terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

7ª Jornada - MAR VERMELHO


Jornada 7

MAR VERMELHO[1]

         “E partiram de Elim, e acamparam-se junto ao Mar Vermelho”.
                                                                                                                                 Números 33:10

O Mar de Canas

         Vamos avançando com a série do Livro das Jornadas. No dia de hoje avancemos um pouco mais com a ajuda do Senhor. Vamos ao livro de Números, onde o Espírito Santo quis, com um propósito que não é meramente informativo, que ficasse escrito este versículo 10, do capítulo 33. Se não fosse por esse único versículo não haveríamos sabido dessa jornada. Ali diz: “E partiram de Elim, e acamparam-se junto ao Mar Vermelho”. Outra vez essa tradução segue utilizando a expressão Mar Vermelho.
         Em hebreu segue sendo a expressão que se tem usado desde o princípio, Yam Sof ou Mar de Canas ou Mar de Juncos, mas obviamente é o que se chama hoje em dia de Mar Vermelho. A Septuaginta traduz no grego Talace Eritram, ou seja Mar da Eritréia. Vocês sabem que hoje em dia Eritréia é um país que fica ao sul do Sudão e ao norte da Etiópia, que é justamente o que hoje se chama de Mar Vermelho; esse mar se chamava Mar de Eritréia. Assim aparece na tradução da Septuaginta que vocês sabem, é dois séculos antes de Cristo; e em hebreu o texto Massorético, se chama Yam Sof, ou Mar de Juncos ou Mar de Canas; é o nome pelo qual se é conhecido na Bíblia. Claro está que, como vocês podem ver aqui no mapa, esta terra ao sul de Israel se conheceu como terra de Edom; portanto, também a essas línguas do Mar de Eritréia ou de Yam Sof, se chamava também de Mar de Edom, visto que Edom ficava para o sul de Israel. Por exemplo, os amalequitas ficaram ao sul da península de Sinai, e os amalequitas também eram descendentes de Esaú; portanto o sul de Israel correspondia a Edom, todo o deserto de Neguev, de maneira que também se chamava Mar de Edom, e como Edom também significa vermelho, então daí, vem sendo chamado numa determinada vertente de Mar Vermelho.
Hoje em dia se chama Mar Vermelho; na Bíblia se chama Yam Sof, ou seja, o nome que desde o princípio estamos vendo, segue tendo o mesmo nome em hebreu e que o traduzem na Septuaginta, no grego Talace Eritram, ou seja Mar de Eritréia.
         Como vocês sabem, ao sul do Egito está o Sudão e ao sul do Sudão está a Etiópia, e agora no norte da Etiópia se tornou independente um país que se chama Eritréia. Antigamente era parte da Etiópia; hoje em dia é um país independente em nosso século (o XX, já estamos para passar para o XXI), e esse nome Eritréia, vem desde a antiguidade e tem dado também o nome a esse mar. Bem, esse mar tem esses dois nomes distintos. É interessante que vocês fixem-se em uma coisa, no que aparece neste versículo. Às vezes Deus não só fala com palavras, às vezes Ele também fala com silêncio. Às vezes Deus fala com palavras, e
às vezes fala com silêncio. Nesta jornada que estamos vendo, a do Mar Vermelho ou de Yam Sof, Deus fala com silêncio. É muito interessante que Deus fale com silêncio. Ele não quis que se dessem muitas explicações, mas tão pouco ficou totalmente calado, senão que disse: Aconteceu esta jornada: Yam Sof. Saíram de Elim e chegaram ao Mar Vermelho. Se vocês observarem comigo na seguinte jornada, vemos que diz o versículo 11: “E partiram do Mar Vermelho, e acamparam-se no deserto de Sim”, ou seja, que Deus pelo Espírito Santo sim quis que soubéssemos que houve uma jornada em Yam Sof, no Mar Vermelho; sim quis e por isso inspirou e disse: Moisés escreve-o, sabemos que essas coisas se escreveram para nós e para nos ensinar. Mas quando vens aos capítulos 15 e 16 de Êxodo, vês que ali aparece a chegada a Elim (15:27) e a saída de Elim (16:1). Leiamo-los, pois, para complementar o que vimos em Números. Êxodo 15:27 e 16:1. Lemos seguido:
         “²Então vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas. ¹E partindo de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois de sua saída da terra do Egito”.
         Se somente lêssemos o livro de Êxodo, não haveríamos entendido o que houve entre Elim e o Sinai. Vocês podem ver ali uma estação, essa estação Deus se calou em Êxodo, mas não se calou totalmente; isso quer dizer que Deus sim quis que soubéssemos que houve uma estação, mas nos quis falar com silêncio.

O falante silêncio do Senhor
        
Às vezes o silêncio de Deus fala mais. Observemos algumas vezes quando Deus guarda silêncio. Vocês recordam quando estavam acusando o Senhor Jesus e o Senhor Jesus se manteve em silêncio, não disse nada, que ficou calado, sem restrições, quanto nos fala esse silêncio do Senhor Jesus! Não é Verdade? Não é porque não verbaliza que não está falando alguma coisa. Às vezes quando não quer falar algo, Ele está querendo dizer muito, e Ele está querendo como passar por alto algo que aconteceu, mas que não menciona. Em muitas ocasiões Deus faz coisas assim. Por um versículo da Bíblia você sabe que algo aconteceu, mas em outra ocasião o mesmo Espírito Santo volta e se refere a alguns sucessos, mas cala sobre certas coisas. Por exemplo, vocês leem no livro de Reis e ali aparece a história de Salomão, e quando lês a história de Salomão no livro de Reis, ali aparece a apostasia de Salomão, mas vocês sabem que a história de Salomão, o Espírito Santo quis que se contasse depois. Quando voltas a ler a história de Salomão, já não no livro de Reis, senão no de Crônicas, se dá conta e não só no caso de Salomão, como também em outros casos, que Deus não voltou a citar o mesmo. Sim em Reis, que é o livro mais antigo, Jeremias contou a história de Salomão, mas quando voltou a se mover o Espírito Santo em Neemias, em Crônicas, não contou sobre a apostasia, porque já havia se movido em Jeremias, em Reis uns séculos atrás; Jeremias que era um profeta do cativeiro tinha que dar uma explicação para o cativeiro, então tinha que contar as coisas como eram, porque era tempo de cativeiro, havia razões para o cativeiro; mas quando em Neemias, já não era tempo de cativeiro senão restauração; e começou a contar a história; para a restauração não faz falta relembrar a apostasia de Salomão; sem restrições, Deus sim se lembra do bom de Salomão e volta a contar a história, a mesma de Reis, volta a contar em Crônicas, mas já não conta sobre a apostasia, não se conta certas coisas.
         Vemos, pois, que o silêncio de Deus também fala, e geralmente quando Deus guarda silêncio não é porque não acontece nada, senão porque o que acontece é algo que não vale a pena recordá-lo e por isso guarda silêncio. Sem restrições, sim disse Deus que houve uma estação no Mar Vermelho, mas guardou silêncio. Então, como estas estações tem um sentido espiritual, que será o que significa a estação no Mar Vermelho? Observem um detalhe. A estação no Mar Vermelho fica entre Elim e Sinai.
         O que diz justamente Êxodo 16:1 é que “E partindo de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai...”, de maneira que houve todo um trajeto e nesse trajeto houve uma parada intermediária, e nesse intermédio consta por vontade de Deus para ensinar uma jornada espiritual, o qual consta em Números 33:10: “E partiram de Elim, e acamparam-se junto ao Mar Vermelho”, logo no seguinte diz: “E partiram do Mar Vermelho, e acamparam-se no deserto de Sim”; quer dizer, que sim houve uma estação, a qual Deus passou por alto como passou pela segunda vez que contou a história, o que fez Salomão ou qualquer outro. Então, como vamos interpretar essa experiência espiritual representada na jornada do Mar Vermelho? Não a do cruzamento do Mar Vermelho, senão a passagem pelo Mar Vermelho quando iam entre Elim e o Monte Sinai. Ali há um lugar, vocês veem no mapa um pequeno rio e ali há um lugar que se chama o Wadi Tabiyé, ou seja o vale de Tabiyé; é um lugar onde se pode acampar, porque tem água e também alguns arbustos.
         Mas observem um detalhe, a seguinte estação, a do capítulo 11, a do deserto de Sim (diante de Deus vamos ver com mais detalhe), o Espírito Santo lhe dedica bastante espaço, aparecem muitas lições e muitas coisas aconteceram ali; sem restrições, entre Elim e a estação do deserto de Sim onde começaram a recolher o maná, aparece esta estação. Se tem sentido espiritual a colheita do maná e se tem um sentido espiritual Elim, quer dizer que entre o que espiritualmente significa Elim e o que espiritualmente significa o deserto de Sim para aprender a recolher o maná, a estação intermediária tem que ter um sentido espiritual. Quando passamos de Elim, que representa aquele oásis de Deus sob setenta palmeiras, providas por Deus para dar-nos cobertura, para dar-nos sombra, para dar-nos descanso, com doze fontes de águas para dar-nos de beber e saciar nossa sede, e que representa usando os números apostólicos, doze e setenta, representa o oásis do ministério provido por Deus transitoriamente, em nossa caminhada, logo nos encontramos depois no deserto de Sim aprendendo cada um, já não sob a sombra das palmeiras, nem com as águas, a recolher o maná pela manhã, o que se tem que comer pessoalmente. Observem que há uma experiência espiritual entre primeiro estar sob a cobertura do ministério e depois aprender por si só recolher o maná; há um espaço intermediário, uma experiência espiritual.
         No princípio as pessoas estão sob a direção de Deus, pelo concerto divino sob a proteção do ministério, isso é o que representa Elim com suas setenta palmeiras, o oásis, que com os números apostólicos representa o ministério e a estação de nossa caminhada. Deus em algum momento de nossa vida, às vezes por vários momentos, nos coloca sob o ministério; não é uma só palmeira, não é uma só fonte, por isso não se refere ao ministério de uma pessoa, senão ao ministério coletivo do corpo de Cristo. Isso se chama no Novo Testamento o ministério do corpo, o ministério do Espírito, o ministério da justificação, o ministério da reconciliação, o ministério do Novo Pacto, que está representado ali em Elim, e então, estamos protegidos por Deus, por pessoas que encarnam o ministério, mas no avanço espiritual Deus não quer que nós estejamos sob o ministério toda a vida, que sejamos toda vida um esquenta banco, onde somente esquentamos o banco e ouvimos o que os outros tem a dizer.

Aprender a pescar

         Sim, Deus quer que ouçamos a tudo o que o ministério tem que dizer, mas isso não é a única coisa que Deus quer; Deus quer também que nós aprendamos de Deus a recolher o maná diário que vamos comer, mas não é tão fácil, havendo estado acostumados a que nos deem comida, e começar a recolher a comida diária que vem do céu, e esta estação intermediária entre aprender a depender de Deus, havendo estado primeiro dependendo do ministério, é como se fosse um momento intermediário, uma situação não tão fácil. Todavia não estamos recolhendo maná, e sem impedimento já saímos de Elim e estamos no Mar Vermelho quase como se estivéssemos começando de novo; aí no Mar vermelho tem que pescar por si mesmo, aí no Mar vermelho você tem que pescar e tirar seus peixes; porque os mariscos não estavam ainda proibidos como alimento imundo, todavia pode ser que até mariscos comeram ali ao lado do Mar Vermelho; ou seja, que existe em nossa vida espiritual uma situação quando ainda não estamos treinados a depender diretamente de Deus, nem tão pouco estamos treinados para sair debaixo da cobertura do ministério. Sem restrições, há uma experiência espiritual que se chama sair de Elim. Saíram de Elim. Chegar a Elim é reconhecer a providência de Deus através do ministério.
         Sair de Elim não quer dizer que já não vai haver mais ministros, não vai haver mais pastores ou evangelistas ou mestres ou apóstolos ou profetas; sempre haverá, até que todos cheguemos a unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus. Até que todos cheguemos, até lá, sempre haverá o ministério, mas na vez passada estávamos falando que o ministério é como uma espécie de andaime. Quando se vai construir a casa, o andaime se usa ao princípio, enquanto que a casa adquire estrutura, quando a casa já está sólida não necessita mais do andaime, e começa o processo de tirar os andaimes, mas ainda tem andaimes, e, contudo não está de todo sem andaimes. Está o momento dos andaimes e está o momento sem andaimes, mas entre os momentos com andaimes e sem andaimes há um período intermediário de ir tirando os andaimes. No princípio os irmãos não sabem o que fazer, sempre é outro o que dirige os cânticos, sempre é outro o que ensina, sempre é outro que evangeliza, sempre é outro que proclama, sempre é outro o que ministra e sempre estou sob a direção alheia; mas Deus quer ensinar-me a ter uma unção própria, mas enquanto aprendo a ser dirigido pela unção direta que corresponde diretamente a mim, o maná que recolho diretamente, há uma situação intermediária onde não estamos recolhendo o de Deus, onde estamos pescando por nossas próprias forças, todavia não é do céu. Às vezes nós nos rebelamos do ministério e saímos para começar o nosso, mas no princípio ainda não é do céu, todavia é nosso, ainda são coisas humanas, por isso Deus as esquece, por isso Deus guarda silêncio acerca dessa etapa intermediária entre estar sob a cobertura das palmeiras e o fluir das doze fontes e o aprender a recolher maná por si só a cada manhã. Pode-se recolher maná a cada manhã, mas isso não se aprende tão fácil; depois vamos nos deter um pouco nesse capítulo, que esse sim é longo. Deus tem muitas coisas que dizer, mas ensinar-nos acerca das muitas maneiras que fracassamos, das muitas maneiras como metemos os pés não faz falta falar tanto.
         O Senhor não vai estar dizendo-lhe: olha, fracassastes aqui, fracassastes ali, metestes os pés ali, voltastes a meter os pés, sempre estás falhando;  para que vai falar Deus; simplesmente nos diz que entre Elim e o maná houve algo por ali, pelo Mar Vermelho, perto do mesmo mar do princípio; sem restrições, para que vou entrar em detalhes, passemos ao largo, o importante é seguir mais adiante, mas não quero que ignore que há uma etapa da qual não vou falar muito, porque vocês falam em demasia disso. Eu, Deus, não vou falar tanto; e simplesmente nos diz que houve uma estação no Mar Vermelho e passaram por aí, mas não há nada que aprender aí; é algo do homem, é como saindo do homem, é como o amigo; o menino que tem de seus pais, mas logo chega a ser adulto; bem, tem meninos, mas enquanto é adolescente não é “nem uma coisa, nem outra”; às vezes saem galos de meninos, às vezes fala roco o rapaz, às vezes saem galos, às vezes querem ser adultos, outras vezes ao lado da mamãe, logo quer sair de casa e fazer as coisas a sua maneira, mas e como vai comer, onde vai dormir; então volta pra casa, ali é onde está a comida, ali é onde está a bebida.

Aprendendo a ser adultos

         Essa é a adolescência, nem uma coisa nem outra; está saindo de Elim, debaixo da proteção e está aprendendo a ser adulto, aprendendo a comer sua comida e a ser dirigido pessoalmente por Deus, porque ao princípio tudo se consultava ao pastor. Pastor será que posso comer chouriço ou não? Pastor será que posso por calças ou não? Será que posso cortar a ponta do cabelo ou não? Irmão será que posso ir ao cinema ou não? Tudo perguntamos ao princípio, estamos sob a cobertura e perguntamos tudo; e se o pastor é sábio não lhe vai responder. Quando o pastor não é sábio, não é maduro, vai dizer tudo que tem que fazer lhe vai quadricular, assim tem que vestir, assim tem que sentar, assim tem que ficar de pé, assim tem que comer, isto não; vai dizer tudo, porque não é maduro, porque está levando-o a si mesmo, criando uma dependência do próprio pastor. Mas lembrem-se que Elim é uma etapa transitória; tem que sair de Elim, tem que sair das fraldas da mamãe; isso não quer dizer desprezar aos irmãos, isso não quer dizer ser rebelde contra o ministério. Essa outra lição se aprende depois, mas se quer dizer que tem que aprender a ser responsável por si mesmo; o garoto vai saindo de casa e tem que começar a trabalhar, a estudar, e seus primeiros passos no trabalho, seu primeiro salário dá apenas para manter seus hobbies e nada mais. Continua comendo da mamãe e do papai e na casa do papai e da mamãe. Um dia ele vai ser pai e vai ter sua própria casa e sua própria esposa e seus próprios filhos. E vai ser responsável, mas ainda não; sem impedimento, não é um menino, mas tão pouco é adulto, é adolescente, está em uma etapa de transição e na vida espiritual também existem essas etapas de transição. Fixem-se, por exemplo, aqui na primeira carta aos Coríntios, capítulo 4, revela-se a etapa típica da transição; como pensam, como atuam, como sentem os adolescentes espirituais; porque há adolescentes espirituais. Na Bíblia se fala de bebês recém-nascidos que devem tomar o leite não adulterado, e também fala de filhos e fala de jovens e fala de anciãos; quer dizer, que tem bebês, tem filhinhos, tem jovens, tem pais e tem anciãos. Aos bebês, as mães tem que fazer tudo; aos filhinhos já caminham, mas estão na casa da mamãe; os pais já tem filhos e os anciãos já tem netos; mas os jovens estão por sair de casa. Às vezes tem que chegar as nove, mas se quer chegar às dez, tem que buscar sua própria casa e trabalhar e sustentar-se, se já crer que é tão adulto. Mas não é adulto, está no intermediário; é jovem, esse é o adolescente que está saindo de um ponto, mas não chegou ao outro. Então o adolescente de imediato pensa que é mais sábio que o pai e que pode passar sem o pai e fazer as coisas por si mesmo; então pensa como os adolescentes de Coríntios.

Reinando sozinhos?

         Diz assim 1 Coríntios 4:8; aí estão os Coríntios adolescentes. “Já estais fartos! (para que vamos estar aqui embaixo destas palmeiras e destas fontes, vamos pescar) Já estais ricos! Sem nós reinais! E quisera reinásseis (não que Paulo não queira que reinassem, mas sério diz: oxalá reinásseis) para que também nós viéssemos a reinar convosco!”; porque quando se reina espiritualmente se é inclusivo, tem respeito pelo corpo, tem respeito pelo ministério; mas uma pessoa que se levanta contra o ministério para ser só ele o único ministério, essa pessoa não é madura, esse é só um rebelde, esse é um garotão, esse é um adolescente, que às vezes fala roco e as vezes saem franguinhos. Espiritualmente existe essa estação. Às vezes diz: já estamos saciados, já não quero mais que vocês tenham que nos dar nada, já estamos saciados, e diz: “... Sem nós reinais...”, quer dizer, quer reinar sozinho. O que é reinar só? Isto vou fazer sem que saibam os anciãos, porque se papai e mamãe sabem vão me proibir, vão me criticar, melhor fazer as coisas pelas costas; gostamos de fazer as coisas sozinhos. Começamos já no ministério e começamos a fazer nossos primeiros salários, mas que não venha fulano nem ciclano aqui porque de pronto vão me estragar o pastel que eu estou preparando. De maneira que somos individualistas; mas quando somos maduros, você mesmo o convidas: ouça, o que você acha do pastel que estou fazendo?
         Quando é maduro reina com os demais, quando é egoísta, quando não é espiritual, não inclui os demais. “... Sem nós reinais...”, mas quando de verdade estão reinando, quando de verdade tem vencido a carne, ao eu, ao ego, reinariam juntamente conosco, incluiria os demais, seria inclusivo do corpo, não teria nenhum problema em ser examinado pelo resto do ministério. Ainda Paulo que levava 14 anos proclamando foi conversar em particular com Tiago, com Pedro e João para expor-lhes o que ele ensinava, porque se tivesse cometido algum erro, os mais antigos pudessem ajudá-lo. Isso quer dizer, reinar conosco; mas essa atitude de esconder-se, de fazer as coisas por si só, sem os outros, essa não é uma atitude madura, essa é uma atitude adolescente, isso fazem os garotos, é uma atitude intermediária. Claro que tem que aprender a desenvolver seu ministério, tem que aprender a recolher o maná por si mesmo, o que vai comer, e tem que aprender a determinar o que recolhe; se recolheu muito não lhe sobrou, e se recolheu pouco não lhe faltou, porque aprendeu com os demais, porque vive em comunidade. Mas se vive isolado, maldizendo contra o ministério, sem estar na verdadeira comunhão do corpo, essa é uma estação intermediária de adolescência espiritual. Existe essa situação espiritual às vezes não queremos que os outros reinem conosco, queremos reinar sozinhos. Saímos de Elim, mas, contudo não recolhemos o maná; se recolhemos muito outros não comem, e se recolhemos pouco, ficamos com fome porque pensamos que o que os outros recolhem não é para mim; então essa situação intermediária está representada nesta estação entre Elim e o deserto de Sim onde se recolhe o maná. Aqui ainda não tem maná e já não tem Elim.
         Irmãos, muitas pessoas vivem em uma situação espiritual intermediária e sabem o que? Não pensem que há muito que aprender dessas pessoas. Quando uma pessoa é rebelde vai te levar a rebeldia. Se ele está em um processo de garoto, começa a falar mal de todos, mas tão pouco faz algo que preste; quer elevar-se a si mesmo, não vai te proclamar a Cristo, não vai te proclamar o corpo de Cristo, não vai te levar ao eterno propósito de Deus; vai proclamar a si mesmo, não é digno de ser lembrado, não é digno de ser levado em conta, não há nada que aprender de alguém que em vez de proclamar a Cristo e levar as pessoas a Cristo e ao corpo de Cristo, quer levá-los a sua própria opinião, a sua própria experiência, a sua própria hipótese. Porque às vezes nós quando começamos a receber nossos primeiros salários, o que semeamos não é a Cristo, senão nossas hipóteses; se eu sou leviano em determinada área dos pecados, vou permitir essa leviandade aos outros, e até vou proclamar essa leviandade, em vez de proclamar a verdade, proclamo minha opinião. Não é, todavia o pão que caiu do céu, não é tão pouco a palavra do ministério do Novo Pacto; é meu próprio exercício, minha própria hipótese, meu próprio treinamento; e isso existe, e Deus não podia dizer que não há isso no caminho. Sim, essa etapa existe, é uma situação espiritual, mas não é nada bom, não há nada que aprender das pessoas que estão nessa situação; tem que passar o mais rápido possível a uma situação mais avançada. Em Elim demoraram muitos dias, mas aqui no Mar Vermelho uma só noite, como se chega de Elim ao Wadi de Tbiyé onde foi aquela situação, em oito horas, passaram por aí e continuaram mais adiante para cada um receber pão do céu; essa estação intermediária, o Yam Sof, ou o Talace Eritram ou o Mar de Eritréia ou o Mar Vermelho, Mar de Edom não é uma situação que seja digna de durar muito tempo. Deus não quer que nós estejamos muito tempo nessa situação; não há muito que aprender quando se está na adolescência; oxalá amadureçamos o mais rápido possível e comecemos a recolher maná do céu, mas para recolhê-lo em comunhão com o corpo. Amém!


[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 10 de março de 2000.


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