terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

22ª Jornada - MAQUELOTE


Jornada 22

MAQUELOTE [1]
“E partiram de Harada, e acamparam-se em Maquelote”.
                                                                                                                                 Números 33:25
Assembleias
        Continuamos com a ajuda do Senhor o Livro das Jornadas. Então vamos a Números capítulo 33, versículo 25, para continuar nesta noite com a jornada correspondente a esta ocasião. Em cada jornada há um novo acontecimento ou alguma nova revelação na qual o Senhor vai nos conduzindo para mais perto dEle, porque estas peregrinações são para a terra prometida, a qual representa a Cristo. Todas estas peregrinações são para conduzir-nos a uma possessão maior de Cristo, a colocar-nos e edificar-nos em Cristo. Diz Números 33:25: “E partiram de Harada, e acamparam-se em Maquelote”.
        A jornada que corresponde a hoje é Maquelote. Na vez passada vimos Harada, que se refere a temor reverente; hoje a jornada é Maquelote, que no idioma hebreu se pronuncia Maquelot. Como já meus irmãos podem ir notando, há uma pronuncia muito similar com Ceelata ou Queelata; Queelata ou Ceelata que foi a que vimos na vez passada, tinha um sentido de uma assembleia, de uma junta, mas de uma junta desordenada, de um junta digamos em rebelião; hoje voltamos a encontrar com a mesma raiz, mas aqui se diz Maquelot ou Macelot. A terminação ot é o plural feminino, de maneira que essa palavra Maquelote significa também assembleias ou reuniões e o título tem um sentido eclesiológico. A primeira vista quando lemos a passagem que corresponde a esta revelação, no princípio, não parecia que concordava, mas quando você vai penetrando do primeiro sentido histórico ao seguinte sentido cristológico, e do sentido cristológico ao sentido eclesiológico e sacerdotal da igreja, aí descobres a riqueza desse nome Maquelote.
        Para que juntos com os irmãos possamos ilustrar no Novo Testamento esses dois usos da palavra Maquelote que em grego é ekklesía, ou igreja, vamos ler em Atos dos Apóstolos uma passagem, e depois vou rogar a nosso irmão Jorge que ele o confira no grego para que sirva de testemunho depois à assembleia. Estamos em Atos capítulo 19, versículo 32 e logo no versículo 39. No versículo 32 tem o sentido de Queelata e no versículo 39 tem o sentido de Maquelote. No versículo 32 diz: “³²Uns, pois, clamavam de uma maneira, outros de outra, porque o ajuntamento era confuso; e os mais deles não sabiam porque causa se tinham reunido”. Esta palavra, “ajuntamento”, é a assembleia ou a ekklesía, utilizado não no sentido restringido ao cristianismo, senão no sentido comum que se usava no idioma grego, a assembleia; mas esta era uma assembleia, como podem ver aqui, um ajuntamento confuso; sem restrição, no verso 39 dizia aquele oficial do governo. “³E, se alguma outra coisa demandais, averiguar-se-á em legítima assembleia”. Esta expressão, “em legítima assembleia”, é na norma ekklesía, ou seja, uma assembleia legal, na norma, dentro das normas.
        Assim mesmo Queelata significa assembleia, mas neste primeiro sentido do verso 32, onde aconteceu a contradição de Coré; mas em contra partida Maquelote significa assembleias, reuniões e se refere à vida de igreja. Olhem como temos progredido de Queelata para Maquelote. Em Queelata houve problemas, mas o Senhor começou a tratar e começou a revelar e começou a pôr as bases para que não seja mais Queelata, senão que chegue a ser Maquelote, para que não seja mais assembleia confusa, senão que chegue a ser uma legítima assembleia.
Sentido gramático histórico
        Então vamos com esse pano de fundo ao livro de Números capítulo 18, desde o versículo 8 ao 19, que é a revelação que Deus deu a Israel, depois da revelação de Harada que vimos na vez passada, primeiramente a Arão, por meio de Arão. Disse mais o SENHOR a Arão:...”. Quando Arão olhou e foi registrado, e Arão e seus filhos liam isto, primeiramente o liam sem ter vindo Cristo. Na segunda epístola aos Coríntios capítulo 3, nos diz que quando lemos Moisés com um véu não se entende o sentido profundo, o sentido espiritual, mas que quando nos convertemos a Cristo o véu é tirado e o sentido espiritual se vê por detrás do primeiro sentido gramático histórico. Agora não estamos lendo esta passagem somente no sentido histórico, senão lendo-a em Cristo, ou seja, para descobrir detrás do sentido histórico um sentido cristológico espiritual; mas ainda o sentido cristológico não se esgota na pessoa do cabeça, porque o mistério de Cristo consiste em cabeça e corpo; portanto o sentido cristológico dá passagem a um sentido eclesiológico, porque estas jornadas são para que o povo aprenda, quer dizer, para que a igreja, o corpo de Cristo seja edificado, e por isso vamos ver primeiramente como se refere a Cristo, mas, como de Cristo resulta a vida da igreja.
        Vamos seguir analisando Números 18, desde o verso 8 ao 19, que são os que correspondem a esse assunto. Antes de ler observem uma coisa: no capítulo 17 depois da jornada de Queelata, veio a jornada de Ar Shafar ou do monte de Séfer, onde floresceu a vara de Arão. Isso é plenamente cristológico em primeiro lugar. Por quê? Porque nenhum outro líder na terra tem ressuscitado como ressuscitou o Senhor Jesus. O Senhor Jesus é a verdadeira vara de Arão reverdecida. Poderíamos dizer que Rama, um líder espiritual hindu é uma vara seca, está podre; podemos dizer que Krishna, outro dos avatares ou supostas encarnações de Visnú para os hindus, um homem histórico, outro ramo seco; Buda, outra vara seca; Confúcio outra vara seca; Lao-Tsé, outra vara seca; Maomé, outra vara seca. Mas o Senhor Jesus é uma vara florescida. Deus por meio da ressurreição de Cristo demonstrou quem é que tem autoridade; é o Senhor Jesus, e agora é a vida de Cristo ressuscitado a legítima autoridade na igreja.
        Então quando líamos Números 17, vimos primeiro o sentido histórico do que aconteceu com Arão, mas aquilo era pré-figurativo, primeiramente de Cristo e segundo da vida de Cristo ressurreto pelo Espírito na igreja. Deus legitimou a autoridade de Arão pela vara florescida, legitimou a autoridade de Cristo por meio da ressurreição e legitima a autoridade do Espírito na igreja por meio da vida de Cristo. Aquilo que se faz em Cristo é o que é a legítima autoridade no corpo de Cristo, outra coisa, todavia não.
Origem divina do sacerdote  
        Este capítulo 17 nos fala da origem do sacerdócio; é Deus quem quer que exista o sacerdócio, primeiro o arônico que era figurativo, logo o sacerdócio de Cristo que já não é segundo a ordem araônica senão segundo a ordem de Melquisedeque, mas agora Apocalipse nos diz de um terceiro nível que Cristo fez a Seu povo: reis e sacerdotes.
        Agora nós devemos ler primeiro historicamente como se fossemos Arão: agora imagine como leria Cristo este capítulo; imaginem Cristo Lendo Harada, quando diz que o sacerdote tem que levar a iniquidade de seu povo e que ele tinha que fazer-se pecado por Seu povo; que nós fomos os que pecamos, os que rompemos a vasilha, mas Ele é o que pagou os pratos quebrados, não é verdade? E por isso é que também na igreja quem está no Espírito de Cristo tem que assumir a responsabilidade sagrada de levar a iniquidade do santuário, ou seja, ser responsável. Primeiro foi Arão, segundo é Cristo como o cabeça e terceiro é Cristo em Seu corpo; o terceiro sentido espiritual.
        No capítulo 17 vemos a origem divina do sacerdócio; no capítulo 18 primeira parte, corresponde a Harada, temos a responsabilidade do sacerdócio; e agora o resto do capítulo 18 que corresponde a Maquelote, Taate e Tara, que corresponde ao direito do sacerdócio.
        Vamos ler então nestes três níveis. No nível gramático histórico de Arão vamos perceber ali Cristo e vamos perceber ali a igreja, ou seja, o sacerdócio dos crentes. Quando lemos Arão, não estamos aqui promovendo um clero. Sim existe na igreja autoridade delegada, sim existe apóstolos e nem todos o são, sim existem anciãos e nem todos o são, sim existem diáconos e nem todos o são. As pessoas que tem alguma autoridade delegada da parte de Deus não pertencem a uma classe superior ou a uma classe clerical superior, não; isto não é uma questão de classe. Todos os filhos de Deus no Novo Testamento somos sacerdotes e pertencemos portanto a mesma classe.
        A autoridade não é uma questão de classe, senão de grau; quer dizer, aquelas pessoas a quem o Senhor chama e a quem o Senhor que usar e que o Senhor quer que se dediquem de uma maneira mais profunda. Ele queria que fossem todos; quando Ele chamou a Israel, Ele queria que todo o Israel fosse sacerdote, mas nem todos foram; então ficaram os levitas; mas também entre os levitas houve depois aquela rivalidade por Arão; de maneira que ficou Arão. Mas essa é uma parte histórica que ao passá-la para o Novo Testamento devemos fazê-lo com muito cuidado. Não estamos querendo formar, com base no sacerdócio araônico do Antigo Testamento, um clero no Novo Testamento; todo aquele sacerdócio e sacrifícios e ofertas, etc. representam a Cristo e é a autoridade de Cristo no sacerdócio do Novo Testamento de todo o povo de Deus, a que se manifesta em uns um pouco mais e em outros um pouco menos, e aí consiste a autoridade delegada, mas não é uma diferença de classe, senão intensidade ou grau de função.
Direito de colheita
        Então agora, para o nível do espírito, da alma e do corpo, com esse preâmbulo vamos fazer uma tríplice leitura desta passagem de Números, capítulo 18, desde o verso 8 ao 19: Disse mais o SENHOR a Arão:...”. Mais; já havia falado da origem do sacerdócio, agora acabado de falar na jornada passada da responsabilidade do sacerdócio e agora vai falar do direito do sacerdócio. Porque depois de haver exercido o Senhor Jesus essa autoridade, essa responsabilidade, então Ele tem o direito de colher.
        Vamos ler um versículo no Novo Testamento que é chave do princípio do que vamos ler aqui. Antes de ler em Números, vamos ler um verso no Novo Testamento onde a essência do significado espiritual se resume. Leiamos na segunda carta aos Coríntios. Já voltamos ao livro de Números.
        Diz 2 Coríntios, capítulo 5, versículo 14 e 15: “¹Porque o amor de Cristo nos constrange,...”. Quer dizer, que se há um sacerdote que intercede,  se há uma oferta que se pagou, esse é o amor de Cristo. Bem, “o amor de Cristo nos constrange”, quer dizer, produz interiormente algo dentro de nós que somos amados, que por Ele fomos resgatados, pelo preço dEle e Ele intercede por nós, isso produz um efeito para Ele, Ele tinha direito de colher algo depois de haver semeado, Ele foi o grão de trigo que caiu na terra e morreu, agora tem direito de colher uma grande espiga, umas primícias, não é verdade? Então por isso diz: “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: (aqui está o que Paulo percebeu do sacrifício de Cristo, sua aplicação à igreja) que, se um morreu por todos, logo todos morreram”. Este logo é então, ou seja, esta é uma consequência eclesiológica da cristologia; quer dizer, que Ele morreu para nos levar a também passar pela morte, para livrar-nos daquilo que herdamos de Adão e nos introduzir na nova vida de ressurreição.
        “... Se um morreu por todos, logo todos morreram. (essa é uma consequência eclesiológica) ¹E ele morreu por todos,...”.
        Ali está o sacerdote, ali está a oferta pelo pecado, a oferta pelas transgressões, a oferta de paz, a oferta movida. “¹E ele morreu por todos, para que os que vivem (e aqui vem o direito; até aqui, morreu é a responsabilidade, é Harada, morreu é temor reverente, é honrar o Pai, é levar a iniquidade sobre si mesmo, mas depois do que fez, agora vem o direito de nosso Sumo Sacerdote: Cristo Jesus. Agora começa a vida da igreja, esta é a parte eclesiológica) não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. Este é o direito do sacerdócio, essa vida de igreja essa é Maquelote. Vivam já não para si, senão para aquele que morreu e ressuscitou por eles.
        Um segundo verso que testemunha este mesmo princípio está em Romanos capítulo 14, versículo 9: “Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver,...”. Nós diríamos que para perdoar nossos pecados; espere, isso é somente uma parte. Sim, essa foi sua responsabilidade, encarregar-se dos nossos pecados. Nós seríamos Seu Santuário e Ele nosso Sumo Sacerdote, Ele levou nossa iniquidade; mas agora pelo que fez tem direito de comer do templo, comer do santuário, agora Ele tem direito de comer. Por isso diz: ao que vencer, ou seja ao que morra comigo e ressuscite comigo Eu cearei com ele e ele ceará Comigo. O Senhor tem o direito de receber de nós o que Ele mesmo nos deu, o que Ele semeou. É um direito que resulta de haver dado, de haver semeado.
        Porque foi para isto que morreu cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos vivos, como dos mortos”.
        Não só salvador e perdoar; para ser Senhor, para que os que vivem já não vivam para si mesmo, senão para Aquele que morreu e ressuscitou por eles; tudo isto é espiritual, e está aqui neste capítulo.
O cuidado das ofertas
        Então agora sim, com esse pano de fundo leiamos a passagem de Números 18, desde o 8: Disse mais o SENHOR a Arão:...”. Mas, houve uma origem divina, uma responsabilidade posta por Deus e como consequência um direito adquirido por haver vindo de Deus e haver realizado o trabalho de Deus. “... Eis que eu te tenho dado a guarda das minhas ofertas alçadas,...”. Ponha-se em primeiro lugar, não só em lugar de Arão. Sim, vamos ler o de Arão, vamos entender os direitos do sacerdócio araônico, mas lembrem-se que isso é figura do verdadeiro sacerdote e que todos estes sacrifícios e ofertas e primícias e coisas são figuras de Cristo e que Cristo a Sua igreja nos tem feito sacerdotes. “... Eis que eu te tenho dado a guarda das minhas ofertas alçadas,...”. Quer dizer, Cristo como Arão cuidava das ofertas materiais; agora Cristo é o que tem que cuidar da oferta do que a Ele se oferece.
        Observem o que dizia São Paulo em Romanos 15, como que ele sacerdotava o Evangelho como “litúrgico” de Jesus Cristo; e o digo com as palavras do grego, sacerdotava de Romanos 15; sacerdotava o Evangelho como litúrgico de Jesus Cristo para apresentar aos gentios como oferta agradável. Então, assim como Arão ministrava e comia do templo e do altar, assim Cristo, que tem ministrado e tem sido a oferta, tem direito de ser Senhor nosso e de comer de nós, e por isso também quem proclama o evangelho tem que viver do evangelho; é o mesmo princípio. “... Eis que eu tenho te dado a guarda das minhas ofertas alçadas, com todas as coisas santas dos filhos de Israel; por causa da unção as tenho dado a ti e a teus filhos por estatuto perpétuo”. Quer dizer, que primeiramente foste ungido e por isso agora tem que cuidar; te tenho dado cuidado destas coisas por razão da unção. Deus tenha piedade! Isto terás das coisas santíssimas do fogo;...”; ou seja, que Ele tem direito de uma parte do que oferta o povo. As coisas santas do fogo; porque algumas das ofertas, os holocaustos, eram totalmente queimados, e ele, o sacerdote, não podia comer nada, nem o povo comia nada. Por quê? Porque a parte do holocausto totalmente queimada se refere a satisfação de Deus, quem deve ser vindicado, respeitado, reconhecido em primeiro lugar; é Deus; a santidade, a justiça e a glória de Deus devem ser vindicadas.
Sentido cristológico
        O primeiro, que é para o qual sucedeu o sacrifício de Cristo, é para Deus primeiro, para Sua santidade, Sua justiça e Sua glória sejam vindicadas; por isso havia um holocausto totalmente queimado onde o sacerdote não comia nada, onde Cristo não tomava nada para si, senão tudo para o Pai; onde o povo que trazia a oferta não comia nada, o único que comia era Deus, não o sacerdote; era Deus. Mas havia outros tipos de ofertas, diferentes do holocausto, onde algo se reservava do fogo, quer dizer, Deus satisfazia Sua justiça, Sua santidade e Sua glória, mas também nos dava para comer o seu perdão, sua reconciliação, sua libertação, a regeneração, a parte que nós desfrutamos. Essa era a parte que os sacerdotes podiam comer. No caso de Cristo, é o que Deus dá a Cristo. Ele se humilhou ao máximo, o fez herdeiro de tudo, então tem direito, e também aqueles que servem a Cristo, também tem um direito.
        Diz aqui: “Isto terás das coisas santíssimas do fogo; todas as suas ofertas...”. Antes eles eram egoístas, mas agora o Senhor proveu um oferta, um sacrifício libertador, então agora, damos. Quando recebemos nos tornamos doadores, não extorquidos, não porque alguém quer nos tirar algo, porque Ele nos fez doadores. Diz assim: “...todas as suas ofertas com todas as suas ofertas de alimentos, e com todas as suas expiações pelo pecado, e com todas as suas expiações pela culpa, que me apresentarão; serão coisas santíssimas para ti e para seus filhos. ¹No lugar santíssimo as comerás; todo o homem a comerá; santas serão para ti”. Bem, Arão sabia o respectivo àqueles sacrifícios físicos, mas o Senhor quando lia isto e sabia que Ele era o verdadeiro sacerdote, Ele sabia que no santuário tinha direito a receber a adoração, a obediência, o serviço, os dons, as ofertas de seu povo, Ele, o Senhor Jesus.
        Agora, observem que aqui aparece expiação pelo pecado e expiação pela culpa. São duas coisas diferentes; a culpa se refere à responsabilidade que adquirimos diante de Deus por haver transgredido, em contra partida o pecado se refere a natureza pecaminosa de nossa condição humana. Por isso, ainda que o sacrifício de Cristo foi um só, sem restrições, é simbolizado por distintos sacrifícios araônicos; um era pelo pecado, outro era o da culpa e há outros que vem mais adiante, cada um representando um aspecto da morte de Cristo. Cristo morreu por nossos pecados; essa é a expiação pela culpa, mas Cristo foi feito pecado por nós; essa é a expiação pelo pecado. Notem que disto, a expiação pelo pecado e a culpa somente Arão e seus filhos, não suas filhas, podiam comer; as filhas podiam comer de outros que vem mais adiante. Mas por que não podiam comer do sacrifício pela culpa e do sacrifício pela expiação as filhas de Arão e sim os filhos? Porque Arão e seus filhos representavam ao Sumo Sacerdote Jesus Cristo enquanto redentor; então o aspecto de Cristo redentor é este direito que tem Ele, mas logo Ele ressuscitou e ascendeu; e ao ressuscitar e ascender, Ele nos ressuscitou com Ele e nos assentou com Ele.
        A mulher, que representa a igreja, que está representada pelas filhas de Arão, agora sim elas podem comer da oferta movida e da oferta alçada. Por quê? Porque a igreja participa da ressurreição de Cristo e da ascensão de Cristo, mas a igreja não pagou pelos seus próprios pecados, somente pagou Cristo pelos nossos pecados; e por isso como Arão e seus filhos representavam a Cristo, então somente os varões podiam comer disso porque só Cristo tinha que morrer por nós; mas logo que Ele morreu e ressuscitou agora sim, todos comemos. Então por isso vem a seguinte parte que diz assim: “¹¹Também isto será teu: a oferta alçada dos seus dons...”. Notem, primeiro havia sido sacrificado, mas depois de ser sacrificado se elevava. Assim como o Senhor Jesus depois de morrer ressuscitou e ascendeu, agora esta oferta elevada e movida representa também Cristo ressuscitado. Note o que diz aqui: “Também isto será teu: a oferta alçada dos seus dons com todas as ofertas movidas dos filhos de Israel;...”. Quando você vem como sacerdote, ainda que o que apresenta a oferta é Arão, se considera oferta movida dos filhos de Israel, ou seja, você não vem com as mãos vazias; quando começa a adorar ao Senhor, é porque Ele te encheu as mãos, te limpou, te ungiu e te encheu as mãos e você vem apresentar a oferta, o mesmo Jesus Cristo, oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo; quando vens em teu próprio nome estás com as mãos vazias, mas quando vens no nome do Senhor, com o que Ele te dá, sem acrescentar nada com manivela, se há um fluir pequeno, você faz o fluir pequeno; se o fluir vem forte, vem forte; o que importa é que seja Ele o que enche as mãos e você apresenta a Ele o que Ele é e o que Ele fez por ti e o que Ele te tem feito e te tem dado agora que Ele ressuscitou.
        Fixem-se no que diz: “... dos filhos de Israel; a ti, a teus filhos, e tuas filhas contigo, as tenho dado por estatuto perpétuo; todo o que estiver limpo na tua casa, delas comerá”. Isso significa que toda pessoa que tem sido limpa, ou seja, regenerada, renascida, pode comer desta oferta movida, ou seja, Cristo ressurreto e Cristo ascendido; essa é a oferta elevada e movida; então agora sim as filhas podem comer, porque a mulher na Bíblia representa a igreja e a igreja foi ressuscitada e assunta com Cristo. Nós não pagamos nossa própria expiação, Só Ele a pagou; por isso só Arão e seus filhos podiam comer da expiação e da culpa.
As primícias
        Mas em troca a igreja recebe a vida de Cristo ressurreto, então as filhas, as mulheres, que representam a igreja, o corpo de Cristo, podem comer, podem comer agora o sacrifício movido e elevado “do azeite”, que é o fruto de haver prensado as olivas, que é por causa de Cristo que temos o Espírito; “do mosto”, que é da uva também pisada, que é a redenção; e “do trigo” que é o grão de trigo que morreu por nós para frutificar; tudo representa Cristo. “¹²Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao SENHOR, as tenho dado a ti”. Essas primícias representam Cristo ressurreto e também na Bíblia se fala não somente de Cristo como primícias. Sim, na Bíblia se fala no nível histórico; pedia-se aos filhos de Israel que trouxessem primícias a Deus, que cada primeiro filho que tivessem era de Deus, que cada primeiro animalzinho que tivesse uma vaca era de Deus, que tivesse uma ovelha, esse era de Deus, que dos primeiros frutos que colherem ou do primeiro mês que recolhessem deviam trazer primícias a Deus; ou seja, esse era o direito de Deus. Deus tem o primeiro direito de todas as coisas, por isso se deve honrar ao Senhor com nossas primícias. As primícias é o primeiro fruto de nossos bens, do que Deus nos tem dado; o primeiro devolvemos a Deus porque pertence a Deus.
Sentido eclesiológico
        Mas o que simbolizava, passando já ao nível cristológico? Simbolizava em primeiro lugar a ressurreição de Cristo; por isso fala na Bíblia na primeira epístola de Paulo aos Coríntios, capítulo 15, de Cristo as primícias; ou seja, Ele foi o primeiro dos ressuscitados dentre os mortos; mas logo o Senhor Jesus por meio de São Tiago, diz de nós a igreja que somos as primícias da criação e também fala de 144.000 que são suas primícias; ou seja que passa ao sentido eclesiológico. Primeiro vemos as primícias no sentido histórico, logo o cristológico e então com o cristológico, vem o eclesiológico.
        Eclesiologicamente, quem são as primícias? As primícias são aqueles primeiros, são aqueles pioneiros, são aqueles que vão adiante, aqueles por meio dos quais Cristo vai abrindo brecha para o resto do povo. Essas são as primícias no eclesiológico. Então     diz: “¹³Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao SENHOR, serão teus; todo o que estiver limpo na tua casa comerá”. Vemos que Arão tinha direito ele e sua família, de alimentar-se das primícias que se davam a Deus, e Cristo tem direito de alimentar-se, cear com todo Seu povo, receber de Seu povo a adoração. E também as primícias de Cristo, aqueles que são pioneiros na obra de Cristo, também tem direitos em sua obra, no Evangelho.
O consagrado por voto
        Diz a Escritura: “... todo o que estiver limpo na tua casa os comerá.”; terceira coisa. Primeira, as ofertas; segunda, as primícias; terceira, o consagrado por voto. Se vocês vão a Levítico capítulo 27, que por ser muito longo, somente o vou aludir, ali Deus diz como se deve atuar com o que se consagra a Deus. Alguma pessoa queria consagrar sua terra a Deus, como devia fazê-lo; alguém tinha uma casa, como devia consagrar sua casa; alguém queria consagrar uma vaquinha, como devia consagrar a vaquinha; ou se tinha um asno, como devia consagrar o asno; ou seja, todos os votos. Quando no povo de Deus, falando nos três níveis, alguém quer consagrar algo a Deus, isso pertence a Deus; quando algo foi consagrado a Deus já não se pode fazer o que quer com o que se deu para Deus, já é coisa santíssima; agora é algo de Deus; então não se pode fazer qualquer coisa. Se uma pessoa dava, por exemplo, uma terra e logo a queria resgatar, só podia resgatar de certa forma, e se não resgatava permanecia para sempre Jeová, Jeová dava a possessão ao sacerdote que representava Ele. Se alguém lhe dava o dízimo, mas logo essa pessoa necessitou usar esse dízimo e usou uma coisa que já não era dele, porque no momento em que se deu a Deus, seu dízimo, agora era de Deus, então se usava, ou seja, o resgatava, devia acrescentar-lhe um quinto; ou seja, se era 100 devia pagar 120. Por quê? Esse quinto era o sinal de que já não era uma coisa comum, que não estava usando um fundo comum ou um dinheiro comum, senão algo que pertencia a Deus.
        Por isso Deus dizia que Seu povo fosse diligente nos dízimos, nas primícias, porque isso pertencia a Deus. Quando em Israel se demoravam, podiam dar-lhe um uso santo – O que está fazendo o Senhor ao guiar-nos através de tudo isso? Reinar sobre nós! Ele morreu para ser Senhor, para que tudo seja dEle, para que nos consagremos a Ele e para que Ele tenha direito sobre tudo.
O primogênito
        Então diz aqui: “¹Tudo que abrir a madre,...”, ou seja, os primogênitos; por isso que Maria teve que levar aqueles pombinhos. “Tudo que abrir a madre, e toda a carne que trouxerem ao SENHOR, tanto de homens como de animais, será teu;...”. Nisso vemos que Deus se reserva o direito dos primogênitos; por isso Ele chama a Seu povo de congregação dos primogênitos. “... porém os primogênitos dos homens resgatarás; também os primogênitos dos animais imundos resgatarás”. Agora observem aqui neste versículo e nos seguintes imediatos; nos mostram algumas coisas que segundo Deus deviam ser redimidas e algumas que não podiam ser redimidas. As que não deviam ser redimidas são as que representam Cristo. Cristo é o Redentor, não é redimido, mas a redenção de Cristo é para com o que caiu; tem que resgatar o que se perdeu. Se perdeu o homem e a natureza foi maldita, então quanto ao homem e a natureza devem ser redimidos, paga-se um preço de resgate; que foi o que pagou Cristo, mas Cristo é representado por um sacrifício; esse sacrifício não tinha que ser redimido porque representa ao Redentor. Por isso diz aqui: “Tudo o que abrir a madre, e toda a carne que trouxerem ao SENHOR, tanto de homens como de animais, será teu; também os primogênitos dos animais imundos resgatarás”. Isso representa Adão; quando é redimido agora representa Cristo, o novo homem; mas se não se redime o primeiro homem, és Adão, és o velho; por isso deve ser redimido. E o mesmo tem a ver com o asno e com qualquer animal chamado por Deus de imundo.
        O que Deus queria representar com os animais imundos? Deus queria representar a raça humana comum e corriqueira, aos gentios. Quando baixou aquele lenço diante de São Pedro cheio de animais imundos, o Senhor lhe disse: mata e come, e Pedro disse; não Senhor, eu nunca comi nada comum e imundo. A quem representavam esses animais imundos? A nós os gentios. Por exemplo, quando eu começo a orgulhar-me sou um pavão, verdade? Tiro a asa, se deram conta que eu sou superior, um pavão; ou quando me vence a glutonaria sou um porco, sou um leitão, verdade? E quando me faço o de pescoço esticado, (nariz em pé) sou uma girafa, verdade? Ou às vezes um bicho-preguiça, ou às vezes um macaquinho, verdade? Tudo isso representa algo de nós, e isso é o que éramos nós os gentios; por isso os animais imundos, os gentios, tínhamos que ser redimidos. Por isso diz: “... também os primogênitos dos animais imundos regatarás”. Por que primogênito? Porque não são todos os gentios que serão salvos, mas sim, todos os gentios que o Senhor toma dentre os gentios para Seu povo, esses chegam a ser os primogênitos dos animais imundos, mas agora redimidos. Aleluia! Redimidos, resgatados, isso é o que representam esses animais. “¹Mas o primogênito de vaca, ou primogênito de ovelha, ou primogênito de cabra, não resgatarás, santos são; o seu sangue espargiras sobre o altar, e a sua gordura queimarás em oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR”. Estes não tinha que redimir porque estes representam a Cristo, estes derramavam seu sangue e queimavam a gordura.
        O que é queimar a gordura? A gordura é a energia reservada; mas Cristo se deu até a morte, toda a Sua vida, toda a Sua força, amou ao Senhor com toda a sua força, ou seja, deixou tudo por Ele; por isso o Senhor não queria que Arão comesse a gordura, porque a gordura representa a energia natural guardada. Tinha que queimá-la, até que se acabasse toda a gordura, e por isso nós quando estamos no Espírito devemos queimar toda a gordura. Quando você começa a atuar por ti mesmo como diz no capítulo 5 de Eclesiastes, por exemplo, quando vem à casa de Deus, não te apresses a levantar em Sua presença, porque se você começas a apressar-te, a atuar em sua carne outra vez, não tens queimado toda a gordura, porque está atuando outra vez em teu “eu”; tens que estar na presença de Deus até que se queime toda a gordura. Quando você está adorando a Deus sente um ardor como algo que está se queimando, que é um cheiro suave a Deus; ou seja, você está na presença de Deus, deixando que ele seja o que dirige.
        É quando Ele diga: Bem, se queimou tudo, agora levanta-te, terminou. Mas às vezes antes que o Espírito nos diga, terminaste de orar, antes de derramar a carga do Espírito, nos levantamos com a gordura crua; então tem que aprender a queimar toda a gordura, ou seja, estar com Deus, ser dirigido por Deus, não apressar-se em fazer as coisas sem direção de Deus, até que se queime tudo, até que aquele ardor diga: Basta, já é hora de parar, é a hora de começar. Às vezes começamos muito rápido, e paramos mais rápido ainda, não queimamos a gordura.
O Senhor é nosso alimento
        O sangue de Cristo é o sacrifício, Ele pôs Sua vida até a morte, Ele não fez nada por si mesmo, senão o que via fazer o Pai, Ele esperou em Deus; e isso é para que nós também agora em união com Ele ofereçamos a Deus sacrifícios. O que é um sacrifício? Um sacrifício é uma renúncia, é pôr algo no altar; isso não era algo apressado, não; isso tinha que mexer e logo a gordura tinha que queimar até que se fritava e consumia-se completamente. Glória a Deus! “¹E a carne deles será tua;...” ou seja, os animais, da vaca, da ovelha, da cabra que se sacrificou, “será tua”. O Senhor mesmo foi a oferta e agora Ele é nosso alimento. Ele é o cordeiro que Israel tinha que comer; o cordeiro; Israel tinha que estar debaixo do sangue; e comer o cordeiro é viver por Cristo. Isso é comer com Ele e Ele comer conosco. Mas que significa agora a nível da igreja o comer juntos e o comer da oferta pelo pecado, agora a nível eclesiológico? Significa que temos comunhão em Cristo, que levamos a carga um dos outros em Cristo. Nosso irmão está em pecado. Se alguém ver seu irmão cometer pecado que não seja de morte orará a Deus e Deus lhe dará vida; ou seja, tem participação; comer juntos é ter participação um com o outro, não é ser indiferentes. Se eu estou em pecado você intercedes por mim, tu me restauras; se você está em pecado, nós intercedemos por ti, nós levamos sua carga. Diz a Palavra: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejais também tentado”.[2] Essa é a vida da igreja, isso é o que se deriva de que Cristo intercedeu por nós e morreu por nós e intercede.
        Que aplicação tem em nós? Que nós também intercedemos movidos por Cristo, também nós padecemos com o que padece, choramos como que chora, e nos alegramos com o que se alegra, levamos a carga um dos outros; essa é a vida da igreja, essa é a aplicação eclesiológica. Por isso essa jornada, Macelot ou Maquelote, se chama reuniões, assembleias, igrejas, vida de igreja; esse é o sentido. Comer juntos, é que eu me preocupo com você, e você se preocupa comigo, e que cuidamos uns dos outros; se você está débil, se eu estou débil; não só Cristo, senão por causa de Cristo, agora também uns pelos outros. Como disse Paulo e aí sintetiza: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo”.[3] Primeiro fez Cristo e agora Paulo imita Cristo como se fora uma primícia; primeiro Cristo foi a primícia, agora é Paulo e agora nós imitamos Paulo e somos primícias.
        Então diz assim: “¹Todas as ofertas alçadas das coisas santas, que os filhos de Israel oferecerem ao SENHOR, tenho dado a ti, e a teus filhos e tuas filhas contigo, por estatuto perpétuo;...”; ou seja primeiro para você Arão, histórico; para o Senhor Jesus Sumo Sacerdote, figurado por Arão, mas agora o verdadeiro Sacerdote; e para ti, corpo de Cristo, que sois sacerdote do Novo Testamento; mas dentre vós quem são os que assumem a carga? Esses ao assumirem a carga recebem um direito, porque este assunto do sacerdócio que está se pondo em ordem ao redor do monte de Seir, primeiro põe em ordem a origem do sacerdócio, segundo a responsabilidade do sacerdócio, terceiro o direto do sacerdócio. Se você é filho de Deus seu sacerdócio é de origem divina, e se você atua responsavelmente como sacerdote, colherás os frutos, como disse Paulo a Timóteo: “O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos”.[4] Então adquirirás direito do sacerdócio, mas depois de desempenhar ou atuar como sacerdote.
        Agora diz aqui: “Todas as ofertas alçadas das coisas santas, que os filhos de Israel oferecerem ao SENHOR, tenho dado a ti, e a teus filhos e a tuas filhas contigo, por estatuto perpétuo;...”. As ofertas alçadas, ou seja, o que provém da ressurreição, a do pecado, a da culpa é só para os varões, porque só cristo morreu por nós; a igreja não morreu por si mesma. Se morremos por Cristo não é para nossa redenção, é para que Cristo coma; é oferecer, como diz Paulo, nossa vida em sacrifício de cheiro suave a Cristo.[5] 
        Seguimos lendo em Números 18:19: “... por estatuto perpétuo; aliança perpétua de sal perante o SENHOR é,...”. Quer dizer, que o sal representa a aliança; por isso não se diz só aliança, senão aliança de sal; por isso diz que todos seremos salgados. O que é ser salgado? Ser salgado é adquirir sabor. No princípio nosso sabor é muito cru, mas a medida que na vida da igreja vamos amadurecendo com o Senhor, então nosso sabor vai sendo mais comível e nossos irmãos sofrem menos conosco e podem se alimentar no sentido espiritual. Ninguém o entende mal. Quando uma goiaba está verde é difícil de comer; uma manga verde, pois bem, ali em Medellín a comem com sal, mas é difícil tem que amadurecer. Assim fala aqui, tem que pôr sal, quer dizer, conservá-lo; o sal representa duas coisas: a vida de ressurreição, ou seja, incorruptível e o sabor ou o odor de Cristo. “... aliança perpétua de sal perante o SENHOR é, para ti e para tua descendência contigo”.
Os direitos do ministério
        Para justificar diante de vocês a interpretação do direito do ministério pelo Evangelho que está implicado neste capítulo, vamos ver isso no Novo Testamento na primeira carta aos Coríntios, capítulo 9, e esta vez só para fechar, vamos ler dois versos e terminamos o relativo a Maquelote. Na primeira carta aos Coríntios 9, dizem os versículos 11-14: “¹¹Se nós vos semeamos ...”. agora já, o primeiro que semeou foi Cristo. “Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito mais que de vós recolhamos as carnais?”. Vemos aqui que está no mesmo princípio de Maquelote. “¹²Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós?...”. Quantas outras pessoas vivem de um direito que tem sobre nós?
        Você vai e compra um perfume e 16% é o IVA: imposto do valor agregado, para pagar ao presidente, aos senadores, aos congressistas em geral, aos ministros, e também as obras. Há impostos indiretos e também há outros direitos. “Se outros participam deste poder sobre vós, porque não, e justamente, nós?...”. Quem é este nós? Os que semeiam o espiritual. “... Mas nós não usamos deste direito;...”. Por isso falamos do direito do sacerdócio, porque é que existe o direito dentro de uns limites de Deus. Às vezes se abusa do direito, quando se extorque, quando não se diz no Espírito de Cristo, quando se está insistindo, se quer tirar do povo as coisas a força; isso não é algo que brota do haver sido redimido, isso é algo egocêntrico, da alma, para furtar. É quase um assalto, isso é abuso do direito, e claro, por causa de alguns que abusam do direito, então outros negam que exista o direito e abusam no sentido contrário do direito e tiram o direito de quem o tem. Então existe o direito, o abuso do direito e a negação do direito. Não estamos nem com a negação do direito, nem com o abuso do direito, senão pelo direito.
        Então diz aqui: “Se outros participam deste poder sobre vós, porque não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; (essa é a atitude correta dos obreiros) antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo”. Agora vem Maquelote. “¹³Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar?”. Não é isso Maquelote, agora como é no Novo Testamento? Verso seguinte: “¹Assim ordenou também (como foi em Maquelote) o Senhor (isto não foi algo que aconteceu a uns pastores picaretas para enriquecer-se, não) aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho”.
        Então vamos parar por aqui e espero que tenhamos podido captar os três níveis de Maquelote: gramático-histórico, cristológico e eclesiológico. Maquelote: Assembleias, plural, reunião, a vida da igreja, comendo com o Senhor, o Senhor comendo conosco, comendo juntos levando as cargas uns dos outros, exortando-nos, intercedendo, etc. Amém.


[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 27 de outubro de 2000.

[2] Gálatas 6:1
[3] 1 Coríntios 11:1

[4] 2 Timóteo 2:6

[5] Referência a Filipenses 2:17

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