Jornada 17
L
I B N A[1]
“E
partiram de Rimom-Perez, e acamparam-se em Libna”.
Número 33:20
Um
esclarecimento geográfico
Vamos estudar a Palavra
irmãos, com ajuda do Senhor. Me tenho dado conta como nesta noite o Espírito
Santo, através das orações e as proclamações dos irmãos e também parte das
canções tem estado enfatizando a tônica precisamente da jornada que corresponde
ao dia de hoje. Não foi algo que nós planejamos, mas o Espírito do Senhor estar
nos irmãos.
Vamos ao livro de Números capítulo 33 para seguir com a ajuda
do Senhor, este livro das jornadas. Temos chegado ao verso 20. Números 33:20,
diz assim: “E partiram de Rimom-Perez, e
acamparam-se em Libna”. Libna é a estação, a jornada que devemos considerar
nesta noite. Antes que entremos no aspecto principal, que é o espiritual,
queria fazer alguns esclarecimentos geográficos e históricos para que depois
possamos entender um pouco melhor a leitura. Se os irmãos olharem aqui no mapa
da península do Sinai e da terra de Canaã, a costa do Mar Mediterrâneo, chamado
o Mar Grande, essa costa era de baixa altitude visto que está ao nível do mar,
um pouco mais para dentro, por volta de uns quinze quilômetros para dentro há
uma cordilheira que se levanta, e a parte do sul onde está o ribeiro do Egito
pelo lado ocidental, seguindo para cima, o pé do monte da cordilheira costuma
chamar-se Sefelá.[2]
Ali na Sefelá existe uma cidade chamada Libna que fica perto do limite com o
Egito.
Do ribeiro do Egito para baixo, isso pertencia a Edom e logo
aos egípcios mais abaixo, e para cima foi o que o Senhor depois deu a Israel,
especialmente a tribo de Judá. Quando Josué depois entrou pelo oriente a
Jericó, ele começou a conquistar para baixo e conquistou as primeiras cidades;
entre essas cidades conquistadas por Josué havia uma cidade chamada Libna,
perto de Laquis, essa cidade não está precisamente na fronteira, mas perto da
fronteira. Recordem que nessa época as fronteiras não eram muito bem definidas;
às vezes as disputavam.
Quando nos tempos de Josias; o Faraó Neco, contra quem Josias
se levantou na ocasião que Neco subia contra o rei de Babilônia, aí foi quando
morreu Josias, então Neco tomou a cidade de Libna;[3]e depois mais adiante, na
época de Jorão, veio Senaqueribe e também tomou a cidade de Libna, logo na
época de Jorão, filho de Josias, ele se casou com uma mulher de Libna que se
Chamava Hamutal de Libna; esta mulher teve de Jorão três filhos que foram: o
primeiro se chamava Joacaz, o segundo Eliaquim e o terceiro Matanias; estes
três foram reis de Israel. Quando morreu Josias e assumiu o trono seu filho mais
velho, filho de Hamutal de Libna, seu filho Joacaz, então nesta ocasião veio um
dos reis invasores, Neco, tiraram Joacaz e colocaram o irmão de Joacaz que se
chama Eliaquim; só que lhe mudaram o nome para Jeoiaquim. Quando morreu
Jeoiaquim, então assumiu Joaquim, mas desta vez veio Nabucodonosor e tirou
Joaquim e colocou a seu tio Matanias e mudou o nome para Zedequias; quer dizer,
Joacaz, Jeoiaquim e Zedequias, três reis foram filhos de uma mulher de Libna.
É curioso que Libna fica na fronteira. Às vezes a dominava o
Faraó, às vezes a dominava os assírios ou os caldeus. No caso de Senaqueribe
eram assírios, no caso de Nabucodonosor eram os caldeus, no caso de Neco era o
Faraó egípcio; ou seja, estava em uma posição intermediária.
Recordemos que houve dois Jorão, um Jorão de Israel e ao
mesmo tempo um Jorão de Judá; na época de Jorão também os edomitas do sul se
libertaram de Judá e recuperaram a cidade de Libna, mas logo quando houve a
restauração outra vez aparece Libna entre as cidades de Israel. Vemos que é uma
cidade fronteiriça, e essa é uma coisa muito curiosa.
O nome que tinha essa cidade de Libna se deve a situação ao
pé do monte. Olhando para o ocidente se viam como uns rochedos ou umas pedras
brancas, pedras calcárias, a cor branca é chamada libna ou labné no idioma
semítico, a raiz lbn é uma raiz semítica, tanto do hebreu, como o aramaico,
como o ugarítico, como do acádio e significa branco ou brancura; seja o branco
da neve ou o branco do granizo inclusive um branco que não seja tão branco,
pode ser marrom claro, uma madeira clara; a cor clara é o que quer dizer Libna, é uma questão histórica. Sem restrição, a
Libna que vamos ver hoje, o mais provável é que não seja esta Libna, porque
esta Libna é bem adentro, para cima por Sefelá, ou seja, o pé do monte daquela
cordilheira que corre paralela para a costa ocidental e também paralela por
detrás do Jordão. Então, provavelmente essa não é Libna, e por isso quis fazer
este esclarecimento geográfico para que vejamos qual é a Libna que se refere
aqui.
Olhemos em Deuteronômio 1 onde aparece a verdadeira Libna.
Vocês sabem que às vezes os idiomas com a época mudam; ainda mesmo o espanhol. Nós
nos damos conta que a medida que passam os anos, às vezes de um século para
outro vai modificando-se, mas de todas as maneiras conservam suas raízes
principais; então aqui em Deuteronômio 1:1 aparece qual é a Libna destas
jornadas que estamos vendo, que não é todavia dentro da terra prometida; não é
aquela cidade que tomou Josué, senão que é uma estação todavia no deserto de
Cades. Então diz Deuteronômio 1:1: “Estas
são as palavras que Moisés falou a todo Israel além do Jordão, no deserto, na
planície defronte do Mar Vermelho, entre Parã e Tôfel, e Labã e Hazerote,
Di-Zaabe”.
Isso foi quando sucedeu aqui em Moabe, antes de tomar Jericó,
todavia na Transjordânia para o lado oriental, antes de tomar Jericó. Aí Moisés
falou e escreveu estas palavras do Deuteronômio. É toda esta zona oriental que
vemos aqui no mapa, detrás do Jordão para o oriente, detrás do Mar Morto e aqui
esta parte se chama Arábia, tudo isto é como dizer, a parte do oriente da
terra. Eles foram subindo depois com o tempo desde o sul para o oriente, para
entrar pelo oriente. Então o livro de Deuteronômio se escreveu precisamente
nessa região do oriente, entre a Arábia e Moabe, antes de cruzar o Jordão para
Canaã.
“Estas são as palavras”.
Assim se chama este livro: “Estas são as
palavras”. Esse é o nome original de Deuteronômio. O Mar Vermelho que se
menciona aqui se refere ao Golfo de Acaba. Parã é esta parte norte do deserto;
e o que aqui aparece traduzido Labã é Libna que vamos ver no dia de hoje. Hazerote
é o que já estudamos, e Di-Zaabe não o temos visto.
Então esta Labã que aparece traduzido aqui como Labã, é a
verdadeira estação de Libna no deserto, e por isso não queria que nos
confundíssemos com a outra Libna que é bem ao norte, onde havia um rei e Josué
teve que pelejar e dominar esse rei, por isso não é essa Libna na qual os
Israelitas chegaram e acamparam.
Agora vamos aos versos tanto em Números como em Deuteronômio
para confirmar um pouco o contexto histórico, para que sobre essa base, para
não confundirmos, ir diretamente a lição espiritual. Primeiramente vamos ver as
passagens, uma em Números 15 e outra em Deuteronômio, capítulos 1 e 2, vamos
ter abertas essas duas passagens; isto é para confirmar historicamente esta
jornada. Necessitamos ver vários versos porque às vezes na narração de um só
lugar não aparecem os detalhes, necessita-se ver os textos completos para
confirmar melhor.
Antes de começar o capítulo 15 de Números, está o capítulo 14
onde houve aquela derrota que é a correspondente a Rimom-Perez. Se vocês se
fixarem no final do capítulo 1 de Deuteronômio, versos 41-46, também se refere
a mesma ocasião, só que ao finalizar o capítulo 14 de Números passa-se ao
capítulo 15, sem dar nenhum sinal de jornada; mas se você olha no final do
capítulo 1 de Deuteronômio, você vai ver os sinais cronológicos das jornadas;
então olhando já em Deuteronômio 1 para o final, diz desde o 45: “⁴⁵Tomando,
pois, vós, e chorando perante o SENHOR, o SENHOR não ouviu a vossa voz, nem vos
escutou”. Isso foi o que vimos na vez passada relativamente a
Rimom-Perez. “⁴⁶Assim permanecestes muitos dias em
Cades, pois ali vos demorastes muito”. Note que este Cades não
se refere à cidade de Cades, como já estudamos, porque eles vão chegar depois à
cidade de Cades, mas ao redor da cidade de Cades está o deserto de Cades; então
eles no deserto de Cades estiveram em vários lugares e nesses lugares onde eles
acamparam aprenderam certas lições e lhe colocaram certos nomes. Alguns desses
nomes sobrevivem até hoje; por exemplo, Ritmá se chama Abuk Retama até o dia de
hoje, existe até o mesmo nome. Depois vem Rimom-Perez.
Esses nomes: Hazerote, Quibrote-Taavá que temos visto, foram
nomes que foram colocados depois que eles passaram por ali. Às vezes chegavam a
lugares que já existiam, às vezes chegaram a lugares onde tinham que acampar e
lhe davam um nome segundo o que havia acontecido ali ou segundo alguma coisa
que lhe servira para memorizar e recordar aquela lição ou aquela experiência.
Então quando aqui em Deuteronômio 1:46, diz: “Assim permanecestes muitos dias em Cades...”, isso se refere a
várias jornadas que fizeram no deserto de Cades; não se refere a uma só
jornada, senão a várias. Logo Diz o capítulo 2: “¹Depois viramo-nos, e caminhamos ao deserto, caminho do Mar Vermelho,
como o SENHOR me tinha dito, e muitos dias rodeamos o monte de Seir”. Quer
dizer, que regressaram para o Mar Vermelho. Recordem que o Senhor lhes havia
dito, tanto em Ritmá, como em Rimom-Perez que deviam voltar ao Mar Vermelho.
Não se refere aqui ao Mar Vermelho pelo Golfo de Suez, senão pelo Golfo de
Acaba; voltaram-se para esse lado. Por isso vocês veem aqui no mapa toda essa
linha pela qual eles regressaram pouco a pouco, dando essa volta e regressando
para cá; ou seja, que eles estiveram aqui dando voltas por 38 anos; dando
voltas em Cades-Barnéia, sem chegar todavia ao lugar que depois chegou a ser a
cidade de Cades como cidade; enquanto estão dando voltas no deserto de Cades
que levava também o mesmo nome.
Estes dois versículos de Deuteronômio, 1:46 e 2:1, nos
mostram o resumo de uma séria de muitíssimas jornadas. “²Então o SENHOR me falou, dizendo: ³Tendes rodeado bastante esta
montanha; virai-vos para o norte. ⁸Passando,
pois, por nossos irmãos, os filhos de Esaú, (que é ao norte) que habitavam em Seir, desde o caminho da
planície de Elate e de Eziom-Geber, nos viramos e passamos o caminho do deserto
de Moabe”. Outra vez passaram pela Arábia, mas descendo. Eziom-Geber é esta
ponta do que se chama Golfo de Acaba ou também Golfo Elanítico. Subiram depois
para o deserto de Moabe, mas deem-se conta em Números 33 onde se encontra
Eziom-Geber; isto o digo para confirmar as jornadas, Eziom-Geber aparece no
verso 36. Diz: “³⁶E partiram de Eziom-Geber, e
acamparam-se no deserto de Zim, que é Cades. ³⁷E
partiram de Cades, e acamparam-se no monte Hor, no fim da terra de Edom.”;
aí neste Cades do verso 36, ou seja, a cidade de Cades foi onde morreu Miriã.
Note que há muitas jornadas antes de chegar a Eziom-Geber. O podem ver desde
Ritmá: Ritmá, Rimom-Perez, Libna, Queelata, monte de Séfer, Harada, Maquelote,
Taate, Tara, Mitca, Hasmona, Moserote, Bene-Jaacã, Hor-Hagidgade, Jotbatá,
Abrona e recém Eziom-Geber.
Todas essas jornadas estão resumidas nestes versos que temos
lido em Deuteronômio, do 1:46 e 2:1 em diante. Ali onde diz: “Assim permanecestes muitos dias em
Cades...”, se refere às primeiras jornadas em Cades. Depois diz: “Depois viramo-nos, e caminhamos...”,
quer dizer, a parte de cima foi em Cades, mas logo quando começaram a voltar
para o sul é quando aqui diz: “... e
caminhamos...caminho do Mar Vermelho...”; nesse caminho do Mar Vermelho, ou
seja o Golfo de Acaba para Eziom-Geber, ali houve várias jornadas também. E
logo diz no verso 8 que chegaram a Eziom-Geber e depois tomaram rumo para cima,
para Moabe; quer dizer, há várias jornadas que estão resumidas somente dentro
destes versos.
Agora,
quando eles voltaram a Cades, em Cades foi onde morreu Miriã a irmã de Moisés.
Voltemos, pois, ao livro de Números e vamos olhar o espaço que abarca os
capítulos 15 ao 20, os quais contém todas essas jornadas até chegar a
Cades-Barnéia, a cidade onde morreu Miriã. Notem o que diz o capítulo 20:1: “Chegando os filhos de Israel, toda a
congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades; e Miriã
morreu ali, e ali foi sepultada”. De maneira, pois, que quando eles
voltaram de dar todas essas voltas chegaram a Cades; aí é quando morreu Miriã a
irmã de Moisés; quer dizer, que desde o final do capítulo 14, e todos os
capítulos do 15 ao 19, está o que aconteceu em todas essas jornadas. Todos os
eventos e revelações que estão entre o capítulo 15 até chegar ao 20,
correspondem a essa porção de jornadas; são muitas jornadas. Isso significa que
alguns acontecimentos e algumas revelações se deram em uma ou outra destas
estações. E o que eles viveram ficou recordado pelo nome do que eles viveram;
assim que ao ler agora em Números vocês não vão encontrar esses nomes; sem
restrições Moisés no capítulo 33 escreveu que esses foram os nomes das
jornadas. Então ao ver este aspecto geográfico, você pode confirmar melhor.
Uma
experiência de brancura
Agora chegamos à jornada
de Libna no deserto, não a Libna de Sefelá em Canaã; todavia Israel não entrou
em Canaã. Então a lição de Libna aparece desde o capítulo 15, versos 1-31; isso
é o que corresponde a Libna. Isto está dividido em três partes principais, ou
seja, a lição de Libna está dividida em três partes principais: A primeira
parte que vai desde o verso 1 ao 16, onde diz: “¹Depois falou o SENHOR a Moisés, dizendo:”. Onde foi isto? Por
Deuteronômio sabemos que é em Cades e por Números 33 sabemos que é no deserto
de Cades, a estação de Libna. Esta é a primeira parte até o verso 16. A segunda
parte diz “¹⁷Falou mais o SENHOR a Moisés,
dizendo:”. Mas poderíamos tirar uma terceira parte que é como
uma exceção do que se ensina até o verso 29, que é desde o verso 30 ao 31.
Então vamos examinar esta parte que é belíssima e importantíssima.
Sabem o que quer dizer Libna? Libna quer dizer: brancura. Eles tiveram uma experiência
de brancura; agora notem que aqui o que toma a iniciativa é Jeová; Jeová falou
a Moisés. Eles, depois da derrota de Rimom-Perez, aprenderam primeiro que eram
incrédulos e segundo que eram presunçosos, e que com a incredulidade e
presunção é impossível agradar a Deus; portanto eles ficaram em uma situação
lamentável, de tal maneira que por um bom tempo, porque diz muitos dias, estes
cinco capítulos do 15 até o 20 foram 38 anos, eles passaram por uma situação
difícil por causa da sua incredulidade e de sua presunção. Deus mesmo, era Deus
o que havíamos visto nas últimas jornadas, que havia jurado que aqueles não
entrariam, os que não haviam crido e não escutaria aos que andavam em
presunção; mas olhem como Deus é misericordioso, quando o povo está sem
esperança nenhuma em si mesmo. Então agora Deus se revela, revela o remédio
para essas condições passadas. Por isso essa frase “E partiram de Rimom-Perez, e acamparam-se em Libna” é muito
preciosa, porque é Deus que os tira de uma condição, e é Deus o que prepara
outra condição.
Quando o homem não pode, quando o homem às vezes não crê e
faz esforços e escorrega e não chega a parte alguma, Deus o deixa por um tempo
aprender, como deixou por um tempo Pedro aprender, que também obstinadamente,
confiando em si mesmo havia dito ao Senhor: Senhor darei a minha vida por ti;
quer dizer, ainda que os outros te neguem, eu jamais te negarei; o Senhor teve
que lhe dar uma lição e nessa lição Pedro ficou muito, mas muito triste,
amargurado, chorando. Ele recordava que o Senhor havia dito: “Mas qualquer que me negar diante dos
homens, eu o negarei também diante de meu pai, que está nos céus”.[4]
E ele havia negado ao Senhor, e ainda que ele chorou amargamente , talvez ele
estaria duvidando. E disse que me negaria se eu o negasse: mas será que o
Senhor vai me negar? Mas quando o Senhor ressuscitou, diz Marcos que o Senhor
menciona de forma expressa a Pedro, isso o recorda Marcos porque Marcos era o
secretário de Pedro. Isso não recorda Mateus, nem Lucas, nem João, mas recorda
Marcos. “Mas ide, dizei a seus discípulos
e a Pedro, que ele vai diante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele
vos disse”.[5]
O Senhor cumpriu sua palavra: “Mas eu
roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça”.[6]
Primeiro você diz: eu Senhor; não; não é você, “Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu quando ti
converteres, confirma teus irmãos”; quer dizer, que quando o homem não
pode, Deus vem buscar o que está perdido. Por isso este capítulo 15, em meio a
essas lições tão terríveis, as que temos passado são terríveis, as que veem
também, mas o Senhor abre um espaço para perdoar o Seu povo, para facilitar a
restauração do Seu povo, e por isso se chama brancura, porque o Senhor perdoa,
porque o Senhor limpa. Deus toma a iniciativa:
Habitar
em Cristo
“¹Depois
falou o SENHOR a Moisés, dizendo: ²Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes:
Quando entrardes na terra das vossas habitações, que eu vos hei de dar,”.
Aleluia, que beleza! Na vez passada havia dito: não entrareis, ao que não crê,
ao que está só com suas forças não pode entrar, mas o Senhor aqui vai dizer
como se pode entrar. Porque primeiro lhes ensinou que por causa da
incredulidade não se entra, que com a presunção não se entra; então como se
entra? Aqui o Senhor toma a iniciativa ao revelar como se entra; e todo esse
capítulo nos mostra a provisão de Deus em Cristo. É por meio de Cristo que se
entra; por isso diz: “... Quando
entrardes na terra das vossas habitações, que eu vos hei de dar,”. Terra
das vossas habitações; essa terra representa Cristo.
Em Hebreus 4 diz que os que temos crido em Cristo entramos na
terra de repouso, entramos no repouso de Deus; isso significa que a terra
representa Cristo. Cristo nos é dado por Deus para habitar nele; se estamos na
incredulidade ou se estamos na presunção de nossa força natural, não estamos em
Cristo, estamos no deserto, estamos em nós mesmos, somos um retama, ou seja,
uma sobra no deserto e somos também um fruto que não amadureceu e que se
estragou antes do tempo. Mas Deus agora depois de aprender essa lição nos
ensina outra, a lição de Libna, a lição da brancura, a lição do resgate, das
possibilidades. “... Quando entrardes na
terra das vossas habitações, que eu vos hei de dar,” como quem diz: eu os
dou a Cristo, quando hajas entrado em Cristo, quando creias “³E ao SENHOR fizerdes oferta queimada,
holocausto, ou sacrifício, para cumprir um voto, ou em oferta voluntária, ou
nas vossas solenidades, para fazerdes ao SENHOR um cheiro suave de ovelhas ou
gado,”. Qual foi a lição da vez passada? Nós subiremos. Moisés disse: Não,
não subais; eles estavam fazendo as coisas por si mesmos, mas agora diz o
Senhor: Não, não é assim. Agora Deus está ensinando a Seu povo como é que se
pode entrar.
“⁴Então aquele que apresentar a sua
oferta ao SENHOR, por oferta de alimentos trará uma décima de flor de farinha
misturada com a quarta parte de um him de azeite”.
Não vai apresentar o que queira, não vai apresentar sua própria vontade, sua
própria obstinação, sua própria conveniência. Sim claro, aqui entra a vontade,
aqui entra a decisão, mas unida a graça, a fé; não é que porque não podemos
entrar por presunção, que então o Senhor nos mete a força, não; também não é
assim, aqui diz: “... para cumprir um
voto, ou em oferta voluntária...”.
Esforçar-se
na graça
Sim, devemos decidir, mas
é como Paulo diz a Timóteo: “... fortifica-te
na graça...”.[7]
Aí vemos os dois aspectos: de Deus com o homem e do homem com Deus. Antes eles
não creram, era sem Deus; além disso, quiseram fazer por si mesmos, também sem
Deus, mas não puderam; agora Deus lhes diz como é: é comigo, mas são vocês, mas
comigo e eu com vocês, não sou eu sozinho, nem vocês sozinhos; eu requeiro que
seja voluntário, com vontade, mas esforçando-te na graça, contem comigo, como
diz na segunda carta aos Tessalonicenses. Há um verso que eu gostaria que vocês
observassem comigo, porque tem a ver com essa experiência espiritual. Ali
aparece essa expressão maravilhosa. 2 Tessalonicenses 1:11-12; “Por isso também rogamos sempre por vós,
para que o nosso Deus (aqui está a parte de Deus) vos faça dignos (ou seja que o homem tem que fazer seu voto, pôr
sua vontade) da sua vocação, e cumpra
(quem? Deus) todo desejo da sua bondade,
e a obra da fé com poder;”. Esse propósito de bondade é o homem; o homem
se propõe, mas o que cumpre essa proposta é Deus. Se o homem se propõe sozinho,
não pode; se não se propõe não está convidando Deus, mas se o homem se propõe
na fé, na graça, então aí estão os dois requisitos: “... e cumpra todo o desejo da sua bondade,
e obra da fé...”. Já não é toda a obra, senão obra de fé, quer dizer,
contando com Deus, esforçando-se na graça. Creio que há outro verso que nos
ajudará a entender isto, está em Oséias. Vamos ao livro de Oséias, capítulo
13:9, é um verso curto, mas diz o que é esta lição, diz assim: “Para a tua perda, ó Israel, te rebelaste
contra mim, a saber, contra o teu ajudador”. Que versículo tão precioso! “Para tua perda,...”; aí está a retama. “Para tua perda, ó Israel, (essa é
Ritmá, é Rimom-Perez) te rebelaste contra
mim, a saber, contra o teu ajudador”. (Ajudador essa é Libna).
Voltemos a Números capítulo 15; no verso 3 fala de voto, fala
de vossa vontade, mas logo nossa vontade tem que unir-se a Cristo pela fé, pela
confiança na graça. Não é só nossa vontade, nem é só Cristo, é Deus cumprindo
todo propósito de bondade e toda obra de fé com seu poder. A obra se é só obra
é presunção, mas se é obra de fé, uma obra que não confia em si mesmo, é uma
eleição que se faz confiando na graça; é o que Paulo dizia a Timóteo: fortifica-te
na graça. Aí estão os dois requisitos; fortifica-te não é sozinho, nem a graça
sozinha, não é que eu vou ser como uma pedra e que Deus me agarra pela orelha,
não, não. Você deve tomar uma decisão, mas como tua decisão não é suficiente,
você necessita confiar na graça, necessita crer em Cristo. Aqui o que nos
ensina o capítulo 15 é que Deus provê a Cristo para poder superar a situação de
incredulidade e a situação de presunção. Só por meio da graça podemos sair de
Rimom-Perez e chegar à brancura, chegar a Libna, a graça.
Então diz: “Então
aquele que apresentar a sua oferta a Jeová, por oferta de alimentos trará...”,
e aqui tudo o que mostra é que a oferta é figura de Cristo; todas essas são
figuras de cristo. Aqui aparecem nessa primeira parte, três níveis: O nível do
cordeiro, o nível do carneiro e o nível do novilho, todos os três representam a
Cristo. Cristo está representado pelo cordeiro, Cristo está representado pelo
carneiro e cristo está representado pelo novilho, mas quando fala do cordeiro,
o primeiro nível, então se associa com uma medida menor de farinha, de azeite e
de vinho; logo quando fala do carneiro aumenta a farinha, aumenta o azeite e
aumenta o vinho, quando fala do novilho aumenta mais a farinha, aumenta mais o
azeite e aumenta mais o vinho. Tudo é Cristo, mas notem como Deus é bom. Às vezes oferecemos pouco de
Cristo, porque Cristo está se formando em nós, mas é Cristo, só que tem que
crer em Cristo, em Cristo se cresce; por isso ao princípio se oferece um
cordeiro com uma medida de farinha,
depois duas medidas e já não é um cordeiro senão, um carneiro, e depois não são
duas medidas senão, três medidas e já não é um carneiro senão, um novilho; ou
seja, mostra como sempre em toda nossa caminhada, sejamos nós, meninos ou jovens,
ou pais, ou adultos, ou anciãos, sempre tem que ser algo mais de Cristo; sempre
é menino em Cristo, mas tem que ser Cristo, ainda que sejamos jovens façamos as
coisas em Cristo, quando amadurecemos mais, sigamos fazendo em Cristo com mais
profundidade, e se amadurecemos mais, sigamos em Cristo com maior profundidade.
Cristo
como oferta
Sempre é algo de Cristo,
mas vocês veem aqui que Deus apresenta uma escala de Cristo, por quê? Porque
Deus não simbolizou a Cristo com um único sacrifício? Por que com tantos
sacrifícios? Por que com tantas escalas? Porque Cristo é muito rico, muito
profundo, e em Cristo crescemos e em Cristo nos aprofundamos, e ele tinha que
mostrar essa hierarquia das escalas, do aprofundamento em Cristo. Essa é a
verdadeira maneira de avançar para poder entrar a possuir a terra, é avançando
mais e mais em Cristo, enraizando-nos e aprofundamo-nos mais e mais em Cristo.
A flor de farinha: Cristo havendo negado a Si mesmo. O
grão de trigo moído. Então diz o verso 4 do capítulo 15 de Números: “Então aquele que apresentar sua oferta ao
SENHOR, por oferta de alimentos trará uma décima de flor de farinha misturada
com a quarta parte de um him de azeite”. Uma efa são 37 litros; a décima
parte são 3,7 litros, quase 4 quilos; quando se apresenta a primeira oferta com
o cordeiro, o primeiro nível de Cristo formado em nós está representado por uma
décima parte de uma efa de flor de farinha; a flor de farinha representa a
humanidade de Cristo, a vida de Cristo havendo negado a Si mesmo, havendo
negado Sua alma. Vocês sabem que a flor de farinha surge do grão moído e que se
tirou a casca, ou seja, a vida do eu, a vida do ego. O Senhor Jesus
representa o grão de trigo por Si mesmo.
“... se o grão de
trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”.[8] Cristo foi moído por
nossos pecados, ficou sem grumos, sem coisas duras. Sabem o que, irmãos? Há
dois aspectos disto: o primeiro aspecto é objetivo, é algo que Cristo faz por
nós, mas
vocês recordam que nesses sacrifícios nós tínhamos que comer e alimentar-nos
disto até chegar a ser constituídos pelo que Cristo é como alimento para nós.
Alguns
querem ver Cristo somente como aquele que morreu por nós, mas que não me mude,
não me transforme. Claro que cristo nos perdoa, mas aqui Cristo se apresenta
não só como sacrifício, senão como comida.
O azeite: Cristo ungido pelo Espírito Santo. Logo
diz: “... misturada com a quarta parte de
um him de azeite.”, ou seja, 3,7 litros de flor de farinha se misturam com
a quarta parte de um him de azeite. Um him são 6,2 litros, ou seja, a quarta
parte é um pouco mais de um litro e meio (1,55): quer dizer, quase 4 quilos de
farinha com 1 litro e meio de azeite, se misturam juntos, se amassam. Por que
Deus amassa a flor de farinha com azeite? Porque Deus quer que sejamos ungidos pelo
Espírito Santo. Primeiro é a farinha, mas Cristo foi um varão ungido
pelo Espírito Santo que andou fazendo o bem, ou seja, Cristo foi aquela oferta
a Deus, a flor de farinha, o varão ungido pelo Espírito Santo, ou seja, a
farinha amassada com azeite e logo deu a sua vida até a morte, que é a libação
de vinho. Sobre esta oferta de farinha com azeite se derramava o vinho, e diz:
O vinho: Cristo oferecido em libação. “⁵E
de vinho para libação prepararás a quarta parte de um him, para holocausto, ou
para sacrifício para cada cordeiro;”. Quando ofereces um
cordeiro, junto com esse cordeiro oferece 3,7 litros de farinha amassada com
1,5 litros de azeite e 1,5 litros de vinho, fixem-se num detalhe, sempre a
medida de azeite é a mesma medida de vinho. Deus não põe mais vinho nem mais
azeite, a medida do azeite é a medida do vinho, ou seja, é na medida em que o
Espírito Santo conduz a Cristo, como diz a Escritura, se ofereceu por meio do
Espírito eterno, ou seja, a pomba guiando ao cordeiro é a medida do Espírito,
foi a medida da entrega. Disse o Senhor: “...
o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o pai...”.⁹ Ele não se adiantava,
porque Israel queria se adiantar ou se atrasava, em contra partida aqui o
Senhor mostra a medida exata. A medida do azeite é a medida do vinho, ou
seja, na medida em que o Espírito o conduziu, nessa medida Ele ofereceu Sua
vida.
Por exemplo, uma vez o iam matar, mas, todavia não era a
hora, então ele escapuliu; por outro lado na história da igreja, alguns como
não podem ser mártires se suicidaram; esse foi o caso dos circunseleones, quer
dizer, acrescentaram mais vinho que azeite. Outros são o contrário; às vezes o
Espírito lhes diz que vá, mas não quer ir, e às vezes não lhe diz que vá e vai,
mas aqui vemos que a medida do azeite e a medida do vinho devem ser as mesmas.
Assim foi em Cristo, então assim deve ser em nós, quer dizer, na medida em que
o Espírito nos conduz, nessa medida nos consagramos e nessa medida fazemos;
então o vinho tem a mesma medida do azeite, seja quando somos meninos, como
aparece nesta primeira oferta, mas logo diz:
“⁶E para cada carneiro prepararás uma
oferta de alimentos de duas décimas de flor de farinha, misturada com a terça
parte de um him de azeite”. Já não é uma senão duas, porque já
não é cordeiro, senão carneiro; e já não com a quarta senão “... com a terça parte de um him de azeite. ⁷E de vinho para libação oferecerás a
terça parte de um him ao SENHOR, em cheiro suave”.
Outra vez a terça parte de um him.
Ao princípio, no verso 4, diz “oferta”, no verso 7 diz “...ao
SENHOR, em cheiro suave.”; verso 6, “oferta”,
verso 7, “...em cheiro suave.”; mas
logo na terceira parte, já é um novilho, já não é cordeiro, nem carneiro, agora
é novilho. “⁸E, quando preparares novilho para
holocausto ou sacrifício, para cumprir um voto, ou um sacrifício pacífico ao
SENHOR,[9]com
o novilho apresentarás uma oferta de alimentos de três décimas de flor de
farinha misturada com a metade de um him de azeite”.
Já não é uma, nem duas, senão três décimas “...
de flor de farinha misturada com a metade de um him de azeite”. Já não a
terça parte nem a quarta, senão a metade.
Vocês veem como sobe de cordeiro a carneiro e de carneiro a
novilho; de uma décima parte a duas décimas e logo três décimas de efa de flor
de farinha; de um quarto de him, a um terço de him, a metade de um him; e logo
de oferta sobe a oferta em cheiro suave e logo diz aqui “... oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR”. “¹⁰E
de vinho para libação oferecerás a metade de um him, oferta queimada em cheiro
suave ao SENHOR”. Quer dizer, o amadurecimento ou o
crescimento de Cristo; todo o caminho tem que ser somente Cristo. “¹¹Assim se fará com cada boi, ou com cada
carneiro, ou com cada um dos cordeiros ou cabritos. ¹²Segundo o número que
oferecerdes, assim o fareis com cada um, segundo o número deles”.
A
parede intermediária é derrubada
Agora chegamos à outra parte preciosa. Aqui o que Senhor está
nos mostrando é Cristo, está nos mostrando que através do sacrifício de Cristo,
já não há diferença entre judeus e gentios. Notem como Deus antes que isso
fosse revelado de forma explícita no Novo Testamento, já estava tipificando através
deste símbolo, do sacrifício de Cristo.
Diz aqui em Números 15:13 em diante: “¹³Todo natural assim fará estas coisas, (todo natural é todo
israelita) oferecendo oferta queimada em
cheiro suave ao SENHOR.¹⁴Quando
também peregrinar convosco algum estrangeiro, (esses são
gentios, já não é Israel) ou que estiver
no meio de vós nas vossa gerações, e ele apresentar uma oferta queimada de
cheiro suave ao SENHOR, como vós fizerdes, assim fará ele”. O Senhor não
faz nenhuma diferença entre o israelita e o estrangeiro, senão que Ele recebe
igualmente ao israelita e ao estrangeiro, através do mesmo sacrifício. Não há
um evangelho para judeus e outro evangelho para gentios, porque em Cristo Jesus
já não há nem judeu nem gentio, agora é Cristo em nós, o todo.
“¹⁵Um mesmo estatuto haja para vós, ó
congregação, e para o estrangeiro que entre vós peregrina, por estatuto
perpétuo nas vossas gerações; como vós, assim será o peregrino perante o
SENHOR”. Aí está o Senhor pré-anunciando que no corpo de
Cristo não haveria somente israelitas, senão também gentios. “¹⁶Uma
mesma lei e um mesmo direito haverá para vós e para o estrangeiro que peregrina
convosco”. Notem que isso já o Senhor havia começado a dizer no
mesmo Sinai.
Vamos ao livro de Levítico, que foi todo revelado no Sinai, vamos
ver no capítulo 24:22, onde havia dito Deus: “Uma mesma lei tereis; assim será para o estrangeiro como para o
natural; pois eu sou o SENHOR vosso Deus”. Por isso Paulo dizia: o que é
Senhor de uns, é Senhor de outros, Ele é Senhor de todos. Cristo morreu para
ser Senhor de todos, então o Senhor já anuncia que através do sacrifício de
Cristo não há diferença entre judeu, nem grego, nem bárbaro, nem cita, nem
servo, nem livre, nem homem, nem mulher, nem gentio, senão que todos somos um
em Cristo Jesus; não há diferença, já está pré-anunciado aqui.
Agora sim chegamos a segunda parte do revelado em Libna,
noutra ocasião, seguramente em Libna, porque eles estiveram vários dias e que
precioso, Deus começa a lhes dar esperança. Aqui Deus vai mostrar algo que
temos que aprender; esta lição temos que aprendê-la. Às vezes nós nos justificamos
porque não sabíamos; às vezes fazemos coisas desagradáveis a Deus, sem sabê-lo.
Ah! é que eu não sabia; justificamos que não sabíamos para ofender a Deus.
Imagine que você tem um lote que é seu, você o comprou, mas vem um invasor que
não sabe que esse lote é seu, que pertence a você, que você tem o direito sobre
esse lote, e como ele não sabia, invade esse lote e fica no terreno. O dia que
ele souber que esse lote é seu, o que você espera, o que você diz? Porque o
invasor não sabia que esse lote era seu, você já não tem direito ao lote?
Claro, você tem direito ao lote, não importa que o outro não soubesse. Claro,
como não sabia; depois que saiba, tem que pôr as coisas às claras.
A
ignorância e o senhorio de Cristo
Irmãos, aqui nesta lição vamos aprender. Deus nos tira a
desculpa de “eu não sabia”, Deus nos diz: tão logo comeces a saber, tem que
dar-se como entendido e reconhecer que estava em um erro e confessar o erro,
pedir perdão e deixar esse erro, não importa que não sabia; o dia que souber,
Deus o considera erro. Esta é a lição que aparece nesta segunda parte em Libna,
em uma ocasião mais adiante mas na mesma Libna. “¹⁷Falou
mais o SENHOR a Moisés, dizendo:”. Mas, este “mais” há que
pô-lo, porque às vezes é por incredulidade o problema, ou às vezes é por
presunção, mas às vezes é por ignorância, então no caso de ignorância, como
fazemos?
Aqui diz: “¹⁸Fala aos filhos de Israel, e
dize-lhes: Quando entrardes na terra que vos hei de introduzir,
(quer dizer, quando começais a desfrutar de Cristo) ¹⁹Acontecerá
que, quando comerdes do pão da terra, (quer dizer, a pessoa
começou agora a estar em Cristo, é novo, mas já está em Cristo, que diz o
senhor?) então oferecereis ao SENHOR
oferta alçada. ²⁰Das
primícias da vossa massa oferecereis um bolo em oferta alçada; como oferta da
eira, assim oferecereis”. Notem o que diz a Escritura, já o
dissemos em Romanos: Cristo morreu e ressuscitou e voltou a viver para ser
Senhor, dos mortos e dos que vivem. Alguns querem conhecer a Cristo só como
Salvador, ou seja, que Cristo me perdoe, mas eu não lhe sirvo, que continue me
perdoando, mas já não lhe obedeço, que me perdoe mas eu tenho meus interesses,
não. Cristo nos perdoa para comprar-nos e para ser primeiro, para ter a
preeminência sobre todas as coisas e por isso diz assim: “... quando comerdes do pão da terra, então oferecereis ao SENHOR
oferta alçada”, quer dizer, quando alguém começa a desfrutar de Cristo já
diz: já não vive mais para si, senão para aquele que morreu e ressuscitou por
nós, não diz isso a Escritura? Que para isso Cristo morreu. Uma vez que vimos a
Cristo, uma vez que somos perdoados, comprados, limpos, branqueados, então já
nossa prioridade tem que ser cristo; o primeiro que amassamos, o primeiro tem
que ser dado ao Senhor, Ele tem que começar a ser preeminente sobre todas as
coisas em nossa vida.
“²¹Das primícias das
vossas amassadeiras dareis ao SENHOR oferta alçada nas vossa gerações”.
Isto é, os tataravós, os bisavós, os avós, os pais, nós, os filhos, os netos,
os bisnetos, os tataranetos. É igual, não há diferença, alguém vem a Cristo,
tem que pô-lo em primeiro lugar. Agora, claro, “²²E, quando vierdes a errar,...”, porque claro alguém vem a
Cristo, mas não sabe, mas por que não sabe? Porque está ocupado em outras
coisas. O Senhor me salvou do inferno, graças, já não vou para o inferno, mas
vivo para mim, não busco a vontade de Deus, por isso não sei. Você crê que se
desobedecer a lei de um país, ainda que você não a conheça; mas a lei já está
publicada; se você vai a caminho pela sétima avenida,[10] aí estão à venda os
estatutos disto, e daquilo, assim que, se você não sabia é problema seu. A lei
está publicada, e o que não sabia é porque não buscou a Deus; claro que o que
lhe interessa sim, o busca, mas o que é de Deus não o busca.
“²²E, quando vierdes a
errar, e não cumprirdes todos estes mandamentos, que o SENHOR falou a Moisés,
²³Tudo quanto o SENHOR vos tem mandado por intermédio de Moisés, desde o dia
que o SENHOR ordenou, e dali em diante, nas vossa gerações, ²⁴Será que, quando se fizer alguma
coisa por ignorância, e for encoberto aos olhos da congregação,
(o mesmo povo não sabia) toda a
congregação oferecerá um novilho para holocausto...” olhem o verso 27, diz:
“²⁷E,
se alguma alma pecar por ignorância, para expiação do pecado oferecerá uma cabra
de um ano”. Mas como aqui não é uma pessoa, é toda a
congregação, é um novilho, porque Deus está mostrando a hierarquia do pecado,
tem que substituir-se por um profundo e maior reconhecimento de Cristo; por
isso diz o verso 24: “Será que, quando se
fizer alguma coisa por ignorância, e for encoberto aos olhos da congregação,
toda a congregação oferecerá um novilho para holocausto em cheiro suave ao
SENHOR, com a sua oferta de alimentos (quer dizer, o novilho com as três
décimas de flor de farinha, amassada com a metade de um him de azeite) e libação (ou seja, a metade de um him
de vinho) conforme ao estatuto, e um bode
para expiação do pecado”. Primeiro havia dito no verso 24, “holocausto” e ao final diz outra vez “expiação”; o novilho era para o
holocausto, o cabrito macho era para expiação.
Holocausto
e expiação
Que diferença há entre
holocausto e expiação? O holocausto era algo que se queimava totalmente para
Deus; o sacerdote não comia nada, o povo não comia nada, era algo somente para
Deus receber. Nós temos ofendido a Deus, nós temos ofendido sua santidade, temos
ofendido Sua justiça, temos ofendido Sua Glória e Ele deve ser satisfeito, Ele
deve ser vindicado. Agora, claro, também há expiação; nós somos perdoados,
somos libertados, somos justificados, somos reconciliados; quer dizer, o relativo
à expiação é que acontece conosco; o relativo ao holocausto é o que acontece
com Deus. Por isso Cristo é o mediador entre Deus e os homens, porque satisfaz a
necessidade do coração de Deus e satisfaz a necessidade de nossa situação
humana. Sabem de uma coisa? Este cabrito macho que aparece aqui foi
agregado por Deus aqui em Libna.
A primeira vez que Deus falou disto, um mesmo animal tinha o
holocausto e a expiação em si mesmo. O lemos em Levítico 4:13-21. Porque é
aqui, irmãos, no verso 25 de Números 15 diz: “E o sacerdote fará expiação por toda a congregação dos filhos de
Israel, e lhes será perdoado, porquanto foi por ignorância; e trouxeram a sua
oferta, oferta queimada ao SENHOR, e a sua expiação do pecado perante ao
SENHOR, por causa da sua ignorância”. Ali está Libna, ali está a brancura. “²⁶Será,
pois, perdoado a toda a congregação dos filhos de Israel, e mais ao estrangeiro
que peregrina no meio deles, porquanto por ignorância sobreveio a todo o povo”.
O
que aparece aqui em Números 15:22-26, já havia sido dito com mais detalhes, mas
sem o bode, em Levítico 4:13-21, quer dizer, no Sinai Deus já havia iniciado a
revelar. Diz assim em Levítico 4:13-21, que se corresponde com Números
15:22-26:
“¹³Mas, se toda a
congregação de Israel pecar por ignorância, e o erro for oculto aos olhos do
povo, e se fizerem contra alguns dos mandamentos do SENHOR, aquilo que não se
deve fazer, e forem culpados, (ouçam, não porque alguém é ignorante que não
é culpado, é culpado sim) ¹⁴E quando o pecado que cometerem for
conhecido, então a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado, e
o trará diante da tenda da congregação, ¹⁵E
os anciãos da congregação porão as suas mãos sobre a cabeça do novilho perante
o SENHOR; e degolar-se-á o novilho perante o SENHOR”.
Quer dizer, eles reconheceram que esse sacrifício é pelo
pecado deles; não é a ignorância que te justifica; é o sacrifício de Cristo, é
Ele que te justifica se reconheces que houve pecado contra Deus, que o direito
de Deus foi diminuído, desacreditado, ainda que por ignorância. Te meteste no
lote de Deus crendo que era seu, mas ao final era de Deus, então temos que
reconhecer o direito de Deus. Como é pecado da congregação, os anciãos põem sua
mão sobre aquele bezerro que é a mesma palavra que se traduz novilho na outra
parte. Em hebreu é a mesma palavra. Diz aqui:
“¹⁶Então o sacerdote ungido trará o
sangue do novilho à tenda da congregação”. Isto é fazer
subjetivo, pessoal, o sacrifício de Cristo. Cristo morreu por todos, mas se
você não o recebe, em seu caso particular, quer dizer que você não está
introduzindo o sangue na tenda da congregação. Qualquer pessoa pode ser
perdoada, mas deve apropriar-se pessoalmente, sabe que ele pecou, confessa seu
pecado e aceita que o sacrifício de Cristo foi por seu pecado, então quando o
faz é quando está pondo a mão sobre o cordeiro e quando o sangue está sendo
levado ao santuário; quando a pessoa aplica isso ao seu caso em particular, não
é algo somente objetivo.
Sim, Cristo morreu por todos, mas meus pecados são estes, já
os reconheço, peço perdão e aceito que o sacrifício de Cristo é por mim, então
o sangue foi levado ao santuário. “Então
o sacerdote ungido trará do sangue do novilho à tenda da congregação,”. Cristo entrou por nós lá no céu e também em
nós. “¹⁷E o sacerdote molhará seu dedo
naquele sangue, e o espargirá sete vezes perante o SENHOR, diante do véu”.
Porque sete vezes? É o número da perfeição. Deus deve ser completamente
satisfeito e vindicada a santidade de Deus, a justiça de Deus, a glória de
Deus; não tem que ser algo incompleto, tem que ser algo bem feito, claro,
completo. “¹⁸E daquele sangue porá sobre as pontas
do altar, que está perante a face do SENHOR, na tenda da congregação; e todo o
restante do sangue derramará à base do altar do holocausto, que está diante da
porta da tenda da congregação”. No altar é aonde agarra-se para pedir misericórdia; primeiro é para
Deus, primeiro é diante de Jeová, agora é a minha disposição, agora é para que
eu me agarre aos cantos do altar e com base no sacrifício de Cristo eu seja
perdoado; já não só Deus seja vindicado, senão, eu também perdoado.
“... e todo o restante
do sangue derramará à base do altar do holocausto, que está diante da porta da
tenda da congregação”. Por isso Cristo morreu no Gólgota, fora das portas
da cidade. “¹⁹E tirará dele toda a sua gordura, e
queimá-la-á sobre o altar; ²⁰E
fará a este novilho, como fez ao novilho da expiação; assim lhe fará, e o
sacerdote por eles fará propiciação, e lhes será perdoado o pecado. ²¹Depois
levará o novilho fora do arraial, e o queimará como queimou o primeiro novilho;
é expiação do pecado da congregação”. Se deram conta que aqui
não aparece o bode?
Voltemos a Números 15:25: “E
o sacerdote fará expiação...”. Como a fará? Como em Levítico 4, mas aqui
qual é a diferença entre Levítico e Números? É o bode. Mas há outra diferença;
a diferença está no verso 18: “... Quando
entrardes na terra que eu vos hei de introduzir,”. Em Levítico foi
anunciado desde o Sinai, e eles experimentaram isso durante várias jornadas,
mas agora estão em Libna; agora está falando o Senhor que deve ser dentro da
terra prometida. “... Quando entrardes na
terra...”. Deus continua com aquilo, mas ao acrescentar Deus este carneiro
da expiação está dizendo que é algo mais profundo em Cristo.
Todos estes sacrifícios, seja carneiro, seja cordeiro, seja
cabra, seja bezerro, seja farinha, seja azeite, seja vinho, todos representam a
Cristo, mas Cristo é tão rico que cada vez que se avança, é um pouco mais de
Cristo; quer dizer, um aprofundamento no mistério de Cristo, no mistério do
Evangelho, no mistério da morte. Por isso aparece este dado acrescentado:
Quando entreis na terra.
Enquanto estão peregrinando do Sinai até a terra prometida, é
como está em Levítico 4, mas quando entrais na terra, tem-se aprofundado mais
em Cristo; agora é então, esse aprofundamento maior representado por este bode
acrescentado. O verso 27 diz: “E, se
alguma alma (já não é a congregação) pecar
por ignorância, para expiação do pecado oferecerá uma cabra de um ano”.
Aqui se revela que Deus o fez mais simples para a pessoa do que para a
congregação; o pecado de toda a congregação é mais grave que o de uma pessoa
somente, e Deus mostra a hierarquia porque em vez de dizer um bezerro, disse
agora uma cabra. “²⁸E o sacerdote fará expiação pela
pessoa que pecou, quando pecar por ignorância, perante o SENHOR, fazendo
expiação por ela, e lhe será perdoado”. Brancura, Libna. “²⁹Para
o natural dos filhos de Israel, e para o estrangeiro que no meio deles
peregrina, uma mesma lei vos será, para aquele que pecar por ignorância”.
No caso desta pessoa a coisa segue igual, se a compara com
Levítico 4:27-31, que diz: “²⁷E, se qualquer pessoa do povo da
terra pecar por ignorância, fazendo contra alguns dos mandamentos do SENHOR,
aquilo que não se deve fazer, e assim for culpada; ²⁸Ou se o pecado que cometeu lhe for
notificado, então trará pela sua oferta uma cabra sem defeito, pelo seu pecado
que cometeu, ²⁹E
porá a sua mão sobre a cabeça da oferta da expiação do pecado, e a degolará no
lugar do holocausto. ³⁰Depois
o sacerdote com o seu dedo tomará do seu sangue, e o porá sobre as pontas do
altar do holocausto; e todo o restante do seu sangue derramará à base do
altar;”. Notem que aqui já não fala das sete vezes, que são
típicas do pecado de toda a congregação. “³¹E
tirará toda a gordura, como se tira a gordura do sacrifício pacífico; e o
sacerdote a queimará sobre o altar, por cheiro suave ao SENHOR; e o sacerdote
fará expiação por ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado”. No caso da pessoa é
igual em Levítico, só que Deus volta a insistir vários anos depois em Libna; um
foi no Sinai, e o outro em Libna.
Chegamos a terceira parte: O Senhor morreu por todos, se se
lhe recebe como deve ser. Todos podemos haver pecado, mas reconhecemos nosso
pecado, fazemos diante de Deus o que devemos fazer: reconhecer nosso pecado,
reconhecer que o sacrifício dEle é por nós, crer e levá-lo ao nosso interior,
mas e o que não, que acontece? Estes versículos finais desta porção, ou seja, o
30 e 31, nos mostram que não há tal universalismo da morte de Cristo por todos.
Não quer dizer que todo mundo se não se arrepende e se não crer também vai ser
salvo. Os chamados universalistas mentem a todo mundo. Estes dois versículos
mostram que não há tal universalismo. Se não crê, não usufrua.
Diz: “³⁰Mas a pessoa que
fizer alguma coisa temerariamente...”,(em vez de reconhecer o seu pecado, seu erro,
sua ignorância, o direito de Deus, se fizer algo com soberba, é o homem que
anda por si mesmo, a sua maneira, que não reconhece os seus pecados, que vive
como se pudesse fazer o que quer, “...quer
seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao SENHOR; ... (a pessoa
que atua de forma soberba, sem reconhecer seus pecados e sem humilhar-se e
receber a Cristo, está ultrajando a Deus) “...tal
pessoa será extirpada do meio do seu povo. ³¹Pois desprezou a palavra do
SENHOR, e anulou o seu mandamento; (menosprezou o Evangelho de Deus) totalmente será extirpada aquela pessoa, a sua iniquidade será sobre ela”. “Quem
crer e for batizado será salvo; mas o que não crer será condenado”. (Marcos
16:16). Então irmãos, esta lição de Libna é supremamente importante. Aparece no
meio de tantas lições difíceis; é uma provisão maravilhosa que nos fala de
Cristo para nossa necessidade.
[1]
Ensino à igreja na localidade
de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 15 de setembro de 2000.
[4] Mateus 10:33
[5] Marcos 16:7
[6] Referência a Lucas 22:31-32
[7]
2 Timóteo 2:1
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