Jornada 16
R
i m o m – P e r e z[1]
“E
partiram de Ritmá, e acamparam-se em Rimom-Perez”.
Números 33:19
Iniciam-se
as voltas
Vamos abrir a Palavra no
livro de Números, capítulo 33, onde estamos seguindo passo a passo com ajuda do
Senhor o Livro das Jornadas, aquelas jornadas de Israel por meio das quais Deus
os foi conduzindo e eles foram aprendendo algumas lições. Hoje estamos no verso
19, do capítulo 33; na sexta passada, com ajuda do Senhor vimos o relativo a
Ritmá. Hoje diz o verso assim: “E
partiram de Ritmá, e acamparam-se em Rimom-Perez”. Cada um desses nomes são
etapas, estações, nas quais o povo de Israel foi conduzido por Deus para
aprender em cada uma delas lições diferentes; por isso no Novo testamento diz: “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras,
e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos
séculos” [2].
Isto está escrito para admoestarmos uns aos outros; não estamos somente lendo
uma história de Israel, senão, uma admoestação presente de Deus para a igreja
de hoje.
Cada uma destas etapas tem a ver com uma experiência
espiritual; então estas jornadas de Israel são um exemplo e temos estado
seguindo uma por uma. Hoje chegamos a chamada Rimom-Perez, aqui no mapa, eles
estão mais ou menos ao final do deserto de Parã e entre o deserto de Zim, que é
o deserto de Cades. Ali em Cades, como vamos estar vendo a partir desta vez,
eles demoraram 38 anos dando voltas, principalmente por Cades-Barnéia e por
esses lugares ao sul de Neguev, voltando ao Mar Vermelho, no sentido do golfo
de Acaba; porque o golfo de Suez e o golfo de Acaba são parte do Mar Vermelho
ou do chamado Yam Sof ou Mar de Canas. Vocês lembram na vez passada quando estudamos
Ritmá, como eles recusaram crer e se recusaram a entrar, então o Senhor lhes
disse que voltassem pelo caminho do Mar Vermelho, quer dizer, para o golfo de
Acaba; de maneira que eles vão estar dando uma série de voltas durante 38 anos;
praticamente desde Ritmá que foi quando eles se rebelaram por incredulidade e
não quiseram entrar na terra prometida, duvidaram de Deus, então Deus jurou que
não entrariam no seu repouso, aqueles que já o haviam irritado mais de dez
vezes. Então Deus fez que dessem voltas pelo deserto em distintas etapas,
aprendendo distintas lições até que a geração velha ficou como Ritmá ou como
retama no deserto e se levantou depois uma geração nova que regressou depois a
Cades, depois de dar uma série de voltas e poder entrar realmente na terra
prometida.
Agora vamos começar a ver essas jornadas das grandes voltas
e voltas e voltas e voltas, durante quase 38 anos pelo deserto. Todas estas
etapas encerram quase até o versículo 36 quando regressam a Cades, para entrar
agora sim pelo lado da Arábia e de Moabe. O relativo à jornada de hoje, está em
Números no capítulo 14, desde o versículo 40 ao 45 e também em Deuteronômio 1,
versículos 41 ao 46. Vamos considerar essas duas passagens para ir lendo-as uma
com a outra, porque esta jornada foi contada duas vezes. Foi contada aqui
quando se escreveram as jornadas no livro de Números, e a recordou depois
Moisés quando já haviam regressado e já estavam a ponto de entrar na terra; ele
voltou a recordar essa jornada 38 anos depois, ou seja, que a jornada é escrita
por Moisés no livro de Números e volta a escrever-se ou é reescrita em
Deuteronômio. Quando o Espírito Santo faz que uma mesma coisa se conte duas
vezes é porque os dois relatos são complementares e entende-se um melhor com o
outro.
Queremos
quando Deus quer?
Vamos fazer o seguimento
dos dois relatos: um está em Números 14:40-45; essa é a parte que corresponde a
Rimom-Perez; a outra relação está em Deuteronômio 1:41-45. Ao ir fazendo as
duas leituras, confiamos em que o Senhor nos abrirá os olhos sobre o que
aconteceu ali em Rimom-Perez. Recordem que haviam estado em Ritmá e aqui diz em
Números que partiram de Ritmá e o próximo lugar a onde eles foram foi Rimom-Perez.
Diz aqui: “⁴⁰E levantaram-se pela manhã
(estando em Ritmá) de madrugada, e
subiram ao cume do monte, dizendo: Eis-nos aqui, e subiremos ao lugar que o
SENHOR tem falado; porquanto havemos pecado”. Vocês vão se dar conta que
este monte é um monte que tem vários montes; quer dizer, subiram a um primeiro
monte e desse monte tinham que subir a outro que estava na continuação e
formava parte do mesmo núcleo montanhoso; porque fixem-se que “...e subiram ao cume do monte dizendo:
Eis-nos aqui, e subiremos... ”, todavia queriam subir um pouco mais; já
haviam subido ao cume de um, mas iam subir mais.
“⁴¹Mas Moisés disse: Por que
transgredis o mandato do SENHOR? Pois isso não prosperará”.
Na vez passada eles disseram: não subiremos, melhor tivéssemos ficado prostrados
no deserto ou voltarmos ao Egito; não creram e claro, como então o Senhor os
repreendeu, agora eles dizem: então vamos subir; mas o problema está que não
sobem quando o Senhor Deus quer e querem subir quando o Senhor Deus não quer.
Que lição é essa! Nós às vezes somos assim, nossa vida cristã é segundo a nossa
vontade; vou quando quero e não vou quando não quero, subo quando quero e desço
quando quero, não vou se não quero, mas Deus tem que ensinar-nos que não é
quando nós queremos, nem é como nós queremos, senão que, é quando Ele quer e
como Ele quer. Essa é a lição que se tem que aprender nessa jornada.
Seguiu dizendo Moisés: “⁴²Não subais, pois o SENHOR não está
no meio de vós, para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos. ⁴³Porque os amalequitas e os cananeus
estão ali diante da vossa face, e caireis à espada; pois, porquanto vos
desviastes do SENHOR, o SENHOR não estará convosco”.
Fixem-se agora é Moisés o que diz. Antes eram eles que diziam: Como vamos subir
se o amalequita está? Claro que o amalequita, jebuseu, o cananeu não são nada
se está Jeová, mas se não está Jeová é outra coisa. Alguns querem se meter a
expulsar demônios e vão por si mesmos, em sua presunção, em sua carne, sem que
esteja Deus, sem que seja Deus o que tenha iniciado o movimento; isso é quando
atuamos por emoções, quando não queremos, não queremos; quando queremos,
queremos. Essa vida religiosa é um alto e baixo, um ascensor, baseado em
emoções, que quando eu gosto estou, quando não gosto, não estou; é que hoje não
tenho vontade, hoje não me interessa, mas hoje me arrependo e o que não fiz
ontem vou fazer agora; já não, já não é assim. Se Deus aprovasse esse nosso
capricho porque somos inconstantes, nunca aprenderíamos de Deus; então o Senhor
tem que nos ensinar lições.
Um
exemplo em Cantares
Olhem comigo aqui em
Cantares de Salomão uma lição que o noivo amado tem que dar na noiva; o noivo
deu uma lição na noiva. Cantares de Salomão 5:2. Aqui não quer dizer que eles
sejam inimigos, não; esse é um problema de família, esta não é uma luta entre
inimigos. É um problema de casal, e olhe este problema de casal que aparece
aqui, diz ela: “²Eu dormia, mas o meu
coração velava; (ou seja, sim, ela quer o Senhor) e eis a voz do meu amado que está batendo:...” (o amado está
chamando e o chamamento diz assim: “Abre-me”,
porque às vezes somos fechados, então, qual é o chamamento? Primeiro: “...abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha,
imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos
das gotas da noite.”; quer dizer, você está acomodada, mas eu estou fora
onde as coisas não são fáceis. Então ela responde: “³Já despi a minha roupa; como as tornarei a vestir? Já lavei os pés;
como os tornarei a sujar?” Como quem diz: ai! Não me incomode a esta hora: quer
dizer, o repudiou, não atendeu ao chamamento na hora em que ele a queria, então
que acontece? “⁴O meu amado pôs a sua mão pela fresta
da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele”.
Ele de toda maneira fez uma obra nela, mas até aqui chegou ele; ele não vai
violar a decisão dela, se ela não quer, ele vai sozinho sem ela; então ele se
foi. E que aconteceu?
“⁵Eu me levantei para abrir ao meu
amado, e as minhas mãos gotejavam mirra, e os meus dedos mirra com doce aroma,
sobre as aldravas da fechadura”. Agora sim quer, agora
sim, agora sim já se decidiu. “⁶Eu abri ao meu amado, mas já o meu
amado tinha se retirado, e tinha ido;...” aí está o
problema, o repudiamos; Ele não pode contar conosco e Ele tem que fazer o seu
trabalho sem nós. Irmãos, se alguém não responde ao Senhor no momento oportuno,
como mais adiante ela aprende e diz: Antes de eu o sentir, porque se começo a
pensar, aí está o problema. “Antes de eu
o sentir, me pôs a minha alma nos carros do meu nobre povo.” [3],
que era onde se levava a arca, era onde ia a vanguarda, assim chegou a ser ela
mais adiante. Você vê para o final de Cantares de Salomão, onde ela diz: “Antes deu o sentir, me pôs a minha alma nos
carros do meu nobre povo”. Mas aqui não; aqui, todavia ela não tinha
aprendido a lição, ela não é uma pessoa bem disposta. Este é um problema de
disposição, queremos que as coisas se façam quando nós estamos dispostos e não
quando é a hora de Deus. Irmãos, muita infantilidade há em nós quando só servimos
a Deus quando nos dá vontade; devemos servir a Deus quando Deus nos quer,
porque vamos dizer: bem, agora sim, Senhor, mas não, já não posso contar
contigo. Permita-me contar uma anedota pessoal; outra, para minha vergonha;
muitas vergonhas minhas já lhes tenho contado. Uma vez tínhamos uma reunião com
um grupo de irmãos novos em uma casa ali no Paraguai em determinada hora, creio
que era às 06:30 e eu estava na casa de outro irmão, como a umas três quadras
do lugar onde tínhamos a reunião e me pus a conversar com o irmão e o Espírito
Santo em meu interior me apressou, eu senti a pressa do Senhor: Apressa-te,
porque vai chegar tarde; mas eu me fiz de tonto. Eu disse: Sim, Senhor, já vou,
mas segui conversando com a pessoa e disse: Bem já vou, e fui, e quando
cheguei, o Espírito ficou calado, calado, não se moveu em mim. Eu falava, dizia
coisas, me sentia todo seco, só coisas minhas, coisas sem o respaldo do
Espírito. O Senhor disse, ensinando-me uma lição: Não estiveste disposto quando
eu te chamei, não estiveste comigo, agora eu tenho que ensinar-te o que é estar
sem mim, o que é não me seguir onde queira que vá; então estive eu; mas Ele não
esteve, não me usou. Sim, eu falei e pode ser que alguns dos irmãos nem tenha
se dado conta, mas eu sim me dei conta de que o Senhor não estava comigo,
estava todo seco, todo apagado, me sentia como um papagaio. Ai! Que tristeza,
porque não fazemos as coisas nos momentos de Deus.
Irmãos, por isso diz: “⁶Eu abri ao meu amado, mas já o meu
amado tinha se retirado, e tinha ido; a minha alma desfaleceu quando ele falou;
busquei-o e não o achei, chamei-o e não me respondeu”.
Vamos ver que foi isso que Israel fez aqui. Agora buscava-se, agora sim iremos,
agora sim subiremos, agora sim pelejaremos, mas agora Deus não se deixou
encontrar; choraram e tudo e Deus não ouviu. “... chamei-o e não me respondeu. ⁷Acharam-me
os guardas que rondavam a cidade; espancaram-me, feriram-me, tiraram-me o manto
os guardas dos muros. ⁸Conjuro-vos,
ó filhas de Jerusalém,
que se, achardes o meu amado, lhe digais que estou enferma de amor”. Bem,
irmãos queridos, o Senhor tem que tratar conosco. Ao princípio pensamos: se é um
patrão do mundo, ah! batemos o ponto, mas como é Deus, a Deus não; servimos a
Deus como se fosse menos que um patrão mundano. Ao patrão mundano batemos o
ponto e tudo, mas a Deus não; com Deus somos informais, fazemos as coisas se
nos dá vontade; então chega um momento em nossa vida que o Senhor nos ensina
que não pode ser assim com Deus e a maneira como Deus ensinou Israel foi assim.
Derrota
de Israel
Então voltemos ali a Números e sigamos lendo, verso 42 do
capítulo 14: “⁴²Não subais, pois o SENHOR não estará
no meio de vós, para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos”. E o que foi que disse ela, a amada? Acharam-me e
feriram-me, claro, porque agora não estava sob a mesma proteção; ela saiu da
proteção porque não o seguiu; ela seguiu a si mesma; ainda querendo agradar a
Deus, não o agradou como Deus pede, senão como ela quer e quando ela quer;
portanto Deus não a cobriu para que ela aprendesse o que é estar sob Sua
direção e o que é estar sob sua própria direção; há uma diferença. Logo
dizendo: “⁴³Porque
os amalequitas e os cananeus estão ali diante da vossa face,
(Não importa quantos amalequitas houvessem, se Jeová está, não importa nenhum
amalequita, mas se Jeová não está, os amalequitas são gigantes; Deus não disse
que não haveria gigantes; o que disse era que com Jeová nós podíamos vencer,
mas agora nós queremos ir quando nos dá vontade, com presunção e aí é quando
Deus tem que nos ensinar a lição; e diz:) e
caireis à espada; pois, porquanto vos desviastes do SENHOR, o SENHOR não estará
convosco”. Por quê? A culpa é dela, ela se negou, agora ele vai estar só e
ela também só. “⁴⁴Contudo, temerariamente, tentaram
subir ao cume do monte; mas a arca da aliança do SENHOR e Moisés não se
apartaram do meio do arraial”. Na obstinação sucedem
estas coisas. Sim já estavam no primeiro, em Rimom-Perez, mas eles queriam
subir mais. Moisés não se moveu para nada. Vocês foram por sua conta; eu não,
eu fico onde está a arca. Se a arca não se move eu não me movo, se a arca está
calada eu fico calado. O nosso problema é que queremos falar quando temos que
estar calados ou queremos estar calados quando temos que falar. O Filho não faz
nada por si mesmo, se não ver o Pai fazer; muito da vida religiosa é baseada na
própria vontade do velho homem e temos que aprender que assim não se segue a
Deus. Então diz: “⁴⁵Então desceram os amalequitas e os
cananeus, que habitavam na montanha, e os feriram,
(primeiro) derrotando-os (segundo) até
Horma”. Horma era um nome que foi colocado no futuro; todavia nesta jornada
não se chamou Horma. Horma não está neste mapa; os perseguiram bastante. No
capítulo 21, é onde depois se chama Horma. Depois em uma jornada posterior eles
passaram de novo por Horma e aí foi quando lhe chamaram Horma, e ali houve
destruição dos inimigos, mas olhem a diferença. Vamos ao capítulo 21 de
Números, que é uma lição posterior, mas é para entender melhor a presente em
relação à Horma. Números 21:1:
“¹Ouvindo o cananeu,
rei de Arade, que habitava para o lado sul, que Israel vinha pelo caminho dos
espias, pelejou contra Israel, e dele levou alguns prisioneiros”. Isto foi
depois. Sucedeu igual à vez passada, mas esta vez foi diferente. ²Então Israel fez um voto ao SENHOR,
dizendo: Se de fato entregares este povo na minha mão, destruirei totalmente as
suas cidades”. Aqui agora depende de Deus; Israel aprendeu a lição; agora
era você “³O SENHOR, pois, ouviu a voz de
Israel, e lhe entregou os cananeus; e os israelitas destruíram totalmente, a
eles e às suas cidades; e o nome daquele lugar se chamou Hormá”. Desta vez
se escutou, na vez em Rimom-Perez não escutou. Aí foi quando se lhe chamou
Horma: Destruição; mas aqui escreveu
Moisés não enquanto sucedia a jornada, senão, quando já haviam sucedido outras
jornadas; porque não as vai escrever antes de que aconteçam; as escreveu depois
que aconteceram, então já lhe colocou o nome que ia lhe pôr depois. Todavia
esse lugar não se chamava Horma, mas era o mesmo lugar. Fixem-se, nesta etapa
que se chama Rimom-Perez eles não venceram, eles foram derrotados; na outra
venceram no mesmo lugar e com o mesmo povo. A diferença a faz Jeová, não o
lugar nem o povo. Às vezes a pessoa é supersticiosa e diz: Se estamos
com tal pessoa ou em tal lugar, é melhor, as coisas saem bem; não, não é o lugar,
não é o povo, é Jeová; a diferença a faz Jeová, Ele é toda a diferença.
Não
é suficiente confessar os pecados
Agora vamos ler o mesmo, mas a partir de Deuteronômio,
porque Deus o contou duas vezes, então vamos nos dar conta que Moisés conta 38
anos depois, conta a mesma jornada; mas a maneira como a conta, se vê que ainda
Moisés não o percebia; entendeu melhor depois, porque ao lermos Deuteronômio
vamos entender melhor do que quando se leu em Números, porque o mesmo Moisés
aprendeu também. Em Deuteronômio 1:40 diz o que Deus lhe havia dito em Ritmá: “⁴⁰Porém
vós virai-vos, e parti para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho”. Quer
dizer, retornem para o Golfo de Acaba. “⁴¹Então respondestes, e me dissestes:
Pecamos contra o SENHOR; nós subiremos e pelejaremos, conforme a tudo o que nos
ordenou o SENHOR nosso Deus. E armastes-vos, cada um de vós, dos seus
instrumentos de guerra, e estivestes prestes a subir à montanha”.
Estavam em Ritmá, e que fizeram? Em vez de seguir para onde Deus havia dito,
não obedeceram. Ouçam, irmãos, não sempre confessar os pecados é suficiente. E
lhes vou dizer duas pessoas que confessaram os pecados: Pôncio Pilatos, “... lavou
as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente diante do sangue deste
justo, considerai isso”[4], mas o mandou matar; quer
dizer, que ele o declarou inocente e lavou as mãos, como dizendo; que ele
reconhecia que era um pecado que estava cometendo. E outro que confessou os
pecados foi Judas. Judas também disse: tenho vendido sangue inocente, mas em
vez de valer-se da graça, se suicidou; e por isso a próxima lição tem que ver
com a graça, Deus vai nos ensinar; mas ele ensina depois do castigo, porque
alguns querem graça, mas sem correção. Deus perdoou Davi, mas o menino morreu;
quer dizer, que tem graça mas também correção; as duas coisas vão juntas.
Alguns pensam que é um Deus só de correção e pensam que Deus é um ogro, mas
outros pensam que Deus é um vovozinho gordo, de barbas brancas, uma espécie de
papai Noel. Não, isso tão pouco. Tem que obedecer.
Então esse foi o problema. “... Pecamos contra o SENHOR; nós subiremos e pelejaremos...” Ah!
ouçam isso: “...nós subiremos...”.
Não, há que esperar que Deus diga: Sobe; porque se alguém sobe por si mesmo,
isso é presunção. Se alguém se mete sem ser enviado, está metendo a colher onde
não tem que metê-la. “... nós subiremos e
pelejaremos...”. Hoje em dia inclusive, ouvimos alguma lição sobre batalha
espiritual, e sem que Deus nos tenha mandado, agarramos o pau e damos no
vespeiro, e depois quem aguenta as vespas? É por não ir no momento de Deus,
senão por si mesmo. “... nós subiremos e
pelejaremos, conforme a tudo que nos ordenou o SENHOR nosso Deus...”.
Claro, agora sim, mas Deus já havia mandado outra coisa. Que havia dito Deus?
Parti para o deserto; isso é o que o Senhor mandou; mas agora eles estavam
tirando um mandamento anacrônico, já passado de moda, já fora de lugar, e olhem
o que relata Moisés; até me parece irônico. “...
E armastes-vos, cada um de vós, dos seus instrumentos de guerra, e estivestes
prestes a subir à montanha”. E disse Paulo: não pelejamos com esse tipo de
arma, senão com as espirituais,[5] mas vós, vos armastes.
Eles se armaram com suas próprias armas; mas, irmãos, nossa única arma é Jeová,
isso temos que aprender. Jeová não vai estar conosco, mas por que Moisés lhes
disse que Jeová não ia estar? Porque Jeová o havia dito. Isso não conta em
Números, mas conta em Deuteronômio: “⁴²E disse-me o SENHOR: Dize-lhes: Não
subais nem pelejeis, (por quê?) pois não estou no meio de vós; para que não sejais feridos diante de
vossos inimigos”. Essa é a razão: Não estou entre vós. Se você não está com
a unção de Deus, e a unção de Deus não está dirigindo a coisa, não sejas
presunçoso, nem eu, nem ninguém porque estamos na carne. Olhem, irmãos, é o
amor de Deus, o que Deus buscava era que não fossem derrotados; Deus sabia que
iam ser derrotados; como lhe disse Pedro: Senhor, darei a minha vida por ti.
Ai, Pedro, darás tua vida por mim? Sim, Senhor, ainda que os outros te neguem
eu jamais te negarei. Pedro estava confiando em suas próprias armas, em seu
próprio preparo; então o Senhor teve que permitir-lhe uma derrota, e negou ao
Senhor três vezes. Graças a Deus que o Senhor lhe perdoou e disse: Eu tenho
rogado por ti.[6]
Ouçam, eu tenho rogado por ti, não é você Pedro, eu tenho rogado por ti para
que não lhe falte fé e quando te converteres confirma a teus irmãos. Mas ele ia
por sua própria força e Deus permitiu uma derrota para mostrar que é nossa
própria força, mas depois ele intervém; então diz aqui:
“⁴³Porém, falando-vos eu, não ouvistes;
antes fostes rebeldes ao mandato do SENHOR, e vos ensoberbecestes, e subistes à
montanha”. Às vezes, inclusive obedecendo versículos fora da
época somos rebeldes; não estou dizendo que haja algum versículo que não seja a
palavra de Deus. O que quero dizer é que as coisas tem o momento de Deus. “... antes fostes rebeldes ao mandato do
SENHOR, e vos ensoberbecestes, e subistes à montanha”. Olhem a palavra:
rebeldia uma; soberba outra; e a soberba leva a obstinação. “⁴⁴E
os amorreus, que habitavam aquela montanha, vos saíram ao encontro; e
perseguiram-vos como fazem as abelhas e vos derrotaram desde Seir até Horma”.
Ai, irmãos, eu às vezes me tenho encontrado com irmãos, inclusive tem vindo
aqui em casa, que estão atormentados por espíritos porque tocaram o vespeiro
com presunção. Deus tenha misericórdia de nós. E diz aqui:
Quando
Deus não escuta nossa voz
“⁴⁵Tornando,
(assim como ela, a amada que líamos em Cantares de Salomão) pois, vós, e chorando perante o SENHOR, o
SENHOR não ouviu a vossa voz, nem vos escutou”. O Senhor já havia jurado,
já havia dito uma palavra. Quando o Senhor diz uma palavra, Ele não é homem para
que minta; é melhor não obrigá-lo a dizer uma palavra de correção, porque o dia
em que o Senhor diga: esta é tua correção, até que não tomemos toda a taça ou
as duas taças, não sairemos daí. É melhor tomar a taça até que o Senhor diga:
basta, mas se nós é que dizemos basta, no melhor serão três taças. “... o SENHOR não ouviu a vossa voz, nem vos
escutou. ⁴⁶Assim
permanecestes muitos dias em Cades, pois ali vos demorastes muito”.
Este Cades é todo o deserto. Qual ponto de Cades? É Rimom-Perez, porque Cades
não é somente esta cidade, senão todo este deserto, como na vez passada vimos
os versos para entender que Cades é todo um lugar e também uma cidade. Mas
neste lugar de Cades onde eles estiveram há muitas estações, todas estas que
vimos em Números 33 que continuam desde Ritmá em diante até voltar a Cades;
todas são por Cades, por Neguev, por aqui chegando ao Golfo de Acaba; todas são
por aí dando voltas e voltas aprendendo lições amorosas e sérias da parte do
Senhor; e diz: “Assim permanecestes
muitos dias em Cades...”. Antes as jornadas duravam no melhor uma semana,
no melhor o outro dia, mas aqui é quando essas jornadas começam a durar um ano,
dois anos, porque se alguém não quer avançar, na hora de avançar então, dão-se
voltas e voltas e voltas. Irmãos isso é terrível. Irmãos, eu lhes conto uma
coisa; eu me recordo quando regressei ao Paraguai depois de oito anos; voltei a
visitar alguns irmãos com quem tínhamos comunhão, e estávamos mui felizes
trabalhando juntos para o Senhor e ao encontrar uns irmãos me parecia que em
vez de haver avançado, haviam retrocedido, e estavam falando como se fossem
irmãos novos e ocupando-se de coisas periféricas, e disse: mas que aconteceu
com estes irmãos, se antes eram irmãos de vanguarda? Simplesmente não quiseram
avançar; se não somos fieis à luz que temos então estamos condenados a vagar
bastante, por um dia de infidelidade às vezes é um ano de vadiagem.
Há pessoas que não seguem o Senhor no momento que tem que segui-lo, sem
se dar conta que a oportunidade não está em nossas mãos, não somos nós que
escolhemos as oportunidades, é Deus que nos dá as oportunidades; se não
aproveitamos as oportunidades que Deus nos dá, não sabemos se voltarão.
Às vezes, como aqui, voltou, mas depois de 38 anos. O Senhor tenha
misericórdia, irmãos. E diz: “Assim
permanecestes muito dias em Cades, (isto era Rimom-Perez de Cades) pois ali vos demorastes muito”. Agora
permita-me entrar no significado tão apropriado da palavra Rimom-Perez. Assim
se chama essa jornada. Rimom. Ah, se aquilo se chamasse somente Rimom seria
maravilhoso; o apelido é que estragou a coisa. Rimom significa romã, isso é
muito importante. Fixem-se em que momento eles chegaram a um ponto que se
chamava romã. Olhem, irmãos, se vocês querem ver o significado de alguma coisa,
de alguma fruta, de algum nome, ou de alguma madeira, ou de alguma árvore, ou
de algum metal, ou de alguma cor, ou de algum número, ou de algum assunto na
Bíblia, você tem que ir desde o princípio e fazer o seguimento em toda a Bíblia
das romãs e dos grãos, e vão se dar conta que maravilhoso é para Deus a romã.
A
romã, a uva e a figueira
Sabem uma coisa? A boa
terra; por exemplo, quando Deus começa em Deuteronômio 8 a descrever a boa
terra, diz que a boa terra tinha uvas ou videira, figos, romãs, olivas, azeite,
leite, mel, tudo isso representa aspectos de Cristo, todas essas coisas. A
videira representa algo de Cristo; o Senhor tomou o fruto da videira, uma
videira que amassada, saiu sangue da videira e está representando ao Senhor.
Nós tomamos o fruto da videira na Santa Ceia como representação do Senhor.
Agora, o Senhor gosta muito das romãs; o Senhor desde o princípio, a primeira
vez que ele menciona as romãs você vê que é uma fruta que tem muitas sementes
que representam por assim dizer, a fertilidade, a multiplicação, o fruto de seu
povo. O Senhor diz que nos pôs para darmos muito fruto, e a romã tem uma grande
quantidade de sementes, como se Deus quisesse que houvesse muitas romãs por
toda partes. Deus gosta tanto de romãs que no templo de Salomão havia romãs; os
capitéis tinham romãs, havia enredadeiras de romãs no templo; Deus queria ver
romãs no templo. Deus deu esse desenho a Davi; Davi passou a Salomão e Davi o
recebeu de Deus. Deus está dando significado às romãs; as romãs tem significado
na Bíblia. O sumo sacerdote tinha uma capa e toda a borda da capa era com uma
romã e um sino, uma romã e um sino, uma romã e um sino e esses sinos se moviam,
e Deus escutava o som e o povo escutava o som dos sinos; porque quando não se
ouviam os sinos é porque na melhor das hipóteses havia caído morto o Sumo
Sacerdote; ou seja, que o silêncio significa morte. Assim quando você está um
pouco mal não pode orar, não pode cantar, mas quando está em paz com Deus se
ouvem teus louvores, ouvem-se tuas canções, ouvem-se tuas proclamações, ouve-se
teu glória a Deus e aí entre os sinos, entre a proclamação está o fruto, por
isso é sino junto com romã; sino com romã. Você vai ao livro de Cantares de
Salomão, e sabe o que disse ela para ele? Que vão visitar suas romãs, para ver
se tem florescido as romãs.
O Senhor olha a igreja para ver se floresceram as vinhas e
as romãs. Fixem-se, essas três plantas que se mencionam: a videira ou as uvas
que representam o que o Senhor faz por nós. Ele morreu, derramou seu sangue,
Ele é a videira para nos encher de Sua vida, mas se menciona as romãzeiras, que
são as árvores da romã e a romã já representa o nosso fruto por haver recebido
ao Senhor. Ele faz a parte dele e agora nós frutificamos. “Nisto é glorificado meu pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus
discípulos” [7].
Ele põe a uva e nós pomos a romã e logo o Senhor recebe do que nós fazemos,
isto é, os figos; os figos representam o que o Senhor recebe da sua maturidade.
Nos sacrifícios havia uma parte que era para o sacerdote, outra parte que era
para o povo e uma parte que era para Deus. A parte que era para o sacerdote é
como dizer agora, as uvas que representam o que o Senhor faz por nós, e a parte
que era para o povo são as romãs. E a parte que era para o Senhor, era o
holocausto totalmente queimado, do qual o povo não comia nada, o sacerdote não
comia nada, o único que comia era Deus; ou seja, que Cristo fez uma obra na
cruz, algo para Deus, para vindicar a justiça de Deus, vindicar a santidade de
Deus, vindicar a glória de Deus. Isso é uma parte pela qual morreu Cristo,
essa é a parte de Deus, e a parte nossa é para que sejamos perdoados,
justificados, reconciliados. Na obra do Senhor há algo que é para nós,
mas há algo que é para Deus. Os figos na Bíblia representam o que Deus
espera de seu povo, o sangue da uva é o que esperamos do Senhor: seu perdão;
mas o Senhor espera nosso fruto e quando ele chegou a Jerusalém para visitar a
figueira de Jerusalém, Lhes puseram para fora de Jerusalém. Então o Senhor
representou o que lhe aconteceu em Jerusalém; chegou até a figueira, não tinha
figos a figueira, então foi amaldiçoada a figueira, e para onde foi-se o
Senhor? Foi-se para Betânia, e Betânia
era Betfagé, que quer dizer: casa de figos; e o que o Senhor não encontrou em
Jerusalém, no ambiente religioso, o encontrou lá em Betânia, na casa de Maria,
que se pôs aos pés do Senhor, para ver o que o Senhor tinha a dizer; porque em
Jerusalém havia muitos que diziam coisas, mas, não ouviam ao Senhor. Em
contra partida em Betânia ouviam ao Senhor pelo menos Maria, então em Betânia o
Senhor encontrou figos, por isso se chamou Betânia, Betfagé, a casa de figos.
Ferida
na romã
De modo que as romãs tem
significado para o Senhor; assim que a palavra Rimom se não tivesse sobre nome
de Perez seria muito bonita, Rimom quer dizer romã, mas Rimom-Perez quer dizer:
ferida na romã; é uma romã que se estragou, que se danificou, que se apodreceu.
É como quando vai tirar batatas e lhe dão um golpe com o facão na batata e a
batata está toda suja, toda machucada, com verme dentro, não se pode comer essa
batata. O Senhor queria introduzir o Seu povo. Eles foram e que trouxeram?
Uvas, romãs e figos, representando o que é Cristo para nós, para o povo e para
Deus, digamos para Deus e para cada um. Então o que aconteceu irmãos? Agora
chegam eles onde haviam passado os outros com as romãs e Deus havia querido
introduzi-los para que já houvesse romãs para eles e houvesse figos para Ele,
mas sabem o que aconteceu irmãos? Eles não creram, chegou a ser um fruto em
vão. Quando o Senhor lança a rede, recolhe muitos peixes, mas nem todos vão
para a mesa; os ruins se põem de lado. Sempre há frutos maus; sempre há pessoas
a quem cabe revisar a qualidade do produto, e se o produto não é de qualidade
não se pode pôr na mesa, não pode exportá-lo, não se pode vender, e isso é o
que quer dizer Rimom-Perez, como quem diz: podre, romã estragada, romã que não
chegou ao ponto que tinha que ser. O que quer dizer isso para nós? Que
quando nós estamos tratando de servir ao Senhor, não o façamos por nós mesmos.
Porque o que eles queriam era servir ao Senhor, mas o faziam por si mesmos, o
faziam em si mesmos, o faziam da sua maneira, o faziam segundo o velho homem, o
faziam segundo a vontade do homem natural; isso não é um fruto digno do Senhor,
o Senhor não pode comer esse fruto. Esse fruto é um fruto indigno de comer, tem
que aprender outra lição depois.
Rimom é romã, mas Rimom-Perez quer dizer que a romã tem
fendas, como rachaduras, como problemas; é um fruto que não está bom, que não
se pode comer. O Senhor em Levítico diz no início que não havia que oferecer
aquelas espigas que não estivessem tostadas; mas se as espigas estavam verdes
havia que tostá-las pelo menos ao fogo. Se o sol não as havia tostado, havia
que tostá-las ao fogo, mas assim, espigas verdes não se pode apresentar ao
Senhor. Nós queremos que o Senhor aceite nosso trabalho a nossa maneira, com
nossa vontade, somos totalmente informais, quando quero sirvo, quando não quero
não sirvo, assim, como vamos servir ao Senhor? Quando você lê no livro de
Malaquias, que diz o Senhor aos sacerdotes? Vós me servis de má vontade. Se
fechais a porta quereis cobrar por haver fechado a porta. Dizes: que fastio é
fazer essas coisas.
O Senhor Diz: Eu não tenho complacência em vós; mas quando
Ele escutou que uns poucos queriam servir a Deus de todo o coração, Ele escutou
e tomou nota no livro de memórias e disse: estes serão para mim um tesouro
especial; mas aqueles que estão sempre se queixando, que estão baseados em si
mesmos e não no Senhor, que não compreendemos a grandeza do Senhor e o tipo de
disposição que devemos ter com ele e o tipo de seriedade que temos que ter ao
servi-lhe, não baseados em nossa vontade; servimos ao Senhor porque eu gosto de
turismo, porque vocês os apóstolos conhecem muito, não? Não, irmãos, assim não,
tem que ser para que o Senhor realmente seja satisfeito. Então, irmãos, esta
lição de Rimom-Perez é boa e séria. Amém?
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