, pois,
ficaram, para por eles provar a Israel, para ver se dariam ouvido aos
mandamentos do SENHOR, que ele tinha ordenado a seus pais, pelo ministério de
Moisés”. Não que Deus queria saber, Ele já sabe, senão para que nós
saibamos; foram para provar, para saber se obedeceriam, para que se saiba. “⁵Habitando, pois, os filhos de Israel no
meio dos cananeus, dos heteus, e amorreus, e perizeus, e heveus e jebuzeus”.
Por
que lhe disse o Senhor aos anjos que queriam tirar o joio do meio do trigo, que
o deixassem juntamente com o trigo até a sega e no dia da sega vai se saber
quem é quem? Mas as coisas
crescem juntas: o trigo e o joio.
O Senhor
disse: vocês não são do mundo, mas Eu os tenho enviado ao mundo e somos provados
pelo mundo. Nós estávamos cantando agora, Amar-te somente a ti, Senhor, e eu
creio que esse cantou justamente, ainda que não nos havíamos proposto, tem a
ver com esta estação. Agora nós podemos dizê-lo, mas quando vem a estação
diante de nós é quando realmente somos provados para ver se é verdade, se vamos
ser aprovados ou reprovados. Se obedecemos ou não. “⁶Tomaram de suas filhas para si por mulheres, e deram suas filhas aos
filhos deles; e serviram aos seus deuses”. Não passaram na prova.
Podemos
olhar outro exemplo desses tipos de prova, de situações assim, no livro de
Deuteronômio, capítulo 13. Vamos ler situações, como a que está sucedendo agora
no lugar que não vou dizer o nome. Às vezes sucedem coisas sobrenaturais e as
vezes discussões e confusões acerca de coisas espirituais, de sonhos e
experiências místicas que sucedem, subjetivismo e coisas, o que é isso que está
acontecendo? Justamente um alvoroço, é uma provação. Lemos em Deuteronômio
13:1: “¹Quando profeta ou sonhador de
sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, ²E suceder o
tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros
deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; ( quer dizer, não sigamos o
Senhor segundo sua Palavra, senão sigamos outras direções) ³Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos;
porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso
Deus com todo o vosso coração, e com toda vossa alma”.
Observem
esse alvoroço, parece que há milagres, de vez em quando aparecem modas e as
pessoas caem e acontecem coisas e o Senhor permite para ver o que fazemos, e um
diz: Senhor, por que permites isso? Vou me confundir. Não, não vais se
confundir; se amas ao Senhor não te confundirás. O que espera no Senhor não será
confundido. O problema está em que se não amamos ao Senhor e nos vem aí
a tentação, pode ser uma tentação mística.
Os
anjos também foram provados
Não pense que a palavra
tentação é só no sentido sexual; às vezes pode ser dinheiro, possessão, poder,
orgulho, qualquer coisa; somos tentados onde menos imaginamos, por isso diz: cinco
príncipes dos filisteus, quer dizer, por todas as partes, mas que diz ali: “Não ouvirás as palavras daquele profeta ou
sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova...”. Provando
para que? Para ver se amamos; o assunto é amar, quer dizer qual é o assunto que
está em pauta, qual é o assunto que está em prova? Se amamos ou não a Deus.
A primeira prova a tiveram os anjos, não havia ninguém que os tentasse, mas o
Senhor lhes deixou livres, lhes deu livre arbítrio, e em um lhe ocorreu
fazer-se Deus, em posição de Deus: essa foi a prova dos anjos, e lúcifer caiu e
foi reprovado. Agora, para eles não houve redenção porque eles conheceram a glória;
para os homens há redenção porque os homens herdaram uma condição caída, uma
situação difícil, e andamos por fé e não por vista. Mas não lúcifer;
lúcifer conheceu a glória, os anjos conheceram a glória, portanto para eles não
houve perdão; este é um assunto sério. O Senhor tenha misericórdia.
Se não
perdoou aos anjos, diz o apóstolo Pedro, se não perdoou aos anjos, isso é para
temer a Deus, para não sermos levianos quando somos provados. Às vezes tomamos
a liberdade de falhar, porque Deus nos perdoará; sim, pode ser certo que a
graça nos alcance porque Ele é muito misericordioso e nos perdoa, mas não
quisemos alegrar o coração de nosso Pai e passar na maior quantidade de provas
possíveis que Ele permita que haja em nossa vida? Irmãos, porque no outro tempo
quando estejamos na presença do Senhor, tudo será fácil, todos adorarão a Deus
em sua glória, todo mundo confessará o Seu nome, até debaixo da terra se
confessará e dobrarão seus joelhos, porque estamos na vista de Sua glória, e todo
mundo estará tremendo; mas, irmãos, por temor, não se ama a Deus;
o amor não pode ser humilhado.
Deus
não pode fazer coisas para assustar as pessoas; por isso o Senhor permite que
subsistam dúvidas, que haja uma coisa para que os que queiram encontrar um
motivo para apartar-se e não amar a Deus e encontrar uma desculpa, a possam
encontrar, e muita gente está buscando encontrar desculpas para afastar-se de
Deus, e essas desculpas vão encontrar até na mesma Bíblia.
Estava
agora na cidade de Iratí no Paraná, e ali chegamos com o irmão Altivir para
visitar uns irmãos, e o irmão me entregou um bloco de folhas que tirou da
internet, mas era até mais grosso que este que lhes estou mostrando aqui, e
tudo era dificuldades da Bíblia, ataques contra a Bíblia copiados em um montão
de páginas; porque há coisas na Bíblia que aparentam ser difíceis; sim, há
dificuldades bíblicas, mas aqueles que querem encontrar um motivo para fazer
sua vida sem Deus, como se não houvesse Deus, vão encontrar, e não estão se
dando conta que estão sendo provados e reprovados na prova.
Então,
irmãos, tantas coisas acontecem e não é para que concordemos com essas coisas,
é para que entendamos que temos que passar por provações e aqui diz: “...porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova,
para saber se amais...”. Os anjos foram provados e um terço foi
desaprovado, foram anjos reprovados, mas dos outros anjos, se chamam anjos
escolhidos. E agora nós somos outras criaturas e por isso estamos aqui neste
mundo.
As
pessoas dizem: mas, se Deus é tão bom e tão justo por que nos trouxe a esse
mundo, por que sofremos tanto, por que é assim? Porque Jeová nosso Deus está
nos provando. Sim Ele quis reinar assim, se qualquer blasfemo que blasfema,
imediatamente caísse um raio sobre ele, todo mundo vai amar a Deus. De
vez em quando cai um raio, mas muitas vezes não cai, e assim as pessoas dizem:
pode ser coincidência, pode ser que não seja; e Deus deixa a coisa assim,
porque estamos sendo provados. E é uma prova de amor; só se pode amar a Deus e
o amor é demonstrado na prova, quando somos provados é que nos mostramos fiéis,
infiéis ou insuficientes, e tem que repetir como nos colégios: foi
insuficiente, tem que seguir repetindo e repetindo.
Temos
que saber que em nossos caminhos pode ter em qualquer momento alvoroços,
situação escandalosa, situações difíceis que não gostaríamos de encontrar, e
que uma vez que passamos por elas não queremos recordar o que sabemos. Só
aconteceu por ali, se aprendeu uma lição, porque todas as jornadas são para
aprender uma lição, mas não é para desenterrar os mortos, senão que é para que
saibamos que estamos sempre sendo provados. Creio que esta jornada de Alus é
muito iluminadora para nós; ajuda-nos a manter-se alerta. Sim, Deus permite
alvoroços, escândalos, tropeços, situações confusas e não é porque não nos ame,
senão porque nos ama é que permite que essas situações sucedam em nossas vidas.
Deus tenha piedade de nós, que estejamos aprovados e não reprovados na prova. A
paz do Senhor Jesus seja com os irmãos.
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