Jornada
25
M I T C A [1]
“E partiram de Tara, e acamparam-se em
Mitca”.
Números 33:28
A provisão de Deus em Cristo
É precioso que desde o início, desde o
princípio o Espírito Santo tem estado dirigindo os louvores e os cânticos de um
maneira completamente cristocêntrica, centrado totalmente na preciosidade do
Senhor Jesus, e na porção da palavra de Deus que vamos ver hoje em continuidade
com a série do Livro das Jornadas que estamos seguindo jornada por jornada;
como vão se dar conta meus irmãos no capítulo 33 do livro de Números.
Inicialmente no versículo 28, que é o correspondente a jornada a qual estamos
chegando agora para considerá-la. Todas estas jornadas ao redor deste verso 28,
imediatamente anteriores e as imediatamente seguintes, foram jornadas ao redor
do monte de Seir durante muitos anos.
Agora chegamos ao versículo 28 que diz:
“E partiram de Tara, e acamparam-se em
Mitca”. Na vez passada consideramos o relativo a Tara; hoje estaremos
considerando o relativo a Mitca. Seguindo a sequência desde Êxodo até Números
nestas jornadas, a jornada relativa a Mitca corresponde ao capítulo 19 do livro
de Números. Depois de que consideremos isso, os irmãos que podem ter depois
acesso a uma bibliografia, lhes recomendo para enriquecer, repassar e ruminar
este assunto com umas leituras recomendadas: primeiro do Irmão Charles Henry
Mackintosh, o capítulo19 de seu Estudo
sobre o Livro de Números. Nesse
capítulo, nosso irmão trata este assunto de uma maneira muito boa, muito útil e
como não podemos considerá-lo aqui a fundo, recomendo aos irmãos, lerem esse
capítulo 19 do Estudo do Irmão Mackintosh sobre o livro de Números, de seus
Estudos sobre o Pentateuco. Também sobre o mesmo tema, lhes recomendo três
leituras do irmão Watchman Nee: Um, Conselhos
sobre a Vida Cristã, o primeiro capítulo onde se refere ao homem já
cristão, já crente que peca. Ali se trata também desse tema. Outro, o Livro de Perguntas Vitais sobre o Evangelho,
que trata sobre 50 perguntas acerca do Evangelho; a pergunta número 5 desse
livro também do irmão Watchman Nee, também trata sobre esse tema; e os dois
últimos capítulos, 25 e 26, do terceiro tomo, da obra O Evangelho de Deus. Ali também trata dessa situação. De modo,
pois, que lhes recomendo estas leituras para enriquecer o que hoje vamos estar
considerando dentro de um tempo mais reduzido.
Números 19. Olhem como o Antigo
Testamento está cheio de Cristo. Alguém pensaria que considerar algumas
jornadas que aconteceram na península de Sinai seria questão de legalismo e de
leis, mas observem que ainda desde a primeira jornada, desde Ramessés, já
aparece Cristo; aí aparece o Cordeiro Pascoal, por meio do qual o povo foi
separado dos egípcios e foi salvo sob o sangue do cordeiro e alimentados pela
carne do cordeiro. Logo por ali em Mara, encontramos a Cristo representado por
aquela árvore que adoça as águas; logo ali no deserto de Sim, encontramos a
Cristo representado pelo maná no deserto do Sinai, no monte Sinai, no monte
Horebe onde se deu o Decálogo, os dez mandamentos. É curioso que desde o
princípio, Deus não dá somente mandamentos; sempre que vemos a história dos
mandamentos, das ordenanças, dos estatutos dados por Deus, o vemos completamente
mesclados, entrelaçados com sacrifícios; o sacrifício pelas transgressões, o
sacrifício pelo pecado, o sacrifício de paz, a oferta movida, o holocausto
totalmente queimado, os pães de flor de farinha, os coscorões, etc., sempre
Deus, ainda que estava na época do Antigo Testamento, dando a lei, apenas
introduzindo um projeto de Cristo, sem restrição, ainda em meio da lei do
Antigo Testamento, tudo está cheio de Cristo.
Deus não dava somente mandamentos,
senão que juntamente com os mandamentos, sabendo Deus que o homem quebrantaria
os mandamentos, ia dando também a provisão para salvar ao homem e restaurar ao
homem, limpar ao homem, justificar ao homem, libertar ao homem, reconciliar ao
homem. Depois passamos por aquelas jornadas sérias como Quibrote-Taavá,
Hazerote, Ritma, Rimom-Perez. Sem restrição depois de todas essas experiências
negativas, ai vem aquela jornada que vimos em Libna, onde Deus provê para
tratar justamente de forma redentora todos aqueles problemas, aquelas lições.
Depois seguimos vendo o relativo a Rissa, Queelata e todas aquelas últimas
jornadas que temos considerado ao redor do monte de Seir, onde se tem aprendido
lições muito duras e também muito sérias e santas, e sem restrição Deus em meio
de tudo isso, torna e introduz a provisão da graça em Cristo. Deus não quer que
nós consideremos mandamentos, estatutos, ideais, separados de Cristo; as boas
intenções não são suficientes; necessitamos mais que provérbios, mais que
mandamentos, mais que boas intenções, mais que ideais; para conseguir aquilo,
necessitamos a provisão em Cristo; e este capítulo 19 é considerado por aqueles
irmãos que lhes mencionei no princípio, Mackintosh e Nee, cada um por seu lado,
como realmente algo precioso, cristológico, e vocês vão se dar conta também por
si mesmo, que isto é assim.
Um singular aspecto de Cristo
Este é um capítulo, irmãos, exclusivamente
cristológico e cristocêntrico; Cristo é um só, e o sacrifício de Cristo foi um
só e se deu uma só vez para sempre; sem restrição, tudo o que foi feito no sacrifício
do Senhor Jesus é tão profundo, que Deus teve que desmembrá-lo por meio de
muitos exemplos, de muitas maneiras, muitas jornadas; porque cada um deles
representa um aspecto diferente da obra de Cristo, uma só obra e feita de uma
vez para sempre; sem restrições, nessa obra do Senhor na cruz há tantas coisas,
que o Senhor teve que simbolizá-la por meio de muitos tipos de sacrifícios, por
meio de muitas situações onde a resposta era de novo outro aspecto de Cristo, e
aqui neste capítulo aparece por esta única vez, um aspecto de Cristo muito
importante.
Queremos chamar-lhes primeiro a
atenção, sobre o lugar onde aparece este capítulo; aparece nada menos que no
livro de Números, que é o livro das peregrinações pelo deserto. Os outros
sacrifícios: o sacrifício pelas transgressões, o sacrifício pelo pecado, o
sacrifício de paz, a oferta movida, a oferta de grão, etc., aparecem
principalmente no livro de Levítico. Levítico é o livro dos sacrifícios, e o
livro de Levítico, como já vimos, quando passamos por aí, se deu principalmente
no segundo ano da peregrinação no deserto, no monte Sinai, e aos pés do monte
Sinai, e ali se trataram alguns aspectos da obra de Cisto; mas ali não se
tratou nada relativo ao que se trata no capítulo 19 de Números, que também tem que
ver com outro aspecto significativo da obra de Cristo a favor de Seu povo. É
interessante que Deus não quis que este capítulo estivesse na coleção Levítica,
senão incrustado no meio das peregrinações do povo de Deus no deserto; e isso é
muito significativo, porque os outros capítulos nos mostram como Cristo pode
tomar uma pessoa perdida e salvá-la, perdoá-la. Aí está o sacrifício pelas
transgressões; libertá-la, aí está o sacrifício pelo pecado; reconciliá-la, aí
está o sacrifício de paz, etc.
Mas este capítulo 19, também nos fala
de Cristo, sem restrição, em um contexto distinto, no contexto das
peregrinações do povo de Deus no deserto. Todos os sacrifícios que se viam aí
em Levítico, eram sacrifícios nos quais Deus mostrava a provisão da graça com
respeito aos pecados cometidos pelo homem e com respeito à condição caída,
adâmica, condição do homem perdida por natureza; sem restrição, aqui em Números
aparece um aspecto onde Deus faz provisão, inclusive para os pecados futuros de
seu povo. Isto é algo maravilhoso. É uma coisa preciosa! Alguém diria: Bem, eu
era pecador, reconheço meus pecados; o Senhor morreu por mim e, bem, me salvou;
agora creio, sou salvo, mas e depois que estou peregrinando e tenho estas
terríveis quedas e situações, agora que acontece? Será que já não há
possibilidade de levantar-me? Então eu queria que começássemos a considerar
este capítulo nesse contexto.
A novilha vermelha
Números capítulo 19: “¹Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão dizendo:”. Que precioso! Aqui é
uma revelação de Deus. Por que esta jornada se chama Mitca? Que significa Mitca?
A palavra Mitca no hebraico significa doçura, inclusive pode-se
traduzir também de uma maneira dinâmica, poderíamos dizer não somente doçura
como algo que é doce, senão como algo que adoça, não só doçura, senão como se
fosse adoçante, que adoça; quer dizer, a situação estava amarga, a situação
estava seca, a situação estava difícil, e Deus proveu para que a situação mude,
e agora chegue a ser doce; isso está dentro dessa palavra Mitca no hebreu; esse
significado doçura, não só de uma maneira estática, senão uma doçura que adoça
de uma maneira dinâmica; esse é também um aspecto de Cristo. Cristo
adoça o que não estava doce.
“²Este
é o estatuto da lei, que o SENHOR ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel
que te tragam uma novilha ruiva, que não tenha defeito, e sobre a qual não
tenha sido posto jugo. ³E a dareis a Eleazar, o sacerdote; e ele a tirará para
fora do arraial, e degolar-se-á diante dele. ⁴E Eleazar, o sacerdote, tomará do
seu sangue com o seu dedo, e dele espargirá para frente da tenda da congregação
sete vezes. ⁵Então queimará a novilha perante os seus olhos; o seu couro, e a
sua carne, e o seu sangue, com o seu esterco, se queimará. ⁶E o sacerdote
tomará pau de cedro, e hissopo, e carmesim, e os lançará no meio do fogo que
queima a novilha. ⁷Então o sacerdote lavará as suas vestes, e banhará a sua
carne na água, e depois entrará no arraial; e o sacerdote será imundo até à
tarde. ⁸Também o que a queimou lavará as suas vestes com água, e em água
banhará a sua carne, e imundo será até à tarde. ⁹E um homem limpo ajuntará a
cinza da novilha, e a porá fora do arraial, num lugar limpo, e ficará ela
guardada para a congregação dos filhos de Israel, para água da separação;
expiação é”.
Notem o que diz: as guardarás para a
congregação dos filhos de Israel para água de separação; quer dizer, aqui não
está tratando um pecado que se cometeu; para isso há o sacrifício pelas
transgressões; bem, já nascemos com a natureza pecaminosa, para isso está o
sacrifício do pecado; somos inimigos de Deus, então está o sacrifício de paz
para reconciliação, esses distintos aspectos de justificação, libertação,
reconciliação, perdão, etc., todos estes foram obra de Cristo na cruz; mas aqui
o Senhor está prevendo que Seu povo contrairia o caminho da imundícia, e Ele
está fazendo uma provisão para as imundícias que Seu povo pudesse contrair,
purificar depois qualquer coisa que Seu povo pudesse ter, uma contaminação que
o povo pudesse adquirir; guardará estas cinzas para uso futuro. É uma coisa
interessante; aqui Deus nos está mostrando o alcance completo da obra do Senhor
Jesus Cristo.
A purificação dos imundos
O irmão Nee perguntava: Se você tivesse
se convertido aos 16 anos de idade, o Senhor tivesse te perdoado todos os
pecados desde o princípio até os 16 anos, mas se tivesse se convertido aos 40
anos, terias mais pecados que aos 16 anos, ainda assim o sacrifício do Senhor
teria lavado também todos os pecados que tivesse cometido até os 40; se tivesse
recebido ao Senhor aos 80, se convertido aos 80, o sacrifício de Cristo teria
lavado todos os pecados que cometeste até os 80; mas, bem, já te lavou. Mas
suponha que foste convertido aos 40, já te limpou os pecados passados, mas por
aí aos 60, não só que todos os dias pecamos, senão que cometes algum pecado
grave, será que já não há esperança para você? Será que não é possível voltar a
tratar os assuntos? Se vocês considerarem comigo aqui em 1 João capítulo 2; o
Senhor está provendo aqui Cristo para os pecados futuros de Seu povo. Claro que
meus irmãos não vão me entender mal e dizer; agora que Deus vai me perdoar os
pecados do futuro, então agora vou viver descuidadamente e serei perdoado, não;
isso não faz uma pessoa que realmente tem sido tocada pelo Senhor; sem
restrição, Deus se assegura de que tenhamos uma firme âncora na alma para
qualquer eventualidade. Ele tem provido para que não tenhamos que pecar, mas se
pecarmos...
Então observem o que diz 1 João 2: “¹Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo,
para que não pequeis;...”. Que coisas
havia escrito até aí? Bem, vinha dizendo: “⁸Se
dissermos que não temos pecado,
enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. ⁹Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de
toda injustiça”. Perdoar-nos, um aspecto, e purificar-nos, outro aspecto,
etc. Vinha falando como no versículo 7 do capítulo 1: “...e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.
Já somos filhos de Deus, limpos e perdoados; e aqui Ele não está falando aos
incrédulos senão aos irmãos: “Meus
filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis;...”. Ah! mas se
alguns desses filhinhos, não está falando dos incrédulos, senão dos filhinhos: “...e, se alguém pecar, (então o quê?) temos um advogado para com o Pai, Jesus
Cristo, o justo. ²E ele é a propiciação pelos nossos pecados,...”. Essa
palavra que no Novo Testamento se chama propiciação, é a que no Antigo
Testamento se chama expiação; de modo que a palavra propiciação e a palavra
expiação são sinônimos. “²E ele é a
propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos
de todo mundo”. Isso significa que o alcance da obra do Senhor Jesus é
suficiente para cobrir, limpar e libertar dos pecados e do pecado, desde o
princípio até o fim de cada pessoa que creia; não somente é válido para o
passado, senão que tem alcance para o futuro.
Aqui está dizendo: “... vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar...”,
quer dizer, na eventualidade de que os filhos pequem, vão ficar prostrados no
deserto ou há uma saída para eles? Deus já tem tratado o assunto de como ser
livrados do Egito, como ser salvos, mas agora que somos salvos, se pecarmos,
que tem feito Deus? Deus provê através de Números 19 uma revelação acerca do
alcance da obra de Cristo para cobrir os problemas que pudessem se apresentar
no futuro, e Deus o revela na Bíblia para que nós não nos deixemos arrebatar.
Porque isso foi o que aconteceu a São Pedro. São Pedro havia escutado que o
Senhor negaria aos que o negassem, e ele o negou; seguramente que Pedro estava
tão afligido que possivelmente se lembrava dessa palavra pensando que o Senhor
o iria negar, e ele já não tinha nenhuma possibilidade; mas o Senhor, que lhe
havia dito antes? “³¹... Simão, Simão,
eis que satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; ³²Mas eu roguei por ti,
para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus
irmãos”.[2] Agora, Pedro, você vai
muito confiante que me amas, que vai colocar tua vida por mim, mas vai chegar
um momento quando vai cometer tal pecado, que me negarás inclusive com
maldição, que pensarás que já não há possibilidade para contigo; mas eu tenho
rogado por ti, para que tua fé, ou seja tua confiança em mim, não falte; Eu
sei, Pedro, que daí em diante não poderás mais confiar em ti; mas segue
confiando em Mim. Isso pode te acontecer para que não confieis mas em ti,
porque até aqui tinhas confiado em tua própria justiça; e se permito que te
aconteça isto é para que não confieis mais em ti; mas segue confiando em Mim;
tenho rogado por ti, que tua fé não desfaleça. Como eu sei que vais levantar,
porque eu vou te levantar; uma vez que converta-te, confirma teus irmãos; não
somente vai se converter, senão que inclusive vai seguir liderando, vai
confirmar a teus irmãos. Que amor profundo! Que profundo amor do Senhor Jesus!
É uma coisa tremenda e maravilhosa.
Voltemos então, para considerar alguns
aspectos, pelo menos desta primeira porção. Aqui é curioso que Deus escolhe que
seja uma vaca alazã ou ruiva ou vermelha; em outros sacrifícios era um bezerro,
era um cordeiro, mas neste caso é uma novilha, é um animal feminino, ainda que
o Senhor não é feminino, é masculino; então este animal sem defeito que foi sacrificado
fora do acampamento, representa Cristo; tudo isto é figura de Cristo. Mas é
interessante que no ministério de Cristo, o que Cristo faz por nós, fora de
nós, é algo objetivo, mas a experiência do que Cristo faz é algo subjetivo na
igreja. Digamos que o masculino representa o aspecto objetivo, mas o feminino
representa o aspecto subjetivo; inclusive observem como a psicologia do homem e a psicologia da
mulher é diferente; parece que o homem é um pouco mais cerebral, mas lógico,
digamos mais objetivo; a mulher, por outro lado, parece que é mais emocional,
mas sentimental, mais subjetiva, e aqui o Senhor, ainda que o sacrifício é
dEle, o ato que Ele queria simbolizar, este aspecto do sacrifício na
peregrinação do deserto com um animal expiatório, mas do sexo feminino, é para
tratar justamente, esse aspecto subjetivo do Seu povo que cai.
Provisão de Deus para o futuro
Agora, observem em mais outro detalhe. Aqui
Deus diz a Moisés e a Arão que o povo traga esse animal que vai representar
Cristo, mas quem deve fazer aquele ritual é Eleazar, não é Arão. Por quê?
Porque justamente está falando do futuro; Deus está fazendo a provisão,
assegurando-nos que nosso futuro está confirmado em Sua graça. Nada nos
separará (futuro) do amor de Deus em Cristo Jesus, nem o passado, nem o
presente, nem o porvir.[3]
Claro, era Eleazar o que ia suceder depois Arão no sacerdócio; Eleazar está
representando o futuro; Arão está representando a necessidade presente, a
realidade presente, por outro lado quem ia suceder no futuro Arão, era Eleazar.
O povo seguia sendo Seu povo; no futuro Seu povo seguramente ia ter muitos
problemas, situações de queda, circunstâncias difíceis, mas Deus já havia
treinado e provido Eleazar para que sucedesse Arão e para que fosse o testemunho
de toda aquela validade de seu sacrifício e tivesse isso preparado e o
aplicasse ao povo como vamos ler aqui, que Eleazar o tinha que preparar. É
interessante que não é Arão, senão Eleazar, porque estava falando o Senhor para
o futuro, algo que o povo devia ter guardado como um tesouro, para quando
eventualmente viessem as impurezas futuras. Maravilhoso o amor de Deus!
Deus sabia que viriam muitas impurezas
e que necessitaríamos ser purificados dessas impurezas. Até aqui havíamos
visto: Bem, já é impuro, agora que faço? Bem, aí está o sacrifício do cordeiro.
Pronto, o Cordeiro já me limpou, agora já estou limpo; mas de repente fui
contaminado de novo e agora que faço? O povo podia pensar: Bem, aquele
sacrifício era para aquela vez, mas agora já não; isto não é para mim, isto é para
outros. Às vezes o diabo mete esses pensamentos nas pessoas; o Senhor sabe que
às vezes a pessoa é submetida a tal acusação, então o Senhor provê de antemão
para o futuro. Não para libertinagem, não para tomar a graça para libertinagem;
o Senhor sabe que quem é realmente perdoado, não vai buscar libertinagem, vai
viver para o Senhor.
Adoçar o caminho
Observem que o versículo 4 do capítulo 19 de
Números diz que Eleazar tomará o sangue com seu dedo, e espargirá sete vezes o
sangue da novilha para a parte dianteira da tenda da congregação. O número sete
é o número de complemento, de perfeição, de suficiência, como quem está
dizendo: o sacrifício de Cristo é suficiente para prover uma cinzas que
misturadas com água corrente serão aplicadas a você. Que são as cinzas? A
cinza é o último estágio de decomposição da matéria. Pode ser que isto
se converta naquilo, e isto que se queima se torne nisto, e que se torne àquilo
até que chegue a um ponto que já não pode mais se decompor mais. O último
estágio da matéria é a cinza, a cinza já é permanente. Uma coisa pode se
decompor em outra, e essa outra em outra, mas quando chega a cinza, a cinza já
é permanente. Agora Deus justamente faz que o sacrifício de Cristo fique
convertido em umas cinzas para provisão permanente para qualquer eventualidade
futura, qualquer imundícia futura, qualquer contaminação futura que Seu povo
possa ter. Isso é doçura, isso é para adoçar o caminho. Por isso diz ali: fará
queimar a novilha, e espargirá o sangue na parte dianteira do tabernáculo sete
vezes, porque esse sacrifício é suficiente, a obra de Cristo é suficiente; por
isso esse número sete é suficiente. O que Cristo fez por nós é suficiente aos
olhos de Deus; Deus não está esperando algo seu, Deus não tem esperança em algo que
você pode dar-lhe. Deus sabe que você separado de Cristo não pode fazer nada;
Deus somente recebe na base de Jesus Cristo, tanto desde o princípio, como
durante o caminho, pois até o final da sua vida nunca serás aceito diante de
Deus por nenhuma outra coisa, senão mediante Jesus Cristo; nunca será por algo
que tu sejas. Não é porque agora seu caráter melhorou que tens acesso a
presença de Deus; não é porque fez jejum ou ofertaste ou porque proclamaste.
Se hoje, ou amanhã, ou depois de amanhã
ou até o fim da sua vida vens algum dia a Deus, nunca será baseado no que tu
és, nunca será no que tu fazes, sempre será baseado no que Cristo é, no que
Cristo fez, o qual tem validade permanente para ser aplicado a você sempre que
necessites; então por isso esse sangue é espargido sete vezes, para dizer: o
sacrifício de Cristo é suficiente para salvar, e acrescento: perpetuamente.
Como diz em hebreus: aos que por ele se aproximam de Deus, não só para salvar
uma vez; porque alguns tomam a salvação como ascensor; às vezes sentem que
cantaram muito bonito, se emocionaram, dançando, requebrando, aleluia! Então
sentem que estão salvos, mas de repente acabou a canção, acabou a música, vai
para casa, ali viu uma coisa que não tinha que ver, disse uma coisa que não
tinha que dizer, brigou com quem não tinha que brigar, acabou a emoção, acabou
o requebrado, e agora que vai fazer? Esperar outro requebrado no próximo
domingo, ou no próximo acampamento? Não, irmãos, quando o Senhor viu os nossos
pecados, Ele decidiu pagar o preço de todos eles, desde o princípio até o fim,
e o sacrifício do Senhor Jesus Cristo tem uma aplicação permanente, Sua
salvação é perpétua. Por isso diz: “... pode
também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,...”.[4]
Nunca nos aproximamos de Deus baseados no nosso próprio jejum, ou em nossa
própria pregação, ou em nosso próprio exercício, nunca, nunca. Ainda diz o
Senhor Jesus: Quando hajas feito tudo o que devias fazer, considerai: servos
inúteis, porque fizemos apenas o que havia de se fazer; como quem diz: nunca
sintas que algo que você é ou que fazes, é a base pela qual te aproximas de
Deus ou mereces Deus: sempre será somente pelo Senhor Jesus, por Sua obra na
cruz, por Seu precioso sangue, por Seu sacrifício.
Agora, é interessante que justamente
com a novilha tinha que queima-la integralmente, ou seja, plenamente; inclusive
diz: seu couro, sua carne, seu sangue, seu esterco e logo havia que tomar três
coisas, juntamente com a novilha e queimá-las juntas; o Senhor está mostrando
que no sacrifício de Cristo, Deus tem posto todas as coisas para serem tratadas
e terminadas. Isto aparece aqui nesta frase do verso seis: “E o sacerdote tomará pau de cedro, e hissopo, e carmesim, e os lançará
no meio do fogo que queima a novilha.”;
quer dizer, o fogo da novilha queima também desde o cedro, até o hissopo e o
carmesim. Que significa o cedro e o hissopo? Em 1 Reis capítulo 4:33, há uma
expressão que significa plenitude. Aqui está falando de Salomão, da sabedoria
que Deus deu a Salomão e como ele tratou os assuntos passados e futuros, por
exemplo, leiamos desde o verso 30: “³⁰E
era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do oriente e do
que toda a sabedoria dos egípcios. ³¹E era ele ainda mais sábio do que todos os
homens, e do que Etã, ezraíta, (que escreveu um Salmo) e Hemã, (que escreveu outro Salmo) e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as
nações em redor. ³²E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e
cinco”. Somente nos tem ficado umas poucas coisas. Notem o verso 33: “³³Também falou das árvores, desde o cedro
que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede;...”. com essa
expressão, desde o cedro até o hissopo, está querendo envolver tudo; quer
dizer, desde o principal que é o cedro, aquela árvore grande do Líbano, essas
tremendas árvores do Líbano, até aquele hissopo que nasce na parede; como quem
diz: desde o maior, até o menor. Quer dizer: dissertou acerca de tudo, desde o
cedro até o hissopo. Essa expressão, desde o cedro até o hissopo, envolve tudo;
ainda que você não diga: o alface, ele dissertou o alface, aí está; do
espinafre aí está; das romãs, das maçãs, ele foi um grande botânico. Não é
necessário mencionar tudo; como dizer: desde o cedro até o hissopo, está envolvido
tudo.
As coisas velhas passaram
Agora, é interessante isso, o que quer dizer:
o cedro e o hissopo; pois o Senhor trata com todas as coisas na cruz de Cristo;
por isso diz: “... as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo”.[5]
Todas as coisas velhas estão incluídas aí desde o cedro até o hissopo; aí está
incluído tudo; não há assunto que possa aparecer a você, que o diabo venha e
diga: Mas aqui tinha eu reservado isto para tratar de acusar-te e afundar-te;
já foi tratado por Cristo. Por isso quando a novilha foi totalmente queimada,
não ficou nem o esterco, tudo foi queimado: a pele, a carne, toda a novilha foi
queimada, e aí quando se está queimando lhe põe cedro e hissopo, como quem diz:
todas as coisas. Por isso diz: tudo se fez novo, tudo é passado e tudo começa de novo em
Cristo Jesus. Agora tudo volta a cinza e essa cinza é sinal de
purificação; agora com essa cinza se põe água corrente, que é o Espírito; a
água corrente é figura do Espírito. O Senhor Jesus disse: “³⁸...rios de água viva correrão do seu ventre. ³⁹E isto disse ele do
Espírito que haviam de receber os que nele cressem;...”;[6]
quer dizer, as águas correntes são figura do Espírito. Que se fazia com essa
cinza? Essa cinza já é como dizer: o incorruptível, não se pode corromper mais,
isso não se pode decompor.
Isso diz o Senhor ao povo: vocês
guardem; o Senhor fez isso, o Senhor passou pelo juízo de todas as coisas,
todos os problemas, tudo foi posto nEle; Ele tomou o Juízo de todos, agora Ele
levou esse juízo e já não há nada mais que possa corromper isto, que possa
decompor isto; agora vocês vão guardar isso para o futuro, quando o necessitem:
vão ter isto ali fora do acampamento; porque tem que sair do acampamento, como
Ele saiu, e arrepender-se; porque em Números 19:7 diz: “Então
o sacerdote lavará as suas vestes, e banhará a sua carne na água, e depois
entrará no arraial; e o sacerdote será imundo até à tarde”. Isso significa
que no novo dia não há mais imundícia, quer dizer, à noite; quando chegava às
seis da tarde era quando acabava o dia e começava o dia novo; quer dizer, tem
sido imundo, mas no novo dia será puro; o novo dia representa a ressurreição de
Cristo. “⁸Também o que a queimou lavará
as suas vestes com água, e em água banhará a sua carne, e imundo será até à
tarde. ⁹E um homem limpo ajuntará a cinza da novilha, e a porá fora do arraial,
num lugar limpo, e ficará ela guardada para a congregação dos filhos de Israel,
(é uma provisão para a congregação) para
água da separação; expiação é”. Deus já sabe tudo que é teu futuro, tua
vida; o Senhor quando morreu na cruz, morreu por todos teus pecados, os que tem
cometido, e os que cometerias no futuro; o Senhor já o sabia de antemão, antes
que você nascesse e pecasse, Ele já havia morto por ti e por todos os seus
pecados, desde o primeiro até o último; não para que sejas leviano ou
descuidado, senão para que possas realmente permanecer diante dEle, para que
satanás não possas te oprimir, para que possas se levantar, seguir em comunhão
com Ele. Pecaste, mas Ele te tem perdoado; agora pela corrente de água com
cinzas, aplica em ti esse sacrifício que envolve tudo: desde o cedro até o
hissopo; se aplica em você quando tiver qualquer eventualidade. Por isso diz no
verso 10: “E o que apanhou a cinza da novilha
lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde; isto será por estatuto
perpétuo aos filhos de Israel e ao estrangeiro que peregrina no meio deles”.
O lavar dos pés
Quando necessitamos essa provisão, essa
purificação? Recordem-se de um detalhe: quando o Senhor Jesus começou a lavar
os pés dos seus discípulos, Pedro lhe disse: Senhor, não me lavarás os pés
jamais. Então o Senhor lhe disse: se eu não te lavar, não terás parte comigo.
Só podemos ter parte com o Senhor se nos deixarmos lavar pelo Senhor. Então
Pedro lhe disse: Senhor, não só meus pés, senão também as mãos e a cabeça e os
pés. Mas que lhe disse o Senhor? Olha Pedro aquele que está lavado, não
necessita senão lavar os pés;[7]
quer dizer, que uma pessoa que já foi redimida, é uma pessoa nascida de novo
que participa da natureza divina, é um filho ou uma filha de Deus, é povo de
Deus que está na peregrinação; mas nessa peregrinação se suja os pés, então
necessita, não que seja salvo de novo, senão que seja reconciliado de novo. Uma
coisa é a salvação e outra é a alegria da salvação. Volta-me a alegria da
salvação; porque a salvação que Deus dá, nunca a dá na base do que o homem
seja; a salvação só se dá com base na graça. A recompensa é uma coisa distinta
da salvação; a salvação não se recebe por obras, senão por graça, por fé, nunca
baseada no que somos ou merecemos, senão no que o Senhor Jesus é. Mas e esse
que já foi limpo? Vós já estais limpos, só estou lavando os pés; vocês são meu
povo, são meus filhos, mas sujam os pés enquanto estão peregrinando neste
mundo. Neste mundo estamos entrando em contato constantemente com coisas
imundas; o mundo constantemente está nos contaminando; satanás não quer que
vivamos em paz com Deus e trata de contaminar-nos de todas as maneiras: por
televisão, por revistas; todo o mundo está organizado para manter as pessoas
longe de Deus, e nós estamos aqui na terra sendo assaltados constantemente para
ser contaminados.
Mas se sendo filhos somos contaminados
no caminho, não necessita lavar-se todo, senão os pés; quer dizer: o que está
limpo não necessita senão lavar os pés. Não deixou de ser um filho, é um filho
que teve um pecado, uma debilidade, se arrepende e continua; por isso diz aqui
no versículo 11: “Aquele que tocar em
algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias”. Aqui se fala
das coisas que contaminam e aqui neste capítulo se nos mostra que o que
contamina são os cadáveres, os mortos. Claro, se o tomamos no primeiro sentido,
no primário, literal, se refere a contaminação física dos cadáveres, por isso
tem um sentido também alegórico, espiritual; quer dizer: tudo o que é humano, tudo o que é
adâmico, está na morte. Nós quando estamos no mundo,
vejam, que às vezes até entre os irmãos contaminamo-nos uns aos outros; às
vezes é difícil para os irmãos suportar-nos; às vezes aquele irmão está em
oração, está no Espírito e eu chego na carne, vibrando em uma onda carnal,
causo sofrimento a esse irmão, sufoco seu espírito, o entristeço. Eu sei que todos
tem tido essa experiência; às vezes os irmãos estão orando, adorando ao Senhor
e vem outro irmão que não está em oração, que está na carne e entra na reunião
e logo quer participar e mudar e é um choque tão difícil; porque quando nós
estamos na carne contaminamos, quando estamos em nosso temperamento
contaminamos; tudo o que em nós não é de Cristo causa tristeza, sufoco e morte
espiritual, não eterna; quer dizer: amortece a pessoa.
“Aquele
que tocar em algum morto,...”. O senhor sabia que estaríamos peregrinando
no mundo onde haveria contaminação constante, e ele proveu para que não
fiquemos sepultados, senão que sejamos purificados; por isso se chama: “... a água da separação; expiação é”. A
purificação é a aplicação da expiação; aquilo foi uma expiação; aquela novilha
que se queimou toda e juntamente com ela se queimou também desde o cedro até o
hissopo, com carmesim, porque nossos pecados são como a romã, tudo foi queimado
juntamente com a novilha e agora essas cinzas se misturam com água corrente e
se aplicam para purificar. O Espírito Santo purifica, aplicando a expiação
feita uma única vez para sempre e que está aí guardada para o povo de Deus,
para quando o necessite em sua peregrinação.
A limpeza e a posição no reino
“¹²Ao
terceiro dia se purificará ...”.
Por que a purificação é ao terceiro dia? Porque Cristo ressuscitou ao terceiro
dia, e é por meio de Cristo que nós recebemos novidade de vida; é pela
ressurreição de Cristo que veio o Espírito e veio a regeneração. “... e ao sétimo dia será limpo;...”; quer
dizer, se você como filho de Deus vai caminhando e ao entrar em contato com o
imundo é contaminado, recorres a Cristo e és purificado em Cristo, mas ao
sétimo dia se contará por limpeza. Por quê o sétimo dia? O sétimo dia do povo
do Senhor se refere ao milênio, se refere ao reino; você está caminhando com
Cristo, mas às vezes pecas, és um crente, mas eventualmente peca; não perdeste
a salvação, mas pode perder o galardão no reino, que é diferente; além da
salvação o Senhor nos dá um galardão que é uma posição no reino. Todos os
salvos estarão em alguma posição no reino. Por isso diz: suas obras serão
provadas e se tuas obras permanecerem receberás recompensa; se tua obra se
queimar, sofrerá perda, mas o tal será salvo, porque será salvo como pelo fogo.
Essa perda, se não é da salvação, é de quê? Do seu galardão, de sua posição no
reino.[8]
Quando é esse tempo de galardão? No milênio, no sétimo dia; esse é o dia do
descanso.
Se você é um crente, és um filho de
Deus e pecas, mas não te purificas ao terceiro dia, quando chegue o sétimo dia
não estará purificado; mas se você é um crente, um filho de Deus e fostes
contaminado, mas arrepende-se, reconheces o se pecado, você concerta o teu
problema com quem seja, então é purificado ao terceiro dia; quando chegar o
sétimo dia, quando chegar o milênio, quando chegar a hora da recompensa do
reino será tido por limpo. Por quê? Porque foste purificado ao terceiro dia,
porque reconhecestes teus pecados, arrependeu-se, concertastes tuas coisas;
quando chegar o momento do sétimo dia, é um vencedor, és limpo; mas se o crente
é um crente mas peca, será corrigido pelo Senhor no tribunal de Cristo, que não
é para decidir salvação ou perdição, senão o tipo de galardão ou correção.
Porque quando o Senhor vier, alguns serão açoitados e alguns receberão
recompensa. A Palavra fala da recompensa no milênio, no sétimo dia.
“¹²Ao
terceiro dia se purificará com aquela água, e ao sétimo dia será limpo; (se
contará por vitorioso, porque foste reconciliado) mas, se ao terceiro dia se não purificar,
(se foi surpreendido, não na vida de ressurreição, senão na carne) não será limpo ao sétimo dia.”; quer dizer, quando chegar a hora da
recompensa no reino milenar, esse não será um crente vencedor. Sim é um crente,
sim é um filho de Deus, mas não é vencedor; será salvo assim como pelo fogo,
mas sofrerá perda, não da salvação, senão do galardão que é diferente; sua
posição no reino não será a mesma. No reino um será sobre dez cidades, outro
sobre cinco, outro sobre duas, e outros estarão na cidade sem estar sobre elas.
Alguns serão cidadãos, outros prefeitos, outros governadores, outros reis que
presidem; seu galardão difere, todos são salvos; o que está na cidade, como o
que está sobre ela são salvos, mas seu galardão é diferente. Então, o relativo
ao sétimo dia, ao milênio, que é o reino, se refere ao galardão; o galardão é
por obras, mas a salvação não é por obras, é por fé. Somos salvos não por obras
para que ninguém se glorie, mas então, por que o Senhor quer que façamos obras?
Ainda que nos salva sem obras, por que nos salva para boas obras? Porque Ele
quer galardoar-nos; é algo adicional a nossa salvação; a salvação é só por
graça, mas o galardão é a posição que ocuparás no reino. Diz em 1 Coríntios 3,
que se não és um crente vitorioso, se tua obra se queimar, sofrerá perda, mas
não da salvação. Sofrerá perda, serás salvo como pelo fogo; quer dizer, o seu
galardão diminuirá.
Por isso João dizia que queria que
nosso galardão fosse completo.[9]
Significa que alguém pode perder parte do seu galardão; Deus queria que você
chegasse até um ponto, mas só chegaste até aqui; então até aí, te será
reconhecido como galardão a tuas obras. Não são as tuas obras que te salvam; é
salvo por graça e não por obras, mas és salvo para as boas obras; obras que o
Senhor preparou para que andássemos nelas, e as boas obras dos salvos são por
graça, serão galardoados com uma posição determinada no reino. Se é um crente
que fracassa em algo, então tua obra será provada e se queimar, sofrerá perda,
mas não da salvação, senão do galardão, ou parte do galardão, ou do galardão
completo. Se o crente é derrotado, se não se purificar da sua contaminação e de
sua imundícia ao terceiro dia, se não viver em novidade de vida, em
ressurreição, senão que vive na carne, ainda sendo crente, quando chegar o
milênio se descobrirá que foi um crente derrotado e não vitorioso. Por isso diz
ali: “... se ao terceiro dia se não
purificar, não será limpo ao sétimo dia. ¹³Todo aquele que tocar em algum
morto, cadáver de algum homem, e não se purificar, contamina o tabernáculo do
SENHOR; e aquela pessoa será extirpada de Israel; (por que a contaminou?) porque a
água da separação não foi aspergida sobre ele,...”. Essa pessoa não está em
novidade de vida; ainda é um crente, segue vivendo na sua carne e ao viver na
sua carne, contamina os irmãos. Por isso eu entendo a Jonas. Jonas sabia que a
tormenta que estavam sofrendo seus companheiros no barco era por culpa dele. E
por isso ele disse: joga-me na água e verão como se acalma o mar para vocês; e
assim foi, o jogaram na água e se acalmou o mar. Por quê? Porque estava fazendo
que os que andavam com ele sofressem por seu pecado; e assim é, quando alguém
não se purifica, não só ele sofre, senão que faz sofrer aos demais e contamina
o tabernáculo do Senhor; por isso é melhor fazer como Jonas, que nos lancem na
morte do “eu”, para que Cristo nos ressuscite ao terceiro dia e nos purifique
para que agora façamos o que havia de haver feito antes.
Restauração do crente contaminado
“¹⁴Esta é a
lei, quando morrer algum homem em alguma tenda, (aqui está uma pessoa que contamina) todo aquele que entrar naquela tenda, e todo
aquele que nela estiver, será imundo sete dias”. Olhem como alguém pode
contaminar o ambiente. “¹⁵Também todo o
vaso aberto,...”. Uma pessoa que não esteja se cuidando, não esteja se
guardando, porque esta vasilha era no físico, mas se você tem um vaso de água
tape-o, se tens açúcar tape-o, se tens farinha tape-o, para que não entrem
animais e coisas, mas isto é figura também de estar aberto a espíritos; por
isso se fala na Bíblia de contaminação da carne e do espírito em 2 Coríntios. “Também todo vaso aberto, sobre o qual não houver pano atado, será
imundo”. Desajustado. “¹⁶E todo
aquele que sobre a face do campo
tocar em alguém que for morto pela espada, ou em outro morto ou nos ossos de
algum homem, ou numa sepultura, será imundo sete dias. ¹⁷Para um imundo,
(que se pode fazer?) pois, tomarão da
cinza da queima da expiação, e sobre ela colocarão água corrente num vaso. ¹⁸E
um homem limpo tomará hissopo,...”; com humildade. “se alguém vir seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus
dará vida ...”. (1 João 5:16) “Irmãos,
se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois
espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para
que não sejas também tentado”. (Gálatas 6:1) Às vezes alguém, de uma
maneira irresponsável, não conduzido por Deus, promove-se como conselheiro e
começa a meter-se em coisas que não devia se meter, porque Deus não lhe
conduziu até aí, e começa a ser contaminado com problemas.
Eu tenho conhecido caso de pessoas que
andam com um problema e veio outro, sem que Deus o tivesse dirigido, tratar
esse caso ou a expulsar esse demônio, e esse demônio saiu da pessoa e entrou no
outro, e às vezes, digamos, se não é um demônio que vem, não para entrar e
possuí-lo, mas sim a oprimi-lo. Não tem que ser descuidados, andar com a
vasilha aberta, andar sendo contaminados; tem que andar com prudência, em
santidade, porque podemos ser contaminados. Por isso diz aqui: “¹⁷Para um imundo, pois, tomarão da cinza da
queima da expiação, e sobre ela colocarão água corrente num vaso. (essa é a
vida do Espírito) ¹⁸E um homem limpo (uma
pessoa que esteja no Espírito tem que ajudar esta pessoa com humildade) tomará hissopo, e o molhará naquela água, e
a espargirá sobre aquela tenda, e sobre todos os móveis, e sobre as pessoas que
ali estiverem, como também sobre aquele que tocar os ossos, ou em alguém que
foi morto, ou que faleceu, ou numa sepultura. ¹⁹E o limpo ao terceiro e sétimo dia
espargirá sobre o imundo; e ao sétimo dia o purificará; e lavará as suas vestes, e se banhará na
água, e à tarde será limpo. (Ele está ajudando a purificar o outro, ele
deve purificar-se também) ²⁰Porém o que
for imundo, e se não purificar, do meio da congregação será ele extirpado;...”.
Não se pode ter comunicação assim. “... que
não vos associeis com aquele que dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou
idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais”.
Tem que manter distância daquelas pessoas que ainda que são irmãos, estão
vivendo em pecado, e se dizem ser irmãos, mas pecam facilmente; constantemente,
essas pessoas vão contaminar o povo do Senhor. Muitos versículos nos pedem para
manter distância daquelas pessoas que chamando-se irmãos, vivem no pecado; se
não se trata, o mesmo espírito que está rondando sobre essa pessoa, rondará
sobre ti, porque você lhe abriste a porta, quer dizer, não ajustaste a tampa.
É delicado deixar se contaminar por
outros; pessoas que tem um espírito de fofoca te fazem fofoqueiro; um espírito
de corrosão ou crítica; um espírito de luxúria te faz luxurioso, ou qualquer
outra coisa: de preguiça, ou de raiva, ou de zanga; se você anda com essa
pessoa, chega a ser o que essa pessoa é. Por isso o Senhor quer que o seu povo
aplique disciplina mantendo distância, cortando a comunicação com pessoas que
não estão atuando no Espírito; porque se você tolera como se não fosse nada,
abres a porta para que esta contaminação venha sobre ti. “²⁰Porém o que for imundo, e
se não purificar, (todos podem sujar-se eventualmente, mas há um a provisão
para purificar-se, mas desprezar essa provisão tão misericordiosa e passar dias
e dias na carne, é delicado, é para não andar com essa pessoa) do meio da congregação será ele extirpado;
porquanto contaminou santuário do SENHOR; água de separação sobre ele não foi
espargida; imundo é. ²¹Isto lhe será por estatuto perpétuo; e o que espargir a
água da separação lavará as suas vestes;...”. Como Diz Paulo: “olhando por ti mesmo, para que não sejas
também tentado”. “... e o que tocar a
água da separação será imundo até à tarde. ²²E tudo o que tocar o imundo,
também será imundo; e a pessoa que o tocar será imunda até à tarde”. O
Senhor é o que pode adoçar as coisas. Mitca quer dizer doçura, que é a
aplicação da expiação; essa é a purificação, o que limpa, o que descontamina, o
que adoça. Então que o Senhor nos ajude para que tiremos lições espirituais
deste assunto.
[1]
Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo,
Bogotá D. C., Colômbia, 17 de novembro de 2000.
[3]
Referência
a Romanos 8:38, 39
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