Jornada 24
T
A R A [1]
“E
partiram de Taate, e acamparam-se em Tara”.
Números 33:27
Coisa
dedicada a Deus
Vamos a Números 33
versículo 27. “E partiram de Taate, e
acamparam-se em Tara”. Nessa série de jornadas que aconteceram ao redor do
monte de Seir; esta, relativa a Tara, foi uma delas. Ali em Deuteronômio 2:1, é
onde nos diz que houve uma longa série de jornadas ao redor do monte de Seir,
onde diz na segunda parte do versículo 1 de Deuteronômio 2: “...e muitos dias rodeamos o monte de Seir”.
Entre as jornadas que se deram ao redor do monte de Seir está também a de Tara.
Segundo a sequência que viemos seguindo, Tara corresponde a Números 18:25-32,
todavia ao redor do monte de Seir, ainda em torno de alguns assuntos de
liderança. O Senhor não terminou de falar, não terminou de tratar; cada vez
mais acrescenta um assunto novo e complementar aos outros assuntos; todas as
lições destas jornadas são do tipo acumulativo, e sobre a base de uma,
aprendem-se depois outras, algumas primeiro e outras depois.
Hoje a jornada tem o nome de Tara. Provém como raiz de uma
palavra ou várias palavras, porque realmente não é uma, senão que são várias
que se encontram no Hebreu, como Terumá ou Terumiyá, que é um diminutivo de
Terumá e Tera; é como dizer a raiz dessa palavra, e essa palavra tem a seguinte
conotação, significa: porção, significa: tributo, coisa
dedicada a Deus, inclusive as vezes em outro contexto significa: imposto. Aqui
para esta porção de Números 18:25-32, é especialmente significativa, porque
precisamente fala da porção ou consagração que agora fazem os levitas. Até aqui
se havia visto o relativo à origem do sacerdócio, se havia visto também o
relativo à responsabilidade do sacerdócio, o relativo ao direito do sacerdócio,
mas Deus tem algo mais que dizer-nos; o assunto não termina com o direito do
sacerdócio.
É
muito interessante que Deus não queira que as coisas terminem ali, porque no
sacerdócio não é onde tem que terminar as coisas; então Deus fala algumas
coisas aqui, e quero chamar a atenção já desde o primeiro verso correspondente
a esta jornada de Tara, o verso 25.
Notem que os versos anteriores ao capítulo 18, quando se deu
o relativo a Harada, diz o 18:1; “Então
disse o SENHOR a Arão:...”. Deus revelou a Arão a responsabilidade do
sacerdócio. Do verso 8 em diante, quando vimos o relativo a Maquelote, diz: “Disse mais o SENHOR a Arão: ...”. Se trata de uma revelação
posterior adicional. Logo diz no versículo 20, relativo à Taate, que foi o que
vimos na vez passada: “Disse também o
SENHOR a Arão: ...”; mas agora lhes chamo a atenção no sentido de que Deus
torna e fala a Moisés, porque vai falar algo que os levitas devem dar para Arão
e não é bom que Arão peça para si mesmo de forma direta; então Deus não o disse
a Arão: Arão, você vai pedir isso para ti. Arão podia pedir para os levitas,
mas Deus antes de dizer a Arão que pedisse para os levitas os dízimos, lhe
disse: mas tu Arão não terás parte. Primeiro lhe disse: Você não terás parte, e
logo pediu para os levitas. Eu sou a tua parte, Arão: como quem diz: Arão, você
preocupa-te pelo serviço dos outros, que a tua parte sou Eu; então Arão não tinha
que se preocupar consigo mesmo, com absolutamente nada. Isto de estar pedindo
para si mesmo, não é uma coisa santa nem nobre na presença de Deus; e é muito
importante aprender este aspecto da Palavra de Deus.
Agora Deus fala é a Moisés; agora Deus vai cumprir com Arão,
mas vai cumprir através de outro, vai cumprir através de Moisés; não é certo
que Arão peça para si mesmo; está certo que Arão pense nos outros. Deus sabe
por meio de quem fala as coisas. Quando Deus ia falar, por exemplo, em Provérbios
31, como deviam ser as damas, falando aquela passagem da mulher virtuosa, não
fez por meio de Salomão. Sim, Salomão havia tido experiência com damas e a
maior parte dos provérbios foi escrito por Salomão. Qualquer um diria que
Salomão teria muita experiência com as damas e teria muito que escrever acerca
das mulheres, e sem restrições, Deus não quis que fosse Salomão que escrevesse
essa parte de Provérbios. Quase todos os outros de Provérbios Salomão escreveu
e algumas outras coisas outros sábios, mas o relativo a mulher virtuosa, não
estava bem que um homem o dissesse , não estava bem que fosse um homem que
dissesse a mulher como ela tinha que ser. A mulher podia sentir-se mal se fosse
um homem quem lhe diz como é uma mulher virtuosa. Não convém que seja um homem
o que exige da mulher virtuosa, como ser virtuosa; isso não fica bem; então
Deus escolheu que a mãe de um rei, ou seja, uma mulher, fosse a que falasse às
mulheres. Uma mulher podia dizer essa palavra com mais autoridade que um homem.
Às vezes a verdade, ainda que é a mesma e não é pessoal, sem restrições, fica
melhor em certa boca que em outra boca; como diz em Provérbios 27:2: “Que um outro te louve, e não a tua própria
boca; o estranho, e não os teus lábios”. Não está certo que louves a ti
mesmo; se outro te louva, é coisa do outro, mas se você mesmo te louvas está
errado. O mesmo sucede aqui; vai aconselhar as mulheres, não está bem que um
homem fale, uma mulher tem que fazê-lo e não uma mulher jovem, mas uma anciã,
mãe de um rei; ela sim tem autoridade para ser imitada. Mas como uma mulher vai
imitar os conselhos de um homem? Mas quando uma mulher vê outra mulher que
aprendeu a ser virtuosa e que como uma mulher anciã ensina as mais jovens a ser
virtuosas, então esse conselho sim, está bem na boca de uma mulher; não estaria
bem na boca de um homem.
A
legítima motivação do verdadeiro profeta
O mesmo ocorre aqui; se
vai solicitar os dízimos dos dízimos da parte dos levitas para Arão, não está
certo que isso o faça Arão. Isto nos mostra um princípio, irmãos, o
princípio que na casa de Deus, nós não devemos utilizar a palavra de Deus com
um interesse egoísta. Se falamos a palavra de Deus deve ser para
que se faça a vontade de Deus e nunca pretender nada para nós. Na vez
passada, depois da reunião, ficamos com alguns irmãos e estivemos lendo a Didaquê, um documento cristão do século
1. Dizia que se um profeta pelo Espírito falava que pusessem a mesa, ele não
comia dessa mesa; porque se ele pedia mesa para si mesmo, era considerado como
falso profeta. Ele podia dizer que se fizesse para outros, mas não para si
mesmo e por isso quando Paulo escreve aos Coríntios, aquela passagem do direito
do ministério de comer, de beber, e ter uma mulher por esposa, a não trabalhar
em outras coisas, senão somente no ministério, etc. ele diz: não escrevo isso para que se faça assim comigo; e logo na segunda carta, nos é
revelado que Paulo não recebeu oferta dos Coríntios, inclusive lhes pede
desculpas; lhes diz: perdoa-me o agravo
de não ter recebido suas ofertas.
Por quê? Porque ele lhes ensinou que eles deviam cooperar, então ele não ia
depois receber as ofertas, porque iam dizer: isto o fez para tirar-nos algo;
mas o que ele estava ensinando era como agradar a Deus, sem pretender usar nada
para si mesmo.
Aquele profeta que foi enviado para dar uma profecia por ali,
o Senhor lhe disse: Não comas nesse lugar, senão que regresses sem comer; e
quando ele vinha pelo caminho, aquele outro profeta velho lhe disse: o Senhor
me disse que venhas e que comas aqui; e aí foi o problema daquele homem.[2] Nos
damos conta, pois, da delicadeza de Deus. Aqui se tem tratado nestas últimas
jornadas, coisas delicadas acerca da autoridade delegada, o respeito à
autoridade, do sustento à autoridade delegada, coisas muito delicadas, porque
se estes pontos não são tratados com delicadeza, irmão, se faz muito dano, e o
Espírito Santo está velando para que as coisas se façam com pureza e com
inteireza sincera e Deus nos guarde a todos.
Números 18: “²⁵E falou o SENHOR a Moisés,
(já não a Arão, senão a Moisés) dizendo:
²⁶Também falarás aos levitas, e
dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles
vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR,
os dízimos dos dízimos”. “deles oferecereis”; que importante
isto, que importante princípio espiritual está introduzindo Deus aqui no
contexto da liderança, no contexto do servo do Senhor, no contexto dos
ministros. É muito fácil adaptar-se a um modus vivendi do tipo organizacional,
onde há uma certa maneira de fazer acertos das ofertas e das contas, cabe a
cada um uma parte, e a pessoa não depende do Senhor, senão que depende de uma
parte, e há muitas pessoas que se não tem um tributo não trabalham para o
Senhor, e se não lhes dá primeiro, não trabalham para o Senhor. Nesse caso não
se trabalha para o Senhor com um espírito correto, com um espírito puro.
O
pecado dos profetas
Aqui o Senhor trata esse
problema nesta jornada. Aqueles que eram os destinatários dos dízimos do povo,
agora o Senhor lhes diz: agora vocês tem que dar também; porque é muito fácil
para nós dizer: Bem, se me dão, se me ajudam, se me pagam, se me apoiam, eu
faço, mas se não me dão, se não me ajudam, se não me apoiam, não faço, não vou;
esse espírito é o que é corrigido aqui nesta jornada. No livro de Malaquias
Deus nos fala acerca desse espírito, do espírito correto com que se deve servir
a Deus, e Deus denuncia o espírito incorreto quando não lhe serve. Mas isso
antes de seguir aqui lendo olhemos um pouco Malaquias; ainda para todos nós os
servos do Senhor, nos convém ler com temor e tremor este livro.
Uma vez que eu estava me queixando com minha esposa, porque
me sentia incompreendido e não apoiado por alguns irmãos, faz anos no Paraguai,
o Espírito me disse: Lê Malaquias. Eu não sabia o que dizia em Malaquias; então
fui a um lugar apartado e comecei a ler Malaquias. Que vergonha! Que vergonha
me deu ao ler Malaquias, irmãos. Aí em Malaquias há muitas coisas onde o Senhor
mostra a indisposição de alguns servos que não servem com coração puro ao
Senhor. Por exemplo, no capítulo 1, no verso 6 diz: “⁶O
filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha
honra? (honrar ao Senhor é servir-lhe de coração voluntário)
E, se eu sou senhor, onde está o meu
temor? Diz o SENHOR dos Exércitos a
vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos
desprezado o teu nome?” Às vezes não somos conscientes que com nossa má
atitude estamos menosprezando ao Senhor e até dizemos: Senhor, em que te temos
menosprezado? “⁷Ofereceis sobre meu altar pão imundo,
e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: (notem, um pensamento; ninguém vê) A mesa do SENHOR é desprezível”.* Não
está contente com o que Deus nos provê, está queixando-se no coração, isso é
desonrar ao Senhor com o pensamento.
Um irmão, o irmão Branham, teve uma experiência de translado
ao paraíso e quando voltou, ele falou uma frase que lhe disseram quando ele
esteve lá; a frase que ele ouviu ali foi: Os pensamentos do homem; os pensamentos,
falam mais forte no céu que suas palavras na terra. Aqui Deus diz:
“pensais”, não que dissestes; pensastes que a mesa do Senhor e desprezível[3]. Oh
Senhor! “⁸Porque,
quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando
ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau?...”.
Ai Senhor! Quando temos que cooperar, não o fazemos com gosto, com alegria,
senão que reservamos o melhor para nós e damos o pior; mas o Senhor deseja dar
o melhor. Quando vai dar as primícias, os dízimos, dizia a Israel no passado,
dê do melhor, não com espírito de dar o que sobra, senão fazê-lo para honrar ao
Senhor; o que importa é honrar ao Senhor com nossos bens; mas nossos bens em si,
pois, Ele não necessita bens. Nossos bens são somente um sinal de nossa
disposição para com Ele, nossa atitude.
Segue
dizendo: “... Ora apresenta-o ao teu
governador; porventura terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? Diz
o SENHOR dos Exércitos”. Olhem o que diz o verso 10: “Quem há também entre vós que feche as portas por nada, e não acenda
debalde o fogo do meu altar?...”. Ninguém quer servir ao Senhor grátis. Ah!
Se me pagam, fecho as portas, mas se não me pagam, eu não vou fechar as portas,
recolher as cadeiras, varrer o piso, não, não; se me pagam sim, mas se não,
não. Esse tipo de serviço assim não agrada ao Senhor, por isso diz: “... Eu não tenho prazer em vós, diz o
SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão”. O que não se dá a
Ele com um bom espírito, Ele não aceita. É como um marido que toma com dificuldade
a sopa que a mulher lhe serve; às vezes a toma porque tem fome, ou para não
ofender; o mesmo é com Deus. Devemos fazer as coisas de coração puro e
voluntário, verdade? No verso 12 diz: “¹²Mas
vós o profanais, quando dizeis:(pensais) A mesa do SENHOR é imunda, e o seu
produto, isto é, a sua comida é desprezível”. Ele diz: acaso aceitarei isso
de vossa mão? Podemos saltar vários versos para encontrar alguns um pouco mais
adiante onde o Senhor diz que alguns diziam: mas que enfadonho é isto! Ou seja,
trabalhar, como se fosse um fardo. No verso 13, diz: “E dizeis ainda: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz
o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o que
foi roubado, (como vai Lhe dar coisas roubadas?) e o coxo e o enfermo; assim trazeis a oferta. Aceitaria eu isso de
vossa mão? Diz o SENHOR”.
O Senhor ensina que se deve dar por amor. Agora nesta jornada
de Tara, de porção, de contribuição, Deus está falando principalmente aos
obreiros, assim como o livro de Malaquias é principalmente para obreiros. Como
somos obreiros e temos um direito, então começamos a pensar que devemos
receber, então diz: não sejas daqueles que estende a mão só para receber e não
para dar. Sim, está bem que recebamos o que Deus quer que nos dê, mas Ele quer
que nós que recebemos sejamos também os que damos, que estejamos dando, que
estejamos servindo; por isso depois de haver ordenado que lhe desse seus
dízimos aos levitas consagrados a Ele, agora Ele trata com os levitas, trata
com a generosidade dos levitas. Porque não está certo que os obreiros se
desliguem de viver pela fé, a viver por caridade ou a viver por indiretas ou a
viver por demanda; esse é indigno do Senhor. O obreiro, sim tem necessidade,
deve dizê-las a Deus e deve receber de Deus com gratidão o que Deus lhe dar;
mas não deve se queixar porque está servindo ao Senhor e ele deve ser o
primeiro em generosidade. Como Paulo
ensinava a Timóteo, lhe dizia: “O
lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos”.[4]
Não diz: se não me paga adiantado, não trabalho, mas o Senhor diz: trabalhe
primeiro e não trabalhe para colher; trabalhe para honrar a Deus e Deus se
encarregará de todas as coisas e acrescentará, se buscais primeiro o reino de
Deus.
Os
levitas dão o dízimo dos dízimos
Então voltando ali a Números, lemos o capítulo 18:26: “Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás:
Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado
por vossa herança,...”. (esse “vos” são os obreiros, os servidores, os
pastores, os mestres, os missionários, os evangelistas, “vos”, que estão
representados pelo ministério, o corpo dos levitas) “... deles oferecereis uma oferta alçada (não é algo de má vontade,
não é algo apressado, é algo em ressurreição e em ascensão) ao SENHOR, os dízimos dos dízimos”. Não é uma questão de que Deus se interessa
somente na exatidão da contabilidade, é o dez por cento, 3, 23, não, não. É uma
oferta alçada “movida”, é a atitude o que importa. “²⁷E
contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, a vossa oferta alçada, como grão da
eira, e como plenitude do lagar. ²⁸Assim
também oferecereis ao
SENHOR uma oferta alçada...”. Oferecereis também vós, esse é o ensinamento
para os obreiros, também vós. Paulo dizia, que inclusive ele, tendo direito,
renunciava ao direito e gastava do seu próprio bolso, por amor dos irmãos,
tenho gasto do meu bolso, porque às vezes tendo o direito de não trabalhar em
outras coisas, senão só nas coisas do Senhor, às vezes em certas ocasiões
trabalhava para ter para ele e os que estavam com ele e apoiar; esse é o
espírito correto em que deve servir ao Senhor.
O irmão Watchman Nee dizia em um dos seus livros uma frase
que a mim me impressiona muito. Creio que está em “A Igreja Cristã Normal. Ele
dizia: Deus não tem nenhum uso para um obreiro sem fé, e para uma igreja sem
amor; não há nenhum uso; se o obreiro quer ser usado, deve ter fé, se a igreja
quer ser usada, deve ter amor. Todo obreiro sem fé e uma igreja sem
amor, é inútil para Deus. Então diz aqui: “²⁷E contar-se-vos-á a vossa oferta
alçada, como grão da eira e plenitude do lagar. ²⁸Assim também oferecereis (sublinho
também oferecereis) ao SENHOR uma oferta
alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel, e deles
dareis (dareis vós também, mais bem-aventurado é dar do que receber,[5] esse é o
espírito real do Novo Testamento; não é pagar, não é calcular, não é
mesquinhar, não é negociar, é dar) a
oferta alçada do SENHOR a Arão, o sacerdote. ²⁹De
todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do SENHOR; de tudo o
melhor deles, a sua santa parte. ³⁰Dir-lhes-ás
pois: Quando oferecerdes o melhor deles, como novidade da eira, e como novidade
do lagar, se contará aos levitas”. Quando oferecerdes o
melhor se leva em conta, se não, não se leva em conta, Deus não o recebe de
outra maneira. “³¹E o comereis (diz
aos levitas, os dízimos que eles recebem) em
todo lugar, (e eles dão o dízimo dos dízimos, ou seja a porção, Tara, davam
essa porção, Terumá; oferta a Deus) vós e
as vossas famílias, porque vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da
congregação. ³²Assim, não levareis sobre vós o pecado, quando deles oferecerdes
o melhor; e não profanareis as coisas santas dos filhos de Israel, para que não
morrais”.
Cobiça
na casa de Deus
Aqui Deus ensina aos
obreiros a ser os primeiros generosos, os primeiros que dão exemplo. É muito
triste, irmãos, que servos de Deus estejam constantemente recordando e pedindo,
insistindo que os outros lhes deem. Hoje não deste o dízimo, foi tanto o que deram
aqui, e pomos em um quadro na parede com os nomes dos que deram e que não
deram, envergonhando as pessoas. Irmãos, isso não é o Espírito de Deus, é
avareza, isso é cobiça. O Senhor disse: “...
que vem até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente, são lobos
devoradores.”; [6]
há voracidade nos corações, disfarçados de ovelhas, com pretexto de fazer
longas orações, mas no coração querem ficar com as casas das viúvas. Os
obreiros devem ter o cuidado de honrar a Deus, de não pressionar, de não
furtar, senão de dar, como o fez Paulo, seguindo o exemplo do Senhor Jesus.
Obreiros
fiéis e cooperadores
Permita-me ver no Novo
Testamento alguns versos que nos ensinam como entre obreiros, como entre
companheiros, os que recebem do povo suas ofertas, devemos ofertar, devemos
apoiar e primeiro nós, devemos aprender. Eu queria que fôssemos por exemplo,
primeiramente às cartas de São João. A
terceira epístola que São João escreveu tem uma lição importante. Em primeiro
lugar chamo a atenção sobre quem escreve e a quem se dirige esta terceira carta
do apóstolo São João. João diz: “¹O
presbítero (esse é o apóstolo João) ao
amado Gaio,...”. Aqui João não está falando primeiramente aos irmãos; João
está falando aos seus cooperadores. Este Gaio, era chamado de hospedeiro da
igreja, um irmão do qual se falava muito bem, e que na segunda carta aos
Coríntios, quando Paulo prepara a generosidade das igrejas de Acaia, como às de
Macedônia para ajudar aos pobres em Jerusalém, cooperaram com ele três: com
Tito, que o menciona de forma direta, com Lucas e com Gaio, que se referem no
contexto de Atos e das epístolas. Tito, Lucas e Gaio eram irmãos de confiança
das igrejas, mensageiros das igrejas, que eram pessoas que haviam sido
generosas, que haviam dado e a essas pessoas lhes confiavam a administração
para levar o donativo aos pobres de Jerusalém.
Então, fixem-se que é a este Gaio, ou seja, um obreiro mui
bem conhecido por sua generosidade naquela região, a ele, é a quem João escreve
esta carta. “... a quem em verdade eu
amo. ²Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim
como bem vai a tua alma”. Quer dizer, que essa exclamação de prosperidade
vem como resultado da generosidade e do serviço de Gaio. Como prospera a tua
alma; na medida que nossa alma seja tratada por Deus, Ele pode nos confiar mais
coisas para ajudar e para servir. “³Porque
muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da tua verdade, como
tu andas na verdade”. Notem que essa verdade não era a ortodoxia doutrinal,
ainda que podia estar incluída, senão que era sua maneira de viver, de servir,
de atuar, essa era a verdade de Gaio. “...
como tu andas na verdade.”; não
de como repetes o credo, ainda que isso podia ser bom em outro momento; mas
aqui fala é de andar na verdade.
“⁴Não tenho maior gozo do que este, o
de ouvir que os meus filhos andam na verdade. ⁵Amado,
procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, e para com os
estranhos”. Alguém diz: aos conhecidos sim, mas às vezes vem
irmãos de outras partes, que não conhecemos, que apenas estamos conhecendo, e
são de Deus e quem vai lhes servir? Tem que ser nós, tem que começar primeiro
conosco. Os obreiros tem que ser hospitaleiros; os bispos são os primeiros
hospitaleiros, são os que tem que abrir as suas casas para hospedar, para
servir, e assim o resto da igreja aprende a alegria de dar e hospedar. Segue a
carta dizendo: “... procedes fielmente em
tudo o que fazes para com os irmãos, e para com os estranhos, ⁶Que em presença da igreja
testificaram do teu amor;...”. O mesmo que dizia Paulo
daqueles dois mensageiros das igrejas, glória de Cristo, diz aqui João de Gaio;
e agora diz: “.. .aos quais, se
conduzires como é digno para com Deus, bem farás;”.
Gaio mesmo era um servidor, mas ele devia primeiro aprender a
encaminhar os outros servidores. Estes irmãos, inclusive desconhecidos, eram
missionários, eram apóstolos, eram servos itinerantes de Deus; e os obreiros
entre nós mesmos, primeiro, devemos aprender a cooperar-nos mutuamente. Por
isso diz aqui: “⁷Porque pelo seu Nome saíram, (notem a honorabilidade
deles) nada tomando dos gentios”.
Isso significa que eles queriam estar somente entre os irmãos, o que os irmãos
lhes brindam, de maneira que eles viviam do que lhes brindavam. É como o
Senhor; o Senhor é dono de todo ouro, de toda a prata, mas Ele só gosta da
caixinha menor, que a Ele se oferta. Ainda que é dono de tudo, Ele valoriza a
tudo que se devolve com boa vontade e com gosto; isso é o que Ele aprecia.
O
altar e a oferta
Assim mesmo os servos de
Deus não vão se interessar por dinheiro. Aos fariseus diziam: “¹⁶Ai
de vós, condutores de cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo,
isso nada é; mas se jurar pelo ouro do templo, esse é devedor”.[7] Quer
dizer, que para os fariseus a oferta e o ouro era o que valia, não o altar; mas
o Senhor diz: Qual é maior? O altar é maior que a oferta, porque o altar é que
santifica a oferta. Que é o altar? O altar é a consagração a Deus; para Deus,
mais importante que o montante, é o coração, é a consagração; isso é o que Ele
dá valor. Essa é a verdadeira contribuição, a verdadeira porção de Deus, que
Ele conta como seu. Essa é a nossa dívida com Deus; essa é para Ele.
Agora diz aqui: “⁸Portanto, aos tais devemos...”;
quer dizer, Gaio, nós sabemos em que estamos. “Portanto, aos tais devemos...”; notem o dever do nosso ministério,
primeiro dos mesmos apóstolos, de seus colaboradores, dos anciãos. “Portanto, aos tais devemos receber,...”, ou seja, aos irmãos que saem por amor ao
Nome dEle, sem aceitar nada dos gentios. Aí se demonstra que eles não querem
dinheiro, que eles não são “boa-vida”, porque atuam com nobreza, com altruísmo,
sem interesses, com coração puro; então frente a estas pessoas, diz: “Portanto, aos tais devemos receber, para
que sejamos cooperadores da verdade”. Não estamos cooperando só com eles,
senão estamos cooperando com a verdade. De maneira que isto primeiro se põe
como meta dos obreiros entre si.
Entre
os obreiros
É como os levitas que dão
aos filhos de Arão, assim como há um porção que se dá aos anciãos. Porque diz
Paulo a Timóteo: “Os presbíteros que
governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os
que trabalham na palavra e na doutrina”.[8] Isso nos
diz que deve haver uma porção para os anciãos que governam bem, e
principalmente para os que trabalham na palavra e na doutrina; e por sua vez
esses anciãos , devem lembrar-se dos obreiros que não são locais, senão que são
itinerantes como Paulo, como os Filipenses ajudaram Paulo e tiveram cuidado de
Paulo em outro lugar. Isso devemos aprender primeiro, entre nós os obreiros,
apoiar-nos, ajudar-nos a compartilhar o que o Senhor nos dá, a devotar-nos com
alegria para o Senhor. Depois de nós aprendermos, sim depois, devemos ensinar
ao povo; mas não vamos ensinar ao povo a dar, se nós mesmos não damos.
Agora, onde diz que tem que ensinar este comportamento ao
povo? E oxalá o povo não se incomode quando for ensinado. Na carta de Paulo a
Tito, vamos ali e para terminar leiamos uma porção no capítulo 3 da carta a
Tito, versos 13 e 14. Quem está falando a quem? Paulo está falando a Tito; ou
seja, entre eles já praticavam assim, agora eles: Que deve fazer Tito? Ficar em
Creta corrigir o deficiente, estabelecer anciãos, e logo que tem que prover
Tito? O Seguinte: Tito 3:13-14: “¹³Acompanha
com muito cuidado Zenas, doutor da lei, e Apolo, para que nada lhes falte”.
Você, Tito, você, “Acompanha com muito
cuidado...”. Que quer dizer com cuidado? Com solicitude. Que tem que se pôr
no lugar da pessoa que necessita; porque às vezes nós nos demoramos, retardamos
as coisas e fazemos passar aperto a quem nós devemos cooperar; então, que diz
aqui? “Acompanha com muito cuidado ...,
... para que nada lhes falte”.
Isso deve sair primeiro de Tito; você, acompanha-os. Agora sim, depois de que
Tito o faz, diz “¹⁴E os nossos aprendam ...”.
Primeiro com nosso exemplo, depois com o ensino. “E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas
necessárias, para que não sejam infrutuosos”. A igreja deve aprender a dar
fruto para o Senhor, cooperando com a verdade, cooperando com a obra do Senhor,
mas começando primeiro com os obreiros. Por isso diz: vocês levitas, vocês
também vão ofertar; como quem diz: Estou muito preocupado que seus corações
tornem-se pidões e tornem-se mendigos e estejam pedindo a outros, não; vocês
também vão ofertar, e quando deem o melhor, então se vai considerar como se
houvessem feito uma verdadeira oferta.
Irmãos, esse é o espírito em que Deus
quer que cooperemos e sirvamos, começando por nós mesmos, pela comunhão entre
nós, e não estejamos esperando sempre receber, senão vendo como podemos
cooperar. O Senhor nos ajude. Amém.
[2] Referência a 1
Reis 13
[3]
*Tradução
Revista e Atualizada no Brasil, 2ª edição (João Ferreira de Almeida)
[4] 2 Timóteo 2:6
[5] Atos 20:35
[7]
Mateus 23:16-18
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