terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

4ª Jornada- PI-HAIROTE


PI-HAIROTE

         “E partiram de Etã, e voltaram a Pi-Hairote, que está defronte de Baal-Zefom, e acamparam-se diante de Migdol”.
                                                                                                                                   Números 33:7

Localidades fronteiriças

         Começamos essa jornada lendo o livro de Números, capítulo 33, versículo 7. Temos visto o relacionado com uma introdução sobre o livro das jornadas, então vimos Ramessés, logo a Sucote e a Etã. Hoje, com a ajuda do Senhor vamos ver o relativo a Pi-Hairote. Nessa citação lemos: “E partiam de Etã, e voltaram a Pi-Hairote, que está defronte a Baal-Zefom, e acamparam-se diante de Migdol”. Chamo à atenção aos meus irmãos, em que desde o começo, estas primeiras etapas são fronteiriças, são questões que acontecem na fronteira do Egito e do Sinai; quer dizer que se referem as primeiras etapas ou primeiras jornadas do povo de Deus, e que se relacionam com as experiências que costumam acontecer no início da caminhada cristã; não quer dizer que mais adiante não podem ocorrer também, mas são acontecimentos espirituais típicos nas primeiras jornadas. Aqui temos um mapa. Claro que neste mapa as coisas são muito simplificadas. Realmente eles partiram de Ramessés e passaram a Sucote, de Sucote passaram a Etã. Isto que chamam aqui de deserto de Sur é o mesmo deserto de Etã. Vamos ver isso, para que constem em suas Bíblias que se trata do mesmo deserto. Vocês podem ver no livro de Números, e vamos compará-lo com Êxodo. Estamos observando o livro de Êxodo no capítulo 13; no 14 está Pi-Hairote, mas como estamos vendo que saíram de Etã para Pi-Hairote, então vamos identificar este deserto. E como aqui no mapa aparece Sur, vamos ver que segundo a Bíblia o deserto de Etã é o mesmo deserto de Sur. Na vez passada havíamos visto o relativo ao ocorrido em Êxodo. Agora estamos em Êxodo 13 e 14, que é onde estão as etapas de Etã e de Pi-Hairote. Em Números estão mencionados de forma sumária, em Êxodo estão detalhadas.
         Então diz em Êxodo 13:20: “Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, à entrada do deserto”. Vocês veem que fala da entrada do deserto. Mais adiante vocês vão ver também que quando eles passam o mar, voltam de novo ao deserto. Tratando-se do capítulo 14, que é onde vamos seguir a leitura, hoje vamos ver que ali fala do deserto de Etã, mas aqui no capítulo 33 de Números se refere ao mesmo deserto. Leiamos em 33:8: “E partiram de Pi-Hairote, e passaram pelo meio do mar ao deserto, e andaram caminho de três dias no deserto de Etã...”. Dão-se conta? Ali chamam deserto de Etã quando saem de Pi-Hairote. Mas ao seguir adiante, em Êxodo 15:22, diz: “Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur...”; quer dizer, que o deserto de Sur é o mesmo deserto de Etã.
         Então Pi-Hairote fica aqui na parte de cima do mapa. Estas marismas que são como pântanos, se chamam também lago de Mansaleh, e se chama também de mar de juncos (Yam-Sof); essa é a palavra exata que aparece em hebreu. Refere-se não a esta parte do Mar Vermelho que vemos abaixo; a essa parte chegaram depois, ao Mar Vermelho que se vê nessa língua desde o golfo, mas se refere por agora a esta parte de cima. Nesta parte aqui, já em nosso tempo se move o canal de Suez, mas nesse tempo se chamava Yam-Sof, é traduzido aqui por Mar Vermelho. Em Hebreu aparece o Mar Vermelho mais adiante, e aqui o que vamos ler agora como Mar Vermelho nestes versos, se refere aqui ao norte, estas marismas se chamam o Yam-Sof, ou seja o Mar de Juncos, ou Mar de Canas.
         Então de Ramessés eles passaram a Sucote, e de Sucote eles passaram a Etã; tudo isso é o deserto de Etã, que é uma pronunciação egípcia de Edom. Pi-Hairote, que é o que vamos ver hoje, fica confirmado neste lugar do mapa, na borda das marismas do norte. De modo que vocês se dão conta que tanto Sucote como Etã, como Pi-Hairote, todas são localidades da fronteira; fica exatamente na fronteira com o Egito, que é esta para o deserto do Sinai, que já era terra que se considerava dos edomitas; ainda que os militares egípcios faziam seus treinamentos neste deserto. Mas toda a confirmação quanto a Sucote, Etã e Pi-Hairote, é que são fronteiriças, e apresentam experiências espirituais do começo da fé cristã. Claro que podem repetir-se algumas dessas experiências mais adiante, mas o típico é que sejam experiências que se apresentem no princípio.

         Uma estratégia de Deus e as experiências do povo

         Para entender um pouco melhor o exemplo de Pi-Hairote, vamos a Êxodo, capítulo 14, onde encontramos o desenvolvimento e a explicação do que está resumido em Números 33:7. Quer dizer, que em Números a Palavra se limita a dizer: “E partiram de Etã, e voltaram a Pi-Hairote” (vocês já sabem onde é Etã), então Êxodo amplia os detalhes. Notem essa parte, eles vinham de Ramessés a Sucote e logo a Etã. Vemos que eles, em vez de seguir inicialmente esta rota para baixo, aparentemente voltaram; foi um despiste que eles fizeram. Eles subiram de novo. Voltaram. Essa volta foi para o norte; voltaram para Pi-Hairote.
         Vocês sabem que Moisés havia sido treinado por Deus como militar quarenta anos na corte de Faraó, e depois Deus o treinou outros quarenta anos no deserto, e justamente porque quarenta anos depois tinha que andar com o povo. Então notem como Deus fez algo dirigindo a Moisés, que foi uma estratégia tanto de Deus como de Moisés; porque era Deus usando Moisés, uma estratégia que parecia uma loucura, que era como uma armadilha que Deus estava armando para os egípcios. Deus estava armando uma armadilha para os egípcios. Eles não tomaram a rota normal, a rota direta deste caminho que vai para a Palestina, o caminho do país dos filisteus, e tão pouco tomaram essa rota direta de Ramessés a Sucote baixando. Eles baixaram depois; eles regressaram para cima, por isso diz que “...e voltaram para Pi-Hairote...”.
         Isso foi uma questão misteriosa, porque os egípcios diziam: bem seguramente tomaram o caminho dos filisteus, que vai para Gaza, a faixa de Gaza que agora vai para os filisteus, ou tomaram diretamente a linha do sul; a linha do Sinai. Mas Deus fez uma obra misteriosa e confundiu aos egípcios e lhes armou uma cilada. Mas, claro que enquanto Deus estava fazendo uma cilada aos egípcios, o povo estava nessa fronteira experimentando algo para conhecer a Deus. Quer dizer, às vezes parece que Deus permite que o diabo te ponha em uma situação onde você não sabe o que fazer, mas é justamente para Deus mostrar o Seu poder e fazer as coisas de Deus.
         Até aqui nós, quando estávamos no mundo, estávamos acostumados a fazer as coisas nós mesmos, e agora parece que nos entregamos ao Senhor, mas de repente parecia que antes nós íamos muito bem, mas quando me entreguei ao Senhor é como que perdi o “negócio”, como que comecei a ganhar menos, como que começaram a haver problemas, melhor regressar. Será que cometi algum erro? Será que me meti em algo que não era para me meter? Vocês conhecem esses sentimentos. Esse é Pi-Hairote; experiências.
         Então vamos ler essa experiência aqui descrita em Êxodo para que nos demos conta como acontecem esses assuntos interessantes. Estamos agora no capítulo 14: “¹Então falou o SENHOR a Moisés. Dizendo: ²Fala aos filhos de Israel que voltem, e que se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente deles assentareis o campo junto ao mar”; quer dizer, parecia que tomaram uma direção absurda; ficar encurralados entre os egípcios e o mar. Aos olhos humanos, isso equivale a sair da segurança do mundo e confiar em um Deus invisível que não conhecemos e que apenas começamos a conhecer. Um crente maduro já tem conhecido durante muitos anos a fidelidade de Deus e sabe que essa é a direção correta, mas um crente novo no princípio não entende como é útil assumir alguns riscos na fé. Para o crente maduro já é comum que viva na fé, mas para o crente novo não. O crente novo não vivia na fé, vivia na sua segurança, nos seus manejos, nas suas coisas que para ele eram lógicas, e agora Deus começa, primeiro, a chamá-lo a sair de sua terra, segundo, de sua parentela, e agora ir para uma terra que ele não conhecia. Então, essa é a terceira parte; sair de sua terra é ser peregrino, é fazer tendas: Sucote. Sair de sua parentela equivale a Etã; mas agora lhe diz sobre uma terra que ele não conhece, como Abraão, que diz que “Saiu sem saber para onde ia”. Deus sim sabia.

As oscilações do começo

         Mas ao princípio, quando o crente está começando a caminhar com Deus, experimenta que não sabe o que fazer, não sabe aonde vai, não sabe o que está acontecendo, e às vezes pensa que se equivocou e que tem que voltar ao anterior. Nunca lhe visitaram os mórmons, nem as seitas heréticas, mas tão disponíveis lhe evangelizaram, começaram a vir todo tipo de coisas e fica confundido, não sabe para onde vai se agarrar; se para frente ou para trás. Mas fixem-se nessa experiência de dar voltas e despistar o inimigo. A Pi-Hairote na idade média se chamava Airut; hoje em dia no Egito se chama Iangerut, e a raiz “pi” não é uma palavra hebreia, senão um artigo egípcio; uma palavra com sentido egípcio; uma palavra com sentido egípcio que significa lugar de juncos e vocês sabem o que são os juncos na Bíblia; que são como as canas que oscilam a mercê do vento. É um lugar dos juncos, é um lugar de oscilação.
         Quando o Senhor dizia de João o Batista: “E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que foste ver no deserto? uma cana agitada pelo vento?[2]” Não. Por isso Deus mudou o nome de Simão e colocou Pedro, para que deixasse de ser uma cana agitada pelo vento e chegasse a ser uma pedra, uma rocha. Mas um junco é uma cana agitada pelo vento, e isso é o que representa Pi-Hairote; essa experiência de oscilação, uma experiência de dúvida. Será que estou bem ou mal? Será que me meti em algo que não tinha que me meter? Antes eu ia bem em tudo, mas agora observem o que acontece.
         Leiamos a descrição e vejamos o que é essa experiência para os irmãos mais novos. Especialmente os novos oscilam como as canas agitadas pelo vento, como os juncos, esse é Pi-Hairote. “Fala aos filhos de Israel que voltem, e que se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol (que significa torre) e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente deles assentareis o campo junto ao mar”. Baal-Zefom era o deus dessa região, de Etã, que no idioma dos edomitas e no idioma egípcio se chama Baal-Zefom; já que zefom passa a zegon, já por aqui em Gaza; especialmente aí lhe chama Dagom e depois Baal-zegú ou seja Belzebú. Aí lhes é concedido enfrentar com Belzebú; tem que acampar onde ele está. Em Migdol (a torre) estava nada menos que o templo de Baal-Zefom; quer dizer, Baal-Zefom era um lugar, e Migdol, onde estava o templo de Baal-Zefom, também às vezes lhe chamam Baala-Zefom, ou seja no feminino, ou às vezes no masculino se refere a Belzebú, o senhor das moscas, um príncipe satânico.
         Então ali vemos a experiência que eles tinham que enfrentar; a resistência do maligno, a conjunção de malignos, as oscilações, as reflexões oscilantes de um lado para o outro. Esse é Pi-Hairote, uma situação criada por Satanás. Mas o Senhor fez isso de propósito, e aqui diz por que fez. “Fala aos filhos de Israel...”; é Deus que dirige as coisas assim; Deus é quem às vezes faz que passes por uma experiência onde se vê obrigado a conhecer a Deus. Antes não estava acostumado a ver o sobrenatural, vivias no natural, no comum e corriqueiro, em uma situação em que você podia manejar; em tudo você ia bem, mas agora me fiz cristão. Por que Deus permite isso? Será que me equivoquei? Então começa a ter umas experiências aonde Deus mesmo te conduz a elas para Ele se fazer conhecido. O propósito é Deus mostrar que quando tudo parece que está contra você, alguém que você não estava acostumado que metesse a mão, meteu a mão. Todas essas são experiências da fronteira, dos começos.

Deus luta por nós

         É Deus quem fala aqui, Deus é que diz “Fala aos filhos de Israel que voltem...”, ou seja que voltem-se; eles vinham de Ramessés (acima) para Sucote (baixo) e Etã era próximo, e logo tem que subir de novo acima, a Pi-Hairote, dar a volta. São movimentos errôneos; seguramente os egípcios pensaram: estão loucos! Vão para lá, agora descem para cá, agora sobem para cá! Não, já os temos encurralados! Observem onde foram parar, observem onde estão! E lá se foram, mas aqui foi onde o Senhor agarrou os inimigos; era essa justamente a isca de Deus. Quando parece que o diabo te levou a borda, ali é quando Deus atua e eles são dispersos. Essa é a isca de Deus para os inimigos.
         Diz: “³Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou”; pois o diabo os viu numa situação difícil e o diabo disse, os tenho encerrado, aqui os tenho, aqui os tenho presos. Mas observem o que diz Deus: E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. E eles fizeram assim”. Vemos que Deus mesmo é o que está permitindo ao diabo fazer o que quer, crendo que já os tem no momento da luta, da oscilação inicial, é o momento difícil; ali o diabo crê já tê-los. Quando tudo parecia estar na bandeja para satanás, ali o Senhor diz: Sou Eu, todavia o povo não, todavia Israel não entende bem. Mas os egípcios entendem muito bem; os demônios sabem o que foi que aconteceu. São experiências fronteiriças.
         Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus servos contra o povo, e disseram: porque fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, para que não nos sirva?” É a resistência, é a luta dos demônios para impedir o avanço dos que estão começando seu caminhar. Esse é o conflito. E aprontou o seu carro, e tomou consigo o seu povo; E tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos. Porque o SENHOR endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse aos filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão”. Ali o que se ressalta é a intervenção de Deus. Quando começas a sair do modo de vida natural, começas o modo de vida espiritual, o modo de vida de fé; onde se dão as situações mais absurdas, vê-se a mão de Deus, e já não é o humano, já não é o de costume. Como disse de Moisés: “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível” [3].
 E os egípcios perseguiram-nos, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros e o seu exército, e alcançaram-nos acampados juntos ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom”. Que experiência! A primeira luta. E diz como reagiu o povo. “¹E aproximando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, (haviam-se esquecido da nuvem, se esqueceram da coluna de fogo, se esqueceram das pragas) e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao SENHOR”. Eles começaram a ver os problemas que o diabo já lhes causava com o mundo, já não só com a família, senão com o mundo, com os egípcios; e é por isso que os filhos de Israel temeram grandemente e clamaram a Jeová. Talvez se não houvessem temido, não haveriam clamado; às vezes temeram, mas não clamaram. Às vezes o Senhor deve permitir que passemos por situações onde não sabemos por onde agarrar, para que clamemos e comecemos a aprender a depender de Deus e não de nossos costumes e arranjos de sempre.
         E diz: “¹¹E disseram a Moisés: não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizestes isto, fazendo-nos sair do Egito?” Clamaram a Deus, mas vão se dar conta que esse clamor não foi muito convincente no princípio; aqui começaram a queixar-se diante de Moisés. Notem, ali está o combate. Quantos há que em certo momento pensam que se equivocaram, e que o melhor é voltar, e alguns voltam. Quer dizer começaram a duvidar, por que nos tiraste do Egito para vir morrer aqui? Antes era melhor, antes não era cristão e as coisas iam bem, mas agora, o que está me acontecendo? É que o diabo arremeteu-se com tudo, e Deus foi quem permitiu isso, mas com um propósito. A pessoa todavia não entende os caminhos de Deus, esses são os caminhos de Deus. Essas jornadas são os caminhos de Deus. Diziam a Moisés: “Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto?” Eles realmente não creem que Deus os guiará; eles sobrepõe o problema de tal maneira que pensam que é melhor voltar a “normalidade” de antes. Por causa do conflito, do momento do conflito e da tensão procura-se um culpado; porque quando isso ocorre conosco, coloca-se a culpa nos líderes; mas foi Deus que disse, foi Deus que os dirigiu para algo que parecia absurdo; mas claro, eles não viam a Deus, eles clamavam a Deus mas com pouca fé, iam começar a conhecer a Deus. Esse é Pi-Hairote.

Atuando em fé

         “¹²Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto. ¹³Moisés, porém, disse ao povo: não temais; estai quietos, (não sejais juncos, canas agitadas pelo vento) e vede o livramento do SENHOR, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. ¹O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis”. Observem a diferença; havia temor, oscilação, mas o Senhor está aí para se fazer conhecer. “Eu sou digno de confiança, é a hora para que vocês agora creiam em Mim. Até aqui não estavam acostumados a confiar em Mim; todavia confiam em sua conta corrente, em seus parentes, em seu trabalho; alguns estão confundidos”.
         Primeiro escalão, não temais; segundo escalão, estais firmes; terceiro escalão, vede a salvação. Não temais. Dirão eles: mas, como não vamos temer, se aqui está o mar, e ali estão os egípcios? Você nos conduzistes aqui Moisés, você é o culpado. “...Não temais; estais quietos, e vede o livramento do SENHOR...”. Até hoje estávamos acostumados a salvar-nos a nós mesmos, mas agora começaremos a conhecer a Deus. “...E vede o livramento do SENHOR, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. ¹E o SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis”; quer dizer, quando vemos Deus pelejando nos vem a confiança.
“¹Então disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem”. Quer dizer, o mesmo Moisés estava clamando, e Deus lhe diz que mude de atitude, de clamar para uma atitude ativa; em vez de estar temendo, atue em fé. Que marchem, mas para onde?  “¹E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco”. A questão já não é estar temendo, senão de atuar em fé; utilizando a fé ativa de Moisés. E note uma coisa, às vezes alguém fica orando, mas nem sempre orar é fé; porque às vezes a oração só expressa incredulidade. Senhor, mas por que permites isto? Mas, por que estou nisso Senhor? Tenho-te pedido e tu não me ouves, não me respondes. “...Por que clamas a mim? Diz aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o...”. É como se Deus dissesse a Moisés que dividisse o mar; mas quem Senhor, outrora dividiu o mar? Mas, não sou eu contigo? Mas é contigo, tu tens que dividi-lo. Mas, eu vou dividir? Sim, você, dividi-o. Mas és tu, ou sou eu Senhor? Clamas a mim e eu clamo a ti. Isso é atuar em fé.
         “¹E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, ¹E os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros. ¹E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles. ²E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro”. É como se a Israel lhe correspondera o fogo e aos egípcios fumaça. Todos os crentes nos recordamos daquela noite. Esse foi Deus. Como foi que podemos passar por isso? Porque a luz do Senhor era luz para uns e confusão para outros. “²¹Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o SENHOR fez retirar o mar por um vento forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas”. Sabem de uma coisa? Os meteorologistas do Egito sabem que às vezes há ventos tão fortes que até quase se repete, só que naquela ocasião foi de uma maneira muito forte, de uma maneira que sobressaiu, especial.
         “²²E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. ²³E os egípcios os seguiram, e entraram atrás deles todos os carros de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar”.

Os dois batismos

         Aqui é onde eles se decidiram e se batizaram. Quando são batizados com a nuvem, Etã; no mar, Pi-Hairote. Agora vamos ver essa sequência. Vamos a primeira carta aos Coríntios, capítulo 10; ali está resumida essa experiência. O resumo de etapas fronteiriças está só no versículo 1 e 2. “¹Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, (isso foi Etã) e todos passaram pelo mar. ²E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar”. (é Pi-Hairote) Nota-se que aqui se fala do batismo; se fala de dois batismos, um na nuvem, ou seja na presença de Deus, a nuvem que os guia era Cristo, que é pela fé; mas também se fala do batismo na água, esse é o mar. São dois aspectos de batismo, são batizados na presença de Deus, na gloria de Deus, refere-se a Cristo.
         Observem adiante que a rocha que os seguia era Cristo. Diz aqui: “³E todos comeram de uma mesma comida espiritual, E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo”. Vemos, pois, que batizados na nuvem é ser batizados em Cristo, e ser batizados no mar é ser batizados na água. Ser batizados na água e no espírito, os dois aspectos são experiências iniciais. Primeiro a fé; pela fé se entra, ou seja, submerge-se dentro de Cristo, mas também se batiza. Depois desse conflito, o Senhor segue ajudando, metendo a mão. E estendeu Seu braço e aí passaram, se abriu o mar; esse é o batismo em Cristo e na água. A Bíblia fala que somos batizados em Cristo; esse é o batismo da fé. Por isso há um aspecto que eles, por exemplo, no Egito, para sair comeram do cordeiro; comeram embaixo do sangue e comeram do cordeiro. Quer dizer, Cristo os limpou, Cristo morou neles. Cristo os limpa, esse é o sangue. Agora Cristo mora neles, se comeram o cordeiro, agora moram em Cristo, são batizados na nuvem; agora são batizados também na água, passam pelo mar; quer dizer que a travessia do Mar Vermelho corresponde ao batismo sob as águas, é ele que faz separação entre você e o mundo. Antes de batizar-se você era como todos, mas crestes, aí está o batismo na nuvem e foste batizado; o batismo na água quer dizer; cruzastes o Mar Vermelho, cruzaste a fronteira, agora estás definitivamente dentro, tomas uma decisão pública, já deixaste o Egito definitivamente. Até aqui era a fronteira, esse é um ponto fronteiriço. 
         Ao cruzar Pi-Hairote daqui para lá, então aí a pessoa já está fora do Egito, ou seja fora do mundo. Quando a pessoa já creu, já está salva, mas todavia o podem considerar do mundo como um deles; mas quando essa pessoa é batizada, disse: eu cruzei a fronteira, antes eu era do mundo mas agora eu me batizei. Esse batismo nas águas está representado em Moisés, por isso diz: “E todos foram batizados em Moisés, na nuvem (que representa o batismo em Cristo) e no mar (que é o batismo na água)”.  Essa é toda a experiência fronteiriça de Pi-Hairote. Primeiro saíram de Etã e chegaram a Pi-Hairote e começaram a sofrer as oscilações, as lutas, até que o Senhor com mão poderosa sopra seu vento e o vento do Senhor, é do Senhor, mas através da sua decisão. Isso é o curioso. Moisés, você levanta a mão, não continue clamando a mim, isto corresponde a você. Levanta a mão e dividas o mar. Se você o divide, eu o divido. Moisés levantou sua mão e o sopro de Deus passou através da decisão de fé. A decisão de Moisés foi o canal para o sopro do Espírito de Deus, e Ele começou a abrir caminho onde não havia caminho. Essa é a ação de Deus pela fé ativa, há que atuar em fé e dar ocasião a Deus, mas Deus necessita que tu creias e que tu decidas atuar em união com Ele, e então Ele atua em união contigo. Então agora deixas teu mundo, deixas o Egito e começas a entrar.

Figuras do espiritual

         E estendeu Moisés sua mão sobre o mar; o mar se abriu e foram batizados no mar. Recordem o que diz aqui em Êxodo, é ao que se refere Paulo na primeira carta aos Coríntios 10:1-2; quer dizer que Paulo fala à igreja da experiência de Israel, para ensiná-los suas novas experiências espirituais; isso é o que diz Paulo. De maneira que aquilo, no Antigo Testamento, é a figura do espiritual. Paulo utiliza as experiências de Israel, estas que estamos acompanhando, como figuras das experiências espirituais dos crentes nos seus começos, em seus avanços. Por isso esse batismo na nuvem e no mar recordam que em Etã foi que a nuvem ia adiante, quer dizer, é a fé, e logo o batismo em Cristo protegido por Cristo; e o outro batismo na água, essa é Pi- Hairote, vencer as oscilações e tomar a fé decisiva para dar ocasião ao Espírito de soprar e abrir o caminho.
         Ao estender Moisés a sua mão, também foi Deus; mas foi Moisés que ao levantar sua mão sobre o mar, fez o que Deus queria que fosse feito, que o mar se retirasse com o forte vento oriental toda aquela noite, e que tornou o mar em seco e as águas ficaram divididas. E foi então quando os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco, tendo o mar como um muro a sua direita e a sua esquerda. E seguindo-os os egípcios, foram atrás deles até a metade. Somente até a metade. Os israelitas passaram ao outro lado mas os egípcios foram atraídos por uma armadilha, e Israel foi a isca.
         Notem que o batismo é a identificação com o Senhor na sua morte e na sua ressurreição. Foi aí quando satanás matou a Jesus Cristo e ficou sem ajuda. O Senhor permitiu que herdássemos uma condição caída, na qual satanás tem parte, mas quando nos identificamos com o Senhor, satanás é julgado em nós, porque a natureza maligna de satanás está em nós, está em nossa carne; mas quando decidimos nos entregar a Cristo, e morrer com Cristo, quem é julgado é satanás. Por isso o que está em Cristo julga satanás em sua própria carne, e ainda que sinta o mal em si mesmo, diz: não estou de acordo contigo; antes sim, na minha completa ignorância, agora não, agora aborreço a mim mesmo. Senhor Jesus ajuda-me. Jesus Cristo entra em nós e agora Ele nos ajuda a vencer o que temos de satanás, e satanás é julgado. É como dizer que satanás está enredado na carne do homem, porque antes satanás estava fora do homem. Quando o homem pecou, comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal, o qual estava fora do homem, em satanás, agora está dentro do homem. Mas agora quando o homem está atraído pela cruz, o pecado é julgado na carne e também satanás.
         Foi uma emboscada que Deus armou para satanás. Eu endurecerei seu coração e os seguirá, mas Eu o farei vir até o meio do mar para ali sepultá-lo. Aí foi onde o Senhor sepultou satanás. “²³E os egípcios os seguiram, e entraram atrás deles todos os cavalos de faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até o meio do mar. ²E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o SENHOR, na coluna de fogo e da nuvem, viu o campo dos Egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios. ²E tirou-lhes as rodas dos seus carros, e os transtornou gravemente. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o SENHOR por eles peleja contra os egípcios”. Antes que a água viesse, o Senhor travou-lhes os carros, e até hoje há pessoas e marinheiros que tem tirado esses escombros. Eu li uma vez um artigo onde diz que se tem tirado rodas dos carros dos egípcios através de âncoras içadas, até os dias de hoje. Deus lhes transtornou os carros; antes de vir a água, primeiro lhes transtornou os carros, e aí se deram conta o que acontecia. Tirou as rodas dos carros e as transtornou gravemente. Então os egípcios disseram: fujamos de Israel. Eles chegaram até a metade, e na metade seus carros perderam o poder de segui-los. Então trataram de regressar, porque viram que Jeová pelejava pelos israelitas. Não era só o Senhor que havia dito: “...estais quietos, e vede o livramento do SENHOR...”. Disso se deram conta os inimigos. Isso é o que quer dizer atuar em nome do Senhor Jesus, o Cristo; já não é você só, é Cristo em você. Jeová peleja por eles contra os egípcios.
         “²E disse o SENHOR a Moisés: Estende a sua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros. ²Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retornou a sua força ao amanhecer, (como se fosse uma maré alta, mais alta do que o normal) e os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o SENHOR derrubou os egípcios no meio do mar, ²Porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo exército de Faraó, que os haviam seguidos no mar; nenhum deles ficou”.
         Observem o que faz o batismo; quando nos batizamos somos livrados. “²Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar seco; e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua mão esquerda. ³Assim o SENHOR salvou a Israel naquele dia das mãos dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar”. Quando crestes e te batizastes, foste salvo. O que crê e for batizado será salvo, já não é contado entre os mundanos senão entre os crentes. E Israel viu os egípcios mortos na beira do mar. Por isso diz em Romanos:
 “Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” [4].  “³¹E viu Israel a grande mão que o SENHOR mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao SENHOR, e creu no SENHOR e em Moisés, seu servo”. Antes o povo temia aos egípcios, agora temeu a Jeová e creram; antes duvidavam, oscilavam, mas depois disso afirmaram-se, cederam, batizaram-se, entraram. Então este é o cântico de Moisés; aí em Apocalipse diz que os redimidos cantaram o cântico de Moisés e o do cordeiro. Em Êxodo 15 temos o cântico de Moisés: “¹Então cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR, e falaram, dizendo: Cantarei ao SENHOR, (antes não cantavam, agora cantam; antes maldiziam, se queixavam, agora cantam. Esse é Pi-Hairote) porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. ²O SENHOR é a minha força, e o meu cântico; (antes era com o meu cheque, ou minha tia, ou meu trabalho) e tem sido minha salvação; este é o meu Deus, portanto lhe louvarei; ele é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei. ³O SENHOR é homem de guerra; o SENHOR é o seu nome. Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus escolhidos príncipes afogaram-se no Mar Vermelho. Os abismos os cobriram; desceram às profundezas como pedra. A tua destra, ó SENHOR, se tem glorificado em poder, a tua destra, ó SENHOR, tem despedaçado o inimigo; E com a grandeza da tua excelência derrubaste aos que se levantaram contra ti; enviaste o teu furor, que os consumiu como restolho. E com o sopro de tuas narinas amontoaram-se as águas, as correntes pararam como montão; os abismos coalharam-se no coração do mar. O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; fartar-se-á a minha alma deles, arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá. ¹Sopraste com o teu vento, o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em veementes águas. ¹¹Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, admirável em louvores, realizando maravilhas? ¹²Estendeste a tua mão direita; a terra os tragou. (notem que não disse somente o mar, mas também a terra) ¹³Tu, com a tua beneficência, guiaste a este povo, que salvaste; com a tua força levaste à habitação da tua santidade. (a redenção é para as coisas de Deus) ¹Os povos o ouviram, eles estremeceram, uma dor apoderou-se dos habitantes da Filístia. (agora sim, começaram a estar preparados para enfrentar os filisteus) ¹Então os príncipes de Edom se pasmaram; dos poderosos dos moabitas apoderou-se um tremor; derreteram-se todos os habitantes de Canaã. ¹Espanto e pavor caiu sabre eles; pela grandeza do teu braço endureceram como pedra; até que o teu povo houvesse passado, ó SENHOR, até que passasse este povo que adquiriste. ¹Tu os introduzirás, e os plantaras no monte da tua herança, (essa é a parte da cabeça) no lugar que tu, ó SENHOR, aparelhaste para tua habitação, (essa é a parte do corpo) no santuário, ó SENHOR, que as tuas mãos estabeleceram”.
         A redenção é a que fazia tomar posse em Cristo e formar parte de Seu povo, de Sua casa, de Sua Igreja. “Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua herança, (esse é Cristo) no lugar que tu, ó SENHOR, aparelhaste para tua habitação, (esse é o corpo de Cristo, a Igreja)”. E agora vem a terceira parte o Reino.
         “¹O SENHOR reinará eterna e perpetuamente; (aparece a cabeça, o corpo e o Reino) ¹Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, (claro, o diabo se foi, disse: aproveito essa loucura, olhem onde se meteram) e o SENHOR fez tornar as águas do mar sobre eles; mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar. ²Então Miriã, a profetiza, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres sairam atrás dela com tamboris e com danças”. É a partir daqui que se canta. “²¹ E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou; e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro”. Que experiência tremenda. Pi-Hairote não é qualquer coisa: oscilações, lutas, mas no fim se toma a decisão de fé, e se anda, e o Senhor começa a atuar e começa a mudança; começa a experiência de conhecer a intervenção natural de Deus, ser libertados do mundo e de sua escravidão, ao ter em quem crer e comprovar a sua fidelidade.


[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 28 de janeiro de 2000.                                                              
[2] Mateus 11:7 
[3]  Hebreus 11:27

[4] Romanos 6:11                                                          

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