terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

12ª Jornada - DESERTO DO SINAI


Jornada 12

DESERTO DE SINAI

“Partiram, pois, de Refidim, e acamparam-se no deserto de Sinai”.
                                                                                                                                 Números 33:15

O núcleo da revelação do Antigo Pacto

         Estamos chegando a uma das mais importantes estações, que é o deserto de Sinai, que poderíamos dizer que é como o núcleo da revelação do Antigo Pacto e da tipologia. Praticamente o que aconteceu no deserto de Sinai, não foi uma passada ao largo. O que aconteceu no Sinai não foi como passar por Alus ou como passar por Dofca, os lugares anteriores; o que aconteceu no deserto de Sinai, é realmente algo muito profundo.
         Vamos ao livro de Números, capítulo 33, versículo 15, que é o que corresponde ao dia de hoje. Ali diz: “Partiram, pois, de Refidim, e acamparam-se no deserto de Sinai”. Antes de passar às passagens correspondentes a esta etapa que está em Êxodo, Levítico e Números, vamos à epístola de Paulo aos Gálatas para que ali possamos observar algumas coisas; para que nos demos conta do que representava Sinai para Paulo, logicamente pelo ensino do Espírito Santo, e representa também para nós os cristãos. Não vamos ler Sinai somente do Antigo Testamento, senão que vamos ler Sinai desde o Novo Testamento. Leiamos, pois, Gálatas, capítulo 4, desde o versículo 21. Diz Paulo às igrejas da Galácia:
         “²¹Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? ²²Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. ²³Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa”.
         Este último é o que nasceu de Sara, que era da esposa legítima, foi o que nasceu depois; nasceu pela promessa que Deus fez, mas antes que nascera Isaque de Sara, Abraão fez um esforço para por ele agradar a Deus, por suas próprias forças. Então como Sara não podia dar a luz, ela deu a Abraão, Agar sua serva, e ele teve um filho de sua serva Agar, e nasceu Ismael. Ismael nasceu da escrava, em contra partida Isaque nasceu da livre, da esposa, ou seja, de Sara.
         “²O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para servidão, que é Agar”.
         Esta alegoria não é só uma história de Abraão, de Sara, de Agar, de Ismael e de Isaque; aquela história escondia uma alegoria, Deus estava tipificando, ensinando-nos algo através dessa história. Estas mulheres Agar e Sara, são os dois pactos. Tem havido na Escritura dois grandes Pactos: o Antigo Pacto que foi dado com Moisés e que começou no Sinai, e o Novo Pacto, que é o que estabeleceu o Senhor Jesus. No Antigo Testamento, Moisés trouxe a lei, mas, a graça e a verdade, vieram por meio do Senhor Jesus Cristo. Com Moisés, se inaugura o Antigo Testamento, ainda que antes de Moisés estiveram os patriarcas. Com Moisés foi acrescentada a lei à promessa, e a tipologia dos assuntos; com o Senhor Jesus vem a graça e a realidade. O que Moisés introduziu foi a lei e a tipologia, o que o Senhor Jesus introduz é a graça e a verdade ou a realidade. Então, agora quando lemos esta jornada no deserto de Sinai, vamos estar vendo o primeiro Pacto, o Antigo Pacto, o que se corresponde com Agar. Por isso diz aqui que um pacto vem do monte Sinai, o qual da filhos para escravidão; este é Agar.
         “²Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos”.
         Isto o dizia Paulo no primeiro século cristão, quando estava debaixo do poder dos romanos, e até o dia de hoje, eles não tem podido fazer tudo o que quiseram.
         “²Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós”.
         Isso se refere a Sara; isso se refere à esposa do Cordeiro. A primeira esposa é da lei, a segunda é esposa do Cordeiro. Então, fixem-se que chegar ao Sinai, é chegar a um ponto chave.
         Vamos contabilizar as etapas, no livro de Números. Começa por Ramessés; segundo, Sucote; terceiro, Etã; quarto, Pi-Hairote; quinto, Mara; sexto, Elim; sétimo, Mar Vermelho; oitavo, deserto de Sim; nono, Dofca; décimo, Alus; décimo primeiro, Refidim; décimo segundo, deserto de Sinai. Número doze, etapa doze. Estamos em um número de muito significado bíblico. Esta jornada durou muito tempo. Para que vocês se deem conta, todas estas onze jornadas, duraram todas elas três meses; as onze anteriores se realizaram ao longo de três meses, desde Ramessés até Refidim. Inclusive chegar a Sinai, eles demoraram três meses. Mas quando chegaram ao Sinai, no Sinai estiveram onze meses e seis dias, quase um ano; quer dizer, que a nuvem se deteve no Sinai e Deus esteve ensinando umas longas e profundas lições. Realmente no Sinai se encontra muita revelação. Podemos dizer que há dois montes nos quais se concentram grandes revelações: o monte Sinai e o monte Sião.
         É como dizer que o monte de Sinai é o símbolo do Antigo Testamento, e o monte de Sião é o símbolo do Novo Testamento, no sentido espiritual de Sião. Então, no Sinai foram muitas as coisas que Deus fez e que foram reveladas. No Sinai foi onde se celebrou o Antigo Pacto e onde se introduziu a tipologia, e se vocês querem ver comigo, desde Êxodo 19, vamos ver desde onde começa esta jornada. Antes de entrar nos detalhes, vamos ler os versículos que nos mostram desde onde e até onde vai esta jornada. Então, vamos buscar primeiramente, Êxodo 19:1. Diz assim:
         “Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai”.
         Eles saíram em 14 de Abib, e chegaram em14 de Sivam, ou seja, três meses. Todas as jornadas que temos visto até aqui, são três meses de caminhada, aprendendo lições, mas agora chegam aqui. Esta jornada termina em Números, capítulo 10, versículos 11-12, e começa na seguinte. Ali diz:
         “¹¹E aconteceu, no ano segundo, no segundo mês, aos vinte do mês, que a nuvem se alçou de sobre o tabernáculo da congregação. ¹²E os filhos de Israel, segundo a ordem de marcha, partiram do deserto de Sinai; e a nuvem parou no deserto de Parã”.
         Depois de um ano, já haviam aprendido muitas coisas. Notem essa expressão, “a ordem de marcha”. Então vemos que entre Êxodo 19 e Números 10:10, todos estes capítulos da Bíblia, correspondem a jornada do deserto de Sinai; e sucederam muitas coisas ali. Foram quase doze meses, exatamente onze meses e seis dias demorou-se a nuvem detendo Israel ali no deserto do Sinai, na cordilheira de Horebe, especificamente no monte de Sinai. Nesse lugar estiveram onze meses recebendo uma revelação especialíssima, é o núcleo do Antigo Pacto, o qual é a tipologia e a preparação para o Novo Pacto; quer dizer, que esta jornada, o que foi revelado por Deus aqui no Sinai, é uma questão de grande importância.
Visão panorâmica do acontecido no Sinai
         A fim de nos darmos conta e abarcarmos panoramicamente as coisas que sucederam no Sinai, vamos fazer uma leitura superficial, uma olhada, nos subtítulos que foram colocados na Bíblia nestes capítulos que compõem esta jornada do Sinai; vejamos as coisas que aparecem aqui e nos damos conta de tudo que aconteceu e o que foi revelado; assim primeiro a voo de pássaro e logo vamos dar um cronograma. Então primeiramente vamos armar um esquema. Vamos ler os temas por página, desde Êxodo 19:1 até Números 10:10, para que tenhamos uma vista panorâmica. Para ter primeiro uma ideia, vamos embarcar num helicóptero hermenêutico e vamos passar por cima destes livros: mais da metade de Êxodo, todo o Levítico e uma terça parte de Números; tudo isso se deu no Sinai; é uma coisa grandíssima. São os seguintes temas:
         Israel no Sinai, os Dez Mandamentos, o terror do povo, leis sobre os escravos, leis sobre atos de violência, leis sobre responsabilidades de senhores e proprietários, leis sobre restituição, leis humanitárias, as três festas anuais, o Anjo de Jeová enviado para guiar Israel, Moisés e os anciãos no monte Sinai, a oferta para o tabernáculo, a arca do testemunho, a mesa para o pão da proposição, o candeeiro de ouro, o tabernáculo, o altar de bronze, o átrio do tabernáculo, azeite para as lâmpadas, as vestes dos sacerdotes, consagração de Arão e de seus filhos, as ofertas diárias, o altar do incenso, o dinheiro do resgate, a fonte de bronze, o azeite da unção e o incenso, chamamento de Bezaleel de Aholiab, o dia de repouso como sinal, o bezerro de ouro, a presença de Deus prometida, o pacto renovado, advertência contra a idolatria de Canaã, festas anuais, Moisés e as tábuas da lei, regulamento do dia de repouso, a oferta para o tabernáculo. Podemos destacar todos esses capítulos que correspondem ao que havia dito e chegamos ao final de Êxodo: a nuvem sobre o tabernáculo.
         Chegamos a Levítico. O livro de Levítico foi revelado no Sinai, durante o primeiro mês do segundo ano do Êxodo; quer dizer, que todo este livro de Levítico foi a recopilação do que o Senhor revelou a Moisés no Sinai, durante o primeiro mês do segundo ano. Durante o segundo ano, no primeiro mês, Deus revelou tudo o que está recopilado em Levítico: os holocaustos, as ofertas, as ofertas de paz, ofertas pelo pecado, ofertas expiatórias, lei dos sacrifícios, consagração de Arão e seus filhos, os sacrifícios de Arão, o pecado de Nadab e Abiú, animais limpos e imundos, a purificação da mulher depois do parto, leis acerca da lepra, impurezas físicas, o dia da expiação, o santuário único, proibição de comer o sangue, atos de imoralidades proibidos, leis de santidade e de justiça, penas por atos de imoralidade, santidade dos sacerdotes, santidade das ofertas, as festas solenes, azeite para as lâmpadas, o pão da proposição, castigo do blasfemo, o ano de repouso da terra e o ano do jubileu, bênçãos da obediência, coisas consagradas a Deus. Tudo isso, em Levítico foi revelado por Deus, durante o primeiro mês, no ano segundo, no monte Sinai e no deserto do Sinai. Algumas coisas foram reveladas diretamente no Monte Sinai; outras no tabernáculo no deserto do Sinai; alguns foram revelados somente a Moisés; outras a Moisés e a Arão; outras somente a Arão.
         Logo o livro de Números, até o capítulo 10: censo de Israel no Sinai, nomeação dos levitas, acampamentos e chefes das tribos, censo e deveres dos levitas, resgates dos primogênitos, tarefas dos levitas, todo imundo é lançado fora do acampamento, lei sobre a restituição, lei sobre os zelos, o voto dos nazireus, a benção sacerdotal, ofertas para a dedicação do altar, Arão acende as lâmpadas, consagração dos levitas, celebração da páscoa (esta é a primeira páscoa, no dia 14 do primeiro mês), a nuvem sobre o tabernáculo, e a última coisa a ser revelada no Sinai foi: as trombetas de prata.
         Isto se fez fazendo uso dos subtítulos que a Sociedade Bíblica colocou entre os capítulos. Esses títulos que temos lido não são parte do texto bíblico, são somente títulos dos responsáveis da Sociedade Bíblica, que agradecemos porque nos ajuda pelo menos a entender o que dizem; mas esta é uma primeira olhada completamente panorâmica para dar-nos conta de quantas coisas foram reveladas no monte Sinai. Aqui estão recopiladas todas juntas, e assim vendo a primeira vista parecem muitas coisas, mas agora temos que começar a ver uns detalhes que aparecem nisto, que a primeira vista parece um pouco desordenado, mas depois vocês vão se dar conta que não é nada desordenado, senão que é assombroso, é maravilhoso.
         Eu estive tomando algumas notas e espero que estas notas lhes possam servir. Tudo isso sucedeu durante onze meses que Israel esteve no Sinai, seja no deserto do Sinai ou no monte Sinai, que fica no mesmo deserto, mas esta é a península do Sinai entre Egito e Arábia e Israel. Vemos no mapa que no sul da península do Sinai, aí fica o monte Sinai, entre parênteses é Horebe. As pessoas que tem visto em fotografia se dão conta que não é um só monte, mas muitos montes; é como uma cadeia montanhosa ou um entrelaçamento de montes que há no sul da península do Sinai, então toda ela se chama Horebe, mas em Horebe há um monte específico, que foi chamado o monte Sinai, que foi o monte onde Deus desceu, e deu a Moisés a lei, e de onde Moisés desceu ao deserto, logo que ficou ao pé do monte no deserto, e Moisés subiu e recebeu de Deus a lei nesse lugar.
Deus revela seu testemunho
         Aí foi uma experiência tremenda; somente fixem-se no lugar estratégico. Primeiro, está no ponto central da terra, aí está onde convergem os três continentes: Europa, Ásia e África; para a saída ao Atlântico pelo mar Mediterrâneo, a saída pelo Mar Vermelho para o oceano Índico; também a península tem o Mar Vermelho pela esquerda, o golfo de Acaba, pela direita, olhando para o norte e fica exatamente na ponta de baixo. É um lugar extremamente estratégico que Deus escolheu, onde deu a revelação de um só Deus.
         Até aqui os povos eram normalmente idólatras, adoravam a natureza, adoravam os astros, adoravam o sol, adoravam os animais, eram animistas; estavam sob a pressão de muitos espíritos, e Deus separou do meio do mundo caótico e politeísta, um povo para revelar Ele mesmo e para que esse povo vá construindo o reino de Deus, onde Deus começa a ensinar a esse povo, primeiramente em forma tipológica. Lhe dá suas leis, lhe dá revelação da Sua natureza, porque Deus, à suas leis lhe chamava testemunho; quer dizer, que para nós são leis, mas enquanto Deus, é o testemunho do que Deus é. Quando Deus diz: Não furtarás, é porque Deus é honesto; quando Ele diz: Não adulterarás, é porque ele é puro; quando Ele diz: Não mentirás, ou não darás falso testemunho, é porque Deus é uma pessoa verdadeira. O que para nós são leis, são um testemunho do que o Deus verdadeiro é.
         Até esse momento todos os demais povos tinham conceitos politeístas de Deus, projetavam sobre Deus uma série de assuntos; aqui Deus começa a ter um povo separado, escolheu dentre os demais povos para começar a fazer um trabalho a favor de toda a humanidade, mas tinha que começar por um patriarca, Abraão, logo por sua família, Isaque, Jacó e seus filhos, e logo formar as tribos e formar um povo; e logo a esse povo revelar-se e começar-lhe a dar testemunho de Si mesmo, ensinar-lhe a maneira de viver e também, como isso não era definitivo, esta revelação do Sinai, ou seja, do Antigo Pacto, não é a definitiva, ainda nesta se promete uma nova revelação, um Novo Pacto. Aqui no Sinai há somente uma alegoria, uma tipologia, então Deus está trabalhando, mas este ponto onde estamos agora, Sinai, é realmente o coração do Antigo testamento, no sentido tipológico. O coração de toda a Bíblia é Cristo, mas Cristo aparece aqui no Sinai como tipologia, aparece a lei para mostrar-nos a necessidade de Cristo. Aparece a tipologia dos cordeiros, dos sacrifícios, do altar, do templo, para mostrar-nos a maneira de caminhar com Deus, de ter relação com Deus; ou seja, Deus tratando com a humanidade, começando com um homem, com sua família, com um povo, e logo esse povo espalhado por todas as partes; e logo o cristianismo, tendo raízes em Israel.
         É Deus fazendo um trabalho, mas este ponto do Sinai é um ponto fundamental. Nos onze meses que Israel esteve no Sinai, tanto no deserto como no monte Sinai; realmente o que esteve no monte Sinai, foi Moisés, e até certo ponto Josué e até certo ponto Arão, Hur e alguns anciãos, porque o povo somente chegava até o deserto e não podia tocar o monte porque morria; estava a presença de Deus e Moisés mesmo estava tremendo. Deus disse a Moisés: Não me verá homem e viverá; então Ele tem que ir revelando-se pouco a pouco, porque se nem se quer às vezes podemos suportar algo criado por Ele, muito menos suportá-lo em toda plenitude de Sua glória. Moisés estava aterrorizado, mas Deus estava procurando aproximar-se, entrar nesse emaranhado, essa selva escura, que é a humanidade debaixo do véu do pecado, do engano; Deus tratando de entrar, tratando de revelar-se, é algo precioso.

As subidas de Moisés

         Nesses onze meses, Moisés subiu onze vezes ao monte Sinai. Aparecem essas subidas, que para os que estão tomando nota, quero lhes dizer os versículos que falam das onze subidas de Moisés ao monte Sinai estando eles no deserto de Sinai. No deserto de Sinai, estava o monte Sinai; Moisés às vezes subia, às vezes descia, mais de uma vez ficou até quarenta dias, outras vezes subia e descia rápido; o fato foi que a Bíblia registra nesta jornada de Sinai, onze subidas de Moisés ao Sinai, e em cada uma dessas subidas algo é revelado. Primeiro vou dar-lhes os versos dessas onze subidas e logo vamos ver o que foi revelado em cada uma dessas subidas.

1. Um povo separado. A primeira subida está em Êxodo 19:3-8a; o que foi revelado é que Deus havia livrado a Seu povo do Egito e que não teria outros deuses, senão que Ele seria seu único Deus, e que Ele havia atraído para Si mesmo a esse povo para constituir a todo esse povo em reino de sacerdotes. Isso foi a primeira coisa que foi revelada no monte Sinai; não foi sequer o decálogo; era que Deus havia livrado ao Seu povo da opressão do Egito e de outros deuses e o havia atraído para Si mesmo e o constituiria (a todo o povo) em um reino de sacerdotes. Essa é a essência do que foi revelado na primeira subida de Moisés.
         2. Preparação e limites. Na segunda subida que vai desde Êxodo 19:8b até o versículo 19, o que foi revelado é o seguinte: Primeiro, é Deus que atrai ao povo. Ele diz: Os tenho atraído a Mim; Ele não diz: os trouxe ao monte, não. Os trouxe a Mim; quer dizer, o que Deus começa a revelar é que Ele está atraindo o povo para Si mesmo, Deus atraindo para Si mesmo. O povo estava longe de Deus, estava oprimido, explorado, enganado; agora o Senhor liberta com mão poderosa ao povo para atraí-lo para Si; quer dizer, não há outro sentido de libertação e do Êxodo que ser atraído para Deus mesmo. Segundo: Deus diz a todo o povo: Vós me sereis um reino de sacerdotes. Esta palavra, no princípio não estava restringida somente aos descendentes de Arão e aos levitas; essas foram coisas que Deus teve que fazer depois, porque o povo que Ele atraiu para Si, não foi fiel, não Lhe seguiu; então Ele teve que separar uma tribo que Lhe foi fiel para fazer com essa tribo, pelo menos, o que queria fazer com todos; mas o que Deus quer é atrair ao povo para Si mesmo e fazer um reino sacerdotal; quer dizer, um povo que tenha acesso a Sua presença e que logo Lhe represente, Seu caráter, na terra. Primeiro que o conheça, como diz a primeira carta de Pedro: “... que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz[2]³, e nas trevas estávamos enganados e oprimidos e em sua luz maravilhosa somos libertos e começamos a conhecê-lo para proclamar a Ele e Suas virtudes; mas primeiro tem que conhecê-lo, mas claro que isso não é assim tão fácil. Porque não iam estar brincando com qualquer ídolo que eles tiveram. Eles estavam acostumados a ter quantidades de ídolos no Egito. Não, aqui estão tratando com o Deus verdadeiro, e Deus os está atraindo para Si mesmo, mas lhes está ensinando de que maneira eles podem realmente conhecê-lo, estar com Ele e recebê-lo.  No princípio, Deus começa a falar no monte, e depois Deus decide descer ao tabernáculo e falar desde o tabernáculo; mas primeiro fala desde o monte. Mas Ele não quer só falar no monte. Diriam os hebreus: Ai não, não fale Deus conosco, fale com Moisés; Ele é demasiado grande e terrível, que fale Moisés. Então, bem, Eu vou falar com Moisés e vou falar pelos profetas, mas o que Eu quero é que vocês me façam um santuário. Eu vou está entre vocês, Eu vou me declarar no interior do santuário, mas isso era demais para o homem. Entender isso era difícil demais nessa época. Tem que aprender em que época está sucedendo; época de muita idolatria, época de muita barbárie, onde às vezes uma mulher valia menos que um cavalo; coisas terríveis. Porque às vezes ao ler essas leis, alguém diz: Que leis tão terríveis! Mas vocês não se dão conta que estão lendo no século XX, depois da influência cristã; mas ponha-se na época deles, e como Deus está tratando de aliviar a barbárie que existia nessa época. Se dão conta, irmãos? Então, na segunda subida ao monte, o principal que se revela é como o povo deve preparar-se dentro de seus limites. Que vai se encontrar com Deus, e encontrar-se com Deus não pode ser uma coisa leviana, não pode ser uma coisa irresponsável. Então Deus diz a Moisés que se preparem para encontrar-se com Deus, porque Deus vai descer aí, e que ninguém ultrapasse os limites. Deus começa a falar de preparação e limites; são as duas palavras chave da segunda subida de Moisés. A primeira palavra: os tenho atraído a Mim e me sereis um reino de sacerdotes; a segunda subida: Preparem-se para estar comigo e tenham em conta os limites. Às vezes a pessoa não sabe com o que está tratando o Senhor, então Deus começa a ensinar-lhe, e as duas palavras chaves da segunda subida de Moisés, são preparação e limites. Não cruzar os limites, porque pode morrer. Deus não quer que morra, mas pode morrer; então, prepare-se.
         3. Santificação sacerdotal. A terceira subida está também no capítulo 19:20-24a. Agora o tema da terceira subida é santificação sacerdotal, mas estes sacerdotes que aparecem aqui no capítulo 19 não são todavia os sacerdotes arônicos da tribo de Levi. Até aqui Deus está dizendo que todo o povo era sacerdote, e até esta época todos os patriarcas ofereciam sacrifícios, e as pessoas tratavam de aproximar-se de Deus, e o povo mesmo se aproximava de Deus; então aquelas pessoas que se aproximavam de Deus e ofereciam sacrifícios por aquele instinto religioso e a tradição antiga desde Adão, Abel, etc.; então eles eram sacerdotes, digamos de fato; todavia não eram sacerdotes oficiais, porque o sacerdócio oficial não havia sido constituído; porque originalmente a vontade de Deus é que todo o povo tenha esse acesso sacerdotal, mas todo o povo não tinha, senão que só alguns dentre o povo se interessavam nas coisas de Deus. Então, depois da segunda subida, esses sacerdotes, todo o povo, é chamado a preparar-se e a guardar os limites. Na terceira subida os sacerdotes de fato dentre o povo, aquela liderança natural, aquelas pessoas com chamado religioso, aquelas pessoas eram as chamadas para ser santificadas. A santificação sacerdotal é o que se revela na terceira subida.
         Note-se que são três subidas somente para preparar-se, para Deus revelar a preparação. Sempre aparece assim o número três. Quando iam cruzar o Jordão, disse: Preparem-se para cruzá-lo, ao terceiro dia recém cruzaram. O Senhor Jesus ressuscitou ao terceiro dia. Às vezes nós queremos fazer as coisas muito rápido, e o Senhor nos diz: Não, assim vocês não tem consciência da realidade. Deus está ensinando o povo a ter consciência de quem é Deus, que Deus vai estar no meio deles, e o homem está tão baixo, tão bárbaro, tão animalizado, que necessita aprender a ser respeitoso, a ter reverência, a ter temor de Deus, não esse temor de medo, senão essa reverência ao santo e ao sagrado.
         4 e 5. O decálogo e o livro do Pacto. A quarta e a quinta subida. Estas duas subidas constituem o conteúdo do livro do Pacto. Aí foi quando se começou a escrever os Dez Mandamentos e as outras leis que constituem o que se chamou o livro do Pacto nesse tempo; de maneira que o livro do Pacto foi revelado na quarta e quinta subida. Na quarta subida, já não sobe somente Moisés; na quarta subida Deus introduz com Moisés a Arão. Então, a quarta subida vai desde Êxodo 19:24b, até o capítulo 20:20, digamos; partes desses capítulos, o 19 e o 20, ali se dá a quarta subida. Na quarta subida não subiu somente Moisés, senão que Deus lhe disse: E Arão que suba. Deus vai introduzindo; depois já sobem 70. Mas primeiro somente Moisés, preparando ao povo; depois já sobem Moisés e Arão. Na quarta subida, na número quatro, depois da preparação do 1, o 2 e o 3, na número quatro, se revela o decálogo, ou seja os Dez Mandamentos, que foram revelados em forma falada por Deus, todavia não escrita. Foi depois quando em outra subida Deus disse a Moisés que subisse e escrevesse.
         Na quarta subida, Moisés sobe com Arão e Deus mesmo desce na nuvem com trovão, e o povo fica aterrorizado, e Deus começa a proclamar os Dez Mandamentos. Não farás imagem para ti de nada do que há no céu nem na terra, nem debaixo da terra, nem os honrarás. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão. Honra a teu pai e a tua mãe. Não furtarás. Não cometerás adultério. Não darás falso testemunho. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem a casa do teu próximo, nem o servo, nem seus animais, nem nada do teu próximo; quer dizer, Deus começa a revelar como Ele é, porque Deus quer estar entre os homens, para que o homem seja Sua casa, Seu templo. Mas os homens tem feito um desastre, que o Senhor para entrar nessa selva, tem que fazer um trabalho tremendo. Na quarta subida, Deus proclamou em forma falada e com voz de trovão, com relâmpagos, com som de buzina, com tremenda escuridão de nuvens, e o povo ficou aterrado e não queria. Então disse o povo: Moisés fala tu com Deus e não fale Deus conosco, porque vamos morrer. Por isso é que ali no capítulo 20 se fala dos Dez Mandamentos e o seguinte: o terror do povo. Eles estavam acostumados a deuses que não é o Deus verdadeiro, uns projetos de sua própria natureza pecaminosa, e encontrar-se com a natureza real de Deus é delicado, Deus não anda com contos.
         Na quinta subida, sobe Moisés sozinho, e Arão fica embaixo com o povo, como representante. A quinta subida vai desde Êxodo 20:21 até Êxodo 23:33. Nessa subida, Moisés recebe as outras leis que Deus propõe. Estas são as leis que lhes proporás. Então, além do Decálogo que depois escreveu com seu próprio dedo nas tábuas de pedra, além dessas leis, Deus lhes deu outra série de leis que vimos, leis sobre os servos, etc. As leis que Deus deu foram em sete grupos; sete grupos de leis aparecem na quinta subida de Moisés sozinho ao monte. Esses sete grupos, são: primeiro grupo, contra idolatria; e fixem-se que primeiro é a revelação de Deus mesmo, atraindo-os para Si mesmo e preparando-os para estar com Ele e para recebê-lo. Segundo, vem o Decálogo, o qual tem os primeiros mandamentos em relação a Deus e os demais mandamentos em relação ao próximo; por isso diz que a lei se resume em: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Não terás outros deuses; amarás a Deus sobre todas as coisas; não farás imagens para ti, nem as adorarás, porque Deus é um Deus zeloso, só a Ele adorarás; não tomarás seu nome em vão. Tudo isso tem que ver com o próprio Deus, contudo Deus diz: Honra a teu pai e a tua mãe; não matarás (respeite a vida); não furtarás (respeita a propriedade); não cometerás adultério; não cobiçarás; não darás falso testemunho, etc.; ou seja, Deus ensinando ao povo a relacionar-se bem com Ele mesmo, através do amor, e com seu próximo, através do amor, não matando, não furtando, não cobiçando sua mulher, nem sua casa.
         Fixem-se que Deus vai centrando as coisas no amor a Ele e ao próximo. Então, primeiro aparece o decálogo. Os primeiros mandamentos do Decálogo são em relação a Deus, e os demais em relação ao próximo; o mesmo acontece aqui; notem os sete grupos de leis propostas, leis aparte do Decálogo, que foi na quarta subida. Na quinta subida, vêm estes sete grupos. O primeiro grupo que vai desde o versículo 22 ao 26 de Êxodo 20, são contra a idolatria, ou seja a correta relação com o único Deus verdadeiro; por isso as primeiras leis propostas, todas são contra a idolatria, e os outros seis grupos de leis, são a favor dos homens; o segundo grupo com relação aos servos; alguns hoje podem ler umas leis acerca dos servos muito fortes. Por quê? Porque com a influência do cristianismo se aboliu a escravidão e todas estas coisas; depois de Cristo haver vindo.
         Mas Cristo veio depois de toda esta preparação; tem que ter em conta quando vocês leem na lei de Moisés, que às vezes tem leis muito fortes como a lei do Talião, que são leis fortes, mas eram leis que punham ordem no que eram a barbárie da época; na época havia uma barbárie total e em meio a essa barbárie, Deus vai limitando a barbárie, mas Deus fez algumas destas leis  por causa do coração deles, que isso não é todavia perfeito, porque o perfeito viria com o Messias, o Senhor Jesus, o Cristo; mas pelo menos para a época era o conveniente, o necessário. Todavia não é o definitivo, a verdadeira presença de Deus conosco, Emanuel, é com Cristo; mas tudo isso era necessário na preparação.
         O segundo grupo de leis é acerca dos servos; Vai de Êxodo 21:1-8. O terceiro grupo é a famosa lei do Talião, olho por olho dente por dente, que muitas pessoas queriam que se restaurasse na Colômbia, porque acontecem coisas terríveis com esses sequestros, sobre o assassinato, sobre o roubo, tremendo. A lei do Talião, vai desde Êxodo 21:12-27; esse é o terceiro grupo de leis, que poderíamos chamar: o Talião. O quarto grupo de leis é acerca dos bois chifradores, porque não somente os homens prejudicam os homens; também há animais que prejudicam os homens, então Deus está tratando de proteger aos homens de si mesmo e ainda dos animais; por isso dá leis de como tratar o caso dos animais, tratando mal aos homens, os bois chifradores; isso está no capítulo 21:28-36.
         Logo vem o quinto grupo de leis, das leis propostas; o tema é sobre os furtos. Está em Êxodo 22:1-15. Deus ensinando a não roubar, a ser honesto, como tem que tratar as coisas: se te confiam algo, se encontras algo, se te emprestam algo, não roubar, ser honesto com as coisas, irmãos. Deus tratando de ensinar as pessoas acerca dos furtos, esse é o quinto grupo de leis. O sexto grupo de leis, são leis humanistas e leis várias. Encontra-se este grupo em Êxodo 22:16 - 23:13. O último grupo, justamente o número sete, é sobre as festas. As leis começam com Deus e tem que terminar com Deus; então Deus estabelece as festas. Deus não quer que Seu povo viva como se Ele não existisse. Deus diz: Três vezes ao ano te apresentarás diante de mim; Deus queria que Seu povo começasse a viver uma vida comunitária ao redor dEle e estabeleceu três ocasiões ao ano, sete festas que celebraram em três ocasiões; cada ocasião era de uma semana.  O povo saía e se reuniam juntos para estar com Deus e celebrar estas festas; essas festas eram tipologia de Cristo.
         Paulo na epístola aos Colossenses, capítulo 2, diz que aquelas festas eram figuras de Cristo, mas Deus, todavia, não podia falar-lhes de Cristo diretamente, mas começava a dar-lhes figura de Cristo através desses ritos e festas. Todas essas festas, todos esses ritos, todo aquele tabernáculo, todos aqueles móveis eram um ensino didático e tipológico de Deus. Depois tem um epílogo, e esse epílogo trata da promessa de Deus de que o Seu Anjo, que era Cristo, iria diante deles e lhes abriria o caminho; e o que foi revelado na quarta subida de Moisés, o Decálogo, e as leis propostas na quinta subida, isto que foi revelado, constitui o Livro do Pacto com o qual Israel fez pacto com Deus de que eles obedeceriam a essas leis, as leis que lhes deu em Horebe, no monte Sinai.

         6. O Santuário. Logo chegamos à sexta subida de Moisés. A sexta subida teve três partes. Note como Deus vai se aproximando e incorporando as pessoas. Na primeira parte já não só podia subir Moisés, senão que setenta dos anciãos de Israel, junto com Arão e com os filhos maiores de Arão, no total de 74 pessoas podiam subir até certo ponto. Antes nem sequer um animal podia tocar no monte, porque morria, ninguém. Só Moisés subia tremendo, e isso porque Deus lhe disse, Moisés não queria; foi Deus que lhe chamou, é Deus tratando de comunicar-se com o homem, não só individualmente, senão coletivamente, é uma coisa tremenda; de maneira que a próxima vez já podiam subir os anciãos, mas só podiam chegar até certo ponto. Essa sexta subida se encontra em Êxodo 24:9; logo eles chegam até um ponto e Deus se revela e se mostra a eles e eles veem uma aparência e umas coisas e ficam maravilhados, mas aí podem chegar; não podem ir mais adiante.
         Então, Moisés toma a Josué que era o que iria lhe suceder, e avança um pouco mais. Recordem como o Senhor Jesus também tomou primeiro doze, logo setenta, logo três e ia revelando-se segundo se podia; então os 74 chegaram até um ponto, logo Josué chegou com Moisés um pouco mais acima, e logo Josué ficou e Moisés subiu até a terceira parte. A subida com Josué está em Êxodo 24:13. A subida da terceira parte só está em Êxodo 24:19. Nesta sexta subida, Deus fala sete vezes a Moisés e lhe fala de sete temas. Diz: Falou Deus a Moisés e falou alguma coisa, logo a segunda vez, lhe falou duas vezes; sete vezes falou Deus de sete temas; é interessante que na sexta subida, depois que já havia revelado o Decálogo, as dez propostas para amar a Deus e ao próximo e viver, Deus quer revelar mais mistério, quer profetizar mais, quer adiantar mais tipologia; então Deus fala de sete temas. O primeiro tema de que Deus falou vai desde Êxodo 25:1 30:11, ali na Bíblia diz: Falou Yahveh a Moisés, e o que lhe falou essa vez vai desde 25:1 a 30:11. De que lhe falou Deus desta vez, qual era o tema de Deus? A casa, o sacerdócio e os sacrifícios. No novo testamento, o apóstolo Pedro diz que somos edificados casa espiritual, sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Cristo[3].
         Deus não quer somente que eles Lhe amem, mas que também se amem entre si, senão que também quer entrar mais profundo, e aí é quando lhe revela desde Êxodo 25, quando começa a dar: tomareis uma oferta para Mim e fareis um santuário, e Eu vou habitar entre vós, no meio de vós nesse santuário, e esse santuário vai ser assim; e começa Deus a dizer sete utensílios que se tem que fazer. E começa: Farás isto, farás aquilo, sete utensílios, no primeiro tema há sete utensílios, com sete temas. Estamos no primeiro tema, os sete utensílios que Deus começa a dizer ao povo. Sabem o que vão fazer? Vão fazer isto e logo diz: todo sábio de coração trabalhou fazendo o que Deus pedia; então Deus começa a pedir ao povo que faça certas coisas, e essas coisas para o povo eram como ritos: Lhe façamos uma arca, Lhe façamos uma mesa, Lhe façamos um candeeiro, Lhe façamos um tabernáculo. Que significa tudo isto? Os sete utensílios eram estes: o primeiro: a arca do pacto ou do testemunho; segundo: a mesa dos pães da proposição; terceiro: o candeeiro; quarto: o tabernáculo; quinto: o altar de bronze; sexto: o átrio do tabernáculo; sétimo: o azeite para as lâmpadas. Todas as sete coisas é a síntese do mistério de Cristo, quanto ao corpo de Cristo ou a casa de Deus; quer dizer, o primeiro tema de Deus, depois de revelar a Ele mesmo e de amar a Deus e ao próximo, e agora que fazemos enquanto Te amamos e nos amamos? Bem, vão me fazer uma casa, sacerdócio e sacrifícios. Que casa é essa? Então começa a descrevê-la nestas sete coisas. Amém? E logo revela o relativo ao sacerdócio; ou seja, Deus revela sete vestiduras; são sete utensílios para a casa. Há outra coisa que temos que fazer, depois da casa e do sacerdócio, e Deus vai ensinar ao povo. Na casa tem que ser sacerdote; ou seja, como devem os sacerdotes viver em relação com Deus e com o povo; uma relação íntima com Deus. Ele está preparando o povo para conhecer-lhe; então Ele revela o sacerdócio e revela sete vestiduras. Quais são essas sete vestiduras? O peitoral, o éfode, o manto, a mitra, a túnica, o cinturão e os calções; essas sete vestiduras refletem o novo homem em Cristo, vestidos de Cristo, como ser sacerdotes, viver uma vida santa diante de Deus; e essas vestiduras refletem a cobertura de Cristo, como Cristo vai nos vestir e como é que Cristo vai nos construir.
         Que disse Pedro? Edificados, primeiro como casa. Aí estão os sete utensílios; sacerdócio santo, aí estão as sete vestiduras, e para oferecer sacrifícios. O que pede Deus no primeiro grupo? No primeiro grupo o Senhor fala de doze ofertas; Deus pede doze tipos de ofertas; essas doze ofertas são figuras de doze aspectos de Cristo; todas essas ofertas refletem a Cristo, porque a única coisa que Deus recebe é o que Seu Filho, Cristo, lhe dá. Mas Ele vai nos dar Cristo, para que Cristo nos constitua em oferta multíplice para Deus. Então revela doze ofertas. Primeiro: a oferta de um bezerro pelo pecado; segundo: um carneiro para holocausto; terceiro: o carneiro das consagrações; quarto: um pão sem levedura em um cesto; no cesto havia três tipos de pão sem levedura; os três tipos estavam dentro do mesmo cesto mostrando os diferentes aspectos da obra de Cristo, mas Deus o tinha aqui apenas simbolizado em forma tipológica: o pão sem levedura, logo bolos sem levedura e massa folheada. Já vão seis: um bezerro pelo pecado; um carneiro para o holocausto; outro carneiro para consagração; um cesto com pão sem levedura, bolo sem levedura amassada com azeite e massa folheada; logo um cordeiro pela manhã cada dia sétimo e um cordeiro pela tarde cada dia oitavo; uma efa de flor de farinha, número nove. Um him de azeite, número dez. Um him de vinho para libação, número onze, e o incenso, número doze.
         São doze ofertas, todas revelando distintos aspectos da obra de Cristo; cada uma dessas ofertas refletem um aspecto da obra de Cristo, mas a obra de Cristo é tão profunda que Ele tinha que ir revelando em figuras. Aqui somente estamos vendo o panorama. Já sobre estas vestiduras, sobre a arca, a mesa, o candeeiro, o tabernáculo, já tem sido tratado com mais detalhes em outras ocasiões. Algumas dessas gravações já estão transcritas; por isso não vamos entrar em todos os detalhes, somente a parte panorâmica; no assunto que já se tocou passaremos de largo.
         Bem, esses são o primeiro falar de Deus, a primeira coisa que Deus falou a Moisés na sexta subida. Logo falou outra vez Jeová a Moisés e lhe disse outra coisa. Esse é o segundo falar; primeiro lhe falou tudo isso lhe levou ao monte, lhe mostrou o modelo, o desejo de Deus. Agora observem quais são os temas de Deus; são sete temas. Depois de haver falado deste primeiro tema: a casa e os diferentes sacrifícios que representa o mistério de Cristo; o segundo tema de Deus é o ciclo do santuário como preço de resgate, ou seja, a medida divina para ser resgatados, porque nós temos nossas próprias medidas. Deus tem que nos revelar Sua medida, a medida é o ciclo do santuário, que é o preço do resgate. Deus tem que revelar que a medida é a de Deus, e não a do homem, e que tem que dar a Deus o que Deus pede, não o que o homem quer; mas o homem não pode pagar esse preço, só Cristo é o preço do resgate que pode fazer no homem o que Deus quer que o homem seja. Isso está desde Êxodo 30:11-16.
         O terceiro tema de Deus, depois de mostrar qual é a medida de Deus, o ciclo do santuário, o terceiro tema é a fonte de bronze; claro, quando não há medidas com a qual medirmos, mas quando há uma medida, agora sim sabemos que não somos nada diante de Deus, que nós mesmos não alcançamos essa medida e isso se sabe na fonte de bronze e o arrependimento. Esse é o tema de Deus. A fonte de bronze vai desde Êxodo 30:17-21. “E então falou o SENHOR a Moisés”. A quarta vez que o Jeová falou a Moisés nesta sexta subida, sabem qual é o tema? O azeite da unção. “³E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado (aí está a fonte) em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38). Agora esse é o tema de Deus, o azeite da unção. Isso está em Êxodo 30:22-33. Depois de que já tem a unção, o quinto tema de Deus, falou Deus a Moisés e lhe disse: o tema de Deus era o incenso, que são as orações. Isso vai do verso 34-38 de Êxodo 30.
         Depois que Deus revelou tudo isso, agora então tem que pô-lo em prática e para pô-lo em prática, não se faz as coisas de qualquer maneira. O sexto tema que Deus revela é o chamamento, e chama Bezalel para que ele com sabedoria prepare as coisas, chama a Aoliabe para que ele ajude sob a direção de Bezalel, com a ajuda de Aoliabe, todos os sábios de coração trabalhavam fazendo as coisas de Deus, somente por chamamento. Então o sexto tema, depois do incenso, é o chamamento. Isso está em Êxodo 31:1-11. Enquanto oras, Deus pode chamar-te.
         O sétimo tema, é a última coisa que Deus lhe falou na sexta subida, foi o sinal do sábado; quer dizer, o sinal que fará entre o povo de Deus e Deus, é que Seu povo tem descanso. Que coisa tremenda! Mas para ter descanso tem que ter toda essa base anterior; não se pode ter descanso com pecado, com egoísmo, com pelejas; tem que arrepender-se, humilhar-se, pedir perdão, tem que perdoar, tem que amar a Deus, tem que amar o próximo, tem que saber qual é a base, qual a medida, e então recém conclui com o sinal do sábado. Esse é o sétimo tema de Deus, o descanso nEle. E diz: Este será o sinal entre vós e Eu. Guardareis meus sábados, ou seja, vivereis em Meu repouso. Este é o sinal. Quem está em Deus, está em repouso, mas isso não se alcança de um dia para o outro. Deus quer dar-nos repouso e repousar em nós, mas tudo isso é um processo; estamos tão agitados, tão loucos, daqui para lá e Deus quer levar-nos a Seu repouso.
         A tribo sacerdotal. Muito bem! Claro, Desceu muito contente. E enquanto Deus estava vendo a maneira de levar-nos a essa comunhão íntima com Ele, o povo estava em um desenfrear de idolatria terrível, mostrando como o sonho de Deus é um e a realidade do homem é outra. Então desce Moisés, quebra as tábuas e sucede aquele problema e tem que aplicar o juízo de Deus; aí foi quando Moisés perguntou: Por que estão adorando ídolos? Estavam adorando um bezerro de ouro ao estilo dos egípcios, como se Deus não estivesse falando, e havia obrado com poder.
         Então, o que tem que fazer Moisés? Perguntar quem está por Yahveh, por Jeová, e somente a tribo de Levi esteve de seu lado. De maneira que lhes disse: Venham, ponham-se do meu lado e empunhem a espada, exercendo o juízo de Deus. E foi desde esse momento em que os levitas foram consagrados para servir, já que Deus não pôde fazer com o povo; o povo não queria; então quem quer? Os levitas; portanto de todas as tribos sacerdotais, agora só exercerá o sacerdócio a tribo de Levi, por culpa do mesmo povo. O desejo de Deus é com todos, mas se todos não querem, se fará com os que queiram. Quem queria? A tribo de Levi era a única que queria.
         7. Justiça e misericórdia de Deus. Então, sobe Moises a sétima vez, o número 7. Para que sobe? Para interceder: Deus, o que vai dizer o mundo se tu destruíres a teu povo, que vai ser do teu nome? Vão dizer que não pudestes nos salvar, nem pudestes nos introduzir na terra que queres. Então Moisés convenceu o coração de Deus; isso não quer dizer que Deus fora menor que Moisés e Moisés fora melhor que Deus, senão que aqui se revelam dois Aspectos: a justiça de Deus e a misericórdia de Deus. Deus é as duas coisas: Deus é justo e não vai fazer vista grossa para o pecado e tolerá-lo como se nada fosse, e permitir que destrua o que queira. Ele tem que fazer justiça, mas ao mesmo tempo é misericordioso. Digamos, pois, que esses dois aspectos se revelam na intercessão; a sétima subida de Moisés ao monte está em Êxodo 32:30 ao 33:7.
         8. A glória de Deus e a renovação do Pacto. Logo a oitava subida de Moisés. Moisés consegue que Deus lhe revele uma parte da Sua glória, e aí é quando Deus proclama Seu nome e diz: Yahveh forte, clemente, tardio em irar-se, e grande em misericórdia; quer dizer, ali é quando Deus revela quem Ele é. Yahveh, Eu sou o que sou. Ele é forte, mas é misericordioso, longânimo. Começa a revelar a natureza de Deus. Aí é quando Moisés desce resplandecente, porque Moisés lhe disse: Deixa-me ver a tua glória; se achei graça diante de ti, não nos deixe, vem conosco, nós não somos dignos de estar contigo, mas faça alguma coisa, Deus. Então ele lhe disse: Deixa-me ver tua glória; e Ele lhe diz: Não me verá homem e viverá Moisés: mas vou fazer algo.
         Deus proveu uma rocha ferida, que é figura de Cristo e nesse ferimento da rocha escondeu Moisés para que Moisés não morra e tapou Moisés com sua mão e o escondeu no ferimento da rocha e lhe mostrou as costas, e Moisés quase morre, ficou tremendo e ao mesmo tempo resplandecente. As pessoas que tem tocado a Deus, quase sempre morrem; ficam como mortos. João ficou como morto, Isaías ficou como morto. Na oitava subida de Moisés, Deus proclama Sua glória. Jeová forte, clemente, misericordioso, tardio para irar-se, grande em misericórdia; começa Deus a mostrar como Ele é.
         E Moisés quer ver Sua glória, mas Deus lhe diz: Não me verá homem e viverá; mas lhe provê um ferimento na rocha que representa Cristo morto por nossos pecados para poder nos aproximar de Deus, com base no sacrifício de Cristo, e ali esconde Moisés e o tapa com Sua mão, e só lhe mostra as costas; e quase Moisés morre, e diz: estou aterrorizado, tremendo; e a vez que ficou resplandecente e não podiam nem olhar Moisés. Como seria isso? Teve que pôr um véu para que pudessem vê-lo.
Nessa ocasião, que é a oitava subida de Moisés, número oito, é o número da ressurreição. Depois de sete dias, o oitavo dia é outra vez o primeiro dia: o domingo, ressurreição; justamente Deus renova o pacto. É como anunciando que havia um novo pacto; a renovação do pacto foi nesta nova subida. Então foi nesta nova subida quando Deus renovou o pacto, e Deus na renovação do pacto voltou a falar três coisas. A primeira coisa: contra idolatria, confirmando esse assunto, não podem ter outro deus alheio, senão Eu. Eu sou um Deus zeloso, não terás nenhum outro deus. Primeiro Deus enfatiza, contra a idolatria; segundo: Deus volta a estabelecer as festas anuais, quer dizer, vocês vão viver conforme o que Eu vou ensinar; e Deus ensina as sete festas, que são figuras de Cristo; quer dizer, não terás outro deus, mas a vida religiosa que tereis está sob a sombra de Cristo. Essas festas eram sombra de Cristo, então a terceira coisa que volta a enfatizar é o decálogo.
         Deus lhe dá as tábuas que havia escrito, e lhe diz: Moisés, traga outras tábuas; e voltou a escrever as tábuas da lei e as deu de novo. Que tenho quebrado a primeira vez as primeiras tábuas e que haja necessidade de renovar o pacto é como um antítipo de que o Antigo Pacto ou Antigo testamento não seria suficiente, senão que seria necessário um Novo Pacto. Por isso foi que o povo, enquanto Deus lhe amava e se revelava,  se desenfreava e o pacto foi quebrado; depois pela intercessão se consegue a renovação do Pacto. Isso é figura de Cristo, tudo é figura de Cristo.
         9. A vida prática do reino. A nona subida de Moisés ao monte está em Levítico 25:1 e vai até Levítico 26:46. Ali é quando Deus, que já havia revelado o relativo a amar a Deus, a amar o próximo, o mistério de Cristo e a maneira de viver em comunhão com o corpo de Cristo e a renovação do Pacto, agora Deus começa a ensinar-lhes a vida prática do reino. Assim como em Zorobabel primeiro se restaura a casa, e em Neemias se restaura a cidade, é a aplicação do reino, a vida prática, ali começa a revelar o do ano sabático, o do jubileu da terra, a remissão, o das dívidas, quer dizer, a vida cidadã é revelada sob os parâmetros da revelação divina. Esses princípios são revelados em Levítico desde 25:1 a 26:46, que também revela algo de Cristo.
         10. As coisas consagradas a Deus. Logo a décima subida está em Levítico 27:1-34. Ali quando Deus revela as coisas consagradas. Fixem-se como Deus vai conduzindo o povo a estabelecer o reino de Deus na terra. Primeiro lhes ensina o que devem fazer, como devem tratar a terra, como não devem vendê-la, fazer o jubileu, fazer o resgate, fazer a remissão; mas logo, a décima vez, Deus fala das coisas consagradas a Deus. Se alguém quer consagrar a seu Deus sua terra, se alguém quer consagrar a Deus sua casa; quer dizer, Deus vai tomando o reino; começa desde o monte e vai descendo até chegar a tomar nossa casa, nossa terra, como deve consagrar-se a Deus e de que maneira tem que atuar a respeito do que alguém consagra a Deus, as coisas consagradas; quer dizer, o reino de Deus vai desde a arca, desde o lugar santíssimo, e chega até nossa terra, nosso trabalho e todas nossas coisas.
         11. Deveres dos levitas. Por último, no capítulo 11, ou seja, a décima primeira subida de Moisés, está em números capítulo 3, versículo 1. Ali aparece a décima primeira vez que Moisés sobe ao monte. Ali Deus mostra a Moisés os deveres dos levitas; quer dizer, quando tiver que transladar daqui em diante o acampamento, já lhes revelou a base essencial para o reino, o núcleo essencial para o Antigo Pacto e a tipologia para o Novo. Agora tem que avançar; quais vão ser os deveres dos levitas, as responsabilidades daqueles que estão por Jeová. Uns são gersonitas, outros coatitas, outros são meraritas, ou seja, pertencentes à família dos três filhos de Levi, Gerson, Coate e Merari, mostrando os distintos serviços a Deus, dos que querem cooperar com a causa de Deus, com o reino de Deus na terra.
         Essa é a última subida de Moisés ao monte; claro que nós ao princípio vimos muitas coisas, mas de todas essas coisas que nós vimos, que foram reveladas, que lemos, algumas foram reveladas no monte, que foram estas onze subidas. Outras coisas foram reveladas no tabernáculo; daí em diante é como se Deus quisesse morar entre Seu povo. O povo estava ali em baixo, mas Deus vai explicando a Seu povo como é que ele vai estar entre eles, e eles vão ser o Seu povo, e ele vai ser um com Seu povo. Deus primeiro se revela no monte, e depois vão se diminuindo as subidas ao monte e as revelações no tabernáculo são mais abundantes. Só no monte Sinai, onze meses, onze subidas ao monte. A perfeição é o 12, mas Moisés é apenas figura, portanto apenas 11, pois a perfeição é a realidade de Cristo.
Agora para terminar, Deus falou no total noventa vezes no Sinai; diz: Falou Deus a Moisés, e uma revelação completa para um tempo durante esses meses, quase um ano; depois falou de novo e logo falou outra vez, e falou também, quer dizer, noventa vezes Deus falou a Moisés e a Arão. Dessas noventa vezes, 89 vezes falou a Moisés, dessas 89 vezes que ele falou a Moisés, 82 vezes falou com Moisés sozinho, e 7 vezes, a Moisés e a Arão; no Sinai. Não estamos falando de outro lugar. Nesta jornada do Sinai, 7 vezes falou a Moisés e a Arão juntos; as sete vezes que Deus falou a Moisés e Arão foram relativas a autoridade que Ele delegou a Arão e uma só vez falou diretamente a Arão. Quando foi que Deus falou a Arão? Quando foi constituído sumo sacerdote; aí Deus falou diretamente a Arão.
         Até aí Deus falava a Moisés, e consagrou a Arão; então falou a Arão. Deus falava a Moisés e a Arão. Quando era revelação direta do mistério, falava só a Moisés; quando tinha que ver algo com Arão, falava com Moisés e Arão. Noventa vezes falou Deus no Sinai; ou seja, que é uma coisa tremenda, irmãos. Tudo o que revelou Deus nesta estação é tremendo. Vale a pena pôr atenção a cada uma dessas coisas, porque vem de Deus, mostram a Deus, nos dizem a vontade de Deus para Seu povo. Tudo isto é valioso porque procede de Deus. Amém?


[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 16 de junho de 2000.
[2] 1 Pedro 2:9
[3] 1Pedro 2:5

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