quinta-feira, 23 de maio de 2019

A PREEMINÊNCIA DA ARCA DO PACTO

Terceira aproximação 
A PREEMINÊNCIA DA ARCA DO PACTO 

Novidade de vida Números 4: 1-3.  Que nos sirva esta passagem de introdução.  “1Falou Jeová a Moisés e a Aarão, dizendo: 2Toma a conta dos filhos do Coate de entre os filhos de Levi, por suas famílias, segundo as casas de seus pais, 3da idade de trinta anos para cima até cinquenta anos, todos os que entram em companhia1 para servir no tabernáculo de reunião”. Perceba como o Senhor estabelece aqui o requisito dos 30 anos.  Eu penso que todos se lembram do Senhor Jesus.  Recordem que em Lucas 3:23, ali onde aparece a genealogia do Senhor Jesus, diz: “Jesus mesmo ao começar seu ministério era como de trinta anos”; quer dizer, que Ele esperou para aproximar-se de servir no ministério público, e os 30 anos representava em Israel a maior idade; e os levitas não podiam entrar antes de cumprir essa idade;  inclusive estavam ali, mas não participavam de certos trabalhos que somente aos 30 anos se podiam realizar.  De maneira que estes 30 anos de Números e Lucas são expressivos, e quando lemos Números à luz do Novo Testamento mesmo, e entendemos que o que o Espírito está dizendo para o Novo Testamento, através de Números, é que para servir ao Senhor é necessário estar em Cristo.

Quando diz até 50 anos, quer dizer que o velho homem não participa legitimamente do serviço a Deus; terá que participar entre 30 e 50, o que significa em novidade de vida; quer dizer, em Cristo Jesus, no novo homem. Para entrar a servir em companhia na casa de Deus, terá que fazer entre 30 e 50 anos; mas no Antigo Testamento era figura; hoje, no Novo Testamento, não importa a idade da pessoa, pode ter oitenta anos, mas se estiver em Cristo Jesus está em novidade de vida; não tem nada de velho em si.  Com Cristo não passa nunca de 50 anos. Diz que entra em companhia para servir no tabernáculo de reunião.  Esta é uma palavra importante; o serviço do Senhor em Sua casa é em companhia, é em comunhão uns com outros. O Senhor estabeleceu companhias; por isso era que o apóstolo Paulo dizia aos Corintios na segunda carta: “Tendo nós (plural) este ministério” (singular); aí se refere ao ministério do novo pacto, ao ministério do Novo Testamento, ao ministério do Espírito, ao ministério da justificação, ao ministério da reconciliação, ao ministério da Palavra, ao ministério da edificação do Corpo de Cristo, da casa de Deus.

Servir em Cristo, em espírito e em companhia

 Então esse ministério é um ministério corporativo; nenhum membro é suficiente em si mesmo; todos temos que participar da comunhão do corpo de Cristo; por isso diz: entrar em companhia para servir. Que curioso!  Alguém diria: servir para entrar?  Mas entrar em companhia para servir no tabernáculo de reunião, no corpo de Cristo?  Somente se pode servir em companhia, em comunhão; e este capítulo se escreveu para nos ensinar a ordem de prioridades, as disposições divinas para o avanço do acampamento de uma etapa a outra.  Por isso diz o seguinte: O ofício dos filhos do Coate no tabernáculo de reunião, no Lugar Santíssimo, oferece-se no espírito. O apóstolo Paulo diz em Romanos 1.9: “Porque testemunha me é Deus, a quem sirvo em meu espírito no evangelho de seu Filho”. Não somente a quem sirvo, mas a quem sirvo em meu espírito, que são duas coisas diferentes.  Servir em espírito, servir em companhia e em Cristo.  Aqui temos três requisitos do legítimo serviço a Deus em Cristo, em comunhão e em companhia; são três centralidades concêntricas, ou seja, que no puro centro está Deus mesmo, o Pai que emana por Cristo para nós Seu Espírito a nosso espírito, e daí ao corpo de Cristo, a Igreja.  Deus mediante, de minha parte, porque cremos que Deus nos dará outras partes com outros irmãos, estaremos seguindo uma sequência sobre estas três centralidades: Em Cristo, no Espírito e no corpo.  São três coisas que Deus estabeleceu como requisito para servir. Em Cristo de 30 a 50 anos; no Espírito no Lugar Santíssimo, e no ofício e em companhia.  Então são três coisas centrais que nunca devemos esquecer, e que temos que ter sempre no centro de nosso coração.  Deus sempre estará purificando nosso serviço para que não seja na carne, mas no espírito, para que não seja em Adão, mas sim para que seja em Cristo; que não seja na divisão, mas em comunhão, no corpo.  Trabalho legítimo que o Senhor merece, tem que ser em Cristo, no Espírito, e tem que ser no corpo de Cristo.

O caminhar do povo de Deus

Agora também, aparece uma ordem de prioridade na marcha, e diz assim: “4Quando tiver de mudar o acampamento, virão Aarão e seus filhos e desarmarão o véu da tenda, e cobrirão com ele a arca do testemunho”.

O acampamento está sempre se mudando, sempre está avançando; a nuvem guia o acampamento, e o Senhor começa a mover-se em Seu povo, e o Senhor faz um movimento em uma determinada direção. A Palavra diz que quando a nuvem se levantava, então o povo se levantava.  Eu sei que alguns irmãos já conhecem isto, mas outros ainda não o conhecem; então vamos honrá-los seguindo estes versículos diante deles.  Estamos agora em Números capítulo 9:15. Ali diz: “15O dia que o tabernáculo foi erguido (a casa de Deus, esse é o corpo de Cristo, a Igreja), a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho; e à tarde havia sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo, até a manhã”. Assim como no dia de Pentecostes, aquela Coluna de Fogo se repartiu em Línguas de Fogo sobre o verdadeiro tabernáculo, que é a Igreja. “16Assim era continuamente:  a nuvem o cobria de dia, e de noite a aparência de fogo.  17Quando se elevava a nuvem do tabernáculo, os filhos do Israel partiam (terei que adiantar-me); e no lugar onde a nuvem parava, ali acampavam os filhos do Israel”. Deviam parar, porque a nuvem guiava a povo por várias estações.  Estavam um tempo em um lugar, enquanto estavam aprendendo uma determinada lição nesse lugar; e quando o Senhor julgava que era hora de dar um passo adiante, então a nuvem os guiava a outra estação, a outro lugar.  Então por isso diz: “17Quando se elevava a nuvem do tabernáculo, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali acampavam os filhos do Israel. 18Ao mandato de Jeová os filhos do Israel partiam, e ao mandato de Jeová acampavam; todos os dias que a nuvem estava sobre o tabernáculo, permaneciam acampados”. Esse é o caminhar do povo de Deus.  Às vezes a nuvem se detinha por um período de tempo em uma estação até que Deus julgasse que já tinham aprendido a lição; quando o Senhor julga que essa maturação já está em seu ponto.  Porque só em Seu poder estão os tempos e as estações. Quando já julga que terá que dar a volta na torta porque já está cozida por um lado, agora terá que cozinhar o outro lado; então a nuvem se levanta e baixa a outro lugar que Ele conhece e aí nesse lugar se começa um novo processo, porque o que estava cru em outra parte começa a cozinhar-se. “19Quando a nuvem se detinha sobre o tabernáculo muitos dias, então  os filhos de Israel guardavam o regulamento de Jeová, e não partiam.  20E quando a nuvem estava sobre o tabernáculo poucos dias, ao mandato de Jeová acampavam, e ao mandato de Jeová partiam.  21E quando a nuvem se detinha da tarde até a manhã, ou quando pela manhã a nuvem se levantava, eles partiam; ou se tinha estado um dia, e de noite a nuvem se levantava, então partiam.  22Ou se dois dias, ou um mês, ou um ano, enquanto a nuvem se detinha sobre o tabernáculo permanecendo sobre ele, os filhos do Israel seguiam acampados, e não se moviam; mas quando ela se elevava, eles partiam”. Às vezes terei que partir de dia, às vezes terei que partir de noite, às vezes ao dia seguinte, às vezes era depois de um tempo, dois dias, um mês, um ano; enquanto a nuvem se detinha no tabernáculo sobre os filhos de Israel, continuavam acampados.  Terei que deixar o Senhor incubar essa situação, como a galinha choca seus pintinhos; não se levanta antes do tempo porque morrem os pintinhos que estão nos ovinhos, e quem sabe quanto tempo tem que ficar aí sentada, e quando já é a hora, os pintinhos começam a picar e a abrir o ovinho e já nascem os pintinhos; então se levanta a galinha, começa a andar e os pintinhos atrás.  Assim o Senhor sabe quanto tempo que tem que incubar sobre nós.  Ele nos comparou com isso.  Ele disse: “Quantas vezes quis juntar a seus filhos, como a galinha a seus pintinhos debaixo de suas asas, e não quis!”

Pondo ordem no caos  
Porque no livro do Êxodo estavam acostumados a fazer cada um como bem lhes parecia.  Além disso, depois de serem escravos no Egito, saíram em turba; mas então Deus começou a pôr ordem; assim como no princípio havia também desordem e a nuvem do Senhor, ou seja, o Espírito do Senhor começou a mover-se sobre a face das águas e começou a pôr ordem, começou a trazer luz, separava o dia da noite, separava o de cima do de baixo, e logo fazia brotar a vida e edificava para Si mesmo uma casa, ao homem a Sua imagem e semelhança; fazendo-se o trabalho do mover do Espírito de Deus.


Quando Israel saiu do Egito parecia mais ou menos um caos, mas o Senhor começou a mover-se sobre eles, libertou-os, começou a pô-los em ordem, começou-lhes a pedir que lhe fizessem um Santuário com determinadas disposições, que Ele ia morar no meio deles; e logo depois de que mais ou menos fizeram isso, então uma etapa tinha que ser seguida por outra; a do livro de Levítico; e aí em Levítico era necessário que o povo começasse a viver em função da casa de Deus, conforme os acertos de santidade da parte de Deus, conforme as ofertas estabelecidas Por Deus, os distintos aspectos da cruz de Cristo, do sacerdócio do Senhor, a coordenação do ministério.  Disso se fala precisamente no livro de Levítico. Quando essa etapa já estava, então se chegava ao livro de Números.  Se você comparar a situação do povo em Êxodo, quando estão logo saindo e com o que o Senhor estava pondo em ordem em Seu povo através de suas distintas jornadas, pode ver que através de cada nova revelação, o Senhor vai trazendo luz para ir pondo em seu lugar todas as coisas, para que todas as coisas estejam em seu lugar. Então neste livro de Números se começa a pôr o povo em ordem.  Primeiro se foram para onde queriam; mas esperem, vocês juntos vão fazerme um tabernáculo, e esse tabernáculo não vai se mudar quando vocês querem.  Eu vou lhes dizer como eu os vou treinar, quando levantar-se e quando ficar.  No princípio tudo era um caos, cada um saía para onde queria; como no livro dos Juízes, não havia rei em Israel, e cada um fazia o que bem lhe parecia; mas em Deuteronômio já o Senhor lhe diz: não farão mais como têm feito vós até agora, cada um como bem lhe pareça, mas no lugar que Jeová seu Deus escolher para pôr ali Seu Nome, ali irão e lhe servirão, ali oferecerão os holocaustos; ou seja, em Cristo, no Espírito e no Corpo de Cristo. Porque isso é o que representa o Santuário de Deus, onde Deus põe Seu Nome.  Representa primeiro a Cristo, representa também nosso espírito no Lugar Santíssimo e representa também a Igreja, que é o Corpo de Cristo.  Um só santuário, e ali lhe servirão; não farão como têm feito até agora; cada um como bem lhe parece, mas sim como o Senhor vai se movendo em meio de Seu povo, e vai ensinando a Seu povo a ordem de marcha.  Então, por isso diz aqui: “23Ao mandato de Jeová acampavam, e ao mandato de Jeová partiam, guardando o regulamento como Jeová o havia dito por meio de Moisés”. Isto é o que nos explica o capítulo 4 do livro de Números, verso 5, a frase em que nos detivemos, Números 4:5: "Quando tiver de mudar o acampamento", porque o Senhor sabia que há jornadas de Seu povo, havia várias mudanças do acampamento, todas dirigidas pelo Senhor; mas cada uma era uma etapa nova, e tinha que mudar o acampamento quando era a hora, quando o Senhor dava o sinal e a nuvem se levantava e começava a mover-se em algum lugar, em algum sentido.

Ordem na mudança 

Então tinha que levantar-se, seguir à nuvem em uma ordem estabelecida Por Deus, e essa ordem é o que está aqui justamente no capítulo 4 de Números; porque Números é o livro que põe ordem.  Por isso se chama Números, porque é para pôr ordem: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto.  O quinto não deve ir primeiro, o primeiro não deve ir em décimo primeiro, o sétimo não pode ir em quarto; o primeiro é o primeiro, o segundo é o segundo, o terceiro é o terceiro, o quarto é o quarto, e logo o que vem.  Há uma ordem no que o Senhor se está movendo sobre Seu povo. Seu povo está um pouco desordenado para pô-lo em ordem; então o primeiro com o que terá que tratar no traslado do acampamento, é como diz o verso 5: “5Quando tiver de mudar o acampamento, virão Aarão e seus filhos e desarmarão o véu da tenda, e cobrirão com ele o arca do testemunho; 6e porão sobre ela a coberta de peles de texugos, e estenderão em cima um pano todo de azul, e lhe porão suas varas”. Vemos que o primeiro que tem que ver é o véu.  Dão-se conta?  Tudo começa pelo Lugar Santíssimo; desarmar o véu para colocar ali os panos, a arca, e cobrir a arca com panos azuis e seguir avançando.  É uma ordem estabelecida Por Deus; o primeiro que se trata aqui é em re1ação com Cristo, inclusive antes da mesa dos pães, inclusive antes do castiçal, inclusive antes do incensário, é o assunto da arca, é o assunto do Lugar Santíssimo; começa tudo pelo Lugar Santíssimo.  “Virão Aarão e seus filhos e desarmarão o véu”.  Há coisas que estão em uma situação determinada, e terá que movelas a uma situação mais avançada, porque terá que mudar o acampamento, pois há uma maneira de fazê-lo mudar, uma maneira que é a que está aqui em figura. Diz: "Virão Aarão e seus filhos", ou seja, o sacerdócio; todo o povo do Senhor é sacerdote, mas aqui se está representando a autoridade delegada do sacerdócio de Cristo, e diz: "desarmarão o véu da tenda, e cobrirão com ele a arca do testemunho".  O primeiro é a arca, porque a parte que corresponde com a nuvem é primeiro a arca.  É todo o tabernáculo, mas primeiro o arca.  É todo o mobiliário do tabernáculo, mas primeiro a arca.  Quando vemos em Êxodo 25, "e farão Santuário para mim", o primeiro que descreve é a arca; depois descreve a mesa e o castiçal, um frente ao outro

As quatro coisas principais 
Como em Atos dos Apóstolos diz no capítulo 2 que a Igreja perseverava primeiro na doutrina dos apóstolos, que era a respeito de Jesus Cristo, na comunhão uns com outros e no partir do pão, que se relaciona com os pães da proposição, o castiçal, e nas orações; ou seja no altar de ouro e o incensário; quer dizer, que essa ordem que aparece aqui, essas quatro coisas, o arca, a mesa, o castiçal e o altar do incenso com o incensário, é a ordem.  São as primeiras coisas que se mudam, e essas quatro coisas se correspondem com aquelas quatro do livro dos Atos dos Apóstolos.


Para os irmãos que são mais novos, vamos ler esses versos.  Em Atos 2:42 está o caminho da Igreja; aquilo em que a Igreja, desde que foi fundada, perseverava nestas quatro coisas, nas quais andavam; e diz: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão uns com outros, no partir do pão e nas orações”. Aí estão as quatro coisas. Essas quatro coisas começam pela doutrina dos apóstolos. Agora, no que consiste a doutrina dos apóstolos? Aqui mesmo em Atos capítulo 5, verso 42 diz dos apóstolos: “E todos os dias no templo e pelas casas, não cessavam de pregar e ensinar a Jesus Cristo”. Claro que falavam outras coisas, mas tudo em relação com Jesus Cristo; então era como se só falassem de Jesus Cristo. Porque nada tem nenhum sentido se está separada de Jesus Cristo; não tem nem sentido nem valor. Em Cristo as coisas têm sentido e têm valor, têm realização, têm redenção, porque esse é o centro da doutrina dos apóstolos, Jesus Cristo.

A primeira centralidade é Cristo 
Claro que quando nós lemos as cartas deles, aí encontramos que falam de muitas coisas, mas em todas elas está sendo revelado Deus pelo por Jesus Cristo; ou seja, que Jesus Cristo é o tema central dos apóstolos; Jesus Cristo sendo ensinado e pregado.  A palavra grega didaké (ensino didático) e a palavra kerigma (proclamação), é o ensino didático corrente ordenado de tudo o relativo ao Senhor Jesus, a Sua pessoa, a Sua obra, a Sua doutrina; o essencial.  A Igreja não pode ter outro centro; a igreja não pode estar girando através de nenhuma outra coisa.  A igreja tem que ter esta primeira centralidade; a Igreja não deve ser descuidada em nada do relativo a Cristo.  O tesouro da igreja é Jesus Cristo; o que a Igreja tem que entender é a Jesus Cristo; a quem a Igreja deve conhecer é a Jesus Cristo; a quem a Igreja deve viver é a Jesus Cristo; a quem a Igreja deve testificar é a Jesus Cristo; a quem a Igreja tem que glorificar é a Jesus Cristo; ou seja, que a Igreja está centrada em Jesus Cristo.

Às vezes nos centralizamos em outras coisas; às vezes organizamos algo em função de algo particular, onde o centro não é Jesus Cristo; mas aqui diz a Palavra do Senhor que os apóstolos, todos os dias no templo e pelas casas, não cessavam de fazer duas coisas: de ensinar (aspecto didático) em forma ordenada, sequenciada, que é o que está debaixo da palavra didaké, em forma didática, que se traduz ensino, e também a palavra kerigma, que quer dizer proclamação; quer dizer, aquele tema conjuntural de aplicação do Senhor Jesus a qualquer junta, a qualquer necessidade.  A Igreja em qualquer momento deve pregar a Jesus Cristo e apresentar a Jesus Cristo como a solução para algo que se apresente no caminho; mas não só se prega, mas também se ensina; e não somente se ensina, mas sim também se prega. Não podemos ficar só com o ensino, porque constantemente temos necessidades práticas e esquecemos o depósito que foi encarregado à Igreja, como um conselho de Deus centrado no mistério de Cristo para estar constantemente recebendo-o integralmente, transmitindo-o constantemente.  Por isso se necessita que Jesus Cristo seja ensinado e seja pregado.  Esse é o centro da doutrina dos apóstolos; por isso é que quando ali diz que a Igreja é o povo do Senhor, seu perseverar em seu caminho se centrava nessas quatro coisas, a primeira das quais era a doutrina dos apóstolos; ou seja, que eles eram cristocentricos, porque os apóstolos ensinavam e pregavam a Jesus Cristo.
Na primeira epístola aos Corintios, capítulo 15, vamos ver como o apóstolo estabeleceu essas prioridades, e então nós aqui teremos estas prioridades. A primeira é Cristo, a segunda é o Espírito, a terceira é o Corpo de Cristo (a Igreja).  Diz em 1 Corintios, capitulo 15, os primeiros versos: “1Além lhes declaro, irmãos (esta é uma declaração apostólica do que é o evangelho em sua primeira essência), o evangelho que lhes preguei, o qual também receberam, no qual também perseveram; 2pelo qual do mesmo modo, se retiverem a palavra que lhes preguei, são salvos, se não crestes em vão.  3Porque primeiro (aí está a ordem de prioridade) ensinei-lhes o que deste modo recebi (quer dizer, que ele também o recebeu desta maneira, de Cristo, aí está; o primeiro é a pessoa, o Messias, o Filho de Deus): Que Cristo (aí está o primeiro desta declaração, o que é o evangelho, a doutrina apostólica: Cristo; segundo) morreu por nossos pecados, conforme às Escrituras (ou seja, a morte deCristo segundo todas as riquezas da palavra de Deus, a pessoa de Cristo e a obra de Cristo na cruz); 4e que foi sepultado (segue a sequência de Cristo), e que ressuscitou ao terceiro dia, conforme às Escrituras; 5e que apareceu a Cefas e depois aos doze”. E aí segue dando uma lista de todas aquelas pessoas que foram testemunhas oculares da ressurreição do Senhor Jesus.  Então nos fixemos irmãos, que o apóstolo Paulo tinha estabelecido um fundamento, e ninguém pode pôr outro fundamento que é o que está posto, o qual é Jesus Cristo.  O primeiro é Jesus Cristo. Quem é Jesus Cristo?  O evangelho trata de Jesus Cristo, de nos apresentar a Jesus Cristo; depende de quem críamos ser Jesus Cristo para nós, para chegar a aproveitar o que formos para Deus.  Se Jesus Cristo for para ti só um personagem histórico que aconteceu pela terra e ensinou uma ética mais ou menos parecida com a rabínica, muito pouco pode desfrutar do que realmente Deus tem para ti.  Tudo o que Deus tem para nós, tem-no a pessoa, obra e doutrina de seu Filho Jesus Cristo, e em Seu Espírito; amém. Então, irmãos, o Senhor Jesus, o que Ele é, é algo central.  Os apóstolos, no relativo a Jesus Cristo, eram muito cuidadosos. Entre outras coisas, nos diz João que não receba em casa a determinadas pessoas, se em relação a Jesus Cristo estão torcendo os assuntos; diz o apóstolo João na segunda carta.  “Se alguém vier a vós, e não traz esta doutrina, não o recebam em casa, nem lhe digam: Bem-vindo!” (2 João 10). quem lhe diz  bem-vindo participa de suas más obras.  A Igreja tem que conhecer Sua pessoa.

Cristo, o fundamento do Evangelho
Vamos a Romanos 1; ali nos diz o seguinte: “1Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado a ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus”.  Aqui Paulo está memorizando aquela passagem de Atos 3: “me apartem a Barnabé e a Saulo para a obra a que os chamei”.  Agora diz Romanos, separado para que?  “para o evangelho de Deus, 2que ele tinha prometido antes por seus profetas nas santas Escrituras”. Refere-se ao Antigo Testamento.  O Antigo Testamento é a preparação de Deus para o evangelho de Deus; o Antigo Testamento era a intervenção divina através dos profetas para tipificar, anunciar e fundamentar tudo o relativo ao evangelho.  Paulo no verso 3 nos diz qual é o tema central do evangelho, do que trata o evangelho de Deus; diz que Ele tinha prometido antes por seus profetas através das Escrituras, o evangelho a respeito de Seu Filho; ou seja, o tema central do Evangelho de Deus, é o Filho de Deus.  Aí começa tudo; esse é o fundamento: nosso Senhor Jesus Cristo.  Agora identifica quem é o Filho de Deus; diz que é Jesus e que é o Messias.  O que disse Pedro: “16Você é o Cristo, o Filho do Deus vivente. 17Então lhe respondeu Jesus: Bem-aventurado é, Simão, filho de Jonas, porque não lhe revelou isso carne nem sangue, mas meu Pai que está nos céus.  18E eu também te digo, que você é Pedro, e sobre esta rocha (e não diz sobre ti) edificarei minha igreja” (Mateus 16:16-18)..

Você acaba de confessar o que o Pai te revelou e essa revelação e essa confissão é a respeito do Jesus, como o Filho de Deus, como o Messias de Deus, o Cristo; sobre esta rocha edificarei minha Igreja.  Aí está o fundamento, sobre o Filho de Deus, Jesus o Cristo, morto por nossos pecados e ressuscitado e feito Senhor; o Messias feito Senhor e Cristo; sobre Ele está edificada a Igreja.  Ele tem que nos ser revelado, temos que conhecer ao filho, quando agradou ao Pai revelá-lo. Não lhe revelou isso carne nem sangue, a não ser meu Pai.  A Igreja tem que estar centrada, desfrutando do Senhor Jesus, conhecendo o senhor Jesus, ficando perplexa do Senhor Jesus. Irmãos, Deus não recebe outro sacrifício de nossa parte, a não ser o que Jesus Cristo fez para nós. Ninguém pode se aproximar de Deus com base em nenhuma outra coisa que não seja o Senhor Jesus; o melhor sacrifício que se pode apresentar é sua fé no Senhor Jesus; é seu apreço pelo Senhor Jesus; é seu conhecimento não somente intelectual; claro que toca o intelectual, mas prima pelo conhecimento espiritual do Senhor Jesus. Ao que conheça o senhor Jesus, aprecie-o, receba-o, viva-o, agradeça-lhe e só nele confie, esse é o único sacrifício que Deus realmente recebe, que apreço tem por Seu Filho. Não é nada que haja em ti, não é nada que você merece, não é nada que você pode; é quem é Jesus para ti, o que confessa Dele, qual é seu apreço pelo Senhor Jesus, até que ponto o conhece, de tal maneira que vá parecendo com Ele, de dentro para fora; isso o que importa para Deus; isso é o primeiro, isso é o fundamento, isso é o que Deus tem por valor, que possa confiar verdadeiramente nele; crer de todo coração.  Todos os sacrifícios que Deus deu para que no Antigo Testamento se apresentassem diante Dele para poder receber a Seu povo, representavam ao Senhor Jesus; e quantos sacrifícios eram? Eram de muitos tipos; necessitavase quantidade de bezerros e de cordeiros, de touros e de pombinhos; tinham que ser sacrificados milhares.  Quando havia festa tinha que sacrificar muitíssimos, porque o sacrifício do Senhor Jesus é muito grande; não podia ser representado com mesquinharia, tinha que ser representado por abundância, porque Ele é abundante, Sua obra é abundante.  Como Igreja nos reunimos ao redor do Senhor Jesus, a comer do Senhor Jesus, a apreciar ao Senhor Jesus, a receber o testemunho do que Ele fez.  O evangelho de Deus é a respeito de Seu Filho; disso se trata o evangelho de Deus.  Há algo no que Deus tem complacência, e é em Seu Filho, ainda antes de criar tudo; e toda a criação a fez para Seu Filho, e a fez em Seu Filho, e Seu anúncio é a respeito de Seu Filho, que conheçamos a respeito de Seu Filho Jesus Cristo, a quem Ele enviou; Jesus Cristo, a vida eterna.  O evangelho a respeito de Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que era da linhagem de Davi.  Aí começa a ter sentido todo o Antigo Testamento; que foi declarado Filho de Deus; começamos a ver os dois aspectos: Filho de Davi segundo a carne, representado pela madeira da arca; declarado Filho de Deus, aí está a Divindade, representada pelo ouro da arca.  Isso é o primeiro que tem que tratar em uma mudança do acampamento; onde terá que centrar-se sempre é em Jesus Cristo, porque o que realmente terá que mudar sempre é para uma posição mais avançada em nosso conhecimento em Cristo, nosso apreço por Cristo e nosso seguimento de Cristo; isso é realmente avançar; avançar para com Deus é o conhecer mais a Cristo, o apreciá-lo mais, o vivê-lo mais e segui-lo mais; somente isso é realmente o seguimento.  Logo se começa a falar já da obra Dele, porque recebemos a graça e o apostolado para a obediência à fé em todas as nações por amor a Seu nome (Romanos 1:1-5); aí aparece já o resultado do seguimento a Cristo o Rei; de seguir a Cristo é que resulta o Rei.  Não há reino sem seguir a Cristo. Então voltemos para Números capítulo 4:5: “Quando tiver de mudar o acampamento, virão Aarão e seus filhos e desarmarão o véu da tenda, e cobrirão com ele a arca do testemunho”.  Em Hebreus capítulo 10 nos diz que esse véu é a carne de Cristo; o primeiro é conhecer ao Senhor em Sua pessoa, em Sua obra, em Sua encarnação, cada vez mais profundamente; e diz: “cobrirão com ele a arca do testemunho”; essa arca representa a Cristo, não em uma forma simples, mas em uma forma completa, os distintos aspectos de Sua pessoa e de Sua obra objetiva para com o Pai na cruz e substitutiva aplicada a cada um de nós como pessoas; todos nós juntos como corpo, porque a obra do Senhor Jesus não é só para indivíduos.  O Senhor Jesus não só morreu na cruz para perdoar pecados de pessoas, mas também como diz Efésios, para purificar à Igreja; para purificar não só pessoas mas também à Igreja, e para apresentar não só a um salvo, mas também uma Igreja salva, Santa e gloriosa, sem mancha, a obra de Deus corporativa, e não só individualismos.  Por isso é que depois da arca, cabe-lhe o turno à mesa dos pães da proposição e ao castiçal, que é o partir do pão; ou seja, a expressão prática da vida da Igreja; e as orações são o incensário, que é o ministério sacerdotal do povo do Senhor: liturgia sacerdotal do povo. Então diz no verso 6: “E porão sobre ela a coberta de peles de texugos”, ou seja, todo o aspecto da vida do Senhor Jesus.  Recordem que quando se olhava de fora para a casa de Deus, o que se via por fora eram duas coisas: a cortina do átrio, que era de linho fino, e a tenda dentro que estava coberta por peles de texugos; a parte visível que é com aparências; porque o ouro, a prata, o mobiliário, tudo isto estava dentro da glória.  A parte mais visível são as peles dos texugos.  O linho fino são as ações justas dos Santos. Um povo zeloso de boas obras.  De fora se vê gente comum e corrente, apresentado assim sem formosura e sem aparência, como se diz de Jesus.

Assim como não lhe conheceram ele, tampouco a nós; já somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que temos que ser, por isso o mundo não nos conhece.  O mundo vê por fora pessoas comuns, como aqueles bichinhos no deserto.  Somos texugos, mas fazendo já boas obras; quer dizer, as cortinas, mas de linho fino; Seu povo comum, zeloso de boas obras.  Então aqui aparecem os texugos, e diz: “E estenderão em cima um pano todo de azul”.  Nenhum dos outros tem o azul por fora.  Quando você vê depois, quando cobrem a mesa, quando cobrem o altar, e antes do altar, o castiçal, verá que por fora sempre vão os texugos. No único caso aonde os texugos e as peles vão por dentro e o pano de azul vai por fora, é no caso da arca; porque o azul representa o celestial.  Como o Senhor Jesus já foi glorificado, é nosso precursor. Então Ele já foi glorificado em Sua carne, naquela passagem de Hebreus 2:9: “Mas vemos aquele que foi feito um pouco menor que os anjos, a Jesus, coroado de glória e de honra, por causa do padecimento da morte, para que pela graça de Deus provasse a morte por todos”. Não vemos as outras coisas que lhe sejam sujeitas, mas aquilo o vemos em glória; ou seja que o azul já não o tem escondido, mas manifestado.  Por isso é que como Ele é o precursor, então por isso tem o sinal de ter ressuscitado primeiro, de ter subido em glória como precursor, de ter o celestial já por fora com um corpo glorificado, e já todos sabemos que a arca é Ele.  Ele é aarca porque é a única que tem o azul por fora; o resto está por dentro ainda.  Já somos filhos de Deus mas ainda não se manifestou o que temos de ser.  Ainda não vemos que todas as coisas lhe são sujeitas, mas vemos aquele que foi feito menor que os anjos, coroado de honra e de glória; é o Senhor Jesus à mão direita do Pai.  Por isso fica assinalado entre todos os montinhos que existem por aí; esses montinhos com Ele à cabeça.  O Senhor é o centro que tem que ser seguido.  Então esta parte é para que vejamos o lugar preeminente de Cristo, a primeira centralidade que temos que desenvolver.


sexta-feira, 17 de maio de 2019

SEGUNDA APROXIMAÇÃO

A MUDANÇA DE ACAMPAMENTO
Tipologia veterotestamentária para nosso ensino Tomamos a leitura bíblica no Antigo Testamento, livro dos Números 9:15-23: “15O dia que o tabernáculo foi levantado, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho; e à tarde havia sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo, até a manhã. 16Assim era continuamente: a nuvem o cobria de dia, e de noite a aparência de fogo. 17Quando se elevava a nuvem do tabernáculo, os filhos do Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali acampavam os filhos de Israel. 18Ao mandato de Jeová os filhos de Israel partiam, e ao mandato de Jeová acampavam; todos os dias que a nuvem estava sobre o tabernáculo, permaneciam acampados. 19Quando a nuvem se detinha sobre o tabernáculo muitos dias, então os filhos de Israel guardavam a ordem de Jeová, e não partiam. 20E quando a nuvem estava sobre o tabernáculo poucos dias, ao mandato de Jeová acampavam, e ao mandato de Jeová partiam. 21E quando a nuvem se detinha da tarde até a manhã, ou quando pela manhã a nuvem se levantava, eles partiam; ou se tinha estado um dia, e de noite a nuvem se levantava, então partiam. 22Ou se dois dias, ou um mês, ou um ano, enquanto a nuvem se detinha sobre o tabernáculo permanecendo sobre ele, os filhos de Israel seguiam acampados, e não se moviam; mas quando ela se elevava, eles partiam. 23Ao mandato de Jeová acampavam, e ao mandato de  Jeová partiam, guardando o mandato de Jeová como Jeová o havia dito por meio de Moisés ”. Tremenda passagem. Eu sei que meus irmãos entendem que não somente estamos lendo uma história do passado; sim, claro, é história do passado; sim, claro, é histórico, isto aconteceu assim; mas a intenção de Deus é começar a pôr ordem no meio de Seu povo e a ensinar  Seu povo a seguir a nuvem de Sua presença. O que aconteceu no passado, aconteceu como um exemplo para seu povo no futuro, nos dias de hoje.

 Eu acredito que com uns dois ou três versos que pudéssemos ler no Novo Testamento compreenderíamos que estamos virtualmente obrigados a interpretar esta passagem, não somente no sentido histórico, o qual sim é, mas também no sentido alegórico, de exemplo, de tipologia, o qual é o que nos cabe hoje de maneira muito direta. Assim vamos ler duas ou três passagens clássicas a respeito disto no Novo Testamento. Comecemos por exemplo, na epístola de Paulo aos Romanos; vamos entrar ali no capítulo 15, um desses versículos que nos obrigam a tomar nós hoje muito a sério esta história que estamos lendo do povo do Israel. Leiamos em Romanos capítulo 15:4

“Porque as coisas que se escreveram antes, para nosso ensino se escreveram, a fim de que pela paciência e a consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. Para isso se escreveram.Na primeira epístola aos Corintios, capítulo 10, também encontramos outra passagem que nos obriga deste modo a ler com supremo cuidado e com aplicação neotestamentária, ou para nós, na época do Novo Pacto, estas passagens do Antigo que estamos lendo. Ao longo de todo o capítulo 10 da primeira carta aos Corintios, o apóstolo Paulo vem narrando os distintos passos que teve o povo de Israel quando saíram do Egito, quando estiveram sob a nuvem, passaram o mar, quando comiam o maná no deserto; com todas as coisas que lhes aconteceram em sua peregrinação, especialmente registradas neste livro de Números que estamos lendo, e depois de ir narrando e recordando aquelas coisas registradas durante os Livros de Moisés, diz-nos o versículo 6 deste capítulo mencionado: “Mas estas coisas aconteceram como exemplos para nós, para que não cobicemos coisas más como eles cobiçaram”, nem isto, nem o outro, nem o outro, segue dizendo até o verso 10 e no verso 11, volta e diz: “e estas coisas lhes aconteceram como exemplo, e estão escritas para nos admoestar a nós, a quem tem alcançado os fins dos séculos”. Me permito realçar que estas coisas aconteceram como exemplos e estão escritas para nós, para nos admoestar a nós a quem tem alcançado os fins dos séculos. Me acompanhem também a uma terceira testemunha disto, na epístola aos Hebreus, no capítulo 3, ali nos versículos 5 e 6 nos diz o seguinte: “E Moisés na verdade foi fiel em toda a casa de Deus, como servo”, e note por favor nesta frase seguinte, a frase final do versículo 5 de Hebreus 3: “Moisés na verdade foi fiel em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar”, ou seja, a fidelidade de Moisés não tinha que ver somente com sua própria época: Deus estava soberana e providencialmente seguindo cuidadosamente os passos de Seu povo Israel, junto com o Moisés, porque Deus estava preparando naquela época um testemunho para esta época. Deus estava trabalhando o Antigo Testamento em função do Novo Testamento; por isso diz: “Moisés foi fiel em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho do que se haviam de anunciar”; o que ia se dizer, tinha-se que dizer agora durante o tempo do Novo Testamento, mas utilizando como tipologia, como alegoria, como exemplo, como figura, o que aconteceu com Moisés e com o povo de Israel no Antigo Testamento. O verso 6 diz: “Mas Cristo como filho sobre sua casa, a qual casa somos nós, se retivermos firme até o fim a confiança e o nos glorificar na esperança”.
 Aqui o autor aos Hebreus está fazendo o traslado e mostrando o melhor, o Pacto Novo em relação ao Antigo Pacto, do qual diz que era somente figura; o mesmo diz mais adiante no capítulo 9 e no capítulo 10 da mesma epístola aos Hebreus. Olhemos por exemplo no capítulo 9; ao princípio diz: “Agora bem, o primeiro pacto tinha regulamentos de culto e um santuário terrestre. Porque o tabernáculo estava disposto assim...”; e começa a descrever com certo detalhe o que havia no Santíssimo, o mobiliário que havia ali: o arca, o incensário, o que havia no Lugar Santo: o castiçal, a mesa dos pães; o que havia no átrio, e depois de descrever aquelas coisas, aquelas disposições tipológicas, diz então no versículo 8: “Dando o Espírito Santo a entender com isto que...”; quer dizer, com estas disposições do tabernáculo, do mobiliário, etc., algo próprio do Novo Testamento. A sombra das coisas verdadeiras

A intenção de Deus era dar um testemunho para o que hoje, no tempo da graça, da Igreja do Novo Pacto, do Novo Testamento, devia dizer-se. Então aquelas disposições antigas eram para que o Espírito Santo as utilizasse hoje e nos pudesse dar entendimento com estas ferramentas. Uns versículos mais adiante, ou seja no 9, diz: “o qual é símbolo para o tempo presente”, o qual é símbolo. Estas coisas, aconteceram como exemplo; também diz que são figuras. Na página seguinte, no versículo 23 de Hebreus 9, diz: “Foi, pois, necessário que as figuras das coisas celestiais fossem purificadas assim; mas as coisas celestiais mesmas, com melhores sacrifícios que estas”. Então aqui o escritor aos Hebreus, pelo Espírito Santo, faz a diferença entre as figuras das coisas celestiais e as coisas celestiais mesmas. Hoje no Novo Testamento começam as coisas celestiais mesmas que estavam figuradas, simbolizadas, alegorizadas no Antigo Testamento. Em Hebreus 10:1, diz o mesmo: “Porque a lei, tendo a sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca pode, pelos mesmos sacrifícios que se oferecem continuamente cada ano, fazer perfeitos aos que se aproximam”. A lei tendo a sombra. A lei tendo a sombra, realçamos, dos bens vindouros.

Há muitas passagens mais sobre isto, irmãos; por exemplo na epístola de Paulo aos Colossenses, capítulo 2, lemos nos versículos 16 e 17: “16portanto, ninguém vos julgue pela comida ou pela bebida, ou quanto a dias de festa, lua nova ou dias de repouso, 17tudo o qual é sombra do que tem que vir; mas o corpo é de Cristo”. Tudo o qual, essas ordenações de comidas, de bebidas, de luas novas, de dias de festa, de sábados, tudo o qual é sombra do que tem que vir, mas o corpo, o corpo que é o que produz a sombra, o corpo é de Cristo. Sim, há uma luz que está projetando-se para o futuro, para diante, algo, antes que entre o corpo, a luz que o está anunciando faz que o corpo projete uma sombra e primeiro chega a sombra. Quando você olha a sombra, você sabe mais ou menos, que tipo de corpo é o que está se aproximando. Se passar um pequeno cão, você olha a sombra e diz, aí vai um cão; se for de um homem, ou é uma mulher, ou é um menino, não é uma bicicleta, porque você vê projetado primeiro na sombra, mas depois chega o corpo real. Assim o Antigo Testamento com seus regulamentos de comidas, de bebidas, de sábados, de luas novas, de dias de festa como a páscoa, como os ásmos, como as primícias, como Pentecostes, como a expiação, como as trompetas, como os tabernáculos, todas aquelas festas e regulamentos eram sombra do que tinha que vir; mas o que tinha que vir, o corpo, a realidade daquelas sombras é Cristo. Hoje estamos no Novo Testamento, estamos na época da realidade do que aquelas sombras falavam. Mas Deus quis falar primeiro com sombras para que tivéssemos as ferramentas para poder entender a Deus e Deus queria que o mesmo Senhor Jesus, os apóstolos e a Igreja, utilizassem aquilo de maneira legítima como figura, como sombra, como exemplo, como alegoria. Em Gálatas, por exemplo, nós também lemos. Se vocês querem me acompanhar na leitura, cada um dos irmãos em suas próprias Bíblias. Os irmãos mais antigos sabem que estas coisas são assim, mas os irmãos mais novos precisam ir compreendendo em suas Bíblias. Então olhem por favor, em Gálatas capítulo 4, versículos 21-24: “21Me digam (diz o apóstolo Paulo), os que querem estar sob a lei: não ouvistes a lei? 22Porque está escrito que Abraão teve dois filhos; um da escrava e o outro da livre.  23Mas o da escrava nasceu segundo a carne; mas o da livre, pela promessa”.  24O qual é uma alegoria”. Claro que era uma história. A história de Abraão, de Sara, de Agar, é uma história real como a de Simon Bolívar, como a do Santander, como a do Napoleão, inclusive sagrada, não somente secular. Entretanto, Paulo não somente está lendo uma história. Quando Paulo lê a vida de Abraão, Paulo pelo Espírito Santo está percebendo uma alegoria e pelo Espírito Santo diz: “o qual é uma alegoria” e começa a explicar a alegoria, “pois estas mulheres são os dois pactos”; e começa a explicar que Sara representa o Novo Pacto, que Agar representa o Antigo Pacto, etc.  De maneira que isto nos dá a chave para fazer uma leitura espiritual, posicionados no Novo Testamento, em Cristo, no Espírito, na nova criação, dá-nos essa posição para ler dali o Antigo Pacto. Assim há diferentes maneiras, digamos, duas principais, de ler o Antigo Pacto. Na segunda carta aos Corintios, o capítulo 3, diz o apóstolo São Paulo que alguns quando leem o Antigo Pacto o leem com um véu sobre seu entendimento; mas há outra maneira de ler o Antigo Pacto, sem o véu, diz assim o apóstolo Paulo.  Embora todo o capítulo 3 se refere a isto, entretanto, lemos no versículo 12: “12Assim, tendo tal esperança, usamos de muita franqueza; 13e não como Moisés, que punha um véu sobre seu rosto, para que os filhos de Israel não fixassem a vista no fim daquilo que tinha que ser abolido. 14Mas o entendimento deles (não é de todos, não o da Igreja, não o dos redimidos em Cristo, mas os judeus que liam a Moisés e o dos que liam como eles) embotou-se; porque até o dia de hoje, quando leem o antigo pacto, fica o mesmo véu não descoberto, o qual por Cristo é tirado. 15E ainda até o dia de hoje, quando se lê a Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. 16Mas quando se converterem ao Senhor o véu se tirará”. Agora que as pessoas estão em Cristo, agora que as pessoas estão no Espírito, então podem ler atrás do véu, compreender o sentido espiritual, o testemunho que Deus está figurando e assinalando

 Agora vamos ver em Romanos, porque é necessário que nós à luz do Novo Testamento e para a causa do Novo Testamento, devemos fazer uso legítimo, não legalista, não judaizante, mas o uso legítimo, o uso neotestamentario das passagens do Antigo Pacto, como o que líamos no começo. Romanos capítulo 16, versículos 25 e 26. Ali diz pelo Espírito Santo o apóstolo Paulo: “25E ao que pode lhes confirmar segundo meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, segundo a revelação do mistério que se manteve oculto desde tempos eternos, 26mas que foi manifestado agora, e que pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, deu-se a conhecer a todas as gentes para que obedeçam à fé”. Pelas Escrituras dos profetas, esse é o Antigo Testamento. O mistério que antes tinha estado oculto em Deus é revelado no Novo Testamento pela pregação de Jesus Cristo e o Evangelho apostólico, mas com o uso do Antigo Testamento e por mandato de Deus.  Por isso diz: “O mistério que esteve oculto desde tempos eternos, mas que foi manifestado agora”; esse agora é o Novo Testamento, a revelação própria do Novo Testamento, o mistério foi manifestado agora, e pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno. O Deus eterno mandou que fazendo uso das Escrituras dos profetas do Antigo Testamento, hoje o mistério que tinha estado oculto seja manifestado aos Santos, aos gentis para a obediência à fé do Evangelho. Assim que a pregação de Jesus Cristo e o Evangelho apostólico de que Paulo diz “meu Evangelho”, revelam hoje o mistério que estava oculto, mas fazendo uso das Escrituras dos profetas; ou seja, do Antigo Testamento e isto segundo o mandato do Deus eterno.  

O Deus eterno, Yahveh Elohim, Jeová Deus, o único Deus verdadeiro, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, mandou que hoje, na época do Novo Testamento, o mistério que estava oculto nele, seja manifestado à Igreja pelas Escrituras dos profetas; quer dizer, fazendo um uso legítimo do Antigo Testamento. Não estamos lendo o Antigo Testamento para submeter legalistamente os irmãos à lei como se esta fosse o meio de salvação, mas sim estamos lendo o Antigo Testamento para discernir o exemplo, a sombra, a figura, a alegoria, o testemunho do que hoje tinha que se dizer. Tudo isto se escreveu para nós. Agora, diz-nos a Palavra do Senhor que Yahveh Elohim, Jeová Deus, começou a treinar seu povo, quando seu povo estava escravo no Egito e foi liberto através da páscoa, através da morte do cordeiro, do derramamento de seu sangue, da cobertura do sangue do cordeiro e de comer o cordeiro com pães asmos, sem levedura e com ervas amargas. O povo então saiu livre do Egito, foi batizado no Mar Vermelho, na nuvem e em Moisés, como diz a primeira carta aos Corintios; mas saiu como um turba, ainda não como uma tropa; por isso é que depois do livro do Êxodo não vem ainda o livro de Josué, porque terei que fazer muitas coisas com o povo de Deus, para que o povo pudesse realmente, como no tempo, de Josué, tomar posse da terra e de cidade após cidade. Construindo o verdadeiro tabernáculo Assim de forma desordenada, como recém-saídos, como quando se tem um cãozinho amarrado muito tempo, de repente lhe soltam a corrente e o cão sai correndo para todas as partes por um momento até que depois vai se acalmando, vai se acalmando e logo volta para perto de onde o tinham amarrado, porque ali era onde costumava comer.

 Assim, quando o povo do Senhor logo saiu livre, saiu com muita alegria, mas saiu muito desordenado; cada um fazia o que bem lhe parecia; então o Senhor tinha que começar a pôr ordem, pouco a pouco, no meio do Seu povo e para isso é que desce a nuvem da presença da glória de Deus, para pôr ordem no meio de Seu povo.
Assim como no livro do Gênesis diz que no princípio havia um caos, diz que a terra estava desordenada e vazia, depois que Deus criou o céu e a terra, em Sua Palavra diz que a terra estava desordenada e vazia, mas diz que o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. O Espírito de Deus começa a pôr ordem no caos, na desordem das águas e começa a separar a luz da escuridão, o de cima e o de baixo, e começa a reunir as águas em um lugar, isto vai aqui e a terra vai aqui e logo faz brotar as plantas e começa a colocar em seu lugar os luminares e faz produzir às águas animais e faz produzir à terra planta e animais e logo por fim vai edificando uma casa, um tabernáculo que se chama o homem para que Deus possa, por fim, repousar; e era um trabalho de Deus sobre o caos pondo ordem e essa ordem começa primeiro com a luz. Quando há luz, então sabemos onde está o dia e onde está a noite. No princípio não havia nem dia nem noite, tudo era uma confusão; depois de que há luz se sabe o que é dia e o que é noite; então Deus começa a separar o que é celestial do que é terrestre. E assim também fez Deus com Seu povo no livro do Êxodo.  O povo saiu como uma turba, mas terei que pôr em ordem o povo; por isso lá em Êxodo, Deus diz a Moisés: Moisés, fale com o povo que façam um santuário para mim, conforme o modelo que Eu te mostrei no monte. Quando eles estavam no Egito, eles tinham os modelos do mundo em sua mente e embora haviam sido salvos e libertos, muitos dos parâmetros, dos paradigmas de seu entendimento, eram conforme o Egito; eles tinham saído do Egito, mas ainda o Egito não tinha saído completamente deles. Deus tinha que começar a mover-se, como se movia no meio do caos, sobre aquele turba de seu amado povo para começar a pôr ordem. E começou a lhes dizer que deviam lhe erigir um santuário, um tabernáculo; e logo começa o Senhor a dizer como haveriam de servir coordenadamente ao redor desse santuário único; porque diz aí em Deuteronômio 12, onde o Senhor fala do santuário único: “8Não farão como tudo o que fazemos nós aqui agora, cada um o que bem lhe parece, 9 porque até agora não entrastes no repouso e na herança que lhes dá Jeová seu Deus”. Não, quando entrarem na terra que Jeová jurou a seus pais, farão isto e farão aquilo, derrubarão isto, derrubarão aquilo, mas levantarão isto em nome do Senhor; Ele estabelecerá um lugar, porá seu nome nesse lugar, ali acudirão, a esse nome, esse lugar procurarão e ali oferecerão os holocaustos, e se cuidem, de não fazer isto que virem. Eles no Egito estavam acostumados a fazer as coisas à maneira deles, mas o Espírito de Deus que se movia também sobre Seu povo começava etapa após etapa, jornada após jornada, amadurecimento após amadurecimento, pegada após pegada, a ensinar a Seu povo como é que iriam tomar a terra. Por isso é que depois de Êxodo, não vem Josué; vem Levítico, porque em Êxodo está a ordem de levantar um santuário e exercer um sacerdócio. No capítulo 25 e 26 de Êxodo, Deus começa a dar a ordem de edificar um tabernáculo conforme o modelo que Ele quer. Agora, claro que Moisés foi fiel em toda a casa de Deus como servo para testemunho, mas hoje nós somos a casa de Cristo, aquele tabernáculo era somente figura do verdadeiro tabernáculo de Deus com os homens que é o corpo de Cristo; que é a casa de Deus, que é a Igreja, sem sobrenome, a Igreja do Senhor. São Pedro diz: “Sois edificados como  casa espiritual e sacerdócio santo”. Notem que São Pedro tinha em sua mente Êxodo. Nos capítulos 25 e 26 aparece a edificação do tabernáculo e nos capítulos 27 e 28 aparece o sacerdócio. E ele diz: “Sois edificados como casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por meio de Jesus Cristo”. E depois em Êxodo, de contar da casa e o sacerdócio, conta do sacrifício e aí aparece Levítico onde aparecem as distintas variedades dos sacrifícios, o sacrifício pelas transgressões, o sacrifício pelo pecado, o sacrifício de paz, a oferta movida, o holocausto totalmente queimado, a oferta de farinha misturada com azeite, a oferta de grãos e todos aqueles tipos de ofertas e sacrifícios que representam os diferentes aspectos da obra única do sacrifício único do Senhor Jesus Cristo feito uma vez para sempre. Mas é tão rico, é tão profundo o sacrifício do Senhor, que Deus o Pai teve que simbolizá-lo através de muitos tipos de sacrifícios no Antigo Testamento; e Deus está reunindo Seu povo ao redor de Cristo. Logo quando chegamos a Números, quando Deus já tem feito levantar um só tabernáculo e um só sacerdócio coletivo, o ministério do Antigo Pacto, onde todos os ministros trabalhavam em coordenação para edificar uma só casa para Deus, isso era a figura; então aí sim começa o Espírito de Deus a pôr ordem nas tribos e a formar o exército de Israel ao redor da única casa de Deus.

 E agora sim estavam ao norte: o acampamento de fulano, de ciclano e de beltrano; ao sul, o acampamento de fulano, de beltrano e de ciclano; ao oriente, o acampamento de ciclano, de fulano e de beltrano; ao ocidente o acampamento de fulano, de beltrano e de ciclano. Ao norte, ao sul, a leste, a oeste, assim como na Nova Jerusalém, há três portas ao norte, três portas ao oriente, três portas ao ocidente, três portas ao sul. Deus começa a pôr ordem em seus exércitos para que pudessem depois preparar-se, alistar-se, através de Deuteronômio, com todas as leis para poder entrar e possuir a terra, conforme o modelo de Deus.  Então sim chega a hora de Josué quando o povo do Senhor começa a tomar cidade após cidade; mas se eles tivessem seguido como um turba e não como a tropa que foi formada em Números, não iriam poder tomar a terra. De fato, quando não seguiam ao pé da letra as instruções de Deus, eram derrotados; quando deixavam algum anátema, algo que eles deixavam que Deus não quisesse, ou se faziam tolos, ou algum deles mantinha algo em oculto; causava perturbação e Deus assinalava Sua desaprovação mantendo-se ao lado e deixando a Seu povo que fosse derrotado. Irmãos, como dizem as Escrituras, todas estas coisas lhes aconteceram como exemplo e estão escritas para nos admoestar a nós, a quem tem alcançado os fins dos séculos. Aquilo era um testemunho do que se teria que dizer no Novo Pacto, no Novo Testamento, um símbolo, uma alegoria, uma sombra, uma figura, um tipo, tipologia. Hoje nós devemos compreender que Deus ao longo da história conduz a Seu povo de triunfo em triunfo e de glória em glória. Primeiro terá que triunfar em algo para estar preparados para triunfar em algo mais à frente, para estar a sua vez preparados para triunfar em algo muito mais à frente. Seu povo deve conhecer primeiro esta glória, para estar preparados para conhecer uma glória ainda maior. Se formos fiéis no pouco, estaremos preparados para o muito, mas se não, estaremos dando voltas e voltas no deserto e nos terá deixado a nuvem da presença de Deus. É normal que um menino de um ano suje as fraldas; permite-se que o faça até os dois anos, mas a partir dos dois anos o menino já tem que aprender a controlar os esfíncteres e o que se podia permitir ao menino quando tinha um ano, não se permite ao moço quando tem sete anos, muito menos quando têm quinze ou vinte e um. E assim depois de que se aprendem as lições do  primeiro grau, então vem o segundo; quando se aprendeu a do segundo, passa-se ao terceiro e assim sucessivamente. Por isso diz a Palavra de Deus em um versículo que, acredito que todos nos sabemos de cor; é o que está ali em Provérbios 4:18: “Mas o caminho dos justos é como a luz da aurora, que vai aumentando até que seja dia perfeito”. O caminho dos justos é o caminho, e o caminho é o Senhor Jesus que foi conhecido e compreendido por sua Igreja à medida que Ele se vai formando em Seu povo e conduzindo a Seu povo de triunfo em triunfo e de glória em glória. As jornadas e lições do Senhor Parece que o Senhor apresenta jornadas. No livro de Números, vocês vão ver uma lista de quarenta e duas jornadas. No capítulo 33 de Números vocês podem notar que Deus mandou a Moisés que escrevesse as jornadas do povo do Israel; ou seja que a intenção de Deus não era que aquelas lições se perdessem com eles no deserto e morressem com os que ficaram prostrados ali. A intenção de Deus, era que se escrevessem para nos admoestar a nós; por isso diz ali em Números, no capítulo 33, do versículo 1: “1Estas são as jornadas dos filhos de Israel que saíram da terra do Egito por seus exércitos, sob o comando de Moisés e Aarão.  2Moisés escreveu suas saídas conforme a suas jornadas por mandato de Jeová. Estas, pois, são suas jornadas segundo as suas saídas”. Líamos ali em Números 9, a primeira passagem, que constantemente o povo estava saindo e chegando e acampando. Durante um tempo permaneceram sob a nuvem da glória, da presença de Deus. Deus mantinha a Seu povo em uma determinada estação para aprender uma lição.

 Quando Deus julgava que Seu povo já tinha aprendido essa lição, então a nuvem se levantava e o povo de Deus já não sentia o mesmo que no princípio; parece que tudo é o mesmo de sempre. Então a nuvem do Senhor começa a dirigir-se para a próxima estação; se o povo não colocava atenção ficava; o povo não podia adiantar-se nem ficar, mas sim devia pôr atenção para onde se dirigia a nuvem de Deus. E quando a nuvem se levantava, os filhos de Israel partiam e quando a nuvem se detinha os filhos de Israel acampavam. Ao mandato de Jeová partiam e ao mandato de Jeová acampavam. É Deus mesmo que conhece as estações de Seu povo. Uma vez os apóstolos, quando ressuscitou o Senhor Jesus (é o que diz o capítulo 1 do livro de Atos), perguntaram ao Senhor Jesus: Senhor, restaurará o reino a Israel neste tempo? E o Senhor Jesus lhes respondeu: Não lhes cabe a vós saber os tempos e as estações que o Pai pôs em Seu exclusivo poder. Não é nenhum homem aquele que diz quando o povo parte e até quando fica em uma situação; é Jeová; e Jeová assinala pelo movimento da nuvem, pelo movimento de Seu Espírito, de Sua presença e de Sua glória. “Ao mandato de Jeová partiam e ao mandato de Jeová acampavam”. Deus está levando a Seu povo, pouco a pouco, etapa por etapa, de triunfo em triunfo e de glória em glória como a luz da aurora. E o povo de Deus passa por diferentes etapas e Deus é o que conhece as estações. Quando uma senhora está cozinhando, ela dá umas provadinhas pra ver se o arroz já está pronto. Não, ainda está duro, terá que seguir cozinhando. Ah! Falta um pouquinho de sal, ou exagerei no sal; tenho que jogar um pouco de água; enfim, a senhora cozinheira sabe qual é a estação de sua comida; assim é também o Senhor, como um padeiro, sabe se a massa já está cozida, porque se assar mais da conta queima o pão, mas se assar menos da conta, fica crua. Então o Senhor conhece seu povo. As estações e os tempos estão só no poder do Pai e por isso é que é ao mandato de Jeová que o povo parte, e ao mandato de Jeová que o povo acampa. Por que as estações? Se já estiver em alguma estação, se ainda tem que aprender algumas lições ou se tiver que aprender lições novas de Deus, da mesma Palavra invariável de Deus, mas cada vez mais profunda, Deus sabe quando é a hora que o povo parte; por isso se fala de jornadas, em plural, de saídas e chegadas. Ao mandato de Jeová partiam. Se vocês lançarem um olhar panorâmico a este capítulo 33 de Números, se darão conta que diz: “De Ramesés...”. Ali no Egito onde estavam fazendo tijolos para o faraó Ramsés. “De Ramesés partiram no primeiro mês...”. Logo no verso 5 diz: “Saíram, pois, os filhos do Israel de Ramesés e acamparam em Sucote”. Ali em Sucote aconteceram certas coisas e o povo aprendeu certas lições; mas logo diz: “6Saíram de Sucote e acamparam em Etam”. Logo diz: “7Saíram de Etam e voltaram sobre o Pi-Hairote”, etc. Saíram de Pi-Hairote... Saíram de Mara.... Saíram de Elim.... Saíram do mar vermelho.... Saíram do deserto de Sim.... Saíram de Dofca.... Saíram de Alus.... Saíram de Refidim.... Saíram do deserto do Sinai.... Saíram do Quibrot-Taavá..., etc. Cada um desses estranhos nomes era uma estação na que a nuvem de Deus guiava a Seu povo. Deus guia a Seu povo a ter certo tipo de experiências para aprender certas lições, e quando já o grosso do povo que tem que avançar aprendeu essas lições, a nuvem se levanta e os guia a aprender outra lição e isto é necessário fazer assim, porque se não vai nos acontecer uma coisa: nos queimamos por uma lado e ficamos crus pelo outro lado.

 Notem comigo em uma expressão deste tipo no profeta Oséias, capítulo 7, versículo 8. Ali diz Deus pela palavra profética a seguinte expressão: “Efraim se misturou com outros povos; Efraim foi torta não virada”.Efraim foi torta não volteada. As senhoras que fazem tortas sabem o que é uma torta não virada. Quando não se discerne o momento de passar a torta da parte de baixo à parte de cima para que se cozinhe a outra parte da torta, o que acontece? Queima-se por um lado e fica crua pelo outro. Então Deus faz com que Seu povo aprenda certas lições, que se vá cozinhando, mas assim como ao frango lhe dão voltas e voltas para que se asse por todos os lados, irmão, cada vez que passar por onde vendem frangos, lembre-se que Deus está te dando voltas e voltas, porque Deus quer que sejamos perfeitos em todas as coisas em Cristo Jesus. Às vezes te trata pela esquerda e te cozinha um pouco, às vezes te trata pela direita e te cozinha um pouco e assim faz com cada pessoa e assim faz com Seu povo, como povo. Efraim foi torta não virada. Oh Senhor, Você conhece quando vai dar volta na torta! Quando já estamos cozidos em algumas coisas, Deus começa a trabalhar em outras nas quais estamos crus e isso você não decide, nem decido eu, nem decide homem algum, porque no poder único do Pai estão os tempos e as estações; em seu exclusivo poder. De repente nos encontramos apanhados em uma situação nova e não sabemos o que é o que aconteceu. Estava acostumado que as coisas fossem assim, mas agora são deste outro modo, e o que acontece é que Deus está começando a cozinhar outra coisa que estava crua em sua vida e na de Seu povo, e é uma coisa grave se não vira a torta.

Vamos ao livro de Jeremias, capítulo 48, versículos 11 a 13. Assim diz a Palavra do Senhor: “11Quieto esteve Moabe desde sua juventude, e sobre seu sedimento esteve descansado, e não foi mudado de vasilha em vasilha nem nunca esteve em cativeiro; portanto, ficou seu sabor nele, e seu aroma não se trocou”. Por isso, e porque tem o mesmo aroma de sempre, o mesmo sabor de sempre, parece que fora novo ainda.  Diz que tem 30 anos de crente e ainda parece que segue com a mesma coisa de sempre. “12Por isso vêm dias, tem dito Jeová, em que eu lhe enviarei derramadores que o derramarão; e esvaziarão suas vasilhas, e romperão seus odres.  13E se envergonhará Moabe de Quemós, como a casa do Israel se envergonhou de Betel, sua confiança”. Quando não acontece nada em nossas vidas, é coisa pra se pensar. Desde sua juventude esteve quieto, repousado, não passou por nenhuma prova; isso do caminho estreito, de levar a cruz, são uns versículos só no papel, mas nada de ser experimentados; e por isso essa pessoa não foi transformada, e por isso Seu povo segue com a mesma coisa de sempre. Então o Senhor diz que vai ter que derramá-la, passar de um vazo para outro como os que estão refinando o vinho. Primeiro amassam as uvas e sai o suco, e logo deixam que se assente o sedimento e a parte de cima passam para outra vasilha, para que o sedimento não volte a misturar, e assim continuam depois com a outra vasilha, com a sedimentação, e quando já baixou tudo o que pode baixar, então a outra parte de cima se derrama em outra vasilha. E Deus o leva de uma situação a outra, lhe ensinando uma lição atrás de outra, porque estamos nas mãos de Deus e ninguém nos arrebatará de Suas mãos. Mas em suas mãos aprendemos uma série de lições e não é você, nem eu, nem homem algum o que diz quando começa e quando termina; é Deus que levanta a nuvem quando Ele quer. Às vezes fica um dia, às vezes dois dias, às vezes uma semana, às vezes um mês, às vezes dois meses, às vezes um ano, às vezes dois anos quietos; e nós mais ou menos no mesmo por um tempo até que Deus diz: aqui já está cozido, vamos dar volta na torta, vamos trocá-la de vasilha, vamos romper os odres, para que o povo não esteja cru, mas sim troque e seja transformado de glória em glória, de triunfo em triunfo, como a luz da aurora.  Eu penso que estes versículos que temos lido nos fazem pensar muito de nossa própria vida.  Às vezes parece que o fogo está muito baixo, que o frango está muito encima, mas de repente vai esquentando a coisa, e de repente esquenta muito e parece que vai queimar; mas antes que se queime, o Senhor nos sobe e nos consola e nos deixa lá nas nuvens um momento e logo voltamos a baixar ao fogo e logo subimos de novo às nuvens. O Senhor sabe o que está cozinhando, não acredito que haja melhor cozinheiro que nosso Deus. Ele não tem queimado as tortas. Ele começou em vós a boa obra, aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo. Vamos ao livro de Números 4:5; vamos olhar ali algumas expressões curiosas porque ali nessas expressões Deus nos ensina a maneira que Ele tem de fazer as coisas: “Quando tiver de mudar o acampamento...”, então Deus começa a dar instruções de como é a maneira em que se muda o acampamento; não se pode mudar o acampamento de qualquer maneira. Deus estabelece uma ordem; primeiro vêm os sumos sacerdotes, que fazem determinadas coisas e as cobrem, depois vêm os de Coate, os de Gerson, depois os de Merari e depois vem o povo.

Primeiro deviam ir os sacerdotes chegando até o Jordão e ficar no fundo do Jordão para que se abra, e o povo tinha que guardar distância como de 2000 côvados porque ainda não tinha passado por esse lugar; por isso os sacerdotes tinham que ir primeiro, devagar, e o povo, quando visse a Arca sobre os ombros dos sacerdotes, dos levitas, dos coatitas, então o povo seguia a Arca porque nunca antes tinha passado por esse lugar, porque ninguém nasceu sabendo, e a nuvem tem que ir adiante trabalhando com uns primeiro, logo com outros, porque Deus pôs em Seu povo vanguarda, guarda e retaguarda, e ninguém deve adiantar-se nem atrasar-se. Por isso diz “quando tiver de mudar o acampamento”; ou seja, que muitas vezes na história da Igreja, o acampamento tem que ser mudado a uma posição mais avançada, mais adiantada; tínhamos estado alguns anos até aqui, foi uma grande bênção. Mas Deus tem que nos ensinar algo mais, e Deus diz que o acampamento deve mudar-se de uma posição a outra mais avançada; mas não de qualquer maneira, não com desordem, mas sim como diz Deus: primeiro isto, depois isto… e Deus estabelece uma ordem.  Primeiro vai a Arca, depois vai a mesa e o castiçal, depois vai o incensário e depois vão tais tribos primeiro, tal tribo segunda, tal tribo terceira... Assim é que se transladam as coisas, há uma ordem de mudança, há um princípio de traslado na Palavra de Deus. Deus queira que nossos corações estejam preparados Por Deus para avançar. Isto é para preparar nossos corações para Deus, para que Deus possa levar a seu povo de triunfo em triunfo e de glória em glória como a luz da aurora. A mesma Palavra de sempre, mas cada vez com mais luz de Deus, para obedecer a Deus; porque Deus governa através da visão de Sua Palavra. Por isso diz o Apóstolo Paulo “Não fui desobediente à visão celestial”. Quando Deus mostra a visão de Seu propósito eterno, a visão de Seu programa, de Seu desejo, de Sua maneira, você vai seguindo calmamente sem nenhum apuro, a mão, a nuvem, a glória de Deus; mas não se pode fazer de qualquer maneira; não podemos tomar a terra prometida como uma turba desordenada, mas sim temos que aprender a ser movidos, ordenados pela nuvem de glória, separando o que é luz do que é trevas, o que é do céu (de cima) do que é de baixo, separando o precioso do vil, o santo do impuro. Aprendendo todos a respeitar a autoridade do Espírito de Deus. Muitas lições no livro de Números eram muito tristes. Às vezes se abria a erra tragava a alguns; às vezes o acampamento tinha que esperar que passasse a lepra de Miriã; às vezes havia rebelião, às vezes o povo cobiçava coisas más. Muitas lições terá que aprender de jornada em jornada. O Senhor tenha misericórdia e ponha ordem no meio de seu povo e nos prepare como um exército para quando chegar a hora de cruzar o Jordão e tomar cidades, tomemos conforme o modelo de Deus, para que não saiamos perdendo.


PRIMEIRA APROXIMAÇÃO

                  JORNADAS E ESTAÇÕES 2

As jornadas do povo de Israel no deserto Na vida da Igreja tanto como na de todos e cada um de seus membros, existe um desenvolvimento, uma progressão gradual, semelhante à progressão da revelação de Deus através da história, e é necessário que essa progressão espiritual, coletiva e profética se vá dando por etapas, jornadas, de acordo com a maturidade da Igreja, como ocorreu com o povo de Israel quando peregrinava pelo deserto. Para Deus tudo tem seu tempo.  Lemos em 1 Corintios 10:6,11: "6Mas estas coisas aconteceram como exemplos para nós, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram... 11E estas coisas lhes aconteceram como exemplo, e estão escritas para admoestar a nós, a quem tem chegado os fins dos séculos". 

Aqui o apóstolo Paulo declara algo muito importante, referindo-se ao Antigo Testamento, quando o povo hebreu peregrinava pelo deserto; na sua saída do Egito cruzaram o mar Vermelho e logo experimentaram uma série de provas.  No contexto imediato da leitura bíblica, aparece nos versículos 6 e 11 a seguinte expressão: "Mas estas coisas (isto se refere a tudo o que aconteceu com o povo de Israel em sua peregrinação) aconteceram como exemplo".  Não é somente como história que estamos lendo, mas, sim como exemplo para nós, para que não cobicemos nem pequemos como eles pecaram; e no versículo 11 diz outra vez "e estas coisas lhes aconteceram como exemplo para nos admoestar". O que aconteceu com Israel em suas jornadas no deserto não era somente para que conheçamos e digamos, bom, eles passaram pelo deserto, mas isto não tem nada a ver comigo.  Não, mas sim providencialmente o Senhor estava dizendo que aquelas jornadas se produziam como exemplo para nós.  As jornadas no deserto de Israel, saídos do Egito, a travessia do mar Vermelho, todas as jornadas, eram um exemplo não para eles, mas, para nós.  Romanos 15:4 diz algo similar: "Porque as coisas que se escreveram antes, para nosso ensino se escreveram, a fim de que pela paciência e a consolação das Escrituras tenhamos esperança". Com este preambulo agora sim vamos fazer uma longa leitura que no principio soará estranha, mas todos estes acontecimentos e nomes tem significado. Não vamos entrar hoje em todos os significados; somente vamos entrar nos primários, os básicos. 

Leiamos no livro de Números  33:1-49. A primeira vista estes versículos parecem, como dizia, um pouco raros; para algumas pessoas talvez chatos e sem muita importância. Mas tenhamos em conta que foram inspirados pelo Espirito Santo e que estão escritos para admoestar a nós.  Foram escritos para que nos demos conta de que as coisas não são tão rápidas nem tão fáceis, mas que tem sua longa peregrinação. “Estas são as jornadas";  Deus poderia dizer “jornada”, no singular; mas Deus usa o plural porque de todas as maneiras ao andar uma jornada você está em um processo, e logo outra vez lhe cabe caminhar e caminhar e chegar a outro ponto, a outra situação um pouco mais avançada, mas todavia não é o final. "Estas são as jornadas dos filhos de Israel, que saíram da terra do Egito por seus exércitos, sob o comando de Moisés e Aarão. Moisés escreveu suas saídas conforme as suas jornadas por mandato de Jeová. Estas, pois, são suas jornadas segundo suas saídas". Isso nos diz que cada jornada é uma saída de algo e uma entrada em uma nova etapa. Algo velho tem que deixar e algo novo deve vir.  

Ramessés era uma das cidades onde eles estavam escravizados fazendo e carregando tijolos e estavam oprimidos por Faraó, e aí começaram as jornadas, da escravidão, por etapas para a plena bênção. "3 De Ramessés saíram no primeiro mês, aos quinze dias do primeiro mês; no segundo dia da páscoa saíram os filhos de Israel com mão poderosa, a vista de todos os egípcios (aí começou a salvação), 4enquanto enterravam os egípcios aos que Jeová tinha ferido de morte de entre eles, a todo primogênito; também tinha feito Jeová julgamentos contra seus deuses. 5Saíram, pois, os filhos de Israel de Ramsés, e acamparam em Sucote.  6Saíram de Sucote e acamparam em Etam, que está no limite do deserto. 7 Saíram de Etam e voltaram sobre  Pi-Hairote, que está diante de Baal-Zefon e acamparam diante de Migdol. 8Saíram de Pi-Hairote e passaram pelo meio do mar ao deserto, e andaram três dias de caminho pelo deserto de Etam, e acamparam em Mara". Mara quer dizer águas amargas. Ali foram e falharam porque duvidaram que Deus estivesse com eles; porque se sentiam sozinhos e diziam: Mas, por que Moisés tirou-nos do Egito e nos trouxe para este deserto para morrer de sede? "9Saíram de Mara e vieram a Elim, onde havia doze fontes de águas, e setenta palmeiras; e acamparam ali". Deus lhes mostrou que sim, podia cuidá-los. "10 Saíram de Elim e acamparam junto ao mar Vermelho. 11 Saíram do Mar Vermelho e acamparam no deserto de Sim. 12 Saíram do deserto de Sim e acamparam em Dofca. 13saíram de Dofca e acamparam em Alús. 14saíram de Alús e acamparam em Refidim, onde o povo não teve águas para beber". Ali outra vez o povo olhou com olhos carnais sem aprender a ver por fé o Invisível. O que estava procurando Deus? Ensinar-lhes a confiar Nele, e a obedecer. "15 Saíram de Refidim e acamparam no deserto do Sinai. 16 Saíram do deserto do Sinai e acamparam em Quibrot-Taavá.  17Saíram de Quibrot-Taavá e acamparam em Hazerote. 18Saíram de Hazerote e acamparam em Ritma. 19Saíram de Ritma e acamparam em Rimom-Perez. 20Saíram de RimomPerez e acamparam em Libna. 21Saíram de Libna e acamparam em Rissa. 22Saíram de Rissa e acamparam em Queelata.  23Saíram de Queelata e acamparam em monte do Sefer. 24Saíram do Monte do Sefer e acamparam em Harada. 25Saíram de Harada e acamparam em Macelote.  26Saíram de Macelote e acamparam em Taate.  27Saíram de  Taate e acamparam em Tara. 28Saíram de  Tara e acamparam em Mitca.  29Saíram de  Mitca e acamparam em Hasmona. 30Saíram de  Hasmona e acamparam em Moserote. 31Saíram de  Moserote e acamparam em Bene-Jaacã. 32Saíram de  Bene-Jaacã e acamparam no Monte de Hagidgade. 33Saíram de Monte de Hagidgade e acamparam em Jotbatá. 34Saíram de Jotbatá e acamparam em Abrona. 35Saíram de Abrona e acamparam em Ezion-Geber. 36Saíram de Ezion- Geber e acamparam no deserto de  Zim, que é de Cades. 37E saíram de  Cades e acamparam no monte Hor, na extremidade do país do Edom". Todas esta jornadas significam diversas experiências as quais são indicadas pelo nome dos respectivos acontecimentos. "38E subiu o sacerdote Aarão ao monte de Hor, conforme o dito de Jeová, e ali morreu aos quarenta anos da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no quinto mês, no primeiro do mês 39 Era Aarão de idade de cento e vinte e três anos, quando morreu no monte de Hor. 40E o cananeu, rei de Arem, que habitava no Neguev na terra de Canaã, ouviu que tinham vindo os filhos do Israel. 41E saíram do monte de Hor e acamparam em Zalmona. 42Saíram de Zalmona e acamparam em Punon. 43Saíram de Punon e acamparam em Obote.  44Saíram de Obote e acamparam em Ije-abarim, na fronteira de Moabe. 45Saíram de Ije-Abarim e acamparam em DibomGade.46Saíram de Dibom-Gade e acamparam em AlmonDiblataim. 47Saíram de Almon-Diblataim e acamparam nos Montes de Abarim, diante do Nebo. 48Saíram dos Montes de Abarim e acamparam nos campos de Moabe, junto ao Jordão, de frente a Jericó.49Finalmente acamparam junto ao Jordão, desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, nos campos do Moabe" No total 42 jornadas, saíram e acamparam, saíram e acamparam. Além de jornadas, há também estações Em Atos dos Apóstolos veem uma expressão do Senhor Jesus, quando os apóstolos lhe perguntaram se tinha que restaurar o reino de Israel nesse tempo; lhes respondeu:" Não lhes pertence a vós saber os tempos ou as estações, Que o Pai estabeleceu pelo Seu próprio poder" (Atos 1:7). Assim existe algo como o que o Senhor Jesus chamou “estações”. A estação é um ponto especial no processo.

 Na vida espiritual se tem uma sucessão de experiências, uma mudança de circunstâncias de tanto em tanto, que significam as jornadas; e estas são segundo as estações. Quando já se aprendeu algo, então é necessário avançar. Por isso se fala no Pentateuco de "mudar o acampamento" de tanto em tanto. Quando Deus julga que já se aprendeu uma lição, vê que é a estação para começar a aprender outra.  Então muda-se o acampamento e começa outra jornada.  Provérbios diz que: "O caminho dos justos é como a luz da aurora que vai aumentando até que o dia seja perfeito" (Prov.4:18). Avança-se pouco a pouco.  Não podemos estar sempre no mesmo.  Em Oséias nos diz que Efraim era como uma torta não virada.  Quer dizer, muito assada por um lado, mas crua do outro lado. Às vezes passamos anos no mesmo. Esse lado da torta já esta tostado, e, entretanto há outras coisas de Deus, de Sua Palavra, da vida espiritual, nas quais estamos ainda crus apesar dos anos. É por isso que chega o ponto em que Deus decide virar a torta, trocar para novas circunstâncias e nos ensinar novas lições. Jeremias 48 nos diz que posto que Moabe esteve sempre descansado e não foi mudado de vasilha em vasilha, por isso ficou seu aroma nele e seu sabor não trocou. Há pessoas de muito tempo nas congregações que seguem sendo meninos em Cristo e não amadureceram. Por isso Deus diz a Moabe que lhe enviará derramadores que romperão seus odres e os esvaziarão. Somente assim poderá amadurecer. Os odres velhos não servem para o vinho novo.As velhas estruturas eclesiásticas amordaçam o Espírito.Por isso o Senhor, para poder dar vinho novo a seu povo, se vê necessitado de romper os odres velhos, e transferir Seu povo para novas e mais profundas experiências.  Possivelmente esta já é a hora para muitos crentes, em que seus odres se romperão, seu acampamento se mudará, sairão de estações velhas e começará uma nova jornada, com a torta virada para não ficar cru em muitas outras coisas de Deus, naquelas que ainda não entraram em amadurecimento. Nosso Deus é o Deus das jornadas e faz assim com Seu povo para amadurecê-lo e lhe dar o sabor e o aroma de Cristo, até que o dia seja perfeito. 

CONTEÚDO

Capítulos:
Jornadas e Estações....................................................................................................................
A mudança do acampamento...................................................................................................
A preeminência da Arca...........................................................................................................
 Introdução ao Livro das Jornadas............................................................................................  Ramessés.............................................................................................................................. ucote................................................................................................................................... Etã........................................................................................................................................
Pi-Hairote...........................................................................................................................  Mara................................................................................................................................... Elim....................................................................................................................................
Mar Vermelho....................................................................................................................
 Deserto de Sim...................................................................................................................  Dofca.................................................................................................................................. Alús.................................................................................................................................. . Refidim.............................................................................................................................
Deserto do Sinai...............................................................................................................
Quibrot-Taavá..................................................................................................................  Hazerote...........................................................................................................................  Ritmá................................................................................................................................
Rimom-Perez....................................................................................................................  Libna................................................................................................................................  Rissa.................................................................................................................................  Queelata............................................................................................................................
20. Monte de Sefér.................................................................................................................  Harada..............................................................................................................................  Maquelote.........................................................................................................................  Taate................................................................................................................................. Tara..................................................................................................................................  Mitca................................................................................................................................  Hasmona............................................................................................................ 
Bene-Jaacã........................................................................................................................
Monte de Hagidgade........................................................................................................ Jotbatá..............................................................................................................................  Abrona..............................................................................................................................
 Ezion-Geber.....................................................................................................................  Cades................................................................................................................................
Monte de Hor...................................................................................................................  Zalmona............................................................................................................................  Punon................................................................................................................................  Obote................................................................................................................................
Ije-abarim.........................................................................................................................
Dibom-Gade.....................................................................................................................
Almon-Diblataim.............................................................................................................
Montes de Abarim............................................................................................................
Campos de Moabe............................................................................................................ Epílogo................................................................................................................................... Bibliografía............................................................................................................................

PREFÁCIO

 O Livro das Jornadas, com base em Números 33, trata da aplicação espiritual neotestamentária, ao povo cristão de Deus, da histórica e tipológica peregrinação do povo de Israel no deserto, do Egito até a terra prometida, passando pela península do Sinai, e margeando Edom e Moabe. Segundo o ensino do Novo Testamento, tal peregrinação serve como exemplo a nossa peregrinação espiritual em Cristo, a qual é a tese do autor nestas páginas. O livro das Jornadas é, pois, o ensino em série de Gino Iafrancesco V. levado a cabo às noites de sextas-feiras em reuniões didáticas da obra, na localidade de Teusaquillo, Remará, D.C., Colômbia, América do Sul, desde 12 de novembro de 1999 até 28 de junho do ano 2001. Antepõese algumas prévias aproximações ao tema realizados anteriormente, as quais são necessárias como maneira de introdução preparatória. A irmã em Cristo, Marlene Alzamora, diaconisa da igreja na localidade de Teusaquillo, assumiu voluntariamente a maratônica tarefa de gravar integralmente as conferências e as transcrever uma por uma. Graças a seu imenso trabalho que lhe agradecemos muitíssimo, O Livro das Jornadas está agora a disposição do público. As transcrições foram revisadas pelo autor. Apresenta-se, pois, este legado com o fim de ajudar o povo do Senhor em sua peregrinação espiritual para a plenitude de Cristo.