terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

30ª Jornada - JOTBATÁ


Jornada 30

J O T B A T Á ¹

“E partiram de Hor-Hagidgade, e acamparam-se em Jotbatá”.
                                                                                                                      Números 33:33

Experiências espirituais
       Vamos dar continuidade, irmãos, ao Livro das Jornadas, pois temos seguido jornada por jornada. Hoje nos corresponde Jotbatá. Estamos em Números 33:33; precioso número e preciosa jornada. “E partiram de Hor-Hagidgade, e acamparam-se em Jotbatá”. Jotbatá é a jornada do dia de hoje. É preciosa a maneira como cada um destes versículos começa dizendo: “Partiram”. Estas jornadas são avanços; portanto, é uma contínua chegada e uma contínua partida. Quando se avança, se deixa algo e se chega em algo mais avançado. Quando as experiências são negativas é muito precioso dizer: Partiram; porque às vezes também tem que sair do bom para chegar ao melhor; só que às vezes não tem que sair do mal, senão do simplesmente bom, mas não o melhor; ainda que estudamos a vez passada, o que representa o monte de Hagidgade, não é precisamente algo muito bom, mas é algo que Deus sabe que existe e é uma experiência que o Espírito Santo a retrata para que nós possamos discernir em nós mesmos com o povo de Deus e então superá-la; que se possa dizer como diz aqui: “E partiram de Hor-Hagidgade, e acamparam-se em Jotbatá”.
       Jotbatá... e o digo, ainda que vou repetir e o tenho dito em outras ocasiões, mas por causa de alguns que não estiveram as vezes passadas, Jotbatá, Hagidgade, Bene-Jaacã, Moserote e Hasmoná, ainda que aqui diz Hasmona, nesta tradução, realmente no hebraico o acento está no final: Hasmoná, Moserá. Estas jornadas, pois, que não são das primeiras, obviamente não representam as primeiras experiências do povo de Deus. Como diz a palavra do Senhor, as jornadas de Israel são como exemplo e estão escrito para admoestar-nos a nós que temos alcançado os finais dos [1]séculos; então todas estas jornadas de Israel no deserto, estas 42 jornadas representam a preciosa obra do Senhor com seu povo. O número 42 equivale a 7 X 6. O 6 é o número do homem, que foi criado ao sexto dia; e 7 é o número da obra de Deus com o homem. Deus completa sua obra em 7. São sete selos, são sete trombetas, são sete candeeiros, são sete taças, e 7 X 6 é a completa obra do Senhor com o homem; ou seja, o trabalho de Deus com o homem está representado em sete vezes seis, número 42.
       As jornadas de Israel no deserto são 42 jornadas; cada uma dessas jornadas representando alguma experiência espiritual; claro, são jornadas de avanço, às vezes davam-se voltas, mas às vezes avançava-se; então todas estas jornadas, cada uma delas, representa uma experiência espiritual. As temos seguido uma por uma até aqui e cada uma representa uma experiência espiritual; mas o conjunto dessas jornadas o temos dividido em grupos de jornadas; ou seja, as primeiras jornadas representam as primeiras experiências espirituais no povo de Deus, mais ou menos desde Ramessés até Elim, o nível espiritual de filhinhos; o segundo grupo de jornadas desde o Mar Vermelho depois de Elim até Rissa, havendo passado por todas aquelas revelações no monte Sinai, representam aquele nível de jornadas correspondente à juventude; porque diz São João, já não filhinhos, senão jovens; ou seja, a adolescência espiritual; já não somos tão meninos em Cristo, senão que já começamos a ser rapazes em Cristo, jovens; logo São João também fala dos pais, que é outro nível espiritual, e começamos a ver as jornadas a partir de Queelata, depois de Rissa, onde se vê o relativo aos pais com tudo o que tem a ver com a liderança. Mas logo vêm os anciãos, e então desde Hasmona é onde começam as experiências próprias do nível dos anciãos, e depois que eles tem dado muitas voltas pelo deserto já estão se aproximando do momento de entrar na terra prometida; já é o último envio das jornadas.
Discipulado
       Estas últimas jornadas são as jornadas dos anciãos e as jornadas de transição, jornadas de discipulado e de transmissão de comando. Então nestas últimas jornadas que vimos: Bene-Jaacã, Hor-Hagidgade e com a que vamos ver hoje, Jotbatá, se vê o que é o avanço do discipulado da parte dos anciãos. Os anciãos fazendo discípulos, deixando primeiro um depósito, delegando funções, e logo esses discípulos colocando seus primeiros pinos sob a supervisão dos anciãos, ainda que cometendo erros às vezes, mas por fim chegando a uma verdadeira maturidade no espírito.
Então justamente, vejamos o significado de Bene-Jaacã. Como o havíamos visto em Deuteronômio 10, onde aparecem mencionadas estas jornadas, o nome Bene-Jaacã é mais completo como Beerote-Bene-Jaacã, que significa em hebraico poços dos filhos da inteligência; ou seja, aí temos o discipulado; mas, digamos, o discipulado tem uma primeira etapa fiel onde os discípulos são discípulos porque caminham sob a disciplina de algumas pessoas que os discipulam; mas a intenção de Deus não é manter as pessoas sempre no nível de discipulado.
       Nos damos conta que o Senhor Jesus disse: “... mas todo o que for perfeito será como seu mestre.”;[2] então, digamos, que nessa frase do Senhor Jesus: mas todo que for perfeito será como seu mestre, podemos dizer que se o discípulo (corresponde a Bene-Jaacã) for perfeito (corresponde ao monte Hagidgade), será então como seu mestre (corresponde Jotbatá), onde começa a se chegar a uma independência, a um perfil próprio, a um ministério próprio, a um desenvolvimento do discípulo de sua própria função, já não necessariamente tão a sombra de seu mestre.
Obras artificiais
       Havíamos dito que ao princípio quando as plantinhas, por exemplo, as alfaces, se semeiam, estão juntinhas uma da outra, porque são pequenas, mas à medida que vão crescendo elas necessitam ser transplantadas do viveiro à terra e ter um pouco mais de espaço; porque se uma planta cresce muito perto  de outra grande, cresce torcida; é necessário que essa nova planta tenha seu próprio espaço para poder crescer direito, não é verdade? No princípio os discípulos crescem muito perto de seus mestres ou com seus guias ou como quisermos chamá-los, mas não é a intenção de Deus manter esse estado; nunca os andaimes são para permanecer; os andaimes só se colocam enquanto os pilares vão se solidificando, mas quando os pilares se solidificam já não fazem mais falta os andaimes; podem-se tirar os andaimes, pois já os pilares se sustentam sem necessidades dos andaimes.
       Então Hagidgade, como o havíamos visto a vez passada, representa essa experiência segundo o significado hebraico de incisão, aquela incisão, aqueles cortes que se faziam os profetas, fazendo força para realizar coisas espirituais por meio de uma espécie de xamanismo , de magia branca; eles tratavam de produzir efeitos espirituais por meio de lançar, de gritar, de cortar-se, de fazer incisões, o qual representa justamente quando o discípulo começa a atuar e a querer produzir de forma artificial as coisas; essa é uma tentação que sempre se tem quando se está assumindo responsabilidades, de querer fabricar as circunstâncias, de querer fabricar os resultados por meio da força natural; então essa força natural, essa manufatura artificial, essa espécie de xamanismo de querer produzir efeitos espirituais, por meio do que não é espiritual, senão do que é natural; porque “O que é nascido da carne, é carne,...”(João 3:6); a carne não pode produzir obras espirituais.
       Mas às vezes nós queremos e fazemos força humana, e na obra de Deus às vezes cai-se nessa experiência religiosa de querer produzir efeitos espirituais, como os que temos visto em outros a quem nós admiramos. Talvez admiramos determinado pregador que sopra e as pessoas caem, ou qualquer outra coisa; este é só um exemplo, mas podem ser muitos outros. Nós também quando começamos a fazer a obra queremos fazer as coisas da mesma maneira; às vezes inclusive, gritamos da mesma maneira; quando se inicia o culto de alguma forma nós fazemos também da mesma maneira; quer dizer, fazemos as coisas e somos uma fiel cópia de outras pessoas; e isso é um momento da vida espiritual, se passa por aí. Mas não tem que ficar aí, não tem que ficar nisso. Primeiro, Deus não quer senão que sejamos cópia do Senhor Jesus, e segundo, isso não se pode produzir pela força humana, senão que tem que brotar do atuar de Deus. Graças a Deus que podemos aprender a desconfiar da carne; Graças a Deus que podemos aprender. Consideremos, para aprender essa frase: “E partiram de Hor-Hagidgade, e acamparam-se em Jotbatá.”, que observemos algumas experiências espirituais aqui no Novo Testamento.
Deus conhece a diferença
       Vamos ver duas passagens: uma em Filipenses 3 e outra em Romanos 1; vamos observar os dois textos juntos. Em Romanos 1, desde o versículo 8 em diante; porque a maneira como Paulo se expressa demonstra que ele já passou por essa experiência e por isso se expressa dessa maneira; porque da abundância do coração fala a boca; o que a pessoa não tem aprendido se nota; pelo menos os que são mais espirituais que essa pessoa, o notam; os que não são, os que são iguais ou menos espirituais, não o notam; mas os espirituais o notam.
       Uma vez um primo meu, a quem presenteei um livro cristão, me dizia: Bem, o livro é muito poético, porque constantemente está falando de Cristo, está dizendo que em Cristo, que andar em Cristo, que descansar em Cristo. Ele pensava que essa expressão: em Cristo, era poesia, que suficiente dizer andar, suficiente dizer descansar, mas andar em Cristo, descansar em Cristo, pois ele pensava que essa expressão, em Cristo, era algo que se agregava ao texto, mas que realmente entre andar e andar em Cristo e entre descansar e descansar em Cristo não havia nenhuma diferença senão na poesia; porque ele não havia experimentado a diferença profunda do que é andar e o que é andar em Cristo, do que é descansar e o que é descansar em Cristo, que não é poesia.
       Paulo diz aqui em romanos 1:8: Primeiramente dou graças ao meu Deus ...”; mas nem sequer a gratidão de Paulo era por si mesmo; diz: “... dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo,...”. Antes um da graças por si mesmo, até que o Senhor lhe permite passar por um período de sequidão para que aprenda que nem sequer tem força para dar graças; às vezes a pessoa não quer nem orar, às vezes a pessoa tenta orar, mas não o pode fazer, às vezes quer dar graças mas não pode fazer, e Deus o deixa experimentar isso, porque até aqui a pessoa estava acostumada a dar graças mas em suas próprias forças, e quando experimenta que já sabe o que tem que fazer mas não quer nem pode, então se dá conta que a solução já não está em si mesmo. Observem que Paulo não diz: dou graças a Deus, senão que agrega não só poesia, senão revelação, diz: “Primeiramente dou graças a meu Deus por Jesus Cristo,...”; ou seja, que ainda para dar graças, Paulo necessitava que Jesus Cristo o Filho de Deus, houvesse vindo, houvesse morto por ele, houvesse ressuscitado e houvesse se colocado dentro dele por Seu Espírito e estivesse se formando nele, para ele poder dar graças a Deus.
       “Primeiramente dou graças a meu Deus por Jesus Cristo,...”; isso não é poesia, essa é uma nova maneira de dar graças a Deus, isso é dar graças a Deus em ressurreição, dar graças a Deus no poder do Espírito; não é só dar graças a Deus, é dar graças a Deus em Cristo, por Cristo. Diz: “Primeiramente dou graças a meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé. Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho,me é testemunha ...”; ou seja, Deus sim conhece a diferença, o homem às vezes não, a menos que tenha aprendido de Deus. Quando o homem tem aprendido de Deus, então conhece a diferença entre Hagidgade e Jotbatá. Diz aqui: “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha ...”; outra vez, volta a dizer, acrescenta uma atenuante, diria que ele está em Hagidgade. Por que não diz simplesmente, a quem sirvo, eu sirvo a Deus? Não, não é somente sirvo a Deus, é sirvo a Deus em meu espírito; há uma diferença em adorar a Deus e adorar a Deus em espírito; há uma diferença entre orar e orar no espírito, há uma diferença entre cantar e cantar no espírito, há uma diferença entre servir e servir no espírito.
Torrentes de água
       Claro que servir é servir, orar é orar, dar graças é dar graças; uma pessoa que está orando, que está servindo, que está dando graças, está fazendo força para o bem; essa pessoa não está pecando, está é orando, está é cantando, está é pregando; é uma boa intenção, mas não é suficiente, lhe falta um ingrediente, lhe falta um fluir do Espírito, lhe falta uma torrente de água que é o que significa Jotbatá, que veremos mais adiante. Então diz: “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha ...”; ele não só pregava o evangelho, senão que o pregava no espírito; ele estava atento ao mover de Deus, ao atuar de Deus em seu espírito. Se não estamos atento ao atuar de Deus no espírito, quando temos que cantar, pregamos, quando temos que interceder, cantamos, quando temos que pregar, oramos. Por quê? Porque nós estamos fazendo coisas boas, com nossa própria força; mas quando é no espírito, então o espírito te faz entender quando é cantar e quando é pregar e quando é interceder, quando é luta, quando é ação de graças; e isso o percebes porque não está fazendo só, senão conduzido pelo Senhor no espírito; ou seja, há um fluir, há uma enxurrada interior das águas vivas do Espírito Santo que te conduzem nessa direção.
O verdadeiro amor
       Quando não somos conduzidos nessa direção fazemos nosso serviço em sequidão, fazemos nosso serviço em nossa própria força, assim como aqueles profetas de Baal faziam seu altar e faziam força para que se acendesse o fogo e o fogo não acendia e faziam força e se cortavam; ou seja, faziam incisões em seus próprios corpos para produzir efeitos espirituais com força natural; esse é Hagidgade, é um querer servir a Deus, é um querer fazer a obra de Deus, mas pela força que não vem de Deus, senão sua própria força.
       O mesmo acontece aqui em Filipenses 3. Em Filipenses 3 diz: “¹Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisa, e é segurança para vós. ²Guardai-vos dos cães, (isto se referia aos que vivem como os gentios, na imundícia do pecado) guardai-vos dos maus obreiros,...”; mas são obreiros, obreiros que estão na obra, querendo prestar um serviço a Deus, mas fazendo mal; por isso são chamados obreiros, contudo maus. Que coisa terrível querer fazer o bem por si mesmo e não fazer o que se quer, senão o que não quer e as coisas não saem como planejado, senão que saem todas mal. Senhor Jesus! Logo diz: “... guardai-vos da circuncisão”. Quem eram os da circuncisão? Os judaizantes que queriam dizer que se não se circuncidavam e guardavam a lei de Moisés, não podiam ser salvos; quer dizer, como diz Paulo aos Gálatas, aqueles que querem agradar segundo a carne, os obrigam a que os circuncideis.
       Quem são os que queriam ver a circuncisão forçada nos outros para considerá-los salvos? Os que não haviam, entendido que só por Cristo podem agradar a Deus; então eles queriam ver algo produzido por eles para poder descansar no que eles haviam produzido, tanto neles, como nos outros; isso é uma maneira artificial de fazer a obra de Deus. O homem pode plantar, o homem pode semear, o homem pode regar, mas o crescimento verdadeiro só o dá Deus, e às vezes no momento quando menos esperamos. Às vezes fizeste muito esforço e essa pessoa não cresceu e de repente começou a crescer quando você já não esperava mais nada; melhor dizendo, quando você já não estava no caminho, se dá conta que não era por toda a força que você queria produzir, senão que é só por Deus. Então diz aqui: “guardai-vos”; ou seja, que guardar-se de querer obrigar-nos outros um produto espiritual. “... guardai-vos da circuncisão.”, guardar-se de querer agradar a Deus por algo que produzes. Guarda-se significa que não deve dar lugar a isto; “guarda-se”. A circuncisão antiga era apenas um sinal da verdadeira circuncisão que significa o corte; porque a circuncisão era um corte, é cortar com o velho homem. Os mutiladores (assim está no original) de corpos são os da circuncisão, ou seja, os que por sua própria força queriam obrigar; os que querem agradar-se na carne os obrigam.
       Em Cantares se conjura as filhas de Jerusalém da seguinte maneira: “Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira”.(Cantares 2:7); é um conjuro, não façam isto; como quem diz. Deixem de fazer isto, ou saiam disto, saiam de Hagidgade; não desperteis o amor; os falsos estímulos não produzem o amor verdadeiro; ou seja, o que é legítimo brota de Deus, brota como diz o Senhor, uma fonte que salta para a vida eterna,[3] é algo que é um dom de Deus. Ismael você o produziu, mas Isaque eu te darei, eu o farei. Ao princípio queremos produzir as coisas à força e somos insistentes, mas que diz o conjuro de Deus? Não desperteis o amor, e também acrescenta: nem desperteis o amor, até que queira; ou seja, deixe-o cumprir seu ciclo normal, deixo-o despertar-se no momento de despertar-se, e deixe-o dormir quando tiver que dormir; mas quando nós queremos agradar segundo a carne, queremos produzir as coisas antes do tempo; mas quando uma pessoa está dormindo e não terminou seu ciclo de sono e você desperta à força, essa pessoa fica incomodada, muito mal, fica reclamando e volta a dormir e terminar seu ciclo de sono para depois levantar-se tranquilo.
       O mesmo se já é a hora de dormir e você segue aceso, aceso e aceso; o outro já esta fechando os olhos e você quer mantê-lo de olhos abertos; e às vezes nós queremos produzir assuntos religiosos, vigílias e quantas coisas, mas a força. Que sejam produzidas pelo Espírito é um assunto, que sejam produzidas artificialmente por nossa carne, por nossa obrigação e os demais se submetem ao nosso domínio, a nosso controle e por temor do homem estão procurando enquadrar-se naquilo que nós esperamos e queremos produzir neles; então diz o Senhor: os conjuro, ó filhas de Jerusalém; são filhas de Jerusalém, não são meretrizes da Babilônia, são filhas de Jerusalém; mas que é o conjuro? Não despertei o amor, não queira forçar as coisas nos demais, não despertei o amor até que queira, não o façais despertar até que queira; quer dizer, deixe a pessoa ter seu próprio ciclo. Você atue como você em seu próprio nível, em sua própria luz, e deixe o outro andar em seu nível, andar em sua luz, e espere a obra de Deus no outro e ainda com você mesmo tenha paciência.
Realidades espirituais
       Então aqui em Filipenses diz: “... guardai-vos da circuncisão.”; ou seja, os que querem agradar segundo a carne, obrigam a circuncidar-se; ou seja, esta circuncisão segundo a carne é esta incisão, é Hagidgade. Veem? Mas dessa experiência é que tem que sair. “Partiram de Hor-Hagidgade”; era um monte, mas saíram; e agora diz: “³Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne”. Quando não entendemos estas coisas, se temos aparência, ficamos contentes; mas esse rapaz, não está se comportando como deveria ser, você tem que obrigá-lo; claro que o vais obrigar por fora, mas por dentro ele não tem nada; o que vai conseguir é um hipócrita ou um rebelde; o que ele necessita são rios de água viva e já ninguém vai ter que obrigá-lo, e vai fazer as coisas por si só quando o Espírito lhe tocar. Por isso quando vemos nosso irmão, diz João, que comete pecado que não é para morte,[4] que temos que fazer? Interceder diante de Deus para que Deus lhe dê vida.
       Se você quer ver mudança numa pessoa não é sua conversinha, senão sua intercessão que vai mudá-lo; é pelo Espírito e não pela conversa; é a vida que o Senhor dá que vai mudar essa pessoa; mas a conversa o que vai fazer é cansar essa pessoa, irritá-la; e a pessoa ia fazer o que devia, mas como percebeu querendo força-la, agora não faz mais, espera que você se vá para poder fazê-lo. Ai, irmãos, isto é delicado! Por isso diz assim: “Porque a circuncisão somos nós ,...” ou seja, os que em verdade não estão no velho homem, que o velho homem foi cortado e agora está no novo homem, no novo, os que não só servimos a Deus, os que como diz em Romanos 1:9: “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha ...”, e volta e diz o mesmo, não é poesia. Paulo fala de realidades espirituais: “Porque circuncisão somos nós, ...”; ou seja, nós somos os que temos nos despojado do velho homem. Quais? Os que recebemos a graça do novo homem pela fé; porque diz Paulo perguntando aos Gálatas, aos que querem circuncidar aos outros, dizei-me vós que quereis está debaixo da lei: “... recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gálatas 3:2). Aquele que faz maravilhas entre vós, por que o faz, pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
       O que faz maravilhas em nossa vida, o que nós dá o Espírito em nossa vida é só por fé e não pelo que temos feito; só depois que Ele nos faz maravilhas, nós fazemos maravilhas em Seu nome; mas não podemos fazer nenhuma maravilha senão muitos monstros quando o queremos fazer a força; e às vezes encontramos congregações que em vez de fazer filhos de Deus livres, cheios de gozo e júbilo, fazemos monstros uniformizados conforme a nossa personalidade controladora. Muitos filhos de Deus estão sofrendo em Hor-Hagidgade por obreiros que não tem saído de Hagidgade, Então diz aqui: “Porque circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo ,...”. Quando você está fazendo força, você não pode gloriar-te, sempre estás debaixo de acusação e sempre está acusando; quando está em sua própria força sempre está julgando aos demais porque você mesmo não tem experimentado essa graça, então não a podes administrar a outros. Você mesmo está sob condenação, tratando de forçar as coisas, então essa condenação a qual estás debaixo, projetas sobre os demais; não os olhamos com graça, senão que os olhamos com a lei. Como a lei é santa, a lei é justa, o ideal é bom; mas ideais não mudam ninguém. Os ideais não mudam, é a graça, o Espírito, o fluir de vida, as enxurradas de graça, do Espírito, isso dá vida, isso muda e isso impõe sim, as pessoas a andar em Cristo.
Do que estamos nos gloriando?
       Então diz aqui: “... e nos gloriamos em Jesus Cristo, ...”. A pessoa que está em sua própria justiça não pode tolerar que outro esteja gloriando-se na graça, e até dá raiva, parece que está fingindo. Como é que diz: Aleluia! Glória a Deus! Que maravilhoso é o Senhor!? Você está fingindo. Mas é porque ele não esta sentindo, ele está cansado de fazer força, até que um dia Deus lhe diz: Eu também te amo igual que a todos, Eu também vivo dentro de ti, Eu também estou disposto a fluir para ti, e quando começa a experimentá-lo, a sair de Hagidgade e chegar a Jotbatá, então muda a situação. Diz Paulo: Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;”. Sempre que estamos na carne nos gloriamos nessa coisas: no nome, nossa denominação é a maior, temos mais gente, somos mais antigos; nos gloriamos de coisas religiosas, nunca do Senhor Jesus.
       Mas logo diz Paulo: Segundo o zelo ...”. Há zelo. Que diz Romanos 10? “²Porque lhes dou testemunho que tem zelo de Deus, mas não com entendimento. ³Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus”. Ele procura fazer a obra do Senhor dessa maneira, em forma meramente natural não tem efeito espiritual. Então diz aqui: “Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.”; ou seja, que este homem já saiu de Hor-Hagidgade. Estas coisas eram para mim ganho, agora já não; as coisas eram coisas; estas eram coisas e estas coisas eram lucro. “Mas o que era para mim ganho, reputei-o perda por Cristo”. Isso nos diz que houve um caminho de apreciação , houve um amadurecimento; o que antes valorizava já não valoriza tanto; e às vezes os irmãos mais novos diziam: irmão, vocês ouviram? Eles caiam e tudo, e isso e aquilo; bem, ficam calados, não dizem nada, porque já passaram por aí, e sabem que aí não está o verdadeiro valor das coisas. Se não está a cruz de Cristo operando e o Espírito atuando valor verdadeiro.
“Mas o que era para mim ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também ...”, também, quer dizer, não toda experiência que teve no passado e da qual se esqueceu e decaiu, senão que é uma conquista permanente. “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo”. Agora, o que foi que perdeu? Aqui não está falando que perdeu sua casa, que perdeu seu trabalho, que perdeu seu dinheiro, não; pelos versículos seguintes, o que ele esteve disposto a perder, foi sua própria justiça, foi sua própria manipulação; deixou de manobrar, como quem diz, descansou de suas manufaturas artificiais. “... e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, E seja achado nele, não tendo a minha justiça ...”. Ao que ele renunciou foi sua própria justiça. Antes dependia de sua própria justiça porque não conhecia a Deus, e que angustia, se agarrava pelas unhas para não deslizar-se, porque se deslizo, que terrível a vida religiosa; e há santos muito amados que vivem numa tensão terrível porque estão agarrados com as unhas em sua própria justiça, porque não conhecem ainda a graça do Senhor.
       “Então diz: “... não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé (há uma justiça que é pela fé) em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé”. Nem sequer sua fé, senão a de Cristo; Cristo creu e agora Ele vive em ti Ele te dá o dom da fé e logo crês porque Ele te dá a justiça pela fé de Cristo. “... a justiça que vem de Deus pela fé; ¹Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte; ¹¹Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos”. Esta é a primeira ressurreição, a dos vencedores. Para alcançar a primeira ressurreição, a dos vencedores, tem que viver no espírito de ressurreição.
Rios de água viva
       “E partiram de Hor-Hagidgade, e acamparam-se em Jotbatá”. Também o encontramos em Deuteronômio capítulo 10:7: “Dali partiram a Gudgodá, e de Gudgodá a Jotbatá, terra de ribeiros de águas”. Gudgodá é Hagidgade, que no hebraico são as mesmas palavras, senão que aqui esta versão acrescentou isto; e olhem o adjetivo que se acrescenta a Jotbatá, a nova experiência mais avançada que Hagidgade, “... Terra de ribeiros de águas”. Primeiro eram uns poços; aos poços foi outro e os cavou; foram cavados pelos filhos de Acã. Você vem beber o que outros cavaram; não são teus poços, outros cavaram os poços; você vem e bebe da água que outros cavaram; logo você começa a fazer força, a produzir água como os outros, mas não te saem ainda, até que por fim encontras uma posição mais avançada em Jotbatá. Jotbatá é uma terra de ribeiros de águas. A palavra Jotbatá no idioma hebraico tem o sentido de algo agradável, algo bom, algo bondoso, fazer bem, fazer sentir-se bem, sentir-se agradável; isso é o que significa Jotbatá: afabilidade, bondade.
       Sempre que no idioma hebraico se fala que Deus diz: eu te farei bem, essa palavra fazer bem, quer dizer Jotbatá, e justamente é ser conduzido de Hagidgade a Jotbatá; e Jotbatá aparece aqui como uma terra de ribeiros de águas; ou seja, esta frase que o Espírito Santo utiliza para identificar a experiência de Jotbatá, qual é? Em Jotbatá tem ribeiros de águas, ali você pode descansar; então nesse lugar havia ribeiros de águas, ou seja, era algo que Deus havia prometido. A quem nos lembra esses ribeiros de águas, senão o Espírito? Não disse o Senhor Jesus isso, quem crer em mim, do seu interior fluirão rios de águas viva! De onde? Do seu interior.[5] Se crê, não é porque você faz, ou se você fez, ou se você quer fabricar, mas se você confia, se você confia em Deus, se conta com Ele pela fé, se descansa nEle, então há uma fonte em ti que salta e não só salta, senão que flui; é esse correr interior de águas, esse fluir das águas; e é plural: ribeiros de águas. Aqui diz: terra de ribeiros, plural, tem ribeiros por aqui, tem ribeiros por ali; ou seja, quando Israel passou do monte Hagidgade, que era um monte onde havia uma caverna rachada que ameaçava desabar, então passou para uma terra onde podiam acampar e ficar um bom tempo, porque a água havia sido preparada para eles.
       Então o Senhor diz assim: “... rios de água viva correram do seu ventre”. Sirvo em meu espírito, e se nos gloriamos em Cristo Jesus somos a circuncisão, os que em espírito já não confiamos na carne, já não temos confiança em nós nem em ser humano algum, mas sim no Senhor Jesus, pelo que Ele pode fazer em outros e em nós. E não só pode, senão que de fato faz; no atuar de Deus pelo Espírito podemos confiar. Quando você teve que manejar, manipular as coisas, não confie nisso, não confie no que você manobrou; mas o que Deus te preparou, ali onde ele te pôs e te arranjou as circunstâncias, ali onde ele te inspirou e te moveu, que você sabe que houve uma diferença no natural e no sobre natural, que não era você sozinho, senão que houve a mão de Deus, houve um fluir de Deus, essa é a obra de Deus. A obra de Deus é a que faz Deus, não é a que fazemos nós para Deus, senão a que faz Deus mesmo; claro que com nós, claro que através de nós, mas foi Deus o que fez; então você vê a diferença; essa é Jotbatá. Jotbatá é o fluir do Espírito, Jotbatá é um serviço a Deus no Espírito, é adorar no espírito, é servir no espírito, é orar em espírito, é cantar no espírito, é andar no espírito; não só andar, não só orar, não só cantar, mas em espírito. Então por isso diz ali: “Dali partiram a Gudgodá, e de Gudgodá (onde estávamos) a Jotbatá, terra de ribeiros de águas”. 
A unção que recebestes
       Fixemo-nos um pouco no que diz São João aqui em sua primeira epístola no capítulo 2:26: “Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam”. Quem escreveu isto? O que há aqui? Um ensinamento, há um depósito, este é um primeiro nível; aqui vemos um ancião, o ancião João que está deixando um legado; é o que podemos dizer quando estudamos Moserote; aí está o depósito, está deixando o legado, tem escrito. Coloca ele: “... vos escrevi ...”, já passamos de Moserote a Bene-Jaacã, passamos ao discipulado; se é somente um legado impessoal, isso é um escrito, mas João não está dizendo somente, tenho escrito, senão vos escrevi, e o ancião dizia prefiro escrever não com tinta e pena, senão que falaremos cara a cara; não estou somente interessado em escrever livros espirituais, senão em fazer discípulos espirituais. Se somente estivesse deixando um legado, digamos, escrito, é o nível de Moserote, de depósito; mas quando é para alguém especial a quem quer escrever espiritualmente, já é um discipulado. Aí de Moserote passou-se a Bene-Jaacã.
       Mas agora diz: “²... mas ...”; ou seja, vós não somente tem este presente de ter os apóstolos e de ter um trato pessoal com os apóstolos e de ser delegados pelos apóstolos; a unção é Jotbatá, este “mas” é o processo de transição; mas esta unção é Jotbatá, o processo de transição entre Bene-Jaacã e Jotbatá é Hagidgade, mas Jotbatá já é a torrente de águas, já é o fluir do Espírito, é a unção. “E a unção que vós recebestes dele ...”. “... vos escrevi...”, eu os escrevi, mas eu não quero que fiquem no nível somente do que é bom, o apóstolo João é o apóstolo; certamente que é um apóstolo de Deus e a ele o enviou o Senhor Jesus; certamente, sim a ele o enviou o Senhor Jesus e ele se recostava no peito com o Senhor; certamente era o apóstolo que tinha intimidade com Deus e Deus o enviou a nós, e claro, temos que respeitá-lo; sim, claro que sim, e tudo isso está muito bem; mas há algo mais: a unção; “E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine”. Claro, eu os ensino; sim, eu os escrevo, mas eu não estou confiando no que vos escrevo, nem sequer Jesus Cristo confiou em Seu ensinamento: Ele disse: “Ainda tenho muito que vos dizer, ...”, mas sabem o que? Eu sei quem as vai dizer melhor do que Eu; “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda verdade”.[6] 
       Irmãos, uma vez eu li com muito gosto e tenho lido mais de uma vez esse livro, “O homem espiritual” do irmão Watchman Nee; é uma obra preciosa, onde ele fala da vida espiritual, e qualquer que tenha lido esse livro sabe o precioso que é esse livro; é um livro muito espiritual que te guia a espiritualidade. Quem podia imaginar que o irmão Watchman Nee um pouco mais maduro não queria editar de novo esse livro? E lhe perguntaram, irmão, por quê? Se este livro é tão útil a todos os irmãos. Qualquer que lê esse livro recebe muita iluminação, e eu mesmo tenho recebido muita ajuda. Por que não quer editar de novo esse livro? Qual é o defeito? Encontrastes alguma coisa equivocada nesse livro? Diz: não, se tivesse que escrever de novo este livro, o escreveria da mesma forma; não há nenhum erro no que se escreveu no livro, mas precisamente seu defeito consiste em sua perfeição; porque agora uma pessoa pode aprender de memória uma coisa perfeita, pensar que já a tem e repetir uma coisa correta, sem ter a realidade. Deus não ensina dessa maneira, fazendo-te repetir de memória coisas corretas; a maneira como Deus ensina é tratando-te contigo, disciplinando-te na vida; então, se você lê de forma precoce um livro espiritual, você vai aprender a linguagem espiritual, mas você não vai ser espiritual. É como diz em provérbios: um porco com um anel no nariz;[7] o anel é muito bonito, mas, onde está colocado? No nariz do porco; diz: assim é o provérbio na boca do néscio.
Obsessão espiritual
       A pessoa não é espiritual, mas repete o que diz Watchman Nee, o que diz Austin-Sparks, e o que diz fulano e beltrano, mas é só uma repetição, não é uma realidade na pessoa, não é uma experiência. Então o irmão dizia: essa é a debilidade do livro, sua própria perfeição; o livro descreve tão bem a vida espiritual que muitas pessoas podem aprender e se fazer psicólogos espirituais, conselheiros, doutores e falar maravilhas espirituais e todo mundo fica maravilhado; que maravilha fala esse homem, mas tão raro que é, assim como o que fala é muito bonito, mas ele não é tão bonito; sim fala coisas espirituais, mas ele não é espiritual, está falando precocemente; é como os garotinhos que são uns meninos e já estão querendo ter relações de casado, são precoces, estão atuando com a imaginação; por isso o irmão Nee depois escreveu outro livro que se chama “Realidade espiritual ou obsessão”. Uma obsessão é tomar coisas espirituais com a própria mente e viver nesse ambiente sem sua realidade espiritual; então por isso há um nível mais além da obsessão.
       Que era Hagidgade? Era obsessão. O que é esse manipular? É obsessão, sim ou não? Por outro lado João diz aqui: “E a unção ...”; estas coisas vos escrevi. O mesmo diz Paulo a Timóteo, a mesma atitude de João foi a mesma atitude do Senhor Jesus; ainda o Senhor Jesus sendo o mestre disse: isto o deixo ao Espírito Santo; Eu tenho muito que dize-lhes, mas não os vou dizer Eu. Ouçam, irmãos, nós temos a tentação de falar tudo o que sabemos na primeira oportunidade. Sabemos algo e com cada pessoa que nos encontramos falamos o que sabemos; ainda não é o momento de falar essas coisas; nós não sabemos distinguir o momento; sabemos algo e falamos, mas o Senhor sabia muitas coisas e não as dizia, porque não era sua hora. Seus irmãos lhe diziam: mas se você faz milagres, vamos a Jerusalém para que todos vejam o que fazes; mas o Senhor lhes diz: vosso tempo sempre está pronto, mas minha hora ainda não tem chegado. Ele esperava a hora de Deus, e o Senhor Jesus disse isso, ele esperou.
       “¹²Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.¹³Mas, quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda verdade; porque não falará de si mesmo, mas falará tudo que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir”. (João 16) E agora no mesmo espírito João diz isso: “Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam”; mas quantas pessoas há que leem Apocalipse, sobre disco voadores, do triângulo das bermudas e de muitas coisas, contudo estão enganados e quanto mais leem para saber mais, sabem menos e estão confundidos? Por quê? Porque estão em sua própria mente natural e não tem aprendido a atender a unção, não tem passado de Hagidgade a Jotbatá.
       Então diz João aqui no versículo 27: “E a unção ...”; aqui fala do verdadeiro ensinamento, a unção que ensina todas as coisas; ou seja, está freando uma situação inferior para conduzir-te a uma situação superior; “E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis”. Olhem João confia mais na unção do Espírito Santo que em seu próprio ensino.

       Quando somos mestres no nível de Hagidgade, nós não confiamos no Espírito Santo; nós queremos que as pessoas repitam o credo em latim, ainda que não entendam, mas tem que repetir corretamente; por isso tem que ser em latim, ainda que não entenda, porque assim é a língua sagrada. Sempre vamos falar a doutrina ortodoxa, então as pessoas repetiam a doutrina ortodoxa sem entendê-la, não tinham o sentido; mas quando o Espírito Santo mesmo tem ensinado e ensina todas as coisas, é verdadeiro, e João, igual a Cristo, confiava mais no Espírito Santo.  Agora, uma pessoa que de verdade é ensinada pelo Espírito Santo não vai dizer, não, não necessitamos dos apóstolos, dos mestres; não, ao contrário, o Espírito Santo vai te guiar a ouvir o que Ele fala através de outros e Ele vai te dizer: o que esses estão dizendo é para você, e você vai aceitar. Ou seja, tampouco vamos tomar isto num sentido equivocado, de que como a unção ensina, não tenho necessidade que ninguém me ensine; então não existe o corpo de Cristo, o Senhor não mandou nem profetas, nem apóstolos, nem mestres, nem evangelistas; não, a unção é a que te ensina, não importa quantos apóstolos tem sido enviados, é a unção; mas é a unção que te permite apreciar o que o Senhor tem enviado. Amém? Então diz: “E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ele vos ensinou, assim nele permanecereis”.
       E o que dizia Paulo e Timóteo? Timóteo, considera, considera o que eu digo; mas logo acrescenta: porque o Senhor te dará entendimento em tudo. O que digo é no nível de Bene-Jaacã; ali está o ancião ensinando a nova geração que vai ser transladada a uma liderança para entrar na terra, e a geração velha vai ficar no deserto; ali está esse ancião fazendo discípulos, considera o que digo, mas aí vem Hagidgade: considera, e ali começa você a considerar; você considera. Mas agora vem Jotbatá: e o Senhor te dará entendimento em tudo; porque às vezes você considera, mas sua consideração não é suficiente, e se o Senhor não te dá um dom, presente, fluir, ribeiros, fontes, rios, se Ele não te dá, você não entende; mas se Ele te dá, você entende, e quando Ele te dá, experimenta o agradável que é o bem de Deus, a bondade. Faz bem a Jerusalém, faz Jotbatá, faz algo agradável, faz esse fluir de vida. Quando o Senhor dá vida sentimos o agradável de Deus; o tempo passa, a pessoa está tão contente porque é assim, mas quando tem que aguentar o Gino que não termina e já são 9:15h. , que terrível! Então eu fico por aqui.


[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 26 janeiro de 2001.


[2] Referência a Lucas 6:40

[3] Referência a João 4:14

[4] Referência a 1 João 5:16

[5] Referência a  João 7:38

[6] Referência a João 16:12,13

[7] Referência Provérbios 11:12

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