Jornada 23
T
A A T E [1]
“E
partiram de Maquelote, e acamparam-se em Taate”.
Números 33:26
Representação
Vamos continuar a série
acerca do Livro das Jornadas. Chegamos hoje à estação que se segue
respectivamente, acerca da qual lemos inicialmente em Números, capítulo 33,
versículo 26; ali nos é identificado pela mão de Moisés qual foi a estação
seguinte: “E partiram de Maquelote, e
acamparam-se em Taate”. Taate é o nome que foi dado a esta estação,
provavelmente por Moisés, devido ao que foi revelado por Deus a Arão naquela
ocasião. Algumas vezes os nomes devem-se aos acontecimentos, ou alguns eram
nomes que já existiam quando eles chegaram, e outros nomes lhe deram para
recordar o que ali foi revelado. Depois dos acontecimentos da revelação de Deus
a Arão em Maquelote, posteriormente houve uma nova revelação complementar
também no período de uma longa viagem por vários anos ao redor do monte de
Seir; então este novo lugar também, como vão se dar conta, a revelação tem a
ver com o nome de Taate. Então o que corresponde a Taate segundo a sequência
que estamos vendo e também o sentido do nome, e o tema está em Números 18 desde
o versículo 20 ao 24, e parece que por fim temos chegado a um assunto que
muitos irmãos estavam reclamando por que não se tocava nesse tema. Não se podia
tocar até que se chegasse ao ponto no qual havia que tocá-lo; não
tocamos o tema de hoje exaltado sobre os demais temas, senão como um a mais
entre as jornadas, porque nos cabe passar por aí, mas não queremos dar
uma má impressão aos irmãos que não nos tem acompanhado durante este tempo, mas
que estão vindo pela primeira ou segunda vez, não queríamos que tivessem um má
interpretação, visto que hoje vai se tratar de um tema que é motivo de
controvérsia e de irritação nestes tempos; então é possível que alguns nos
entendam mal. Saibam que estamos tratando essas jornadas uma por uma, tratando
o tema que corresponde em cada ocasião, e um tema que havia sido pedido por
vários irmãos, principalmente pelos de Puente Aranda e os de Mártires, pois,
hoje chegou a hora de tocá-lo.
Vamos a Números 18:20-24 que é o correspondente a Taate. Em
primeiro lugar antes de ler, para que meus irmãos vejam como corresponde o tema
a estes versos, desta passagem, com esta revelação, porque Jeová falou a Arão,
isto foi revelado a Arão. Uma vez que Deus estabeleceu a autoridade a Arão
começou a revelar-se a ele; antes se revelava praticamente quase só a Moisés.
Uma vez que Deus instituiu ou delegou autoridade a Arão começou a revelar-se a
ele e estes assuntos que tem a ver com o ministério e com o sacerdócio de uma
maneira muito direta revelados também a Arão.
Para que meus irmãos compreendam porque esta revelação e
quando esta revelação se deu num certo lugar no deserto, queria que víssemos
por que foi recordada com o nome Taate; é porque a palavra Taate no hebraico
sintetiza o que se revela nestes versos. A palavra Taate é uma palavra que
aparece quase 500 vezes no hebraico; é uma palavra que às vezes aparece como
preposição, às vezes inclusive como advérbio, e tem, como costume suceder
palavras que servem de preposições e advérbios, um significado bastante amplo;
sem restrição a amplitude do significado é bastante coerente; significa
estar debaixo de, ou na mão de, ou em representação de. Se pudéssemos
tomar todo esse amplo significado, digamos uma palavra que pudesse significar a
essência da revelação que foi dada em Taate e o que significa Taate, é a
palavra representação; esta é a palavra chave que está escondida, como dizer,
no núcleo do sentido desta palavra em hebraico que significa Taate:
representação.
Substituição
Vamos ver aqui que aparece
a representação em dois sentidos. Um primeiro sentido como representação do
povo sacerdotal de Deus e um segundo sentido dos levitas que recebem o que se
dá a Deus dos dízimos, em representação a Deus. São os dois aspectos; os dois
tem a ver com representação. Deus quis que os levitas representassem o
ministério do povo de Deus. Então vamos primeiro ver uns versos onde aparece em
hebraico a palavra Taate para que vocês possam ver seu amplo significado. Vamos
primeiramente a Gênesis 22:13 onde aparece a palavra Taate no sentido de
substituição, nada menos que uma passagem Messiânica.
Gênesis 22:13, quando
Abraão ia sacrificar seu filho Isaque: “Então
levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado
pelo seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em
holocausto, em lugar de (aí diz Taate) seu
filho”. Aqui temos o carneiro substituindo Isaque, como Cristo nos
substituiu; então é em substituição de, ou em lugar de; essa palavra que se
traduz em lugar de, quer dizer Taate.
Vamos a outro verso em 1 Reis 11:43 onde também temos essa
palavra Taate em outro contexto. Como lhes disse, essa palavra aparece quase
500 vezes no hebraico do Antigo Testamento. Diz em Reis: “E adormeceu Salomão com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi,
seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar”. (em seu lugar: Taate) E
uma terceira passagem que aparece repetidas vezes, quase como dez vezes aparece
a palavra Taate nestes versos, que é na famosa lei do Talião. Na lei do Talião
aparece duas vezes: no Êxodo 21 e em Levítico 24. Vamos Tê-las juntas as duas
passagens: Êxodo 21, versículo 23 e 24 inicialmente, e logo vamos ler junto com
Levítico capítulo 24, versículo 20, visto que os dois foram revelações no monte
Sinai durante aquele segundo ano em que eles estiveram nesse monte, e ali nos
fala e se usa a palavra Taate, na lei do Talião.
Êxodo 21:23-25 e Levítico 24:20. Tendo os dois juntos, lemos
corrido. Êxodo 21:23-25 “²³Mas se houver
morte, então darás vida por vida,”. Essa palavra “por” é Taate, ou seja vida
substitui vida; no lugar da vida dele pagarás com sua vida. “²⁴Olho por olho, dente por dente, mão
por mão, pé por pé, ²⁵Queimadura
por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe”.
Esse “por” é outra vez Taate. Continuamos em Levítico 24: “²⁰Quebradura por
quebradura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum
homem, assim se lhe fará”. Como dizendo, lesão por lesão; essa palavra “por”,
também é Taate. De maneira que esses são uns versos que nos servem entre
muitíssimos, como lhes disse, quase 500 usos da palavra Taate que tem esse
amplo significado de representar, de estar em lugar de, de delegação, estar
debaixo de, na mão de, ou em nome de, etc. tudo isso é o que quer dizer Taate.
Separação
Então agora vamos começar
a ler a passagem de Números 18 desde o 20 ao 24. Uma vez visto o relativo ao
significado do nome vamos ver outras duas seções: uma seção para compreender o
que significa levitas, não só como descendentes de Levi, senão a origem do seu
significado representativo, e logo para transladá-lo do significado
gramático-histórico, para depois ao seu sentido eclesiástico. Começamos lendo: “²⁰Disse
também o SENHOR a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás,
(Deus começa a separar primeiramente a Arão, logo seus filhos, então os
levitas, do meio do povo do Senhor) e no
meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos
filhos de Israel”. Notem que aqui primeiro não começa com os dízimos, não;
a parte dos dízimos é mencionada depois, mas não se entende a parte dos dízimos
sem entender a parte levítica; quer dizer, como o Senhor separa do trabalho
comum e corrente certas pessoas para que se ocupem exclusivamente do Senhor, do
ministério da casa de Deus, do tabernáculo, etc., então logicamente que depois
os sustenta fazendo-lhes receber os dízimos que são dEle e que Ele os pede para
Si, e que Ele os dá a Israel. Primeiro vamos ver as coisas como foram
historicamente no Antigo Testamento para logo ir chegando como é no Novo
Testamento.
Vamos então começar por Êxodo capítulo 13, versículo 2, para
ir compreendendo todo este processo desde o início. Deus logicamente por ser
Ele o que deve ter a preeminência em todas as coisas sendo o cabeça de tudo, inclusive
sendo o Pai o cabeça do Filho, de Cristo, então aparece aqui exigindo o que lhe
corresponde: todo primogênito. Diz: “²Santifica-me
todo primogênito, o que abrir toda a madre entre os filhos de Israel, de homens
e de animais; porque meu é”. Este primogênito é figura de Cristo, figura do
Filho de Deus; Ele é o primogênito por excelência, e portanto Deus pede, a
semelhança de Cristo que se consagre todo primogênito. Por isso em Lucas 2:23
aparece Maria trazendo o menino Jesus para apresentá-lo no templo na ocasião em
que Simeão e Ana o reconheceram e profetizaram acerca dEle.
Deus primeiramente pede que os primogênitos lhe sejam
consagrados. Por quê? Porque não é justo que outra pessoa tenha o primeiro
lugar antes de Deus, não é justo diante de Deus, e creio que nem diante das
nossas consciências, que se consagre algo a alguém antes que a Deus. Se algo
tem que ser dedicado para algo, o que tem o primeiro direito, que lhe seja dado
em primeiro lugar e a quem se lhe consagre as primeiras coisas é a Deus, por
isso Deus manda que se consagre a Ele todo o primogênito. Deus põe uma ordem de
prioridades em nossas vidas; o primeiro é Deus, o que se deve consagrar é
o princípio do vigor e da força; o primogênito é para Deus. O direito
da primogenitura significava que herdava o reino, herdava o sacerdócio e
herdava uma porção dobrada do seu Espírito, porque a primogenitura é um
conceito estabelecido por Deus, pelo governo de Deus para pôr ordem no reino de
Deus.
Consagração
do sacerdócio
Vamos agora a Êxodo 19:5-6. Originalmente nos diz este
versículo 6 que Deus queria que Seu povo Israel fosse um reino de sacerdotes.
Deus chama Israel agora de Seu primogênito. Entre os distintos povos da terra
Deus chama Israel: Meu primogênito; como o diz por exemplo no livro de Oséias e
em outras passagens. Tenhamos em conta que desde o versículo 3 Deus ordena a
Moisés que fale a todo Israel: “³... Assim
falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel:”. Aqui todavia
não está falando só aos levitas; aqui está falando a todo o povo. Primeiro os
primogênitos do homem e dos animais são de Deus; agora entre os povos, Deus
tomou um primogênito, para ver outros primogênitos com Israel; agora Deus quer
que Israel, Seu primogênito, sejam seus reis e seus sacerdotes e lhes diz: “⁵Agora,
pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança,
então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos,...”.
Quero
chamar a atenção desde o princípio, como a primogenitura é condicional.
“Se
diligentemente”; espiritualmente a primogenitura é condicional, quer dizer, se
os primogênitos põe em primeiro lugar a Deus, Deus confirmará sua
primogenitura. “... se
diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis
a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é
minha. ⁶E
vós me sereis (sim, com uma condição, falando a todo
Israel) um reino sacerdotal (aqui não
está falando somente dos aronitas, senão de todo Israel) e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel”.
Deus quer um povo de sacerdotes que chegue a ser a congregação de Seus
primogênitos, porque Deus tem muitas famílias que tem criado na terra, segundo
as distintas espécies que tem criado, mas dentre todas as famílias há uma
família que é a própria dEle, a de Seu próprio gênero, e Ele está
atento em sua revelação, da conformação dessa Sua família, e a essa família a chama a
congregação dos primogênitos, e quando instituiu ao povo de Israel queria que
seu povo Israel fosse um reino de sacerdotes. Esse era o plano original
para Israel, mas que aconteceu?
A
prova do sacerdócio
Vamos a Êxodo 32. Ali,
meus irmãos sabem que sucedeu algo bastante triste e ainda que não vou ler
todas as passagens, vou ler desde o versículo 26. Vocês sabem que enquanto
Moisés estava no Sinai, eles voltaram-se para a idolatria e ao desenfreio, e
quando desceu Moisés encontrou esse desenfreio e idolatria no meio do
povo; quer dizer, os que deviam haver
sido os primogênitos e os sacerdotes do Senhor, haviam abandonado o Senhor e
haviam se dedicado aos ídolos e a carne. Diz desde o verso 26: “²⁶Pôs-se
em pé Moisés na porta do Arraial e disse: Quem é do SENHOR, venha a mim. Então
se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi”. Esse é o zelo de
Deus por Moisés; ele viu todos contra Jeová, todos abandonando Deus, então se
pôs à porta, saiu do acampamento e se pôs a porta. “... Quem é do SENHOR, (não com os do Egito, senão com Jeová e a
lei de Deus) venha a mim. Então se
ajuntaram a ele todos os filhos de Levi”. Notem que todos deviam ter sido
reis e sacerdotes, mas só estavam por Jeová em uma pronuncia, no momento da
prova, só se pronunciaram os filhos de Levi. “²⁷E
disse-lhes: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre
sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a
seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho”.
Isso significa aplicar o juízo de Deus contra a idolatria e contra o
desenfreio; os demais não o aplicaram, só os filhos de Levi, porque eles
representam os que verdadeiramente estão por Deus, de fato e em verdade.
“²⁸E os filhos de Levi fizeram conforme
à palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns três mil homens. ²⁹Porquanto Moisés tinha dito:
Consagrai hoje as vossas mãos ao SENHOR; porquanto cada um será contra o seu
filho e contra o seu irmão; e isto, para que ele vos conceda hoje uma benção. ³⁰E aconteceu que no dia seguinte
Moisés disse ao povo: Vós cometestes grande pecado. Agora, porém, subirei ao
SENHOR; porventura farei propiciação por vosso pecado. ³¹Assim tornou-se Moisés
ao SENHOR, e disse: Ora, este povo cometeu grande pecado fazendo para si deuses
de ouro. ³²Agora, pois, perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-te, do teu
livro, que tens escrito. ³³Então disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar
contra mim, a este riscarei do meu livro. ³⁴Vai,
pois, agora, conduze este povo para onde te tenho dito; eis que meu anjo irá
adiante de ti; porém no dia da minha visitação visitarei neles o seu pecado. ³⁵Assim feriu o SENHOR o povo, por ter
sido feito o bezerro que Arão tinha formado”.
Aqui vemos como eles se prostituíram em prol do bezerro e os
levitas não participaram da idolatria, inclusive estiveram depois julgando seus
próprios filhos e a seus próprios pais e parentes e irmãos, e por isso essa foi
a maneira de ser consagrados para Deus. Há pessoas que não servem nem
seguem a Deus por causa dos seus vínculos familiares ou por estar amarrados ao
bezerro de ouro, ou pelo menos ao ouro, ou algumas outras coisas.
O
sacerdócio dos vencedores
Olhem a benção de Deus
aos Levitas por Moisés em Deuteronômio. Deuteronômio capítulo 33, desde o
versículo 8 ao 11: “⁸E de Levi disse: teu Tumim e teu Urim (o que correspondia ao
sacerdócio que era originalmente do povo, se dava agora a Levi) são para o teu amado, (este é para Levi)
que tu provaste em Massá, com quem
contendeste junto às águas de Meribá. ⁹Aquele
que disse a seu pai, e à sua mãe: Nunca os vi; e não conheceu a seus irmãos, e
não estimou a seus filhos; pois guardaram a tua palavra e observaram a tua
aliança. ¹⁰Ensinaram os teus juízos a Jacó, e a
tua lei a Israel; puseram incenso no teu nariz, e o holocausto sobre o teu
altar. ¹¹Abençoa o seu poder, ó SENHOR, e aceita a obra das suas mãos; fere os
lombos dos que se levantam contra ele e o odeiam, para que nunca mais se
levantem”.
A partir deste momento Deus começou a tratar já não com todo
o povo, senão com os que se consagram a Ele; observem que Deus quer que todo o
Seu povo seja sacerdotal, e no Novo Testamento, todo Seu povo é sacerdote, mas
quem exerce o sacerdócio neotestamentario apropriadamente? Só aqueles que se
consagram apropriadamente a Deus; ainda que o sacerdócio é para todo o povo ao
longo da caminhada só poucos são vitoriosos, e poucos vencedores, e o
ministério que é para todo o povo, ao longo da caminhada poucos o exercem
porque poucos se consagram; era para todos, mas nem todos exercem.
Vamos ver umas passagens em Números em relação aos levitas.
Números 1:47-54. Aqui nesta passagem Deus está fazendo censo no Sinai. Depois
faz outro censo em Moabe. Este é o primeiro censo; nos versículos anteriores
Deus contabilizava todo o povo, com exceção de Levi. “⁴⁷Mas
os levitas, segundo a tribo de seus pais, não foram contados entre eles,”.
Deus começa a considerar consagrados a Ele, separados ou apartados para Ele,
àqueles que se consagraram a Ele, que se apartaram para Ele, que aplicaram Seu
juízo ao pecado, a idolatria e a tudo o que isto representa.
“⁴⁸Porquanto o SENHOR tinha falado a
Moisés, dizendo: ⁴⁹Porém
não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos de
Israel;”. Sim, vai tomar a conta, depois, mas não entre os
filhos de Israel; ou seja, que Deus começa a fazer uma separação, a chamar, a
apartar; por isso mais adiante vamos ver o sentido dessa palavra: apartado.
Diz aqui: “⁵⁰Mas tu põe os levitas sobre o
tabernáculo do testemunho, (quer dizer, a estes que se
consagraram a Mim os quero ocupados exclusivamente com as Minhas coisas) e sobre todos os seus utensílios, e sobre
tudo o que pertence a ele; (este é o tabernáculo) eles levarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; e eles o administrarão,
e acampar-se-ão ao redor do tabernáculo. ⁵¹E,
quando o tabernáculo partir, os levitas o desarmarão; e, quando o tabernáculo
se houver de assentar no arraial, os levitas o armarão; e o estranho que se
chegar morrerá. ⁵²E
os filhos de Israel armarão as suas tendas, cada um no seu esquadrão, e cada um
junto à sua bandeira, segundo os seus exércitos. ⁵³Mas os levitas armarão as suas
tendas ao redor do tabernáculo do testemunho, para que não haja indignação
sobre a congregação dos filhos de Israel, (Deus quer que as
coisas sagradas sejam tratadas solenemente por pessoas consagradas a Deus de
fato e comprovado) pelo que os levitas
terão cuidado da guarda do tabernáculo do testemunho. ⁵⁴Assim fizeram os filhos de Israel;
conforme a tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim o fizeram”.
Dons
à igreja
Números, capítulo 3:5-13: “⁵E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: ⁶Faze chegar a tribo de Levi, e põe-na
diante de Arão, o sacerdote, para que o sirvam, ⁷E
tenham cuidado da sua guarda, (o de Cristo agora no
Novo Testamento) e da guarda de toda a
congregação, diante da tenda da congregação,...”. Fixem-se na palavra, a
guarda de Deus e a guarda da igreja de Deus, da congregação; essa palavra
guarda, delegação ou representação é precisamente o que significa Taate. “E tenham cuidado da sua guarda, e da guarda
de toda a congregação, diante da tenda da congregação, para administrar o
ministério do tabernáculo. ⁸E
tenham cuidado de todos os utensílios da tenda da congregação, e da guarda dos
filhos de Israel, para administrar o ministério do tabernáculo. ⁹Darás, pois, os levitas a Arão e a
seus filhos; dentre os filhos de Israel lhes são dados em dádiva”.
Por isso é que no Novo Testamento os apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e mestres são dons, pessoas dadas ao serviço do tabernáculo, à igreja.[2] “¹⁰Mas
a Arão e a seus filhos ordenarás que guardem o seu sacerdócio, e o estranho que
se chegar morrerá. ¹¹E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: ¹²E eu, eis que tenho
tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de (Taate) todo o primogênito,...”. O Senhor havia
dito: todos os primogênitos são meus, agora Israel é meu primogênito, mas agora
os mesmos primogênitos de Israel não tem se consagrado a Deus; só se
consagraram os levitas; então Deus diz: OK,
então eu agora vou tomar os levitas no lugar dos primogênitos. “E eu, eis que tenho tomado os levitas do
meio dos filhos de Israel, em lugar de todo o primogênito, que abre a madre,
entre os filhos de Israel; e os levitas serão meus”.
Quando Paulo escreve a carta aos Coríntios, ele disse que a
família de Estéfanas são as primícias de Acaia e que eles tem se dedicado ao
serviço dos santos. Os primeiros nascidos são os irmãos mais maduros, os que
chegam a ser os pioneiros da igreja; com o tempo eles chegam a ser os anciãos e
chegam a ser os que se ocupam do ministério, cada vez mais de uma maneira mais
completa; como se costuma dizer, cada vez mais de tempo integral.
Então diz: “¹³Porque
todo o primogênito é meu; desde o dia em que tenho ferido a todo o primogênito
na terra do Egito, santifiquei para mim todo o primogênito em Israel, desde o
homem até ao animal: meus serão; eu
sou o SENHOR”. Por quê? Porque o cordeiro pagou o preço dos primogênitos do
povo de Deus, de maneira que desde esse dia todos os primogênitos que estavam
no Egito deviam morrer, mas os que vinham debaixo do sangue foram resgatados,
ou seja, se pagou um preço por eles, e por isso Deus diz: a mim pertencem os
primogênitos. Mas agora os primogênitos não fizeram o que deviam fazer, mas
fizeram os levitas, então agora os levitas vão estar Taate, em lugar de todos
os primogênitos.
Purificação
dos levitas
Agora, passemos a números
8 e vamos ver aqui bem claro o aspecto de Taate, de representação. Números
8:5-22: “⁵E
falou o SENHOR a Moisés, dizendo: ⁶Toma
os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica-os; ⁷E assim lhes farás, para os
purificar: Esparge sobre eles a água da expiação; e sobre toda sua carne farão
passar navalha, e lavarão as suas vestes, e se purificarão”.
Passar
navalha sobre todo o seu corpo é tirar todos os pelos; os pelos é o que nasce
do corpo, é o que nasce da nossa natureza humana. Uma verdadeira consagração
quer dizer tirar tudo o que nasce de forma natural de nós, senão não é
consagrado; estamos ocupados no que nós gostamos, no que somos, mas raspar
todos os pelos, até as sobrancelhas, o bigode, tudo, significa não aceitar nada
que nasce de si mesmo, senão o que provém de Deus.
“⁸Então tomarão um novilho, com sua
oferta de alimentos de flor de farinha amassada com azeite; e tomarás tu outro
novilho, para expiação do pecado”. Aqui os novilhos e a
flor de farinha representam distintos aspectos do sacrifício de Cristo. O
primeiro novilho, que era o do holocausto, é só para Deus, e o da expiação é
por nossa causa, porque essa reconciliação entre Deus e os homens por Cristo é
para Deus e para nós; a parte de Deus é o holocausto totalmente queimado do
qual não comemos nada, mas a parte que é para nós, que é ser limpos da culpa,
etc., é do que se comem os sacerdotes e o povo. “⁹E
farás chegar os levitas perante a tenda da congregação e ajuntarás toda a
congregação dos filhos de Israel”. Quando vai haver uma
consagração de alguém ao ministério, a igreja deve estar presente, o povo de
Deus. “¹⁰Farás,
pois, chegar os levitas perante o SENHOR; e os filhos de Israel porão as suas
mãos sobre os levitas”. Como quem diz: vocês estão nos
representando; todo o povo de Deus, agora no novo testamento, é chamado a obra
do ministério, mas os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, os
anciãos, os que exercem de maneira especial esse ministério, são os que
representam o ministério do corpo.
O ministério é para todo o corpo, mas é representado por
aqueles que vão na vanguarda ou são pioneiros; então todo o povo punha as mãos
sobre os levitas, e que faziam os levitas? “¹¹E
Arão oferecerá os levitas por oferta movida, perante o SENHOR, pelos filhos de
Israel; e serão para servirem no ministério do SENHOR”. É oferta deles, ou
seja, em nome deles, Taate. “¹²E os
levitas colocarão as suas mãos sobre a cabeça dos novilhos;...”. Por quê?
Porque eles também não servem em sua própria força, senão que aqueles novilhos
representam o sacrifício de Cristo; claro, o que leva todo o peso é Cristo.
Todo o peso do pecado do povo o levam os levitas, mas o peso do povo e dos
levitas o leva Cristo, “...então
santifica tu, um para expiação do pecado, e outro para holocausto ao SENHOR,
para fazer expiação pelos levitas. ¹³E porás os levitas perante Arão, e perante
os seus filhos, e os oferecerás por oferta movida ao SENHOR. ¹⁴E (fixem-se neste
verbo aqui) separarás os levitas do meio
dos filhos de Israel, para que os levitas sejam meus”. Note esse verbo:
separarás, por meio da consagração em Cristo e por meio de uma atitude
representativa, pioneira no corpo de Cristo, no serviço do ministério do corpo.
Assim separarás. Vemos como falou o Espírito Santo no Novo Testamento, em atos
13:1-2: “²E, servindo eles ao Senhor, e
jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a
que os tenho chamado”. Todos os demais estavam fazendo o seu trabalho comum
e corrente, mas o Senhor quis que estas pessoas não se ocupassem de outras
coisas, senão unicamente do Seu. Assim como mandou Israel apartar os levitas,
assim mesmo mandou àqueles profetas e mestres de Antioquia, apartar para o apostolado
a Barnabé e a Saulo.
Por isso em Romanos 1:1 diz: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o
evangelho de Deus”. Deus quer que a pessoa se ocupe disto, do Seu, de Sua
pessoa, de Seu tabernáculo, de Sua causa, de Sua casa. Sigamos lendo Números 8
até o 22: “¹⁴E separarás os levitas do meio dos
filhos de Israel, para que os levitas sejam meus. ¹⁵E depois os levitas entrarão para
fazerem o serviço da tenda da congregação;...”.
Depois disso, de ser consagrados e apartados, separados de todas os demais
trabalhos, “... os levitas entrarão para
fazerem o serviço da tenda da congregação; e tu os purificarás, e por oferta
movida os oferecerás”. O serviço a Deus é a oferta a Deus; por isso São
Paulo em romanos 15 dizia que a oferta que é ministrada a Deus era os gentios
santificados. Os gentios não eram santificados, mas Paulo os evangelizou, os
discipulou, os levou ao Senhor, foram batizados, se reuniram como igreja e
começaram a servir a Deus; e por isso Paulo apresentava a oferta dos gentios a
Deus, quer dizer, a igreja como uma virgem pura a Cristo.
“¹⁶Porquanto eles, dentre os filhos de
Israel, me são dados; em lugar (Taate) de todo aquele que abre a Madre, do
primogênito de cada um dos filhos de Israel, para mim os tenho tomado.¹⁷Porque meu é todo o primogênito entre
os filhos de Israel, entre os homens e entre os animais; no dia em que, na
terra do Egito, feri a todo o primogênito, os santifiquei (os
separei) para mim. ¹⁸E
tomei os levitas em lugar de (Taate) todo o primogênito entre os filhos de
Israel. ¹⁹E
os levitas, dados a Arão e a seus filhos, dentre os filhos de Israel, tenho
dado para ministrarem o ministério dos filhos de Israel...”.
Ouçam, todos os filhos de Israel deviam exercer o ministério, mas na prática
quem o estava exercendo? Os levitas. “...
para ministrarem o ministério dos filhos de Israel na tenda da congregação e
para fazer expiação pelos filhos de Israel, (por isso se chama o ministério
da reconciliação no Novo Testamento) para
que não haja praga entre eles, chegando-se os filhos de Israel ao santuário”.
Nisso vemos que quem se aproxima do santuário sem reconciliar-se, se joga umas
quantas pragas, porque está brincando com Deus. Diz a Palavra que se alguém vem
ao altar e se recorda que seu irmão tem algo contra ele, vá e se concerte
primeiro com seu irmão, e logo depois traga a sua oferta. Concerta-te com teu
irmão enquanto estás no caminho; ou seja, que esse trabalho devem liderá-lo os
consagrados a Deus.[3]
“²⁰E
assim fizeram Moisés e Arão, e toda a congregação dos filhos de Israel, com os
levitas; conforme a tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas,
assim os filhos de Israel lhes fizeram. ²¹E os levitas se purificaram, e
lavaram as suas vestes, e Arão os ofereceu por oferta movida perante o SENHOR,
e Arão fez expiação por eles, para purificá-los. ²²E depois vieram os levitas,
para exercerem o seu ministério na tenda da congregação, perante Arão e perante
os seus filhos; como o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes
fizeram”.
Deveres
sacerdotais
Bem, irmãos, vamos olhar
um pouco o primeiro livro de Crônicas, capítulo 23, porque ali por Davi, foram
acrescentadas algumas coisas ao serviço levítico. Por quê? Porque foram tiradas
outras coisas. Quais foram tiradas? Quando andavam pelo deserto, eles tinham
que carregar estas coisas, mas quando já ia se estabelecer a casa de Deus, não
tinha mais que fazer isso, mas tinham que fazer outras coisas complementares que
aparecem ali. 1 Crônicas 23, desde o versículo 24, diz ali: “²⁴Estes
são os filhos de Levi, segundo a casa de seus pais, chefes dos pais, conforme
foram contados pelos seus nomes, segundo as suas cabeças, que faziam a obra do
ministério da casa do SENHOR, desde a idade de vinte anos para cima”.
Deus
quer pessoas ocupadas exclusivamente do ministério da sua casa. “²⁵Porque
disse Davi: O SENHOR Deus de Israel deu repouso ao seu povo, e habitará em
Jerusalém para sempre. ²⁶E
também, quanto aos levitas, que nunca mais levassem o tabernáculo, nem algum de
seus aparelhos pertencentes ao seu ministério. ²⁷Porque,
segundo as últimas palavras de Davi, foram contados os filhos de Levi da idade
de vinte anos para cima: ²⁸Porque
o seu cargo era assistir aos filhos de Arão no ministério da casa do SENHOR,
nos átrios, e nas câmaras, e na purificação de todas as coisas sagradas, e na
obra do ministério da casa de Deus. ²⁹A
saber: para os pães da proposição, e para a flor de farinha, para a oferta de alimentos
e para os coscorões asmos, e para as sertãs, (tudo isso tem sentido espiritual) e para o tostado, e para todo peso e
medida; ³⁰E
para estarem cada manhã em pé para louvarem e celebrarem ao SENHOR; e
semelhantemente à tarde; ³¹E para oferecerem os holocausto do SENHOR, aos
sábados, nas luas novas, e nas solenidades, segundo o seu número e costume,
continuamente perante o SENHOR; ³²E para que tivessem cuidado da guarda da
tenda da congregação, e da guarda do santuário, e da guarda dos filhos de Arão,
seus irmãos, no ministério da casa do SENHOR”. Depois aparecem
uma série de trabalhos que se consagram a eles, como por exemplo, o ministério
musical foi introduzido a partir de Davi; a partir de Josafá foram postos
inclusive juízes, para tratar das causas de juízo entre os filhos de Israel,
etc.; também para encarregar-se dos tesouros. Tudo isso lhes foi acrescentado
aos levitas a partir do tempo de Davi.
O
direito do sacerdócio
O
apoio financeiro
Agora neste contexto,
voltemos a Números 18 onde estamos vendo a passagem correspondente a Taate. Já
vimos como Deus separou os levitas, qual foi a causa e como é a consagração, então
o que se segue, é como Deus os separa exclusivamente para ocupar-se dessas
coisas e lhes diz: Não terás parte nem herança em outra parte; aos demais lhes
vou dar a terra e vão trabalhar na terra, vão comercializar e vão fazer isso, e
vão fazer aquilo, mas tu Arão não, os levitas não; vocês não podem enredar-se,
como lhes disse Paulo a Timóteo: Timóteo, “Ninguém
que milita se embaraça com os negócios desta vida, a fim de agradar àquele que
o alistou para guerra”. (2 Timóteo 2:4) Deus quer que aqueles aos que Ele
chama ao ministério, estejam ocupados do ministério. Que aconteceu em certas
ocasiões? Como diz no livro de Reis, na história de Ezequias e no livro de
Crônicas, que está mais detalhado. Que acontecia quando o povo abandonava a
ajuda aos levitas? Então os levitas abandonavam o ministério e tinham que
ir-se, fazer seus trabalhos para poder sobreviver, e ninguém se ocupava das
coisas de Deus porque tinham que estar se ocupando de seus trabalhos. Quando
Ezequias restaurou a casa de Deus e o culto, então os levitas voltaram a
receber a porção que Deus havia tomado para Si e deu a eles. Quando Neemias
teve que ir-se, também no tempo da restauração a fazer sua visita ao rei e
regressou, viu que os levitas tinham fugido porque não lhes haviam dado as
porções que Deus havia assinalado para que eles se ocupassem das coisas de
Deus.
Irmãos, no Novo Testamento e na igreja há muitos irmãos e
irmãs que tem chamamento para servir ao Senhor, mas às vezes não podem fazer
porque não tem o apoio financeiro do resto do povo de Deus. Isso o digo para
que tenhamos consciência de estar apoiando os irmãos que trabalham na obra do
Senhor. Isto não digo para mim, porque recebo mais do que mereço da parte de
meus irmãos; o digo para os outros, para que estejamos sempre dispostos para
ver a quem temos que ajudar, para que haja pessoas que com o chamamento de
Deus, possam ocupar-se da casa de Deus com nosso apoio. Isso não o estão
pedindo eles, não; nem estou dizendo isto para comigo, porque tenho mais do que
suficiente de vocês, mais do que mereço; mas o digo para outros.
O
dízimo para os levitas
Então diz aqui em Números
18, desde o 21: “²¹E eis que aos filhos
de Levi tenho (Deus) dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo
ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. ²²E nunca mais
os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem
sobre si o pecado e morram”. Deus
não quer pessoas que estão ocupadas de muitas coisas e assim de uma maneira
rápida começam a tratar de seguir ao Senhor sem estar dedicados realmente para
fazê-lo de uma maneira mais profunda.
Quem se dedica, se vai ensinar, deve conhecer o que ensina,
deve orar, deve ler, deve preparar-se, muitas coisas, pois, porque se as
pessoas não se dedicam de todo, fazem as coisas mal, fazem de forma
superficial. “²³Mas os levitas executarão
o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua
iniquidade;...”. Já vimos isto em Harada, o temor reverente, a
responsabilidade; então como eles são os que levam a responsabilidade, também
levam a representação, e por levar a representação diante de Deus, então Deus
faz que o que pertence a Ele; eles o recebam em nome de Deus,
representativamente. “... pelas vossas
gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança
terão, (notem essa intenção de Deus, os quer no Seu) ²⁴Porque
os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, (quer dizer, os dízimos são
uma oferta a Jeová) tenho dado por
herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel
nenhuma herança terão”. Por que lhes tenho dito? Porque eu lhes tenho
preparado com o que subsistir, eu tenho reclamado os dízimos para mim, diz
Deus, e os dou a eles; e por isso vocês ocupem-se disto, porque vocês tem que
ocupar-se disto.
O
Dízimo em Abrão
Vamos estudar um pouco e chegamos à terceira seção. A
primeira foi o sentido da palavra Taate; a segunda, o assunto da separação
levítica ou de consagração ao ministério da casa de Deus; o terceiro assunto é
o assunto dos dízimos. Eu sei que esse é um tema bastante controverso, porque o
assunto dos dízimos é um assunto anterior à lei, que foi adotado por um tempo
pela lei. Os dízimos não pertencem somente ao sacerdócio arônico, senão que
pertencem ao sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque, em seus inícios.
Vamos ver os inícios do tema dos dízimos tão controverso para alguns. Gênesis
capítulo 14, verso 20, é a primeira vez que aparece o assunto dos dízimos na
Bíblia; e deem-se conta que o que inventou os dízimos, inclusive não foi Deus,
foi Abraão, e logo Deus aceitou a oferta de Abraão e, claro, o demandou depois
a seus filhos; mas quem inventou os dízimos foi Abraão.
Não era que havia uma lei que obrigatoriamente lhe dizia:
você vai ter que aguentar a fome, agora vai ter que dar a mim a sua parte, não,
este não é o espírito do dízimo, ninguém disse nada a Abraão do dízimo; foi uma
coisa que nasceu espontaneamente de Abraão. Está em Gênesis 14, leiamos no
verso 20, quando Melquisedeque. Quem é o que recebe os dízimos? Melquisedeque.
Qual é o sacerdócio de Cristo? Não é o de Arão, senão segundo a ordem de
Melquisedeque. No Antigo testamento, Abraão espontaneamente deu os dízimos a
Melquisedeque. Agora no Novo Testamento diz a Escritura: “... Se fosseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão”.[4] E em Gálatas 3, diz que os crentes
em Jesus Cristo, somos filhos de Abraão pela fé; entre as muitas outras obras
de Abraão, uma destas é dizimar espontaneamente e voluntariamente a Deus. Não
porque nos obrigam, não porque seja uma lei, não porque seja um requisito para
ser salvo, não porque alguém tenha direito de estar acima de nós, como dizer a
cada hora recordando-nos isto, o qual tem causado tantos problemas, não; o
dízimo se originou espontaneamente. Gênesis 14:20: “E bendito...”. Quando Melquisedeque bendisse a Abraão, e disse: “E bendito seja o Deus Altíssimo, que
entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo”.
Não pagou, porque alguns falam de pagar dízimos, não; o verbo não é pagar, aqui
não estamos obedecendo nenhuma lei, não havia nenhuma lei aqui, é a primeira
vez que se menciona o dízimo.
Parece que Abraão continuou com essa prática, porque seu neto
Jacó quando todavia era Jacó, quando já estava a ponto de chamar-se Israel, em
Gênesis 28:20-22 fez um voto a Deus “²⁰E Jacó fez um voto,
(isso foi uma coisa que nasceu de Abraão e agora nasceu de Jacó, igual que
nasceu em Abraão) dizendo: (claro,
aqui Jacó baixou o nível. Abraão o fez espontaneamente, agora Jacó pensa
segundo o significado do seu nome, que era um bom negociante) Se Deus for comigo, e me guardar nessa
viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; ²¹E eu em paz
tornar à casa de meu pai, o SENHOR me
será por Deus; (todavia não era, será)
²²E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; (notem a casa
de Deus é onde se servem os dízimos a
Deus) e de tudo quanto me deres,
certamente te darei o dízimo”. Então irmãos, observem
que o dízimo se originou espontaneamente de Abraão e ainda espontaneamente de
Jacó; ainda que ele quis fazer como negócio, foi espontâneo, ninguém o obrigou.
O dízimo na lei
Em Levítico 27:30-33, é quando pela primeira vez, Deus agora,
com base em Abraão e Jacó, como Israel era Seu povo filhos deles e o dízimo os
haviam consagrado seus patriarcas, então Deus o demandou de Israel. Mas Deus,
se eles, os patriarcas, lhe houvessem dado o 5%, lhe houvera demandado o 5% ao
povo de Israel; se lhe houvessem dado 15 ou 12, assim haveria procedido. Eles
foram os que puseram 10. Diz Levítico 27:30-33; “³⁰Também todas as
dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; (Deus está declarando um fato: isto é de Jeová, o dízimo é de
Jeová) santas são ao SENHOR”. Ah sim!
Quem lhe dedicou? Pois Abraão e Jacó lhe dedicaram; então
Deus diz: isto é meu, eles dedicaram a mim, é Meu. “³¹Porém, se alguém das suas
dízimas resgatar alguma coisa, (usar o dinheiro de Deus) acrescentará a sua quinta parte sobre ela”. Quer dizer, se você ia dar cem por dízimo,
mas usas o dízimo e não o tem dado a Deus, terá que dar cento e vinte depois. “³²No tocante a todas as dízimas do gado e
do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR.
³³Não se investigará se é bom ou mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira
o trocar, tanto um como outro será santo; não serão resgatados”. Deus não
quer que sejamos legalistas, o que Deus quer é que reconheçamos que Ele deve
ter lugar em nossa vida, e que em nossa vida não podemos deixar Deus de lado ,
que devemos dar algo a Deus, e como Seu povo, os que Ele amava, lhe deram
voluntariamente, então Ele aceitou isso, o considerou consagrado. De maneira que
Ele disse: Eu agora vou contar com isto para fazer o que é Meu; com o outro
vocês fazem o que é de vocês, mas o Meu Eu vou fazer com este, vou contar com o
Meu, com os primogênitos, com as ofertas, com as primícias, com as
consagrações, com os dízimos.
Já
mais adiante em Números 18:21, que é onde acabamos de ler, diz: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado
todos os dízimos em Israel por herança,...”. Vemos que Abraão os deu
voluntariamente, Jacó os deu voluntariamente, Deus os considerou como dEle, então
diz a Israel: Agora é meu, vocês vão dar para Mim; e agora diz em Taate, aqui
agora o que é Meu eu dou a eles, aos filhos de Israel “pelo seu ministério”. Agora, como se usava aquele dízimo? Aqui se
deu a todos os filhos de Levi; mas não quer dizer que eles usavam tudo para
eles somente. Aqui Deus diz: Os tenho dado, todo os dízimos; mas como se usava?
Como se repartiam esses dízimos? Está no Antigo Testamento, em Deuteronômio
14:22-29. Agora, esta lei acrescenta Deus nos campos de Moabe quando se escreveu
Deuteronômio; quer dizer, Deus vem acrescentando a revelação do dízimo, ao
longo da Bíblia: “²²Certamente darás os
dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher no campo”.
Note que aqui aparecem os dízimos: do versículo 22 ao 27 é o dízimo anual, e do
28 ao 29 é o dízimo trienal ou a cada três anos; porque havia dois tipos de
dízimos: um dízimo que se dava a cada ano e um dízimo que se dava a cada três
anos, da seguinte maneira: o dízimo anual aparece em Deuteronômio 14:22-27,
assim: “²²Certamente darás os dízimos de
todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher no campo. ²³E, perante o
SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome,
comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos
das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus
todos os dias”. O mesmo povo que dizimava comia o dízimo, sim, mas não onde
o povo queria. Deus fazia festas onde Seu povo tinha que reunir-se e, como em
Deuteronômio 12 se havia dito, no lugar que Jeová teu Deus escolher, ali
levarás teus dízimos, tuas primícias e ali comerás com o povo de Deus; ou seja,
que parte do dízimo, o mesmo povo usava nas festividades.
Por exemplo, cada três vezes ao ano eles tinham a festa da
páscoa, depois a festa do Pentecostes, e logo a festa dos tabernáculos, e cada
uma destas festas durava uma semana. Eles deixavam seus campos, reuniam-se
juntos, e Deus havia dito: Ninguém se apresentará diante de Mim com as mãos
vazias, senão que três vezes se apresentará o povo diante de Mim cada ano.
Assim era em Israel; as festas era algo legal para ir ensinando a Seu povo o
espiritual; quer dizer, que quando o povo se reunia em uma santa convocação e
comiam juntos e comiam daquilo, parte do dízimo se usava na comida do próprio
povo e na celebração da festa. Como dizer, temos um acampamento; parte do
dízimo se podia usar para o acampamento, uma parte. Deus diz ao povo: Vocês
devem reunir-se e dedicar-me um tempo, e assim vão aprender a me temer. Se não
queremos ter essa vida de comunhão, de acampamento, não aprendemos a temer a
Deus, vivemos uma vida exilada e egoísta. “²⁴E quando o caminho te for tão
comprido que os não possa levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o
SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus tiver te
abençoado; ²⁵Então
vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu
Deus; ²⁶E
aquele dinheiro darás por tudo que deseja tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por
bebida forte, e por tudo que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR
teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; ²⁷Porém
não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte
nem herança contigo”. De maneira, pois, que aqui não só os
levitas faziam uso do dízimo, senão que o mesmo povo usava parte do dízimo nas
festividades santas, nas santas convocações; mas ali os levitas tomam sua
parte.
Agora, o dízimo trienal, a cada três anos, era o seguinte.
Versículos 28-29: “²⁸Ao fim de três anos tirarás todos os
dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas;”.
Bem, digamos o do primeiro ano, o do segundo ano, comemos todos e comem os
levitas e o do terceiro ano diz: “²⁹Então virá o levita (pois nem parte
nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão
dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus
te abençoe em toda obra que as tuas mãos fizerem”.
Aqui também o estrangeiro, a viúva, o órfão, junto com o levita comiam do dízimo;
quer dizer, que o dízimo o comia o mesmo povo que o dava, mas nas celebrações
religiosas comuns, comia o levita, comia a viúva, comia o órfão, comia o
estrangeiro e os pobres. Isso era verdadeiramente a lei do dízimo estabelecida
por Deus no Antigo Testamento.
É sobre este contexto que logo Ezequias faz a restauração do
culto, que Neemias volta e a faz; sempre que houve avivamento, houve
restauração do dízimo. A última passagem que aparece no Antigo Testamento do dízimo,
é no contexto, primeiro, do tempo de Israel, mas segundo no contexto
Messiânico; porque tem que ler a passagem de Malaquias com todo o contexto.
Vamos a Malaquias capítulo 3, onde lhe puseram o subtítulo (versão RVR-1960)
que não é parte da Bíblia: O pagamento dos dízimos. Já vimos que não é nenhum pagamento. Deus diz: é uma oferta a Jeová;
Deus chama os dízimos de oferta consagrada a Mim; como é minha, eu a dou aos
levitas para que façam o Meu trabalho. Mas observem como começa o verso
6; porque o texto de Malaquias 3:6-12, é o que se costuma usar atualmente para
o assunto dos dízimos. Mas note que o tema não começa no verso 6, porque a
palavra “porque”, quer dizer que
existe uma relação com o texto que antecede o verso 6. Se lermos somente do 6
ao 12, estaríamos pensando só no contexto histórico de Israel; mas se você ler
desde o verso 1, porque a palavra “porque”
o liga com a profecia que vem desde antes, você vai se dar conta que aqui fala
do dízimo no contexto messiânico.
Vamos ler o capítulo 3 desde o verso 1: “¹Eis que eu envio o meu mensageiro, (este é João Batista) que preparará o caminho diante de mim; e de
repente virá ao seu templo o Senhor, (isso é depois de vir João Batista,
vem o Senhor Jesus) a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança,
(assim se chama ao Senhor, mensageiro do Pacto) a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos exércitos. ²Mas
quem suportará o tempo da sua vinda? (se dão conta? Está falando do tempo
messiânico) E quem subsistirá, quando ele
aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos
lavandeiros. ³E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e
purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao
SENHOR trarão oferta em justiça”. O Messias iria fazer uma limpeza especial
para com os levitas. Quando veio o Senhor Jesus o ministério levítico do Antigo
Testamento, o sacerdócio arônico, foi mudado por um Novo Pacto e por um novo
sacerdócio, pelo sacerdócio da ordem de Melquisedeque; agora o sacerdócio que
está vigente não é o levítico, não é o arônico, senão o da ordem de
Melquisedeque, que é o sacerdócio de Cristo; esse é o que está vigente agora. Então
diz: “... e os refinará (aos que
servem, a seus consagrados) como ouro e
como prata; então ao SENHOR trarão oferta em justiça”. A partir do Messias,
os levitas, os servidores consagrados a Deus desde o Novo Testamento,
oferecerão oferta a Jeová. “⁴E a oferta de Judá e de Jerusalém
será agradável ao SENHOR, como nos dias antigos, e como nos primeiros anos”.
Esse como, como era antes do Messias, será depois do Messias.
“⁵E chegar-me-ei a vós para juízo; e
serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra
os que juram falsamente, contra os que defraudam o diarista em seu salário, e a
viúva, e o órfão, (notem que aqui Deus introduziu o verbo
defraudar; primeiro defraudam o diarista, outro pecado; defraudam a viúva,
outro pecado; defraudam o órfão) e que
pervertem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos.
⁶Porque eu, o SENHOR, não mudo;
(fixem-se no contexto messiânico, o Senhor trabalha em continuidade, agora Ele
vai falar que defraudam a Ele também) por
isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. ⁷Desde os dias de vossos
pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para
mim, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR dos exércitos; mas vós dizeis; em
que havemos de tornar?” E aqui diz em que. “⁸Roubará o homem a Deus?
(e não diz: Agora somente Israel, senão o homem) Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas
ofertas”. No original hebraico, não diz ofertas senão primícias, porque as
ofertas são voluntárias, por outro lado com as primícias Deus disse: todo o
primeiro é meu; por isso não se pode roubar a alguém o que apenas se vai
ofertar; mas o que Ele disse: os dízimos são meus e as primícias são minhas, e
vocês não estão me dando, para que eu dê aos que se ocupam do que Eu lhes
mando, então estão roubando a Mim.
“⁹Com maldição sois amaldiçoados,
porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.
(agora sim é Israel) ¹⁰Trazei todos os dízimos à casa do
tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim
nisto, diz o SENHOR dos Exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal
até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”. Porque algumas pessoas dizem:
como vou dizimar se não tenho condição? Mas é que justamente não tem condição,
porque seu coração está fechado; confia em Deus dá ao Senhor as primícias de
teus bens, como diz Provérbios, e vai ver como tem condições.
Irmãos,
eu tenho aprendido essa lição; quando não o faço, ainda que não estou debaixo
da lei, passo aperto, mas quando o faço, o primeiro que recebi, imediatamente o
separo, não conto com isso, não me falta e dou graças a Deus; eu sei que não
sou o único que tem essa experiência, eu sei que outros a tem; não estamos
debaixo da lei, mas vamos ler uns versos do Novo Testamento a esse respeito. “¹¹E por causa de vós (ou seja no lugar
de vocês) repreenderei o devorador, e ele
não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será
estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. ¹²E todas as nações vos chamarão
bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos”. Esta foi a
última menção do dízimo na época de Israel, no Antigo Testamento, mas dentro de
um contexto de profecia messiânica.
O
dízimo e o legalismo
Agora quando veio o
Senhor Jesus, que falou o Senhor Jesus sobre o dízimo? A única menção
específica, não implícita, que há outras, mas específica do dízimo, está em
Mateus 23. É a única menção do dízimo em forma específica feita pelo Senhor
Jesus diretamente, enquanto estava na terra, Em Mateus capítulo 23:23, diz
assim: “Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que dizimais...”. Ai, pois que dizimais! Mas, não haviam
mandado que dizimássemos? Como que ai porque dizimamos? É que não estão fazendo
bem; vocês não estão fazendo as coisas em um bom espírito; vocês tornaram-se
legalistas, e isso é o que Deus não aprova. Diz Ele aqui: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a
hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei,...”. O
que o Senhor quer não é um legalismo do dízimo; o que quer é uma vida com Deus
em generosidade com Ele e com os demais. “...
e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia, e a fé; deveis,
porém, fazer estas coisas, (o quê? A justiça, a misericórdia, e a fé) e não omitir aquelas”. O que é aquilo
que não havia de deixar de fazer? Dizimar; dizimar não no espírito legalista
dos fariseus, nem tampouco debaixo de uma opressão que nos querem tirar o
dinheiro, nem se ensina isto, para pressionar a ninguém, senão no espírito como
originalmente apareceu na Bíblia, espontaneamente; e Deus o considerou Seu e o
usa em Sua causa. Então Ele diz aqui que nos ocupemos primeiro da justiça, da
misericórdia e da fé, sem deixar de dizimar.
O
dízimo no Novo Testamento
Aparece logo outra
passagem que tem a ver com o dízimo em 1 Coríntios 9, onde não aparece de
maneira explícita a palavra dízimo, mas se você é um bom entendedor, se dá
conta que está implícita. Diz assim desde o verso 1, para ter o contexto: “¹Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi
eu a Jesus Cristo Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor? ²Se eu não
sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do
meu apostolado no Senhor”. Isto o dizia Paulo porque o acusavam; o acusavam
de trabalhar na obra do Senhor e que comia e bebia do leite do rebanho que
apascentava e comia do fruto que semeava; então começaram a acusá-lo e diz ele:
“³Esta é minha defesa para com os que me
condenam. ⁴Não
temos nós direito de comer e beber?” Aqui começa Paulo a
estabelecer o direito do ministério.
Na vez passada nos demos conta que havia o direito, o abuso
do direito e a negociação do direito; então não estamos estabelecendo a
negociação do direito como o que está estabelecido. O que está estabelecido é o
direito; a denúncia é voluntária. Tampouco estamos estabelecendo o abuso do
direito; então aqui, Paulo está falando destes três níveis. Qual é o direito? Aqui
está o que pertence à coluna do direito. “Não
temos nós direito de comer e beber? ⁵Não
temos nós direito (outro direito) de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e
os irmãos do Senhor, e Cefas? (e
aqui está outro direito) ⁶Ou
só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?”
Isto quer dizer: direito de trabalhar nas coisas seculares, porque estão
trabalhando na casa do Senhor. “⁷Quem jamais milita à sua própria
custa?...”. Se alguém é soldado, a nação é que lhe paga as
botas, o uniforme, a ração, o transporte. “...
Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se
alimenta do leite do gado? ⁸Digo
eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? ⁹Porque na lei de Moisés está escrito:
Não atarás a boca ao boi que trilha o grão...”.
Se o boi está trilhando seria injustiça fechar-lhe a boca e impedir-lhe que
coma o grão que ele mesmo está trilhando. Então diz: “... Porventura tem Deus cuidado dos bois? ¹⁰Ou não o diz certamente por nós?
Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com
esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante”.
Como
hoje em dia alguns tem abusado do direito, então surgiu a reação de outros que
abusam também do ministério, querendo que a pessoa se dedique ao ministério,
mas que seja como um espírito glorioso que não come, nem bebe, nem se veste,
nem tem obrigações terrenas.
Então diz: “¹¹Se nós
vos semeamos (ou seja, isto se fez primeiro) as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?
¹²Se outros participam deste poder sobre vós, (como por exemplo o Estado,
como por exemplo, os mestres de nossos filhos, etc.) porque não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito;
antes suportamos tudo, (essa é a atitude correta dos obreiros) para não pormos impedimento algum ao
evangelho de Cristo. ¹³Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E os
que de contínuo estão juntos ao altar, participam do altar?” Aí é onde está
implícito o dízimo, porque esse dízimo se levava no alforje e daí se repartia
aos levitas e a outras necessidades. Aí é onde está implícito o dízimo. Aí
nesse verso estão implícitas as ofertas, as primícias, os votos consagrados
voluntariamente, os dízimos, o qual se chamava patrimônio dos levitas. Então,
agora que diz o Novo Testamento? “¹⁴Assim ordenou também o Senhor aos que
anunciam o evangelho, que vivam do Evangelho”. A palavra
“assim” corresponde ao Antigo Testamento, e a palavra “também” corresponde ao
Novo Testamento; quer dizer, é a continuidade do espírito e
generosidade e cooperação para com Deus, que se iniciou com Abraão e que Deus
aprovou, e que nós somos filhos de Abraão; E quando o Senhor Jesus disse assim
em João 8:39: “...Se fosseis filhos de
Abraão, faríeis as obras de Abraão”. Aí está implícito e incluído também o
dízimo voluntário. Não é uma coisa legalista, não é para ser salvo; é uma
oferta voluntária que se dá a Deus, mas está implícito na boca do Senhor Jesus,
no Novo Testamento nessa palavra: “... Se
fosseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão”.
Outras passagens do novo testamento onde está implícito o
dízimo é em Romanos capítulo 8. O dízimo espiritual, voluntário, nascido de um
coração puro, que ninguém se sinta obrigado, constrangido ou assaltado, e não
haja assaltantes entre os ministros de Deus e nem abusadores. Diz o capítulo
8:3-4: “³Porquanto o que era impossível à lei,...”; quer dizer, a lei
mandava todas estas coisas, não só estas senão muitas outras, e a lei é boa, é
justa, é santa, mas nós não podíamos cumprir a lei, assim que a lei não podia
conseguir que o povo fosse como Deus quer que ele seja; então que fez Deus? O
que era impossível para a lei. Por que era impossível? “... visto como estava enferma pela carne, (então Deus como soluciona
isso?) Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado
condenou o pecado na carne;”. Deus não aprovou o que a carne nos faz, e
isso foi o que a carne fez de Adão e de nós; Ele, o Senhor Jesus, condenou o
pecado na carne, ou seja, Ele agradou somente a Deus em Espírito e em verdade.
Para quê? Para que fez isso? “⁴Para que a justiça da lei se
cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.
Aqui
não fala nós que cremos, senão que não andamos, ou seja a justiça da lei começa
a cumprir-se no sentido jurídico a partir da Fé.
Por isso fala a Bíblia que somos salvos da ira. Esse é o aspecto
jurídico; mas também fala que somos salvos pela vida; esse é o aspecto orgânico
da vida de Cristo em nós. Ser salvos da ira é o aspecto jurídico que
nos livra do inferno, mas ser salvos pela vida nos livra de ser como éramos:
adâmicos. Começamos a ser filhas e filhos de Deus, Cristãos, “Para que a justiça da lei se cumprisse em
nós,...”; quer dizer, que a lei é santa, é justa e é boa, mas a lei não
podia conseguir um povo que agrade a Deus e a Sua vontade. Mas então agora Deus conseguiu um
povo que faz com gosto, voluntariamente Sua vontade, sem que ninguém o mande,
senão porque ama a Deus; sem que ninguém o manipule, senão porque quer a Deus,
porque entende a Deus e entende a causa de Deus, “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo
a carne, mas segundo o Espírito”. É o Espírito que vai te guiar a ser
generoso para com Deus e com a obra de Deus.
Uma última passagem está em Hebreus, desde o capítulo 5 nos
fala do sacerdócio atual, que é o sacerdócio cuja vigência estamos submetidos.
Nós não estamos no sacerdócio arônico, senão sob o sacerdócio segundo a ordem
de Melquisedeque. Então diz assim no capítulo 5:6, falando do Filho de Deus; no
5 Deus diz ao Filho, o Pai ao Filho: “Tu
és meu filho, hoje te gerei”. E no verso 6, diz Deus o Pai a Deus o Filho: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a
ordem de Melquisedeque”. Esta já é a passagem messiânica. Malaquias 3
falava no Antigo Testamento, mas prevendo o Novo, prevendo a vinda do Messias e
o que o Messias instituiria; agora Hebreus nos fala do que está instituído no
Novo Pacto, no Messias, segundo a ordem de Melquisedeque. Então no capítulo 7,
verso 1, diz assim: “¹Porque este
Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao
encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; ²A
quem também Abraão deu o dízimo de tudo,...”. Tenha em conta que o dízimo
de Abraão não é uma coisa iniciada com a lei, senão que é um coisa antes da
lei, iniciada por Abraão, diante do sacerdócio segundo a ordem de
Melquisedeque. “A quem também Abraão deu
o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, (Melquisedeque) rei de justiça, (Melqui, sedeque) e depois também rei de Salém, que é rei de
paz”. É uma figura de Cristo. Talvez poderíamos dizer que possivelmente foi
uma teofania de Cristo.
“³Sem pai, sem mãe, sem
genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito
semelhante ao filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. ⁴considerai, pois, quão grande era
este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos”.
De tal maneira se sentiu impressionado Abraão, que foi movido a dar os dízimos
a Melquisedeque. Essa foi uma das obras de Abraão. ⁵E
os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio tem ordem, segundo a lei,
de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos
lombos de Abraão. (quer dizer, o que temos visto) ⁶Mas aquele, cuja genealogia não é
contatada entre eles, (Melquisedeque) tomou dízimo de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. ⁷Ora, sem contradição alguma, o menor
é abençoado pelo maior. ⁸E
aqui
(no mundo, na terra, e aqui na lei) certamente
tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que
vive”. Porque quando o Senhor disse: És sacerdote eternamente segundo a
ordem de Melquisedeque, não está usando o nome Melquisedeque como uma pequena
coisa, senão como uma grande coisa.
Então diz: “⁹E, por assim dizer, por meio de
Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. ¹⁰Porque ainda ele estava nos lombos de
seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro”.
Quer dizer, Levi, incluído Arão, estavam nos lombos de Abraão. Quer dizer que
até Arão, Levi e os levitas deram dízimos a Melquisedeque. E diz: “¹¹De sorte que, se a perfeição fosse pelo
sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei) que necessidade havia
logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e
não fosse chamado segundo a ordem de Arão? ¹²Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança de lei”. De modo que agora não
dizimamos sob a lei, porque não estamos debaixo da lei.
Que dizia a lei? O homem que fizer estas coisas por elas
viverá; ou seja, que para salvar-se tinha que cumprir a lei, incluído o dízimo;
mas agora não é assim que nos salvamos. Nos salvamos porque o Senhor Jesus
morreu por nós e intercede por nós e nos dá Seu Espírito para ajudar-nos a
agradar-lhe e lhe agradamos por Sua graça e Seu socorro, e o que fazemos, o
fazemos no plano do Novo Testamento, no plano do Espírito, no plano da
voluntariedade, fazendo o que a Deus agrada; mas não por obrigação, não por
extorsão, senão porque nasce do nosso coração.
Esse é o verdadeiro dízimo do novo testamento, segundo a
ordem de Melquisedeque, algo como fez Abraão, espontâneo. De maneira, pois, que
Deus nos ajude e entendamos o que quer dizer Taate, os levitas representando o
ministério do corpo e recebendo os dízimos em representação a Deus. Dão a Deus,
mas Deus quer que os levitas o usem e que se usem também nas convocações do
povo e nas necessidades dos necessitados. A paz do Senhor!
[1] Ensino à igreja na localidade de
Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 3 de novembro de 2000.
[2] Referência a Efésios 4:11
[3] Referência a Mateus 5: 23-26
[4] João 8:39
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