Jornada 19
Queelata
[1]
“E
partiram de Rissa, e acamparam-se em Queelata”.
Números 33:22
Rodeando
o monte de Seir
Vamos ao livro de Números capítulo 33 buscar ali o verso base
da jornada de hoje nesta série das jornadas. Estamos seguindo esta série passo a passo desde a primeira
jornada, segundo o Senhor tem nos apresentado em nosso caminho, e nos
corresponde o versículo 22: “E partiram
de Rissa, e acamparam-se em Queelata”.
Queelata é a jornada que nos
correspondeu examinar no dia de hoje na série que estamos seguindo. A pronuncia
em hebreu é queelata ou keelata, com o q
ou com o k; mas as vezes no
espanhol as palavras que em outros
idiomas tem a raiz com c, ou com k, ou com q, se deixam com c e se
pronunciam como s; então vamos
pronunciar Ceelata, ainda que a pronunciação em hebreu é queelata.
No aspecto histórico desta jornada, olhando no livro de
Deuteronômio, capítulo 2, no versículo 1; ali está mencionado, mas de forma
implícita. Diz em Deuteronômio 2:1: “Depois
viramo-nos, (isso havia sido em Libna)
e caminhamos ao deserto, caminho do Mar Vermelho, (essa primeira etapa na
saída ao deserto foi Rissa) como o SENHOR
me tinha dito, e muitos dias rodeamos o monte de Seir”. Neste rodeio do
povo de Israel, ao redor do monte de Seir por muito tempo, por muitos anos, o
Senhor os teve vagueando nesse mesmo lugar, ao redor de um monte em várias
jornadas, todas elas ao redor do monte de Seir, e a de hoje é a primeira. As
seguintes jornadas também são ao redor do monte de Seir, e também tem a ver com
assuntos similares da vida espiritual. Hoje nos aproximamos de uma série de
assuntos importantes. Hoje veremos um, mas há outros relacionados com ele, que
não se pode ver sem ver primeiro outros. Há uns que se vê primeiro; há alguns
que se não se dessem primeiro não poderiam dar-se os segundos.
O que se deu aqui em Queelata é bastante triste; esta jornada
eu creio, é a mais terrível de todas as jornadas; sem restrição, foi a base
para que pudesse dar outras coisas posteriores. De modo, pois, que onde diz: “... e muitos dias rodeamos o monte de
Seir.”, se trata de uma série de jornadas por muito tempo ao redor do monte
de Seir, aprendendo umas lições mui delicadas; e eu rogo ao meu Senhor que
tenha misericórdia de mim e de nós e com Seu Santo Espírito nos ajude a
compreender isto com o coração puro. Vamos ler essa jornada em Números 16, que
é a passagem que corresponde a Queelata. Estamos lendo o Antigo Testamento, mas
não estamos lendo somente como uma história, senão que, como o Novo Testamento
ensina, todas estas jornadas se escreveram como exemplo e estão escritas no
Novo Testamento para nós; ou seja, ainda que lemos jornadas de Israel, as lemos
como um exemplo para a igreja no Novo Testamento. Alguém pensaria, mas será que
no Novo Testamento acontecem coisas como as que acontecem nesta passagem em
Números 16? Então antes de ler em Números 16, vamos ver o Novo testamento, para
que o Novo Testamento nos certifique que na era da graça, na era da igreja se
dão estas experiências que estão exemplificadas em Números 16.
Uma
assembleia desordenada
Então vamos à epístola de
São Judas. A epístola de São Judas, como vocês sabem, pertence à igreja, a era
da graça e ao Novo Testamento; E São Judas está falando para o Novo Testamento.
Então vamos ler o verso 11. Por agora não vou ler Judas, mas lhes adianto que a
epístola de Judas e a segunda de Pedro especialmente o capítulo 2, correspondem
a este assunto de Queelata, ao que vamos ler em Números 16; ou seja, que
Números 16 tem sua concordância no Novo Testamento na epístola de Judas e na
segunda epístola de Pedro, principalmente; ainda que há algumas passagens
também nas epístolas de Paulo, mas principalmente se escreveram na segunda de
Pedro e Judas, porque essas coisas se repetiram no tempo da igreja.
Então observem o versículo 11 da epístola de Judas, a qual
tem um só capítulo: “Ai deles! (está
falando no presente, é a igreja) porque
entraram pelo caminho de Caim,
(ou seja, que Caim pecou na história, mas há pessoas na era da igreja que
seguem o caminho de Caim, que matou seu irmão) e foram levados pelo engano do prêmio
de Balaão, (quer dizer que o de Balaão não é somente uma história, senão
que se repete na história da igreja) e
pereceram na contradição de Coré”. Quando fala da contradição de Coré aqui
na epístola de Judas, está falando que estas coisas se dão também na era da
igreja; então por isso vamos ler a história do que aconteceu em Israel com o
entendimento de que se escreveu como exemplo para nós na era da igreja, como o
diz claramente a primeira epístola de Paulo aos Coríntios, capítulo 10 e
Romanos capítulo 15.
Abramos este delicado assunto com temor e tremor em Números
16. Algumas das jornadas de Israel no deserto, quando eles passavam já havia
outros habitantes e havia lugares que tinham nome; mas em outros lugares era
deserto e o nome que se deu ao lugar foi devido à experiência que se teve nesse
lugar e precisamente este nome Ceelata ou Queelata é um nome que sintetiza o
que aconteceu aqui em Números 16. A palavra Queelata significa uma assembleia,
contudo uma assembleia desordenada. Tem uma palavra e tem outra jornada um
pouco mais adiante que se chama Macelot ou Maquelote que vem também da mesma
raiz de Queelata. Incluso na Septuaginta lhe chama Maquelat a esta e Maquelot a
outra e essa palavra Queelata quer dizer: Assembleia, mas uma assembleia de sedição,
uma assembleia de motim. É a mesma palavra que se encontra no Novo Testamento
e que se traduz simplesmente igreja. Queelata é o mesmo que dizer assembleia, o
mesmo que dizer ekklesía (ὲккλƞσίαν), só que a palavra ekklesía ou igreja do
Novo Testamento era uma palavra que não se originou no Novo Testamento, mas foi
adotada pelo Senhor Jesus e os escritores do Novo Testamento do uso do grego
comum, do grego koiné; de maneira que
a palavra ekklesía, que quer dizer os chamados para fora, porque as pessoas
saíam e se reuniam e formavam uma assembleia, essa palavra ekklesía se referia
a assembleia da cidade. No tempo dos gregos, as nações-estado, ou seja, as
cidades-estado tinham sua assembleia e a essa assembleia chamavam ekklesía.
Inclusive se era legítima se chamava ekklesía, se era uma reunião ilegítima, se
era uma sedição, se era uma junta, se era uma revolução, também se chamava da
mesma maneira, ekklesía.
Se você olha no idioma grego, na passagem de Atos dos
Apóstolos, quando houve uma sedição dos ourives de Diana, de Artêmis, lá em
Éfeso, diz que se reuniu a multidão, se reuniu a concorrência e começaram a
gritar: “... Grande é Diana dos Efésios.”, e era quando queriam
praticamente despedaçar Paulo e todas estas coisas.[2] No
original grego isso se chama concorrência, se chama também igreja; essa reunião
de revolução e de revolta, se chamava também assembleia; no original grego se
chama igreja. Assim como a reunião santa dos santos é uma assembleia do Senhor
Jesus Cristo, a outra é também uma assembleia, mas de todo espírito imundo; de
todas as maneiras é também uma assembleia e isso é o que significa Queelata, e
justamente se chamou esse lugar Queelata para recordar como se ajuntaram os
Israelitas naquela ocasião contra Deus.
A contradição de Coré
Então vamos ler o capítulo 16 de
Números, suplicando o socorro do Senhor. Este Coré é o mesmo ao qual se referiu
em Judas quando fala da contradição de Coré. Uma
contradição quer dizer que se contradizia a Deus; porque o problema, como disse
Moisés, não é com Arão, por que Arão, quem é? Vós os haveis levantado contra
Deus, contra Jeová. “¹E Coré, filho de
Jizar, filho de Coate, (um dos três filhos de Levi) filho de Levi, (está
identificando a este Coré, porque na Bíblia aparecem três Corés, mas este Coré
da contradição em Queelata é um levita; observem que o problema não se deu
originando-se do povo, mas com os próximos à liderança e na liderança mesmo,
nos próximos à autoridade delegada e no meio da autoridade delegada; foi uma
espécie de combate de autoridade, uma coisa supremamente delicada) tomou consigo a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho de
Pelete, filhos de Rubén”. Eliabe e Pelete eram filhos de Rubén; Rubén havia
sido o primogênito de Israel, e estes eram os anciãos príncipes do conselho de
Israel. Estas pessoas tinham autoridade, pessoas que exerciam autoridade, mas
que não tinham claro que a autoridade que se exerce não se pode exercer do
jeito que se quer, nem até onde se quer, mas que isso somente Deus delega.
Eles eram pessoas de autoridade; Coré o era, era um levita e
estes eram príncipes rubenitas, quer dizer, dos principais príncipes de Israel.
Eles reuniram pessoas; por isso se chama assembleia, Queelata. “²E levantaram-se perante Moisés com
duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação,
(um problema entre os líderes) chamados à
assembleia, homens de posição,”. É ali onde aparecem as rivalidades, é ali
onde aparecem as tensões; às vezes as tensões não se dão tanto entre o povo, senão
que entre os mais próximos; porque lúcifer estava perto. Lúcifer era
alguém com autoridade, mas desejou um pouco mais de autoridade do que lhe
correspondia, ele era um grande querubim protetor, mas quis o lugar do próprio
Deus, quis que fosse ele o que deveria se assentar no trono, mas no trono só Deus
pode se assentar. Isso é o que também aconteceu depois na terra. Judas não era
alguém distante, Judas era um dos doze, do círculo íntimo. E estes eram varões
de posição.
“³E se congregaram
contra Moisés e contra Arão, e lhes disseram: (aqui está expressa a
essência desta rebelião contra Deus, desta contradição) Basta-vos, pois que toda a congregação é santa, todos são santos, e o
SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do
SENHOR?” O fizeram como se Moisés e Arão houvessem postos a si mesmos, como
se houvera sido Moisés e Arão os que haviam tirado Israel do Egito, como se tivesse
sido Moisés e Arão os que os haviam conduzido pelo deserto em umas boas e
outras más. Eles, os revoltados, só estavam olhando os instrumentos de Deus, mas
não discerniam o próprio Deus por detrás dos instrumentos, e ao não discernir a
Deus, eles se levantaram contra Deus ao pretender mudar a autoridade delegada
por parte de Deus; eles questionaram a autoridade delegada por Deus;
esse foi o grande problema. “... basta-vos...”,
quer dizer, não queremos mais vocês, já estamos até aqui de vocês, Moisés e
Arão; toda hora Moisés e Arão.
É o mesmo que Paulo dizia aos Coríntios quando lhes escreveu
a primeira carta: “Já estais fartos! já
estais ricos! sem nós reinais! e quisera reinásseis para que também nós
viéssemos a reinar convosco!”;[3] ou seja,
vocês querem agora fazer as coisas sem ter em conta as pessoas que Deus delegou
para servi-lhes; já estais saciados, já estais cheios, e diz Paulo: e quisera
reinásseis, porque se reinais nos incluiriam no reino, mas a prova de que não estais
reinando é que não contais conosco; há um problema em vosso coração, quereis
fazer as coisas de Deus e da vida, mas sem que apareçam este e aquele. Isso é o
que aparece dizendo Coré e o que depois faz Datã e Abirão não querendo ajudar. Quando nós queremos fazer as coisas da nossa própria maneira,
fugimos dos que Deus tem delegado autoridade, porque eles talvez veem as coisas
um pouco distintas, talvez nos corrijam, talvez não nos aprovam, talvez não nos
sentimos com tanta liberdade e preferimos não contar com eles. Sem nós reinais.
A
“carnocracia” pela teocracia
“...
Basta-vos, pois que toda a congregação é santa, todos são santos, e o SENHOR
está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do SENHOR?”
Aqui se quer substituir a teocracia pela democracia, mas esta, mais que
democracia é “carnocracia”, o governo da carne. Eles estavam como dizendo:
Olhem, olhem, vocês não são senão dois, em contra partida nós somos toda a
congregação. Não é mentira que todos eles são santos, e no meio deles está Jeová;
é verdade que a congregação havia sido separada do Egito para ser santa, e em
verdade Deus estava entre eles, mas não eram Moisés e Arão os que inventaram
estar nesse lugar. Moisés estava fugindo, e Moisés não queria ir; ele não
queria assumir essa carga. Senhor envia outro; mas Deus disse: Onde eu te
enviarei, tu irás, e Deus chamou Moisés. Foi Deus quem o delegou, não era uma
coisa que Moisés inventou, todavia eles não entendiam assim.
Então por isso podiam dizer essas palavras, como se fora eles
mesmo que se haviam posto. Parece um argumento muito bom, seguramente que muito
popular, porque toda a congregação dizia: Claro, nós não necessitamos de vocês,
nós sozinhos podemos fazer as coisas, mas se eles houvessem podido sozinhos
sair do Egito, não tinha necessidade de Deus enviar Moisés, tinham seguido na
mesma coisa de sempre, mas Deus fez Sua obra através de seus
instrumentos.
“⁴Quando Moisés ouviu isso, caiu sobre
o seu rosto.”; ou seja, se humilhou diante de Deus para
esperar em Deus, porque era uma situação difícil. Enquanto o que ele fazia era
reconhecido como da parte de Deus, ele podia fazer algo, mas no momento em que
é questionado, ele já não pode fazer nada. O Senhor Jesus mesmo não pode fazer
nada em Nazaré quando não confiaram nEle. Quem é este? Não é o filho do
carpinteiro? Não estão aqui, como dizer, as mesas que fabrica? Quem é este? E
não criam nEle; e diz: E não pôde fazer muitos milagres; e não os fez, porque
não criam nEle. [4]Uma
vez que foram postos no interdito Moisés e Arão, não podiam eles seguir
ajudando as pessoas até que Deus interviesse diretamente; se Deus não
interviesse de nenhuma maneira, se as coisas seguissem tranquilas, comuns e
corriqueiras, se não houvesse nenhum sinal da mão de Deus, Moisés haveria dito:
Sim essa era coisa minha, então para que eu vou me pôr neste problema? Isso é o
que Moisés lhes diz na continuação: “⁵E falou a Coré e a toda a sua
congregação, dizendo: Amanhã
(porque é que as coisas quando vem hoje, quando há discussão entre o povo de
Deus, às vezes parece que os rebeldes tem a razão, mas Moisés disse:) pela manhã o SENHOR fará saber quem é seu, e
quem é o santo que ele fará chegar a si; e aquele a quem escolher fará chegar a
si”.
Vamos ver no que resulta a coisa. Diz: Não, aqui começamos
tal coisa, depois tudo se dispersa, nem tudo avança, tudo fica em nada; o
amanhã mostra as coisas; no momento não se entende; mas, onde estão agora
aqueles que se rebelaram ontem? Podia dizer Moisés, e em que sentido? Aonde
foram parar? Amanhã mostrará Jeová quem é seu, não vou mostrar eu, porque eu
não sou, diz Moisés, o que me pus aqui. Isto coube a Deus mostrar-lhes, por
isso se prostrou. Que vai fazer ele? Senhor estou fazendo isso, porque tu
encaminhastes as coisas assim, mas isto não é coisa minha. E olhem de que
maneira o Senhor mostra, desta maneira: E fará, quem? Jeová, Deus fará que se
aproxime a Ele; ao que Ele escolher, Ele o aproximará a si.
Não é que alguém pode pôr a si mesmo, não; é Deus que tem que
chamar. Quem foi o que disse; Moisés; foi Deus. Quem foi o que disse: Samuel;
foi Deus. Quem foi o que disse: Jeremias: foi Deus. Quem foi o que disse:
Paulo; foi Deus. Se Deus não o houvesse aproximado, Paulo haveria continuado
sendo um perseguidor, Samuel haveria seguido nas suas coisas, Moisés nas suas. As
pessoas a quem Deus delega autoridade são pessoas que Deus as aproxima de Si;
Deus está por detrás dessas pessoas. Deus as chama e lhes diz: Vem. Não é o que
por si mesmo vai; é ao que o Senhor diz: Vem. Chega o momento em que há dúvida,
está a discussão, e bem, não podemos ficar aqui no deserto, temos que avançar,
mas para que direção? Estes propõe uma direção, aqueles outros propunham que
regressassem ao Egito, e assim haviam várias propostas, mas a direção de Deus
não era distinguida porque os instrumentos de Deus eram questionados; então que
tinhas de fazer? Tinha que esperar que Deus atuasse diretamente, e por isso
diz: Bem, como quem diz: vamos orar, a situação está complicada, oremos, oremos
para ver como termina tudo, para ver amanhã o que nos mostra Jeová.
Então diz assim: “⁶Fazei isto: Tomais vós incensários,
Coré e todo seu grupo; ⁷E,
pondo fogo neles amanhã, sobre eles deitai incenso perante o SENHOR; e será que
o homem a quem o SENHOR escolher, este será o santo; basta-vos filhos de Levi.”;
como quem diz: oremos, ponhamo-nos a orar, vamos buscar a Deus, estamos em uma
situação complexa, vamos pôr fogo no incensário. Isto é suficiente; vamos orar
sobre o assunto, vamos pôr o incensário e o que o Senhor aproximar, o varão que
o Senhor escolher, já, Deus mostrou quem era, seja suficiente.
Ambição
de liderança
“⁸Disse mais Moisés a Coré: Ouvi agora,
filhos de Levi: ⁹Porventura
pouco para vós é que o Deus de Israel vos tenha separado da congregação de
Israel, para vos fazer chegar a si, e administrar o ministério do tabernáculo do
SENHOR e estar perante a congregação para ministrar-lhe;”.
Porque esse é o problema, para satanás foi pouco, ele era um grande querubim,
mas para ele foi pouco; ele queria ser o próprio Deus, e esse mesmo problema
temos nós, porque nossa carne tem sido vendida ao poder do pecado e não
queremos estar em nosso lugar, senão que queremos estar com loucura, porque
isso é o contrário do juízo, onde não deveríamos nos meter, porque vamos nos
emaranhar em uma situação difícil.
Paulo diz aos Romanos:
“... Digo a cada um de vós que não pense
de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação,...”.[5] Observem
que o delírio de satanás foi pensar que era Deus, aí foi o problema. Nos
manicômios encontramos a Napoleão, a princesa Isabel, muitos personagens,
porque não pensam de si com juízo, com moderação; temos que ter moderação, por
quê? Porque, imaginem um soldado que foi treinado até determinado ponto, mas se
lhe ocorre pôr-se como general, que desastre vai causar! Se dão conta? Ele faça
o seu, e pense de si com juízo, com moderação, mas este assunto não lhe cabe,
este assunto cabe a outra pessoa, a quem Deus tem estado trabalhando a muitos
anos atrás para poder usá-lo agora. Porque aí está a essência do problema: “Porventura pouco para vós é que o Deus de
Israel vos tenha separado da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si,
e administrar o ministério do tabernáculo do SENHOR e estar perante a
congregação para ministrar-lhe; ¹⁰E
te fez chegar, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo? Ainda também procurais o sacerdócio?”
Deus tem feito algo com você e tem feito isto, e isto tem
sido legítimo. Mas quando dizemos: Bem, se Moisés pode, eu posso fazer o que
ele faz, eu também sou igual, eu vou fazer o mesmo; aí é onde peca. Você faz
sua parte, mas você não fará a parte que Deus deu a outro, você não a farás.
Que tal que Deus tenha trabalhado com um irmão X para conhecer em experiência a
graça de Deus, e você o tira e começas a proclamar legalismo? Está fazendo o
mesmo que fez Coré, porque você, todavia não tem sido tratado para conhecer a
graça e está sendo legalista. Por que não deixas que o outro irmão faça melhor
o seu trabalho? Porque se o que sabe tocar o piano é fulano, por que me meto eu
a discordar? Pois deixo tocar o piano ao que sabe tocar o piano, guitarra ao
que toca guitarra, ao que sabe fazer o arroz a valenciana que o faça, porque se
eu me meto sai uma gororoba queimada. “...
ainda também procurais o sacerdócio?” E debaixo dessa palavra, também, é
onde está o problema. Todos os filhos de Deus no Novo Testamento são
sacerdotes, mas nem todos são apóstolos, nem todos são profetas, nem todos são
evangelistas, nem todos são pastores e mestres, nem todos são diáconos, nem
todos são anciãos, ainda que todos sejam filhos, todos são santos, todos são
benditos e todos somos sacerdotes no Novo Testamento. Mas o que representava o
sacerdócio no Antigo Testamento, ou seja, a direção de Cristo e os filhos de
Arão, os apóstolos de Cristo, isso já não é o mesmo.
Diz a palavra que um põe o fundamento e outro trabalha na
sobre edificação.[6]
Não são todos que põem o fundamento; um põem o fundamento e outro edifica sobre
o fundamento posto. Os apóstolos põem o fundamento. “... primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro
doutores, logo os que fazem milagres, depois os que curam, os que ajudam, os
que administram...” (1Co 12:28). Poderíamos tirar esse primeiro, segundo,
depois, logo, mas foi Deus que pôs, foi Deus; então respeitemos isso. “¹¹Assim tu e todo o seu grupo estais contra
o SENHOR; e Arão, quem é ele, que murmureis contra ele?” Aí está a junta,
aí está a assembleia, aí está a Queelata, contudo parecida com a dos ourives de
Diana. Acaso foi Arão que inventou o sacerdócio? Foi coisa de Arão? Não, foi
coisa de Deus, foi Deus quem quis que houvessem autoridades delegadas no meio
do seu povo. Não são eles mesmos os que se levantam; os que se levantam por si
só são tratados por Deus, como por exemplo, Uzias que se levantou por si só e
ficou leproso, Nadabe e Abiú quiseram ultrapassar e morreram. Por isso é tão
delicado; não tem que ir mais além do que Deus tem posto.
“... e Arão, quem é
ele, que murmureis contra ele?” Vos juntais contra Jeová; a rebelião é
contra Deus, não é somente contra as autoridades que Ele delegou; é contra o
que as delegou, o que as deu à igreja. Depois mudaram Arão por Eleazar, mas
seguiu Eleazar. “¹²E Moisés mandou chamar
a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe; porém eles disseram: Não subiremos;”.
Isso era o que estava dizendo no princípio, não queremos estar aí contigo, não
queremos estar sob tua sombra, queremos estar aqui, ser nós mesmos árvores
grandes. “¹³Porventura pouco é (e
começam a argumentar) que nos fizestes
subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão
que também queres fazer-te príncipe sobre nós?” Então a terra que mana
leite e mel é o Egito, agora Canaã já não é Canaã, agora Canaã é Egito, ou
seja, perderam a objetividade pelos sentimentos malignos; isto lhe faz perder a
objetividade e o juízo. Quem era o que os havia tirado do Egito? Não era Deus?
Mas eles dizem que isso foi coisa de Moisés e Arão. Sim, Moisés tinha
autoridade, mas isso de assenhorar-se imperiosamente, eu creio que isso já era
exagerado. Sim, ele exercia autoridade séria, mas não se assenhorava
imperiosamente, isso era exagerado. “¹⁴Nem tampouco nos trouxeste a uma
terra que mana leite e mel, nem nos deste campo e vinhas em herança; porventura
arrancarás os olhos a estes homens? Não subiremos”.
Mas por acaso não iam entrar na terra que mana leite e mel? Não foram eles que
não quiseram entrar e tiveram incredulidade e logo queriam fazer as coisas a
maneira deles? Eram eles, mas a culpa dos pecados deles colocavam em Moisés e
Arão. Foi uma rebelião, um desconhecimento total da autoridade delegada por
Deus, e dizendo: “... porventura
arrancarás os olhos a estes homens?...” Como dizendo, todo mundo pode se
dar conta que estamos neste deserto; que o que vocês tem feito conosco é uma
miséria. Não se dão conta que eram eles mesmos os que se haviam feito uma
miséria por não crer e seguir a Deus.
“¹⁵Então Moisés irou-se muito, e disse
ao SENHOR: Não atentes para a sua oferta; nem um só jumento tomei deles, nem a
nenhum deles fiz mal.” Como dizendo: Senhor, tu sabes que
eu nada tenho pretendido deles, nem usurpar nada nem pretender nada; o que
tenho feito é porque Tu é que tem me dito que o faça; vindica-me, não atentes
para sua oferta, quer dizer, não permaneças indiferente a isso. “¹⁶Disse
mais Moisés a Coré: Tu e todo o teu grupo ponde-vos perante o SENHOR, tu e
eles, e Arão, amanhã. (outra vez amanhã) ¹⁷E tomai cada um o seu incensário,
(como dizer: sigamos orando sobre o assunto) e neles ponde incenso; e trazei
cada um o seu incensário perante o SENHOR, duzentos e cinquenta incensários; também
tu (Coré também) e Arão, cada um o
seu incensário. ¹⁸Tomaram,
pois, cada um o seu incensário, e neles puseram fogo, e neles deitaram incenso,
e se puseram perante a porta da tenda da congregação com Moisés e Arão”.
Não captavam que algo estava fora do lugar, oravam, cantavam
seguramente, proclamavam, que é o que representa o incensário, sem perceber que
estavam irritando a Deus com seu culto. Às vezes até com o culto quando se faz
em rebelião, em um espírito de sedição, desagrada a Deus; isso não é agradável
diante de Deus.
A
ira de Deus
“¹⁹E Coré
(claro, já havia se adiantado) fez
ajuntar (aí está Queelata) contra
eles todo o povo à porta da tenda da congregação; então a glória do SENHOR
apareceu a toda a congregação. (mas, de que maneira apareceu a glória?) ²⁰E
falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo:” Olhem a direção
que receberam Moisés e Arão em tal situação; guardar distância, tem que
apartar-se, tem que sair da coisa, tem que se pôr de lado. Essa é a direção de
Deus para as autoridades delegadas quando são questionadas, ponham-se de lado,
não se ponham a defender-se, não se ponham a discutir, simplesmente ponham-se
de lado, apartem-se. ²¹Apartai-vos do
meio desta congregação, e os consumirei num momento”. Coisa delicada!
Graças a Deus pelo verso 22: “²²Mas eles
se prostraram sobre seus rostos, e disseram: Ó Deus, Deus dos espíritos de toda
a carne, pecará um só homem, e indignar-te-ás tu contra toda essa congregação?”
Eles intercederam: Senhor, isto não foi um problema senão destes que lideraram
a coisa; o povo é inocente. Então o Senhor vai ensinar a Moisés e a Arão como
se descobre os que são inocentes e os que não são no meio do povo. Por isso
agora lhe diz o seguinte: “²³Então falou
o SENHOR a Moisés, dizendo: “²⁴Fala
a toda esta congregação, dizendo: Subi do derredor da habitação de Coré, Datã e
Abirão”. Quer dizer, Moisés, tu estás intercedendo, Arão, tu
estás intercedendo, mas eu vou lhe mostrar o que você não vê, os corações;
porque diz a escritura que quando há dissensões é para que se manifeste o que
há nos corações, os que são aprovados e os que são desaprovados. Em que se
mostra essa aprovação ou desaprovação? Os que discerniam e estavam com Deus se
apartaram, não se misturaram, se mantiveram a distância, não entraram nessa algazarra
louca com esses espíritos tagarelas falando coisas, não; tiveram temor de Deus,
fecharam sua boca e se apartaram.
“²⁵Então Moisés levantou-se, e foi a
Datã e a Abirão; e após ele seguiram os anciãos de Israel. ²⁶E falou à congregação, dizendo:
(agora o que Deus disse a Moisés, é o que ele diz ao povo, e era o que Paulo
dizia no Novo Testamento: Notai aqueles que causam divisões contra a doutrina
do Evangelho que haveis aprendido e não vos ajunteis com eles, afastai-vos. Quando
há situações desse tipo tem que apartar-se, tem que guardar a distância) Desviai-vos, peço-vos, das tendas desses
homens ímpios, e não toqueis nada do que é seu (e aqui diz Judas que nem
sequer a roupa) para que por ventura não
pereçais em todos os seus pecados. ²⁷Subiram,
pois, do derredor (graças a Deus que alguns se apartaram) da habitação de Coré, Datã e Abirão. E Datã
e Abirão saíram, (graças a Deus
que aqui não foi toda a família de Coré, mas sim a de Datã e Abirão) e se puseram à porta de suas tendas,
(como dizendo: sim, nós continuamos aqui, seguimos no que é nosso) juntamente com as suas mulheres, e seus
filhos, e suas crianças. ²⁸Então
disse Moisés: Nisto conhecereis que o SENHOR me enviou a fazer todos esses
feitos, que de meu coração não procedem. ²⁹Se
estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados como são
visitados todos os homens, então o SENHOR não me enviou”.
Ele disse, arriscando-se, olhem, se tudo continua igual, se
ali não vemos o juízo de Deus, não vemos a mão de Deus, foi coisa de Moisés. Por
quê? Porque Moisés quis amedrontar-nos, mas Deus não aprovou o amedrontamento
de Moisés, senão que todos seguiram muito felizes e não aconteceu nada, então
era coisa somente de Moisés. “³⁰Mas, se o SENHOR criar alguma coisa
nova, (ai! Começam a acontecer coisas visíveis ao povo de
Deus) e a terra abrir a sua boca e os
tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao abismo, (o que não é
comum) então conhecereis que estes homens
irritaram ao SENHOR”. Não foi só o problema com Moisés e com Arão, foi com
Jeová, porque era Jeová que estava fazendo tudo.
“³¹E aconteceu que,
acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se
fendeu. ³²E a terra abriu a sua boca e os tragou com as suas casas, como também
a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens. ³³E eles e
tudo que era seu desceram vivos ao abismo, e a terra os cobriu, e pereceram no
meio da congregação. (já não estava mais entre eles) ³⁴E
todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu ao clamor deles; porque diziam:
Para que não nos trague a terra também a nós. ³⁵Então
saiu fogo do SENHOR, e consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam
incenso. ³⁶E
falou o SENHOR a Moisés, dizendo: ³⁷Dize
a Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, que tome os incensários do meio do
incêndio, e espalhe o fogo longe, porque santos são.”
Por que Eleazar? Porque Arão estava sendo questionado; Arão estava em suspeita,
então não podia ser Arão, tinha que ser o que o sucederia, tinha que ser
Eleazar; e assim acontece quando há questionamentos, se a pessoa está sendo
questionada, essa pessoa tem que esperar que Deus a vindique, mas como a obra
de Deus tem que continuar, então aquele que estava próximo, aquele que
cooperava, aquele que devia suceder a Arão, ele devia então continuar.
Os
sinais de Deus
“³⁸Quanto aos incensários daqueles que
pecaram contra as suas almas, deles se façam folhas estendidas para cobertura
do altar; (mais tarde explica que é um lembrete) por quanto os trouxeram perante o SENHOR;
pelo que santos são; e serão por sinal aos filhos de Israel”. Haviam dito:
todos somos iguais, quem são vocês? Já basta de vocês, vamos nós também,
podemos fazer o mesmo que vocês, então o fizeram e Deus não o aprovou e mandou
que se desfizessem esses incensários e que com eles se fizessem umas pranchas,
as quais são um sinal; como dizer: vocês só devem chegar até aqui, vocês não
entenderam até onde deveriam chegar, por isso estas pranchas são para marcar o
ponto até onde deves ir. Essas pranchas são um sinal; o incensário era um
sinal, mas a prancha é outro sinal; mas, que sinal é o incensário? É a oração,
e o que sinaliza a prancha? Sinaliza o juízo de Deus. Porque às vezes, irmãos,
Deus trata conosco e nos julga em algo e nós não entendemos o sinal. Às vezes
seguimos, não entendemos o sinal que nos diz: estás sobrepondo-te, então este
sinal é para isso. ³⁹E Eleazar, o sacerdote, tomou os
incensários de metal, que trouxeram aqueles que foram queimados, e os
estenderam em folhas para cobertura do altar, ⁴⁰Por
memorial para os filhos de Israel, que nenhum estranho, que não for da
descendência de Arão, se chegue para acender incenso perante o SENHOR; para que
não seja como Coré e sua congregação, como o SENHOR lhe tinha dito por
intermédio de Moisés”. Essas pranchas são um, sinal para que se
mantenham distância.
Irmãos, às vezes Deus nos dá sinais quando estamos nos
sobrepondo; nos dá algum sinal e seguimos como Uzias. Então quando brotou a
lepra no povo, esse era o sinal. Deus havia dito a Balaão: não passes, mas
Balaão insistia, e quando lhe falou o jumento isso era um sinal; às vezes
torcemos o pé, ou se nos quebra o braço, ou alguma coisa nos acontece e não
sabemos o que é, não entendemos o sinal, o sinal é para não ultrapassar o
limite que Deus assinalou a cada um. Alguém pensaria: Já haverá entendido o
povo, mas o povo não entende tão rápido. “⁴¹Mas no dia seguinte toda a
congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo:
Vós matastes o povo do SENHOR,”. Jogavam a culpa outra
vez em Moisés e em Arão; ele o que havia feito foi prostrar-se e interceder e
Deus era o que havia dito as coisas, mas as pessoas não veem.
É difícil ver a mão de
Deus corrigindo. O que terá que fazer-nos Deus para que entendamos? “⁴²E aconteceu que,
ajuntando-se a congregação contra Moisés e Arão, (se ajuntou a congregação, por isso se chamou esse lugar
Queelata) e virando-se para a tenda da
congregação, eis que a nuvem a cobriu, e a glória do SENHOR apareceu. ⁴³Vieram, pois, Moisés e Arão perante a tenda da congregação.⁴⁴Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo: ⁴⁵Levantai-vos (Deus
segue insistindo, não se misturem, mantenham distância do problema) do meio desta congregação, e a consumirei
num momento; então se prostraram sobre os seus rostos, (intercedendo a
favor dos
mesmos que os estavam atacando e questionando) ⁴⁶E
disse Moisés a Arão: Toma o teu incensário, e põe nele fogo do altar,
(intercede com todo o coração) e deita
incenso sobre ele, e vai depressa à congregação, e faze expiação por eles;
porque grande indignação saiu de diante do SENHOR; já começou a praga.⁴⁷E tomou Arão, como Moisés tinha
falado, e correu ao meio da congregação; e eis que a praga já havia começado
entre o povo; (isso afetou também ao povo) e deitou incenso nele, e fez expiação pelo
povo. (intercedendo em nome do Senhor Jesus) ⁴⁸E
estava em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga”. Deus
atendeu a expiação e a intercessão, figura de Cristo. Irmãos, muitos estaríamos
mortos se Cristo não houvesse interposto a nosso favor, e às vezes também os
irmãos. “⁴⁹E
os que morreram daquela praga foram catorze mil e setecentos, fora os que
morreram pela causa de Coré. ⁵⁰E
voltou Arão a Moisés à porta da tenda da congregação; e cessou a praga”.
No
Novo testamento, na Igreja
Temos tempo para, juntamente com esta passagem da jornada de
Queelata, ler a passagem correspondente em Judas e Pedro, porque estas são
coisas que se dão no meio do ambiente religioso. Leiamos Judas: “¹Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de
Tiago, aos chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo:
²Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados. ³Amados, procurando eu
escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade
escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.
⁴Porque se introduziram alguns, (aí
está o problema, estão no meio do povo mas seu coração não está no mesmo, está
em outra coisa) que já antes estavam
escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a
graça de Deus, e negam a Deus, único dominador (é um problema contra a
soberania de Deus) e Senhor nosso, Jesus
Cristo. ⁵Mas
quero lembrar-vos, ( está se referindo a todas estas
peregrinações) como a quem já uma vez
soube isto, que, havendo o Senhor Salvo um povo, tirando-o da terra do Egito,
destruiu depois os que não creram; (não foi isso Ritmá?) ⁶E aos anjos que não guardaram o seu
principado, mas deixaram a sua própria habitação,
(esse é seu limite) reservou na escuridão
e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia; ⁷Assim como Sodoma e Gomorra, e as
cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue a fornicação como aqueles,
( a palavra em grego é exfornicado
com a raiz ek, quer dizer, uma
fornicação contra natureza) e ido após
outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. ⁸E, contudo,
(a pesar de que Deus é assim, aqui está a descrição) também estes (aí está a correspondência entre o Antigo Testamento) com Israel e alguns
homens na igreja) semelhantemente
adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, (foi esse
justamente o problema ali em Queelata) e
vituperam as dignidades. ⁹Mas
o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo
de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O
Senhor te repreenda”. Quer dizer, que inclusive Miguel
respeitou a autoridade de satanás, ainda que a de satanás, e isso o fez porque
estava perto de Deus e conhecia a Deus, porque Miguel conhecia a Deus, inclusive
respeitou a satanás, a não ser o que depois Deus lhe ordenou; mas até que Deus
não lhe ordenara, ele esperava em Deus.
“¹⁰Estes,
porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como
animais irracionais se corrompem. ¹¹Ai deles! Porque entraram pelo caminho de
Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na
contradição de Coré”. Isso se dá no ambiente religioso na
igreja do Novo Testamento. “¹²Estes são
manchas em vossas festas de amor, (estão no ambiente, mas manchando-o) banqueteando-se convosco, e apascentando-se
a si mesmos sem temor; são nuvens sem águas, levadas pelo vento de uma parte
para outra; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas,
desarraigadas; ¹³Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas
abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservadas a
negrura das trevas”. Que é uma estrela errante? Como Datã e Abirão: não
iremos, não subiremos, não vamos estar em torno de ti, Moisés. Por que te pões
sobre nós? Andamos para onde queremos andar. Essas são as estrelas errantes. “¹⁴E
destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é
vindo o Senhor com milhares de seus santos; ¹⁵Para
fazer juízo contra todos (porque até que o Senhor não faça
juízo não nos convencemos, então faz juízo para deixar convicto) e condenar dentre eles todos os ímpios,
por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as
duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele”. Delicado falar
coisas duras contra o Senhor. ¹⁶Estes são murmuradores,
(notem que estes são os mesmos dos que vem falando dentro dos quais estão os da
contradição de Coré) queixosos da sua
sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui
arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse. ¹⁷Mas vós, amados, lembrai-vos
(olhem as lâminas sobre o altar) das
palavras que foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo: “¹⁸Os quais vos diziam
(aqui São Judas está se referindo a Pedro, a segunda epístola de Pedro; Judas
está reconhecendo a segunda epístola de Pedro e está dizendo o mesmo que diz
Pedro, mas com um detalhe, algo que em Pedro não se notava tão claro, em Judas
já se nota claro, e é que essas pessoas que com facilidade se portam assim é
porque não tem o Espírito.
Os que têm o Espírito, o Espírito os retém e os guarda e lhes
faz chegar até um ponto. Que diziam os apóstolos? Pedro por exemplo na segunda
epístola) que nos últimos tempos haveria
escarnecedores que andariam segundo as suas próprias concupiscências. ¹⁹Estes são os que causam divisões,
sensuais, que não tem o Espírito. (que andam conforme seus
próprios sentidos. Tirarás os olhos destes? Acaso não vemos que estamos todos
no deserto e que não nos tem levado a nenhuma terra que mana leite e mel? Aonde
fluía leite e mel era no Egito? Sensuais são os que andam segundo sua vida
natural e não tem percepção espiritual, e claro, não tem o Espírito) ²⁰Mas
vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no
Espírito Santo. ²¹Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a
misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para vida eterna. ²²E apiedai-vos de
alguns, usando de discernimento; (porque depois disto
sempre há dúvidas, então se apenas está duvidando diga-lhe: aparte-se da tenda
de Datã e Abirão) ²³E salvai alguns com
temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne. ²⁴Ora, àquele que é poderoso para vos
guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a
sua glória. ²⁵Ao
único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder,
agora, (na época da igreja) e para todo o sempre. Amém.”
Em
Pedro
Vamos ler também na segunda epístola de Pedro capítulo 2,
para que vejamos como os apóstolos no Novo Testamento nos ensinam que às vezes
sim existem no ambiente religioso situações refletidas na Palavra, isto nos
admoesta, porque diz: para que se escreveu tal fato? Para admoestarmos uns aos
outros aos que temos alcançado os fins dos séculos. Comparem o que acabamos de
ler em Judas e vejam como Judas havia lido a carta de Pedro e o estava
respaldando, falando o mesmo que Pedro. Desde 2 Pedro 2:1: “¹E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá
também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e
negarão o Senhor que os resgatou, (aqui
a palavra é comprou no sentido de alcance universal do sacrifício de Cristo,
não é resgatou, como se traduz aqui, que significa uma salvação efetiva, é os
comprou; mas os que creem, são os que são resgatados; isso é para que esta palavra
não os confunda com respeito à salvação eterna dos crentes) trazendo sobre si mesmo repentina
destruição. ²E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado
o caminho da verdade. ³E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas;
sobre as quais já de longo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição
não dormita. ⁴Porque,
se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno,
(aqui é onde aparece o tártaro) os
entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo; (estas
prisões dos anjos caídos são o tártaro; não inferno, como traduzido nesta
versão) ⁵E
não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais
sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; ⁶E condenou à destruição as cidades de
Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem
impiamente; ⁷E
livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis ⁸(Porque este justo, habitando entre
eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras
injustas); ⁹Assim,
sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia
do juízo, para serem castigados; ¹⁰Mas principalmente (entre
os injustos, principalmente, que é um pouco mais grave) aqueles que segundo a carne andam em concupiscência de imundícia, e
desprezam as autoridades; atrevidos, obstinados, não receando blasfemar das
dignidades; ¹¹Enquanto os anjos,
sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra ele juízo blasfemo diante
do Senhor. (como no caso de Miguel) ¹²Mas
estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem
presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção,
¹³Recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens tem prazer nos
deleites quotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos,
quando se banqueteiam convosco; (é o que Judas falava dos ágapes) ¹⁴Tendo
os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas
inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; ¹⁵Os quais, deixando o caminho direito,
erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da
injustiça; ¹⁶Mas teve a repreensão da sua
transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do
profeta. ¹⁷Estes
são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a
escuridão das trevas eternamente se reserva. (nos damos conta
que fala a mesma linguagem que Judas, ou seja, que Judas leu e respaldou a Pedro) ¹⁸Porque,
falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da
carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam no
erro. ¹⁹Prometendo-lhe
liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é
vencido, do tal faz-se também servo. ²⁰Porquanto
se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do
Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se
lhes o último estado pior do que o primeiro. ²¹Porque melhor lhe fora não
conhecer o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo
mandamento que lhes fora dado; ²²Deste modo sobreveio-lhes o que por um
verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca
lavada ao espojadouro de lama.
“3¹Amados, escrevo-vos
agora esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso
ânimo sincero; ²Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram
ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolo do Senhor e
Salvador. ³Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores,
(o mesmo que estava recordando Judas) andando
segundo as suas próprias concupiscências, ⁴E
dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? (como dizer:
saímos do Egito mas não estamos em Canaã) porque
desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio
da criação. ⁵Eles
voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram
os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste. ⁶Pelas quais coisas pereceu o mundo de
então, coberto com as águas do dilúvio, ⁷Mas
os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como
tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens
ímpios. ⁸Mas,
amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos como um dia. ⁹O
Senhor não retarda a
sua promessa, ainda que alguns a tem por tardia; mas é longânimo para conosco,
não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. ¹⁰Mas o dia do Senhor virá como ladrão
de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos,
ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão.
¹¹Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em
santo trato, e piedade, ¹²Aguardando, e apressando-vos para vinda do dia de
Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se
fundirão? ¹³Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos, novos céus (o
que fez os primeiros, pode fazer os segundos) e nova terra, em que habita a justiça. ¹⁴Por
isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados
imaculados e irrepreensíveis em paz. ¹⁵E
tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado
irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; ¹⁶Falando disto, como em todas as suas
epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e
inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria
perdição”. Aqui Pedro está chamando Escrituras as cartas de
Paulo.
“¹⁷Vós, portanto, amados, sabendo isto
de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais
juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; ¹⁸Antes crescei na graça e conhecimento
de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim
agora, como no dia da eternidade. Amém”. Esta jornada de
Queelata é como um das primeiras jornadas ao redor do monte de Seir. Ao redor
desse monte aconteceu esta e outras relacionadas com esta, onde o que começou a
ser tratado aqui, segue sendo tratado durante esses longos anos enquanto eles
vagueavam o monte de Seir; então seguiremos vendo as próximas jornadas, porque
essas próximas não poderiam dar-se sem as lições desta jornada tão séria. Vamos
dar graças a Deus.
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