terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

25ª Jornada- MITCA


Jornada 25

M I T C A [1]

“E partiram de Tara, e acamparam-se em Mitca”.
                                                                                                                                 Números 33:28
A provisão de Deus em Cristo
         É precioso que desde o início, desde o princípio o Espírito Santo tem estado dirigindo os louvores e os cânticos de um maneira completamente cristocêntrica, centrado totalmente na preciosidade do Senhor Jesus, e na porção da palavra de Deus que vamos ver hoje em continuidade com a série do Livro das Jornadas que estamos seguindo jornada por jornada; como vão se dar conta meus irmãos no capítulo 33 do livro de Números. Inicialmente no versículo 28, que é o correspondente a jornada a qual estamos chegando agora para considerá-la. Todas estas jornadas ao redor deste verso 28, imediatamente anteriores e as imediatamente seguintes, foram jornadas ao redor do monte de Seir durante muitos anos.
         Agora chegamos ao versículo 28 que diz: “E partiram de Tara, e acamparam-se em Mitca”. Na vez passada consideramos o relativo a Tara; hoje estaremos considerando o relativo a Mitca. Seguindo a sequência desde Êxodo até Números nestas jornadas, a jornada relativa a Mitca corresponde ao capítulo 19 do livro de Números. Depois de que consideremos isso, os irmãos que podem ter depois acesso a uma bibliografia, lhes recomendo para enriquecer, repassar e ruminar este assunto com umas leituras recomendadas: primeiro do Irmão Charles Henry Mackintosh, o capítulo19 de seu Estudo sobre o Livro de Números. Nesse capítulo, nosso irmão trata este assunto de uma maneira muito boa, muito útil e como não podemos considerá-lo aqui a fundo, recomendo aos irmãos, lerem esse capítulo 19 do Estudo do Irmão Mackintosh sobre o livro de Números, de seus Estudos sobre o Pentateuco. Também sobre o mesmo tema, lhes recomendo três leituras do irmão Watchman Nee: Um, Conselhos sobre a Vida Cristã, o primeiro capítulo onde se refere ao homem já cristão, já crente que peca. Ali se trata também desse tema. Outro, o Livro de Perguntas Vitais sobre o Evangelho, que trata sobre 50 perguntas acerca do Evangelho; a pergunta número 5 desse livro também do irmão Watchman Nee, também trata sobre esse tema; e os dois últimos capítulos, 25 e 26, do terceiro tomo, da obra O Evangelho de Deus. Ali também trata dessa situação. De modo, pois, que lhes recomendo estas leituras para enriquecer o que hoje vamos estar considerando dentro de um tempo mais reduzido.
         Números 19. Olhem como o Antigo Testamento está cheio de Cristo. Alguém pensaria que considerar algumas jornadas que aconteceram na península de Sinai seria questão de legalismo e de leis, mas observem que ainda desde a primeira jornada, desde Ramessés, já aparece Cristo; aí aparece o Cordeiro Pascoal, por meio do qual o povo foi separado dos egípcios e foi salvo sob o sangue do cordeiro e alimentados pela carne do cordeiro. Logo por ali em Mara, encontramos a Cristo representado por aquela árvore que adoça as águas; logo ali no deserto de Sim, encontramos a Cristo representado pelo maná no deserto do Sinai, no monte Sinai, no monte Horebe onde se deu o Decálogo, os dez mandamentos. É curioso que desde o princípio, Deus não dá somente mandamentos; sempre que vemos a história dos mandamentos, das ordenanças, dos estatutos dados por Deus, o vemos completamente mesclados, entrelaçados com sacrifícios; o sacrifício pelas transgressões, o sacrifício pelo pecado, o sacrifício de paz, a oferta movida, o holocausto totalmente queimado, os pães de flor de farinha, os coscorões, etc., sempre Deus, ainda que estava na época do Antigo Testamento, dando a lei, apenas introduzindo um projeto de Cristo, sem restrição, ainda em meio da lei do Antigo Testamento, tudo está cheio de Cristo.
         Deus não dava somente mandamentos, senão que juntamente com os mandamentos, sabendo Deus que o homem quebrantaria os mandamentos, ia dando também a provisão para salvar ao homem e restaurar ao homem, limpar ao homem, justificar ao homem, libertar ao homem, reconciliar ao homem. Depois passamos por aquelas jornadas sérias como Quibrote-Taavá, Hazerote, Ritma, Rimom-Perez. Sem restrição depois de todas essas experiências negativas, ai vem aquela jornada que vimos em Libna, onde Deus provê para tratar justamente de forma redentora todos aqueles problemas, aquelas lições. Depois seguimos vendo o relativo a Rissa, Queelata e todas aquelas últimas jornadas que temos considerado ao redor do monte de Seir, onde se tem aprendido lições muito duras e também muito sérias e santas, e sem restrição Deus em meio de tudo isso, torna e introduz a provisão da graça em Cristo. Deus não quer que nós consideremos mandamentos, estatutos, ideais, separados de Cristo; as boas intenções não são suficientes; necessitamos mais que provérbios, mais que mandamentos, mais que boas intenções, mais que ideais; para conseguir aquilo, necessitamos a provisão em Cristo; e este capítulo 19 é considerado por aqueles irmãos que lhes mencionei no princípio, Mackintosh e Nee, cada um por seu lado, como realmente algo precioso, cristológico, e vocês vão se dar conta também por si mesmo, que isto é assim.
Um singular aspecto de Cristo
         Este é um capítulo, irmãos, exclusivamente cristológico e cristocêntrico; Cristo é um só, e o sacrifício de Cristo foi um só e se deu uma só vez para sempre; sem restrição, tudo o que foi feito no sacrifício do Senhor Jesus é tão profundo, que Deus teve que desmembrá-lo por meio de muitos exemplos, de muitas maneiras, muitas jornadas; porque cada um deles representa um aspecto diferente da obra de Cristo, uma só obra e feita de uma vez para sempre; sem restrições, nessa obra do Senhor na cruz há tantas coisas, que o Senhor teve que simbolizá-la por meio de muitos tipos de sacrifícios, por meio de muitas situações onde a resposta era de novo outro aspecto de Cristo, e aqui neste capítulo aparece por esta única vez, um aspecto de Cristo muito importante.
         Queremos chamar-lhes primeiro a atenção, sobre o lugar onde aparece este capítulo; aparece nada menos que no livro de Números, que é o livro das peregrinações pelo deserto. Os outros sacrifícios: o sacrifício pelas transgressões, o sacrifício pelo pecado, o sacrifício de paz, a oferta movida, a oferta de grão, etc., aparecem principalmente no livro de Levítico. Levítico é o livro dos sacrifícios, e o livro de Levítico, como já vimos, quando passamos por aí, se deu principalmente no segundo ano da peregrinação no deserto, no monte Sinai, e aos pés do monte Sinai, e ali se trataram alguns aspectos da obra de Cisto; mas ali não se tratou nada relativo ao que se trata no capítulo 19 de Números, que também tem que ver com outro aspecto significativo da obra de Cristo a favor de Seu povo. É interessante que Deus não quis que este capítulo estivesse na coleção Levítica, senão incrustado no meio das peregrinações do povo de Deus no deserto; e isso é muito significativo, porque os outros capítulos nos mostram como Cristo pode tomar uma pessoa perdida e salvá-la, perdoá-la. Aí está o sacrifício pelas transgressões; libertá-la, aí está o sacrifício pelo pecado; reconciliá-la, aí está o sacrifício de paz, etc.
         Mas este capítulo 19, também nos fala de Cristo, sem restrição, em um contexto distinto, no contexto das peregrinações do povo de Deus no deserto. Todos os sacrifícios que se viam aí em Levítico, eram sacrifícios nos quais Deus mostrava a provisão da graça com respeito aos pecados cometidos pelo homem e com respeito à condição caída, adâmica, condição do homem perdida por natureza; sem restrição, aqui em Números aparece um aspecto onde Deus faz provisão, inclusive para os pecados futuros de seu povo. Isto é algo maravilhoso. É uma coisa preciosa! Alguém diria: Bem, eu era pecador, reconheço meus pecados; o Senhor morreu por mim e, bem, me salvou; agora creio, sou salvo, mas e depois que estou peregrinando e tenho estas terríveis quedas e situações, agora que acontece? Será que já não há possibilidade de levantar-me? Então eu queria que começássemos a considerar este capítulo nesse contexto.
A novilha vermelha
         Números capítulo 19: “¹Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão dizendo:”. Que precioso! Aqui é uma revelação de Deus. Por que esta jornada se chama Mitca? Que significa Mitca? A palavra Mitca no hebraico significa doçura, inclusive pode-se traduzir também de uma maneira dinâmica, poderíamos dizer não somente doçura como algo que é doce, senão como algo que adoça, não só doçura, senão como se fosse adoçante, que adoça; quer dizer, a situação estava amarga, a situação estava seca, a situação estava difícil, e Deus proveu para que a situação mude, e agora chegue a ser doce; isso está dentro dessa palavra Mitca no hebreu; esse significado doçura, não só de uma maneira estática, senão uma doçura que adoça de uma maneira dinâmica; esse é também um aspecto de Cristo. Cristo adoça o que não estava doce.
         “²Este é o estatuto da lei, que o SENHOR ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma novilha ruiva, que não tenha defeito, e sobre a qual não tenha sido posto jugo. ³E a dareis a Eleazar, o sacerdote; e ele a tirará para fora do arraial, e degolar-se-á diante dele. ⁴E Eleazar, o sacerdote, tomará do seu sangue com o seu dedo, e dele espargirá para frente da tenda da congregação sete vezes. ⁵Então queimará a novilha perante os seus olhos; o seu couro, e a sua carne, e o seu sangue, com o seu esterco, se queimará. ⁶E o sacerdote tomará pau de cedro, e hissopo, e carmesim, e os lançará no meio do fogo que queima a novilha. ⁷Então o sacerdote lavará as suas vestes, e banhará a sua carne na água, e depois entrará no arraial; e o sacerdote será imundo até à tarde. ⁸Também o que a queimou lavará as suas vestes com água, e em água banhará a sua carne, e imundo será até à tarde. ⁹E um homem limpo ajuntará a cinza da novilha, e a porá fora do arraial, num lugar limpo, e ficará ela guardada para a congregação dos filhos de Israel, para água da separação; expiação é”.
         Notem o que diz: as guardarás para a congregação dos filhos de Israel para água de separação; quer dizer, aqui não está tratando um pecado que se cometeu; para isso há o sacrifício pelas transgressões; bem, já nascemos com a natureza pecaminosa, para isso está o sacrifício do pecado; somos inimigos de Deus, então está o sacrifício de paz para reconciliação, esses distintos aspectos de justificação, libertação, reconciliação, perdão, etc., todos estes foram obra de Cristo na cruz; mas aqui o Senhor está prevendo que Seu povo contrairia o caminho da imundícia, e Ele está fazendo uma provisão para as imundícias que Seu povo pudesse contrair, purificar depois qualquer coisa que Seu povo pudesse ter, uma contaminação que o povo pudesse adquirir; guardará estas cinzas para uso futuro. É uma coisa interessante; aqui Deus nos está mostrando o alcance completo da obra do Senhor Jesus Cristo.
A purificação dos imundos
         O irmão Nee perguntava: Se você tivesse se convertido aos 16 anos de idade, o Senhor tivesse te perdoado todos os pecados desde o princípio até os 16 anos, mas se tivesse se convertido aos 40 anos, terias mais pecados que aos 16 anos, ainda assim o sacrifício do Senhor teria lavado também todos os pecados que tivesse cometido até os 40; se tivesse recebido ao Senhor aos 80, se convertido aos 80, o sacrifício de Cristo teria lavado todos os pecados que cometeste até os 80; mas, bem, já te lavou. Mas suponha que foste convertido aos 40, já te limpou os pecados passados, mas por aí aos 60, não só que todos os dias pecamos, senão que cometes algum pecado grave, será que já não há esperança para você? Será que não é possível voltar a tratar os assuntos? Se vocês considerarem comigo aqui em 1 João capítulo 2; o Senhor está provendo aqui Cristo para os pecados futuros de Seu povo. Claro que meus irmãos não vão me entender mal e dizer; agora que Deus vai me perdoar os pecados do futuro, então agora vou viver descuidadamente e serei perdoado, não; isso não faz uma pessoa que realmente tem sido tocada pelo Senhor; sem restrição, Deus se assegura de que tenhamos uma firme âncora na alma para qualquer eventualidade. Ele tem provido para que não tenhamos que pecar, mas se pecarmos...
         Então observem o que diz 1 João 2: “¹Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis;...”. Que coisas havia escrito até aí? Bem, vinha dizendo: “⁸Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. ⁹Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça”. Perdoar-nos, um aspecto, e purificar-nos, outro aspecto, etc. Vinha falando como no versículo 7 do capítulo 1: “...e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado”. Já somos filhos de Deus, limpos e perdoados; e aqui Ele não está falando aos incrédulos senão aos irmãos: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis;...”. Ah! mas se alguns desses filhinhos, não está falando dos incrédulos, senão dos filhinhos: “...e, se alguém pecar, (então o quê?) temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. ²E ele é a propiciação pelos nossos pecados,...”. Essa palavra que no Novo Testamento se chama propiciação, é a que no Antigo Testamento se chama expiação; de modo que a palavra propiciação e a palavra expiação são sinônimos. “²E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo mundo”. Isso significa que o alcance da obra do Senhor Jesus é suficiente para cobrir, limpar e libertar dos pecados e do pecado, desde o princípio até o fim de cada pessoa que creia; não somente é válido para o passado, senão que tem alcance para o futuro.
         Aqui está dizendo: “... vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar...”, quer dizer, na eventualidade de que os filhos pequem, vão ficar prostrados no deserto ou há uma saída para eles? Deus já tem tratado o assunto de como ser livrados do Egito, como ser salvos, mas agora que somos salvos, se pecarmos, que tem feito Deus? Deus provê através de Números 19 uma revelação acerca do alcance da obra de Cristo para cobrir os problemas que pudessem se apresentar no futuro, e Deus o revela na Bíblia para que nós não nos deixemos arrebatar. Porque isso foi o que aconteceu a São Pedro. São Pedro havia escutado que o Senhor negaria aos que o negassem, e ele o negou; seguramente que Pedro estava tão afligido que possivelmente se lembrava dessa palavra pensando que o Senhor o iria negar, e ele já não tinha nenhuma possibilidade; mas o Senhor, que lhe havia dito antes? “³¹... Simão, Simão, eis que satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; ³²Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos”.[2] Agora, Pedro, você vai muito confiante que me amas, que vai colocar tua vida por mim, mas vai chegar um momento quando vai cometer tal pecado, que me negarás inclusive com maldição, que pensarás que já não há possibilidade para contigo; mas eu tenho rogado por ti, para que tua fé, ou seja tua confiança em mim, não falte; Eu sei, Pedro, que daí em diante não poderás mais confiar em ti; mas segue confiando em Mim. Isso pode te acontecer para que não confieis mas em ti, porque até aqui tinhas confiado em tua própria justiça; e se permito que te aconteça isto é para que não confieis mais em ti; mas segue confiando em Mim; tenho rogado por ti, que tua fé não desfaleça. Como eu sei que vais levantar, porque eu vou te levantar; uma vez que converta-te, confirma teus irmãos; não somente vai se converter, senão que inclusive vai seguir liderando, vai confirmar a teus irmãos. Que amor profundo! Que profundo amor do Senhor Jesus! É uma coisa tremenda e maravilhosa.
         Voltemos então, para considerar alguns aspectos, pelo menos desta primeira porção. Aqui é curioso que Deus escolhe que seja uma vaca alazã ou ruiva ou vermelha; em outros sacrifícios era um bezerro, era um cordeiro, mas neste caso é uma novilha, é um animal feminino, ainda que o Senhor não é feminino, é masculino; então este animal sem defeito que foi sacrificado fora do acampamento, representa Cristo; tudo isto é figura de Cristo. Mas é interessante que no ministério de Cristo, o que Cristo faz por nós, fora de nós, é algo objetivo, mas a experiência do que Cristo faz é algo subjetivo na igreja. Digamos que o masculino representa o aspecto objetivo, mas o feminino representa o aspecto subjetivo; inclusive observem como  a psicologia do homem e a psicologia da mulher é diferente; parece que o homem é um pouco mais cerebral, mas lógico, digamos mais objetivo; a mulher, por outro lado, parece que é mais emocional, mas sentimental, mais subjetiva, e aqui o Senhor, ainda que o sacrifício é dEle, o ato que Ele queria simbolizar, este aspecto do sacrifício na peregrinação do deserto com um animal expiatório, mas do sexo feminino, é para tratar justamente, esse aspecto subjetivo do Seu povo que cai.
Provisão de Deus para o futuro
         Agora, observem em mais outro detalhe. Aqui Deus diz a Moisés e a Arão que o povo traga esse animal que vai representar Cristo, mas quem deve fazer aquele ritual é Eleazar, não é Arão. Por quê? Porque justamente está falando do futuro; Deus está fazendo a provisão, assegurando-nos que nosso futuro está confirmado em Sua graça. Nada nos separará (futuro) do amor de Deus em Cristo Jesus, nem o passado, nem o presente, nem o porvir.[3] Claro, era Eleazar o que ia suceder depois Arão no sacerdócio; Eleazar está representando o futuro; Arão está representando a necessidade presente, a realidade presente, por outro lado quem ia suceder no futuro Arão, era Eleazar. O povo seguia sendo Seu povo; no futuro Seu povo seguramente ia ter muitos problemas, situações de queda, circunstâncias difíceis, mas Deus já havia treinado e provido Eleazar para que sucedesse Arão e para que fosse o testemunho de toda aquela validade de seu sacrifício e tivesse isso preparado e o aplicasse ao povo como vamos ler aqui, que Eleazar o tinha que preparar. É interessante que não é Arão, senão Eleazar, porque estava falando o Senhor para o futuro, algo que o povo devia ter guardado como um tesouro, para quando eventualmente viessem as impurezas futuras. Maravilhoso o amor de Deus!
         Deus sabia que viriam muitas impurezas e que necessitaríamos ser purificados dessas impurezas. Até aqui havíamos visto: Bem, já é impuro, agora que faço? Bem, aí está o sacrifício do cordeiro. Pronto, o Cordeiro já me limpou, agora já estou limpo; mas de repente fui contaminado de novo e agora que faço? O povo podia pensar: Bem, aquele sacrifício era para aquela vez, mas agora já não; isto não é para mim, isto é para outros. Às vezes o diabo mete esses pensamentos nas pessoas; o Senhor sabe que às vezes a pessoa é submetida a tal acusação, então o Senhor provê de antemão para o futuro. Não para libertinagem, não para tomar a graça para libertinagem; o Senhor sabe que quem é realmente perdoado, não vai buscar libertinagem, vai viver para o Senhor.
Adoçar o caminho
         Observem que o versículo 4 do capítulo 19 de Números diz que Eleazar tomará o sangue com seu dedo, e espargirá sete vezes o sangue da novilha para a parte dianteira da tenda da congregação. O número sete é o número de complemento, de perfeição, de suficiência, como quem está dizendo: o sacrifício de Cristo é suficiente para prover uma cinzas que misturadas com água corrente serão aplicadas a você. Que são as cinzas? A cinza é o último estágio de decomposição da matéria. Pode ser que isto se converta naquilo, e isto que se queima se torne nisto, e que se torne àquilo até que chegue a um ponto que já não pode mais se decompor mais. O último estágio da matéria é a cinza, a cinza já é permanente. Uma coisa pode se decompor em outra, e essa outra em outra, mas quando chega a cinza, a cinza já é permanente. Agora Deus justamente faz que o sacrifício de Cristo fique convertido em umas cinzas para provisão permanente para qualquer eventualidade futura, qualquer imundícia futura, qualquer contaminação futura que Seu povo possa ter. Isso é doçura, isso é para adoçar o caminho. Por isso diz ali: fará queimar a novilha, e espargirá o sangue na parte dianteira do tabernáculo sete vezes, porque esse sacrifício é suficiente, a obra de Cristo é suficiente; por isso esse número sete é suficiente. O que Cristo fez por nós é suficiente aos olhos de Deus; Deus não está esperando algo seu, Deus não tem esperança em algo que você pode dar-lhe. Deus sabe que você separado de Cristo não pode fazer nada; Deus somente recebe na base de Jesus Cristo, tanto desde o princípio, como durante o caminho, pois até o final da sua vida nunca serás aceito diante de Deus por nenhuma outra coisa, senão mediante Jesus Cristo; nunca será por algo que tu sejas. Não é porque agora seu caráter melhorou que tens acesso a presença de Deus; não é porque fez jejum ou ofertaste ou porque proclamaste.
         Se hoje, ou amanhã, ou depois de amanhã ou até o fim da sua vida vens algum dia a Deus, nunca será baseado no que tu és, nunca será no que tu fazes, sempre será baseado no que Cristo é, no que Cristo fez, o qual tem validade permanente para ser aplicado a você sempre que necessites; então por isso esse sangue é espargido sete vezes, para dizer: o sacrifício de Cristo é suficiente para salvar, e acrescento: perpetuamente. Como diz em hebreus: aos que por ele se aproximam de Deus, não só para salvar uma vez; porque alguns tomam a salvação como ascensor; às vezes sentem que cantaram muito bonito, se emocionaram, dançando, requebrando, aleluia! Então sentem que estão salvos, mas de repente acabou a canção, acabou a música, vai para casa, ali viu uma coisa que não tinha que ver, disse uma coisa que não tinha que dizer, brigou com quem não tinha que brigar, acabou a emoção, acabou o requebrado, e agora que vai fazer? Esperar outro requebrado no próximo domingo, ou no próximo acampamento? Não, irmãos, quando o Senhor viu os nossos pecados, Ele decidiu pagar o preço de todos eles, desde o princípio até o fim, e o sacrifício do Senhor Jesus Cristo tem uma aplicação permanente, Sua salvação é perpétua. Por isso diz: “... pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,...”.[4] Nunca nos aproximamos de Deus baseados no nosso próprio jejum, ou em nossa própria pregação, ou em nosso próprio exercício, nunca, nunca. Ainda diz o Senhor Jesus: Quando hajas feito tudo o que devias fazer, considerai: servos inúteis, porque fizemos apenas o que havia de se fazer; como quem diz: nunca sintas que algo que você é ou que fazes, é a base pela qual te aproximas de Deus ou mereces Deus: sempre será somente pelo Senhor Jesus, por Sua obra na cruz, por Seu precioso sangue, por Seu sacrifício.
         Agora, é interessante que justamente com a novilha tinha que queima-la integralmente, ou seja, plenamente; inclusive diz: seu couro, sua carne, seu sangue, seu esterco e logo havia que tomar três coisas, juntamente com a novilha e queimá-las juntas; o Senhor está mostrando que no sacrifício de Cristo, Deus tem posto todas as coisas para serem tratadas e terminadas. Isto aparece aqui nesta frase do verso seis: “E o sacerdote tomará pau de cedro, e hissopo, e carmesim, e os lançará no meio do fogo que queima a novilha.”; quer dizer, o fogo da novilha queima também desde o cedro, até o hissopo e o carmesim. Que significa o cedro e o hissopo? Em 1 Reis capítulo 4:33, há uma expressão que significa plenitude. Aqui está falando de Salomão, da sabedoria que Deus deu a Salomão e como ele tratou os assuntos passados e futuros, por exemplo, leiamos desde o verso 30: “³⁰E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. ³¹E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, (que escreveu um Salmo) e Hemã, (que escreveu outro Salmo) e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor. ³²E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco”. Somente nos tem ficado umas poucas coisas. Notem o verso 33: “³³Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede;...”. com essa expressão, desde o cedro até o hissopo, está querendo envolver tudo; quer dizer, desde o principal que é o cedro, aquela árvore grande do Líbano, essas tremendas árvores do Líbano, até aquele hissopo que nasce na parede; como quem diz: desde o maior, até o menor. Quer dizer: dissertou acerca de tudo, desde o cedro até o hissopo. Essa expressão, desde o cedro até o hissopo, envolve tudo; ainda que você não diga: o alface, ele dissertou o alface, aí está; do espinafre aí está; das romãs, das maçãs, ele foi um grande botânico. Não é necessário mencionar tudo; como dizer: desde o cedro até o hissopo, está envolvido tudo.
As coisas velhas passaram
         Agora, é interessante isso, o que quer dizer: o cedro e o hissopo; pois o Senhor trata com todas as coisas na cruz de Cristo; por isso diz: “... as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.[5] Todas as coisas velhas estão incluídas aí desde o cedro até o hissopo; aí está incluído tudo; não há assunto que possa aparecer a você, que o diabo venha e diga: Mas aqui tinha eu reservado isto para tratar de acusar-te e afundar-te; já foi tratado por Cristo. Por isso quando a novilha foi totalmente queimada, não ficou nem o esterco, tudo foi queimado: a pele, a carne, toda a novilha foi queimada, e aí quando se está queimando lhe põe cedro e hissopo, como quem diz: todas as coisas. Por isso diz: tudo se fez novo, tudo é passado e tudo começa de novo em Cristo Jesus. Agora tudo volta a cinza e essa cinza é sinal de purificação; agora com essa cinza se põe água corrente, que é o Espírito; a água corrente é figura do Espírito. O Senhor Jesus disse: “³⁸...rios de água viva correrão do seu ventre. ³⁹E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem;...”;[6] quer dizer, as águas correntes são figura do Espírito. Que se fazia com essa cinza? Essa cinza já é como dizer: o incorruptível, não se pode corromper mais, isso não se pode decompor.
         Isso diz o Senhor ao povo: vocês guardem; o Senhor fez isso, o Senhor passou pelo juízo de todas as coisas, todos os problemas, tudo foi posto nEle; Ele tomou o Juízo de todos, agora Ele levou esse juízo e já não há nada mais que possa corromper isto, que possa decompor isto; agora vocês vão guardar isso para o futuro, quando o necessitem: vão ter isto ali fora do acampamento; porque tem que sair do acampamento, como Ele saiu, e arrepender-se; porque em Números 19:7  diz: “Então o sacerdote lavará as suas vestes, e banhará a sua carne na água, e depois entrará no arraial; e o sacerdote será imundo até à tarde”. Isso significa que no novo dia não há mais imundícia, quer dizer, à noite; quando chegava às seis da tarde era quando acabava o dia e começava o dia novo; quer dizer, tem sido imundo, mas no novo dia será puro; o novo dia representa a ressurreição de Cristo. “⁸Também o que a queimou lavará as suas vestes com água, e em água banhará a sua carne, e imundo será até à tarde. ⁹E um homem limpo ajuntará a cinza da novilha, e a porá fora do arraial, num lugar limpo, e ficará ela guardada para a congregação dos filhos de Israel, (é uma provisão para a congregação) para água da separação; expiação é”. Deus já sabe tudo que é teu futuro, tua vida; o Senhor quando morreu na cruz, morreu por todos teus pecados, os que tem cometido, e os que cometerias no futuro; o Senhor já o sabia de antemão, antes que você nascesse e pecasse, Ele já havia morto por ti e por todos os seus pecados, desde o primeiro até o último; não para que sejas leviano ou descuidado, senão para que possas realmente permanecer diante dEle, para que satanás não possas te oprimir, para que possas se levantar, seguir em comunhão com Ele. Pecaste, mas Ele te tem perdoado; agora pela corrente de água com cinzas, aplica em ti esse sacrifício que envolve tudo: desde o cedro até o hissopo; se aplica em você quando tiver qualquer eventualidade. Por isso diz no verso 10: “E o que apanhou a cinza da novilha lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde; isto será por estatuto perpétuo aos filhos de Israel e ao estrangeiro que peregrina no meio deles”.
O lavar dos pés
         Quando necessitamos essa provisão, essa purificação? Recordem-se de um detalhe: quando o Senhor Jesus começou a lavar os pés dos seus discípulos, Pedro lhe disse: Senhor, não me lavarás os pés jamais. Então o Senhor lhe disse: se eu não te lavar, não terás parte comigo. Só podemos ter parte com o Senhor se nos deixarmos lavar pelo Senhor. Então Pedro lhe disse: Senhor, não só meus pés, senão também as mãos e a cabeça e os pés. Mas que lhe disse o Senhor? Olha Pedro aquele que está lavado, não necessita senão lavar os pés;[7] quer dizer, que uma pessoa que já foi redimida, é uma pessoa nascida de novo que participa da natureza divina, é um filho ou uma filha de Deus, é povo de Deus que está na peregrinação; mas nessa peregrinação se suja os pés, então necessita, não que seja salvo de novo, senão que seja reconciliado de novo. Uma coisa é a salvação e outra é a alegria da salvação. Volta-me a alegria da salvação; porque a salvação que Deus dá, nunca a dá na base do que o homem seja; a salvação só se dá com base na graça. A recompensa é uma coisa distinta da salvação; a salvação não se recebe por obras, senão por graça, por fé, nunca baseada no que somos ou merecemos, senão no que o Senhor Jesus é. Mas e esse que já foi limpo? Vós já estais limpos, só estou lavando os pés; vocês são meu povo, são meus filhos, mas sujam os pés enquanto estão peregrinando neste mundo. Neste mundo estamos entrando em contato constantemente com coisas imundas; o mundo constantemente está nos contaminando; satanás não quer que vivamos em paz com Deus e trata de contaminar-nos de todas as maneiras: por televisão, por revistas; todo o mundo está organizado para manter as pessoas longe de Deus, e nós estamos aqui na terra sendo assaltados constantemente para ser contaminados.
         Mas se sendo filhos somos contaminados no caminho, não necessita lavar-se todo, senão os pés; quer dizer: o que está limpo não necessita senão lavar os pés. Não deixou de ser um filho, é um filho que teve um pecado, uma debilidade, se arrepende e continua; por isso diz aqui no versículo 11: “Aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias”. Aqui se fala das coisas que contaminam e aqui neste capítulo se nos mostra que o que contamina são os cadáveres, os mortos. Claro, se o tomamos no primeiro sentido, no primário, literal, se refere a contaminação física dos cadáveres, por isso tem um sentido também alegórico, espiritual; quer dizer: tudo o que é humano, tudo o que é adâmico, está na morte. Nós quando estamos no mundo, vejam, que às vezes até entre os irmãos contaminamo-nos uns aos outros; às vezes é difícil para os irmãos suportar-nos; às vezes aquele irmão está em oração, está no Espírito e eu chego na carne, vibrando em uma onda carnal, causo sofrimento a esse irmão, sufoco seu espírito, o entristeço. Eu sei que todos tem tido essa experiência; às vezes os irmãos estão orando, adorando ao Senhor e vem outro irmão que não está em oração, que está na carne e entra na reunião e logo quer participar e mudar e é um choque tão difícil; porque quando nós estamos na carne contaminamos, quando estamos em nosso temperamento contaminamos; tudo o que em nós não é de Cristo causa tristeza, sufoco e morte espiritual, não eterna; quer dizer: amortece a pessoa.
         “Aquele que tocar em algum morto,...”. O senhor sabia que estaríamos peregrinando no mundo onde haveria contaminação constante, e ele proveu para que não fiquemos sepultados, senão que sejamos purificados; por isso se chama: “... a água da separação; expiação é”.  A purificação é a aplicação da expiação; aquilo foi uma expiação; aquela novilha que se queimou toda e juntamente com ela se queimou também desde o cedro até o hissopo, com carmesim, porque nossos pecados são como a romã, tudo foi queimado juntamente com a novilha e agora essas cinzas se misturam com água corrente e se aplicam para purificar. O Espírito Santo purifica, aplicando a expiação feita uma única vez para sempre e que está aí guardada para o povo de Deus, para quando o necessite em sua peregrinação.
A limpeza e a posição no reino
         “¹²Ao terceiro dia se purificará ...”. Por que a purificação é ao terceiro dia? Porque Cristo ressuscitou ao terceiro dia, e é por meio de Cristo que nós recebemos novidade de vida; é pela ressurreição de Cristo que veio o Espírito e veio a regeneração. “... e ao sétimo dia será limpo;...”; quer dizer, se você como filho de Deus vai caminhando e ao entrar em contato com o imundo é contaminado, recorres a Cristo e és purificado em Cristo, mas ao sétimo dia se contará por limpeza. Por quê o sétimo dia? O sétimo dia do povo do Senhor se refere ao milênio, se refere ao reino; você está caminhando com Cristo, mas às vezes pecas, és um crente, mas eventualmente peca; não perdeste a salvação, mas pode perder o galardão no reino, que é diferente; além da salvação o Senhor nos dá um galardão que é uma posição no reino. Todos os salvos estarão em alguma posição no reino. Por isso diz: suas obras serão provadas e se tuas obras permanecerem receberás recompensa; se tua obra se queimar, sofrerá perda, mas o tal será salvo, porque será salvo como pelo fogo. Essa perda, se não é da salvação, é de quê? Do seu galardão, de sua posição no reino.[8] Quando é esse tempo de galardão? No milênio, no sétimo dia; esse é o dia do descanso.
         Se você é um crente, és um filho de Deus e pecas, mas não te purificas ao terceiro dia, quando chegue o sétimo dia não estará purificado; mas se você é um crente, um filho de Deus e fostes contaminado, mas arrepende-se, reconheces o se pecado, você concerta o teu problema com quem seja, então é purificado ao terceiro dia; quando chegar o sétimo dia, quando chegar o milênio, quando chegar a hora da recompensa do reino será tido por limpo. Por quê? Porque foste purificado ao terceiro dia, porque reconhecestes teus pecados, arrependeu-se, concertastes tuas coisas; quando chegar o momento do sétimo dia, é um vencedor, és limpo; mas se o crente é um crente mas peca, será corrigido pelo Senhor no tribunal de Cristo, que não é para decidir salvação ou perdição, senão o tipo de galardão ou correção. Porque quando o Senhor vier, alguns serão açoitados e alguns receberão recompensa. A Palavra fala da recompensa no milênio, no sétimo dia.
         “¹²Ao terceiro dia se purificará com aquela água, e ao sétimo dia será limpo; (se contará por vitorioso, porque foste reconciliado) mas, se ao terceiro dia se não purificar, (se foi surpreendido, não na vida de ressurreição, senão na carne) não será limpo ao sétimo dia.”; quer dizer, quando chegar a hora da recompensa no reino milenar, esse não será um crente vencedor. Sim é um crente, sim é um filho de Deus, mas não é vencedor; será salvo assim como pelo fogo, mas sofrerá perda, não da salvação, senão do galardão que é diferente; sua posição no reino não será a mesma. No reino um será sobre dez cidades, outro sobre cinco, outro sobre duas, e outros estarão na cidade sem estar sobre elas. Alguns serão cidadãos, outros prefeitos, outros governadores, outros reis que presidem; seu galardão difere, todos são salvos; o que está na cidade, como o que está sobre ela são salvos, mas seu galardão é diferente. Então, o relativo ao sétimo dia, ao milênio, que é o reino, se refere ao galardão; o galardão é por obras, mas a salvação não é por obras, é por fé. Somos salvos não por obras para que ninguém se glorie, mas então, por que o Senhor quer que façamos obras? Ainda que nos salva sem obras, por que nos salva para boas obras? Porque Ele quer galardoar-nos; é algo adicional a nossa salvação; a salvação é só por graça, mas o galardão é a posição que ocuparás no reino. Diz em 1 Coríntios 3, que se não és um crente vitorioso, se tua obra se queimar, sofrerá perda, mas não da salvação. Sofrerá perda, serás salvo como pelo fogo; quer dizer, o seu galardão diminuirá.
         Por isso João dizia que queria que nosso galardão fosse completo.[9] Significa que alguém pode perder parte do seu galardão; Deus queria que você chegasse até um ponto, mas só chegaste até aqui; então até aí, te será reconhecido como galardão a tuas obras. Não são as tuas obras que te salvam; é salvo por graça e não por obras, mas és salvo para as boas obras; obras que o Senhor preparou para que andássemos nelas, e as boas obras dos salvos são por graça, serão galardoados com uma posição determinada no reino. Se é um crente que fracassa em algo, então tua obra será provada e se queimar, sofrerá perda, mas não da salvação, senão do galardão, ou parte do galardão, ou do galardão completo. Se o crente é derrotado, se não se purificar da sua contaminação e de sua imundícia ao terceiro dia, se não viver em novidade de vida, em ressurreição, senão que vive na carne, ainda sendo crente, quando chegar o milênio se descobrirá que foi um crente derrotado e não vitorioso. Por isso diz ali: “... se ao terceiro dia se não purificar, não será limpo ao sétimo dia. ¹³Todo aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, e não se purificar, contamina o tabernáculo do SENHOR; e aquela pessoa será extirpada de Israel; (por que a contaminou?) porque a água da separação não foi aspergida sobre ele,...”. Essa pessoa não está em novidade de vida; ainda é um crente, segue vivendo na sua carne e ao viver na sua carne, contamina os irmãos. Por isso eu entendo a Jonas. Jonas sabia que a tormenta que estavam sofrendo seus companheiros no barco era por culpa dele. E por isso ele disse: joga-me na água e verão como se acalma o mar para vocês; e assim foi, o jogaram na água e se acalmou o mar. Por quê? Porque estava fazendo que os que andavam com ele sofressem por seu pecado; e assim é, quando alguém não se purifica, não só ele sofre, senão que faz sofrer aos demais e contamina o tabernáculo do Senhor; por isso é melhor fazer como Jonas, que nos lancem na morte do “eu”, para que Cristo nos ressuscite ao terceiro dia e nos purifique para que agora façamos o que havia de haver feito antes.
Restauração do crente contaminado
         “¹⁴Esta é a lei, quando morrer algum homem em alguma tenda, (aqui está uma pessoa que contamina) todo aquele que entrar naquela tenda, e todo aquele que nela estiver, será imundo sete dias”. Olhem como alguém pode contaminar o ambiente. “¹⁵Também todo o vaso aberto,...”. Uma pessoa que não esteja se cuidando, não esteja se guardando, porque esta vasilha era no físico, mas se você tem um vaso de água tape-o, se tens açúcar tape-o, se tens farinha tape-o, para que não entrem animais e coisas, mas isto é figura também de estar aberto a espíritos; por isso se fala na Bíblia de contaminação da carne e do espírito em 2 Coríntios. “Também todo vaso aberto, sobre o qual não houver pano atado, será imundo”. Desajustado. “¹⁶E todo aquele que sobre a face do campo tocar em alguém que for morto pela espada, ou em outro morto ou nos ossos de algum homem, ou numa sepultura, será imundo sete dias. ¹⁷Para um imundo, (que se pode fazer?) pois, tomarão da cinza da queima da expiação, e sobre ela colocarão água corrente num vaso. ¹⁸E um homem limpo tomará hissopo,...”; com humildade. “se alguém vir seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará vida ...”. (1 João 5:16) “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado”. (Gálatas 6:1) Às vezes alguém, de uma maneira irresponsável, não conduzido por Deus, promove-se como conselheiro e começa a meter-se em coisas que não devia se meter, porque Deus não lhe conduziu até aí, e começa a ser contaminado com problemas.
         Eu tenho conhecido caso de pessoas que andam com um problema e veio outro, sem que Deus o tivesse dirigido, tratar esse caso ou a expulsar esse demônio, e esse demônio saiu da pessoa e entrou no outro, e às vezes, digamos, se não é um demônio que vem, não para entrar e possuí-lo, mas sim a oprimi-lo. Não tem que ser descuidados, andar com a vasilha aberta, andar sendo contaminados; tem que andar com prudência, em santidade, porque podemos ser contaminados. Por isso diz aqui: “¹⁷Para um imundo, pois, tomarão da cinza da queima da expiação, e sobre ela colocarão água corrente num vaso. (essa é a vida do Espírito) ¹⁸E um homem limpo (uma pessoa que esteja no Espírito tem que ajudar esta pessoa com humildade) tomará hissopo, e o molhará naquela água, e a espargirá sobre aquela tenda, e sobre todos os móveis, e sobre as pessoas que ali estiverem, como também sobre aquele que tocar os ossos, ou em alguém que foi morto, ou que faleceu, ou numa sepultura. ¹⁹E o limpo ao terceiro e sétimo dia espargirá sobre o imundo; e ao sétimo dia o purificará; e lavará as suas vestes, e se banhará na água, e à tarde será limpo. (Ele está ajudando a purificar o outro, ele deve purificar-se também) ²⁰Porém o que for imundo, e se não purificar, do meio da congregação será ele extirpado;...”. Não se pode ter comunicação assim. “... que não vos associeis com aquele que dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais”. Tem que manter distância daquelas pessoas que ainda que são irmãos, estão vivendo em pecado, e se dizem ser irmãos, mas pecam facilmente; constantemente, essas pessoas vão contaminar o povo do Senhor. Muitos versículos nos pedem para manter distância daquelas pessoas que chamando-se irmãos, vivem no pecado; se não se trata, o mesmo espírito que está rondando sobre essa pessoa, rondará sobre ti, porque você lhe abriste a porta, quer dizer, não ajustaste a tampa.
         É delicado deixar se contaminar por outros; pessoas que tem um espírito de fofoca te fazem fofoqueiro; um espírito de corrosão ou crítica; um espírito de luxúria te faz luxurioso, ou qualquer outra coisa: de preguiça, ou de raiva, ou de zanga; se você anda com essa pessoa, chega a ser o que essa pessoa é. Por isso o Senhor quer que o seu povo aplique disciplina mantendo distância, cortando a comunicação com pessoas que não estão atuando no Espírito; porque se você tolera como se não fosse nada, abres a porta para que esta contaminação venha sobre ti. “²⁰Porém o que for imundo, e se não purificar, (todos podem sujar-se eventualmente, mas há um a provisão para purificar-se, mas desprezar essa provisão tão misericordiosa e passar dias e dias na carne, é delicado, é para não andar com essa pessoa) do meio da congregação será ele extirpado; porquanto contaminou santuário do SENHOR; água de separação sobre ele não foi espargida; imundo é. ²¹Isto lhe será por estatuto perpétuo; e o que espargir a água da separação lavará as suas vestes;...”. Como Diz Paulo: “olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado”. “... e o que tocar a água da separação será imundo até à tarde. ²²E tudo o que tocar o imundo, também será imundo; e a pessoa que o tocar será imunda até à tarde”. O Senhor é o que pode adoçar as coisas. Mitca quer dizer doçura, que é a aplicação da expiação; essa é a purificação, o que limpa, o que descontamina, o que adoça. Então que o Senhor nos ajude para que tiremos lições espirituais deste assunto.


[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 17 de novembro de 2000.

[2] Lucas 22:32-32
[3] Referência a Romanos 8:38, 39 

[4] Hebreus 7:25

[5] 2 Coríntios 5:17
[6] João 7: 38-39

[7] Referência a João 13:6-10

[8]  Referência a 1 Coríntios 3:12-15

[9]  Referência a 2 João 8


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