terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

9ª Jornada DOFCA


Jornada 9 

D O F C A

  “E partiram do deserto de Sim, e acamparam-se em Dofca”. 

                                                                                                                                 Números 33:12 

Por ordem de Jeová 

 O verso base de hoje é no capítulo 33, versículo 12 do livro de Números. “E partiram do deserto de Sim, e acamparam-se em Dofca”. Todas as lições relativas ao deserto de Sim se encontram no capítulo 16 do livro de Êxodo. Deus quis dedicar-nos todo um capítulo, o 16, desde o primeiro versículo até ao final para enriquecer-nos com a experiência do deserto. É curioso que a palavra deserto possa enriquecer-nos; Deus enriquecendo Seu povo por meio da experiência no deserto de Sim. Agora passemos ao livro de Êxodo 17:1, onde em forma completamente diferente ao que no capítulo 16 se nos deu de maneira muito explícita, longa e detalhada, agora no capítulo 17:1 nos dá de forma muito sucinta. De todas as maneiras no detalhado e no sucinto Deus fala; o importante é como em outras ocasiões já vimos antes como às vezes o silêncio de Deus fala bastante, e às vezes fala mais o silêncio que as palavras. Em certas ocasiões Deus fala com palavras e em outras ocasiões Deus fala com silêncio. Nesta série de jornadas em muitas ocasiões Deus fala com muitas palavras, e em outras ocasiões também fala, mas com silêncio. Na ocasião de hoje Deus fala quase com silêncio, mas não vai falar o mesmo que da vez passada, porque esta é outra estação e fala de outra coisa.  
 Então, para que meus irmãos entendam melhor o versículo 1 do capítulo 17, vou lhes pedir que de pronto, ainda que depois mediante Deus voltaremos aos versículos 13 e 14 de Números 33, hoje vamos ler dois versículos adiante que nos ajudam a entender o sentido do versículo 1 do capítulo 17 de Êxodo, diz, pois, Números 33:12-14: “¹²E partiram do deserto de Sim, e acamparam-se em Dofca. ¹³E partiram de Dofca, e acamparam-se em Alus. ¹ ⁴ E partiram de Alús, e acamparam-se em Refidim; porém não havia ali água, para que o povo bebesse”. Li estes três versos para poder entender melhor o que nos diz agora Êxodo 17:1. Ali nos diz o seguinte: “Depois toda a congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento do SENHOR, e acampou em Refidim; e não havia ali água para o povo beber”. Pelas suas jornadas está sublinhado tanto para hoje como para a próxima. 

 Como podem dar-se conta, o verso 1 do capítulo 17 de Êxodo, Deus não quis dar muitos detalhes acerca de Dofca e acerca de Alús, senão que passou por elas. Se as mencionou em Números e aqui as sinalizou sem mencioná-las, e chegou a Refidim; sem restrição, em Números, por vontade de Deus, está escrito que saíram do deserto de Sim e acamparam em Dofca; então quando diz aqui em Êxodo 17:1: “... Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas...”, nos damos conta que houve pelo menos duas jornadas antes de chegar a Refidim; se dão conta? Essas duas jornadas são precisamente; primeiro é Dofca e a segunda é Alus. Hoje somente vamos nos deter na primeira destas duas jornadas, a jornada relativa à Dofca; ou seja, saíram do deserto de Sim, diz Números, e acamparam-se em Dofca. 
 Note que aquela jornada foi dirigida por Deus, por isso não podemos passar por alto. Deus disse: Moisés escreve isso, e isto está escrito para nosso ensino e não para nossa confusão. Deus quer que saibamos que houve em Dofca uma jornada; e assim como há coisas que nos ensina com palavras, há coisas que nos ensina com silêncio, e vamos ver o que Deus nos ensina ao silenciar o relativo a Dofca. Primeiro: Não silencia de todo, porque nos diz de todas as maneiras, que acamparam em Dofca. Deus quer que saibamos que uma das jornadas do povo de Deus foi em Dofca. Deus quer que saibamos que existiu essa jornada. Segundo: essa jornada foi dirigida por Deus, porque nos diz Êxodo 17 que partiu do deserto de Sim por suas jornadas. Conforme o mandamento de Jeová. Quer dizer, que Jeová dirigiu Israel no deserto de Sim a Dofca. Isto está revelado aqui em Êxodo: Por mandato de Jeová. Êxodo e Números nos dizem que se a nuvem não se movia, o povo não se movia; se a nuvem ficava quieta, o povo ficava quieto; se ficava Deus quieto uma semana, eles ficavam quietos uma semana; se demorava um mês, eles se demoravam um mês; se demorava dois anos, eles se demoravam dois anos; quer dizer, eles não iam onde queriam senão que Deus os treinava para ir onde o Senhor queria. 
 Deus os conduziu pelo deserto para prová-los e para ensinar-lhes e treiná-los, para que chegue a ser o povo que deve ser na terra prometida, quando tomam posse plena da herança e façam reino ao Senhor como Deus quer. Mas para poder fazer isso, antes temos que aprender muitas lições, e uma dessas lições é Dofca. Sim, Dofca é uma lição e Dofca é uma estação, mas nesta ocasião é muito significativo que Deus tenha preferido guardar silêncio acerca de Dofca, e com esse silêncio também fala muito. Eu quero lhes mencionar algo acerca de Dofca para entender um pouco o silêncio de Deus, e para que do silêncio de Deus acerca de Dofca aprendamos a lição correspondente a esta jornada que o povo de Deus vive por mandato de Jeová. Dofca fica aqui no mapa perto do Sinai. Já estão vindo do deserto de Sim, estão se aproximando pouco a pouco do monte Sinai, que fica aqui atrás, então eles estão se introduzindo e vão se aproximando mais do Sinai. Mas tem outras experiências que passar antes. Dofca é um lugar no deserto que é muito bem conhecido, e isso é o que me chama a atenção; a isso é o que eu queria chamar-lhes a atenção. Dofca não é um lugar desconhecido, pelo contrário é um lugar muito salientado no mundo, e isso é o que faz chamar a atenção de Deus, porque o que é significativo e salientado para o mundo, para Deus não merece nenhuma menção. Isso é muito significativo, porque diz o Senhor: “... porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”. 
 Deus quis que passassem por Dofca, mas não quis que se recordassem nada de Dofca, nem que ficasse nada para o futuro de suas experiências em Dofca. Que interessante isto! Vou darlhes um exemplo para que vocês me compreendam, uma ilustração, uma parábola, sobre o que é passar ao largo de Dofca. Os que aqui conhecem mais ou menos Cundinamarca vão me entender. Suponha-se que estamos contando a vocês o itinerário desde Villavicencio, digamos até Puerto Boyacá, ou seja, desde o Meta até Boyacá; então alguém lhes diz: Bem, saímos de Villavicencio, onde estavam reunidas as congregações, os pastores, e eles nos informaram a situação que havia na zona de relaxamento; explicamos toda a história do que aconteceu; Dalí subimos a Guayabetal e em Guayabetal saudamos a igreja e saíram a nos receber os irmãos fulanos e beltranos, e os que                                          
conhecem a igreja de Guayabetal, já imaginam tudo o que aconteceu em Guayabetal. Dalí subimos até Puente Quetame, onde a guerrilha havia sequestrado aos prefeitos, e lhes havia dito que tinham que renunciar, e vamos contando a história do que aconteceu em Villavicencio, em Guayabetal, e em Puente Quetame. Chegamos a Cáqueza, e em Cáqueza nos disse o irmão Gino que quando ele era pequeno ia passar as férias em Cáqueza, onde tinha uma tia e começamos a contar toda a história de Cáqueza. Daí subimos a Chipaque onde tem muitos irmãos em Cristo que pastoreia o irmão Joaquin Castiblanco, e havendo passado por Bogotá chegamos a Facatativá, onde a igreja de Facatativá é uma igreja muito preciosa, onde está a família Lombana, está a família coisa e tal. Dalí descemos até Albán, onde não encontramos nenhum irmão, mas seguimos descendo até chegar a Puerto Boyacá, onde alguns irmãos que antes haviam sido de Facatativá chegaram até Puerto Bayacá e começaram a reunir-se ali. Muito curioso que se mencione Villavicencio, que se mencione Guayabetal, que se mencione Cáqueza, que se mencione Chipaque, e Bogotá seja tratado muito superficial, quando do ponto de vista humano talvez nós nos tivéssemos detido em Bogotá. Não, pois Bogotá é a capital, tem não sei quantos milhões de habitantes; é mais importante Bogotá que Villavicencio, que todas as demais cidades, ali têm muitos irmãos, muitas localidades. Estão entendendo o exemplo, irmãos? 

As riquezas e as religiões do mundo

 O mesmo acontece com Dofca. Dofca é uma planície que fica ali próximo do deserto de sim para o Sinai, e essa planície que se chama Dofca também se chama Serabit el-Khadim. As pessoas que costumam ler história e que costumam ler arqueologia sabem o profundo significado de Serabit el-Khadim, que é o nome de Dofca. Há cidades que tem vários nomes, assim como Luz se chama Betel, como Quiriat-Yearim se chama Baalá,  como Quiriat-Arbá se chama Hebron, em fim, assim Dofca é a mesma Serabit el-Khadim; dizer Dofca é o mesmo que dizer Serabit el-Khadim e dizer Serabit el-Khadim é o mesmo que dizer Dofca. Talvez as pessoas que não acostumaram ler muito história e arqueologia, não lhes diga nada Serabit el-Khadim, mas para as pessoas que amam a história e amam a arqueologia, se dão conta que é muito significativo que Deus não tenha querido dizer nada acerca de Dofca, sendo que lá era onde estavam as minas de turquesa, a parte mais rica no sentido econômico; onde se encontravam as minas de turquesa e de cobre, era precisamente em Dofca; ou seja, que no sentido da economia do mundo, no sentido do que era importante para os homens, Dofca tinha um lugar importantíssimo. Dofca era, como dizer, um lugar de grandes negócios, um lugar onde os mineiros se dedicavam ao trabalho para tirar essas belíssimas turquesas; algum lugar onde é um centro de pedras preciosas e de cobre, e ali existiam vários templos pagãos importantes, porque os mesmos egípcios haviam se encarregado de fazer daquele lugar um lugar de adoração pagã. 
 Dalí se extraíam as pedras preciosas para Faraó. Que interessante, o que para Faraó é precioso, ao que Faraó dedica tempo e esforço, a Deus não lhe interessa, senão que passemos; que saibamos que passamos por aí, mas assim, não mais que isso; para Deus não é importante o que para o homem é importante. O primeiro Faraó que começou a explorar as turquesas foi um chamado Snefru, da quarta dinastia. Para entender em relação a Israel o que quer dizer quarta dinastia, Ramessés II é que foi o Faraó do Êxodo do tempo de Moisés; era a dinastia de número 19, a dos ramessidas, Ramessés II; mas o fundador deste trabalho nas minas, em Serabit el- Khadim, ou seja, Dofca, foi o Faraó Snefru da quarta dinastia; ele foi quem começou a tirar essas pedras de turquesa e o cobre desse lugar. Depois com o tempo esse Faraó, que era um homem, foi divinizado, e então se levantou um templo  
ao deus falcão Snefru; quer dizer, o Faraó chegou a ser divinizado e havia um templo dedicado ao faraó. Primeiro ele havia sido um homem, logo por meio do animismo e a adoração aos antepassados e as consultas espíritas, chegou a ser considerado como se fosse um deus. 

 Ali esse mesmo Faraó levantou um templo famoso a deusa Ator, que era a mesma deusa Baala, ou seja, o feminino de Baal. O Baal dos cananeus tinha uma deusa esposa que lhe chamavam Baala, ou seja, Azera ou Astarote ou Astarte ou o que os egípcios chamam Ator, mas a mesma Ator era a mesma Baala; e ali eles tinham um grande templo a deusa Ator, aí justamente em Dofca. Ali era onde estava concentrada toda adoração pagã da península do Sinai; e estava justamente a adoração misturada com o comercio das pedras preciosas, com a importação das turquesas e do cobre principalmente. 
 Também havia templos para o deus Sevet, outro deus pagão. Havia muitos templos nesse lugar; era um lugar de importância para o mundo, mas, o que para os homens é elevado, para Deus é abominação, e Deus quer que Seu povo saiba que passou por Dofca, mas que não há nada que recordar de Dofca. É muito significativo que se saiba o que é Dofca. Se você nunca ouviu o nome Dofca e não sabes o que é Serabit el-Khadim, que é o mesmo Dofca, onde se descobriram os primeiros indícios do alfabeto que nós usamos, nós mesmos somos herdeiros de Dofca sem saber. 

 Os documentos mais antigos onde encontraram as raízes do alfabeto, o qual nós utilizamos agora, porque no Egito usava hieróglifos, e na Mesopotâmia usavam as cunhas, ou seja, a escrita cuneiforme, em forma de cunhas em tabuletas de barro; mas ali em Serabit el-Khadim foi onde começou o alfabeto. Arqueologicamente comprovado, é o mais antigo acerca do alfabeto; o alfabeto mais antigo que se conhece provém justamente de Dofca. Dalí foi que os cananeus o tomaram, e ali passou aos fenícios e passou aos hititas e passou aos gregos, e os gregos passaram aos romanos e daí para nós; e nós escrevemos com as formas de letras, aproximadamente 30 letras, com as letras que provém daí, justamente desse lugar de onde provem a escrita. Que lhes parece? 

 Desde o ponto de vista histórico humano, desde o ponto de vista cultural, arqueológico da história do alfabeto, é um assunto importante. Por isso lhes dava o exemplo de passar diretamente de Chipaque, quase sem mencionar Bogotá, e chegar direto a Facatativá, como se não tivesse nada que dizer de Bogotá; é muito significativo; ou seja, que sim, Deus está falando muito ao calarse relativamente a Dofca. Isso quer dizer que tem coisas que desde o ponto de vista humano são de valor, mas que aos olhos de Deus não tem valor nenhum; e essa lição é uma lição que o povo de Deus tem que aprender. Coisas que o mundo valoriza, Deus não valoriza, coisas que o mundo quer recordar, Deus reconhece que aconteceram, mas não Lhe interessa que nos dediquemos a elas. 

Deus trabalha no deserto 

 Relacionado com esse princípio, sempre chamando a atenção sobre um versículo de Lucas capítulo 3. Alguns irmãos já estão familiarizados com ele, mas não todos; por isso quero lê-lo para que meus irmãos captem esse princípio. Note como narra aqui o Espírito Santo. Lucas capítulo 3:1-2; “¹E no ano quinze do império de Tibério César, (começa a mostrar o império de Tibério; leva quinze anos este César governando; não é um governo qualquer, é o que Deus mesmo mostrou como uma besta de ferro) sendo Pôncio Pilatos presidente da Judéia, (há um imperador e muitos governadores) e Herodes tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, ²Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, (aí está nos mostrando todo o estabelecimento da época, as pessoas importantes, as pessoas que os historiadores tem em conta, e Lucas é um historiador, e está falando quase como Tucídedes; assim escreveu o grande historiador Tucídedes, com detalhes para confirmar as coisas no tempo; mas fixem-se que a intenção de Lucas não é historiar Tibério, nem Pilatos, nem Herodes, nem Filipe, nem Lisânias. Aqui mostra o estabelecimento político religioso, mas agora observem o interesse de Deus e de Lucas) veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias”. 

 Olhem que contraste. A Palavra de Deus diz; no deserto, onde está trabalhando Deus? No deserto, por ali, pelas margens do estabelecido. Ali estava o grande, ali estava o império, os governadores, as tetrarquias, os grandes representantes e o sumo sacerdote, mas ali não estava Deus; a Palavra de Deus não estava ali, não estava com Tibério, não estava com Pilatos, não estava com Herodes, nem com Filipe, nem com Lisânias, nem com Anás, nem com Caifás; estava no deserto com João Batista. 
Quando você lê o historiador Flávio Josefo, que foi historiador do primeiro século de nossa era cristã, ele dedica muitos capítulos a Herodes, dedica livros inteiros a história de Herodes chamado o grande; fala de Pilatos, fala das relações de Herodes com Tibério; por outro lado ao Senhor Jesus dedica apenas um farrapinho, a João o Batista dedica um farrapinho, a Tiago o irmão do Senhor Jesus dedica um farrapinho. Sem restrições a Herodes dedica muitos capítulos, a Pilatos dedica muitos, a Herodes, a Mariamne, aos sobrinhos, aos idumeos, aos asmoneos, a Juan Hircano, a todos esses.

 Mas ali por onde Deus estava passando, quase não menciona; seu interesse estava no estabelecimento; não tinha discernimento do mover de Deus. O mover de Deus não é pomposo, como satanás é pomposo; muitas cabeças e muitos chifres têm a besta e tem uma mulher dando à luz a um menino, uma mulher em angustia com dores de parto dando luz a um menino; parecia que não chamava a atenção de ninguém. Uma mulher dando à luz a um menino, a quem lhe chamava a atenção? Mas por outro lado, é diferente com os grandes impérios, a política. Como o Senhor Jesus dizia e se queixava falando de João: “ ⁷ ... Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento? ⁸ Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis”3. Eles pensam que ali é onde está o grande, o que vale a pena, e se enfeitam bem, põe sua roupa, se perfumam para relacionar-se com os grandes da terra; mas aí não está Deus. Deus pensa muito diferente do homem. O que os homens têm por grande, Deus tem por abominação. Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem meus caminhos são vossos caminhos4. Deus sim estava na terra, estava falando com João, mas no deserto; com o Senhor Jesus. Mas quase nem o menciona os historiadores. Tácito quase nem o menciona, fala de alguns Cristãos que diziam que haviam ressuscitado; e Suetonio faz umas menções. 

 Suetonio dedica doze capítulos aos doze césares; escreveu um livro sobre os doze césares, mas quase não menciona o Rei dos reis, Senhor dos senhores e Soberano de todos os césares. Uma frase muito curta aparece em alguns historiadores da época, em outros nem se quer mencionam; ou seja, a gente não discerne as coisas segundo sua realidade espiritual, senão pelas aparências, e esta é uma lição importante: o que os homens valorizam, não necessariamente Deus valoriza, e o que os homens tem por sublime para Deus é abominação. A Palavra de Deus não veio por estabelecimento, senão por ali, por João no deserto; o importante da história não era o que fez ali o tio de fulano ou de Herodes, senão o que fez o Senhor Jesus. Mas ali apenas menciona um farrapo, um farrapo num livro de três volumes: “Antiguidades dos Judeus”, de Flávio Josefo. Nesses três volumes, para o Senhor Jesus só há um parágrafo, para João o Batista, para Tiago irmão do Senhor Jesus um parágrafo, e assim é o mundo. 

Se nós houvéssemos escrito Êxodo, mencionaríamos Dofca com mais detalhes, nos deteríamos contando a grandeza dos templos. Vocês sabiam que cada Faraó queria deixar seu nome em uma nova porção do templo? Porque Faraó Snefru fez um templo grande, então o seguinte Faraó para deixar seu nome o ampliou e lhes pôs mais colunas e nas colunas pôs o seu nome, e depois o outro continuou ampliando para pôr ali também o seu nome. Quando chegou Ramessés II e quis ampliá-lo, resultou que o templo havia chegado até onde terminava a planície e já não podia construir, então começou a construir para o outro lado; e o templo desta deusa, Ator, em Dofca, Serabit el-Khadim, tinha salas e salas. Os Faraós se interessavam em deixar o seu nome em Dofca. Ali começou o alfabeto, mas Deus lhe passou por alto. A Deus não importa, não tem importância. 

 Irmãos, essa é uma grande lição que nós temos que aprender. Olhem irmãos, há muitas passagens na Bíblia onde Deus usa a tesoura e dá umas tremendas podadas; e se Deus fez isso na Bíblia, pois, vai fazer conosco. Às vezes nós nos dedicamos muito ao que o homem considera grande, porque nos engrandece; porque se nós nos relacionamos com alguém famoso, vamos ser quase famosos, ou se passamos entre os grandes ricos ou na política, vamos ser como eles, mas isso não é grande para Deus. Se vocês observam nas histórias dos Reis, constatarão. Já o mencionamos a outra vez, mas desta vez vale a pena recordá-lo, e muito mais. Constantemente, quando estão descrevendo os reis, aparece uma frasezinha que inspirou o Espírito Santo. Leiam o livro de Reis, a história dos reis de Israel e os de Judá, diz: Os demais atos do Rei Salomão, ou os demais atos de Roboão, ou os demais atos de Jeroboão, ou os demais atos de Asa, ou de Josafá, ou de Onri, ou de Acaz, ou de qualquer desses reis, está escrito no livro dos mesmos; quer dizer, que Deus, de toda a vida desses reis, somente em forma seletiva escolheu mencionar o que tem sentido para a causa de Deus; as coisas que os reis fizeram para sua própria causa, mas que não serviam a causa de Deus, Deus não as menciona. Sim, que alguma coisa fizeram; por isso diz: os demais atos estão escritos lá, mas ao Espírito Santo não pareceu bem contar-nos quais foram os demais atos. Talvez aos historiadores interessaria saber quais eram os demais atos de fulano e ciclano. 
 Antes de eu ler sobre arqueologia, quando li o livro de Reis, por lá se dedica uns poucos versículos a um rei chamado Onri; aparece Onri, por aí entre os reis de Israel; que lhe deram um golpe de Estado e umas coisinhas, mas lhe dedicaram uns poucos versículos; a outros reis, por exemplo, o Espírito Santo lhes dedica grandes capítulos como Josafá, como a Josias, como a Ezequias, como a Uzias; Deus lhes dedica grandes capítulos, no entanto esses reis, desde o ponto de apreciação dos homens, não são quase mencionados ou são mencionados muito por alto pelas fontes arqueológicas; no entanto, o rei Onri, que é mencionado bem por alto na Bíblia, sim é mencionado nessas fontes arqueológicas. Quase que não se dá conta; por isso quando eu ouvi a Onri, quase não sabia quem era Onri, quase nem me lembrava o que dizia nos poucos versículos que falam de Onri no livro de Reis, porque Crônicas já nem o menciona. Imagine que a arqueologia descobriu que esse rei Onri foi um rei tremendo, forte e terrível, que ganhou grandes batalhas, conquistou reinos, durou muito tempo, tanto que inclusive Jeú, que não tinha nada a ver com Onri, foi chamado filho de Onri. Assim como quando alguém era famoso, seu sucessor tomava o mesmo nome. Por exemplo, em Roma, o primeiro se chamou Júlio César, o outro se chamou César Augusto, o outro César Tibério ou Nero César ou Tibério César ou Cláudio César; todos queriam chamar-se César, e depois César Augusto Tibério, César Augusto tal, todos queriam usar um grande nome, tanto que ficou o nome de César como título para os herdeiros diretos do trono imperial. Assim pois, sucedia com o nome de Onri na realidade histórica; desde o ponto de vista humano e do que tem desenterrado a arqueologia, Onri foi um rei poderoso, um rei muito renomado, um rei respeitado que venceu a outros reis, mas ao Espírito Santo não importou nada, porque todas as grandezas de Onri eram somente para Onri, eram somente humanas; o reino de Deus não avançou nada com os avanços de Onri. 
 Com os avanços de Davi, avançou o reino de Deus, de tal maneira que as batalhas de Davi se chamavam as batalhas de Jeová, ou seja, que Jeová estava nos assuntos de Davi, ainda que fossem pequenos, mas estava Jeová nesses assuntos; nos assuntos de Salomão estava Jeová; nos assuntos de Ezequias estava Jeová; nos assuntos de fulano, de ciclano, estava Jeová. Mas há outros assuntos onde Jeová não estava, está bem longe; e sem restrição os homens o glorificam, os tem por grandes, mas não tem valor para com Deus. De maneira que eu penso, irmãos, que esta lição de Dofca, é uma lição bastante séria; ainda que parece que não se menciona, sim, acamparam-se em Dofca; saíram do deserto de Sim, e sim, aprenderam a confiar em Deus, Mas agora que aprenderam a confiar em Deus, esperando o maná, obedecendo a Deus, tinha que aprender uma lição depois; a lição que ao confiar em Deus, não tem que confiar nas aparências dos homens, o que os homens tem por grande, o que os homens exaltam, o que os homens aplaudem, não é o que Deus aplaude. O que Deus reconhece não é o que os homens reconhecem. 

Irmãos como necessitamos aprender a mudar a nossa estima pelas coisas, a não julgar pelas aparências, mas discernir com os olhos de Deus. O que Deus não quer nem mencionar é porque não tem valor. Dedicou um capítulo inteiro ao dizer-nos o que aconteceu no deserto de Sim, mas aqui quase nem se quer nos diz o que aconteceu em Dofca. Sim, acamparam em Dofca e por mandato de Deus passaram por ali e nem se quer menciona; por suas jornadas, sim, essa foi uma jornada por parte de Deus, mas não há nada que recordar dela; é melhor esquecer todas as grandezas de Serabit el-Khadim, esquecer as turquesas, esquecer dos negócios do cobre, de toda a política, de toda a história, da arqueologia, sim, Deus não tem nada que ver com isso. 
 Vocês veem na genealogia em Gênesis que se repetem mais ou menos em Crônicas; sem restrição, não se repetem iguais. Quando vocês comparam as genealogias em Gênesis com as genealogias de Crônicas, vocês se dão conta que o Espírito Santo, que inspirou as duas, a segunda vez usou as tesouras, cortou tudo o relativo a Caim, não é que Caim não existia. A primeira vez mencionou que houve um Caim, mas depois para que mencionálo outra vez, já não voltou a mencionar mais, cortou tudo o relativo a Caim; às vezes até de tribos inteiras cortava as coisas. E deixava só o que tinha a ver com o plano de Deus, a linha do propósito de Deus, o que tem que ver com o propósito eterno de Deus, com o programa de Deus, com a economia de Deus. Não importa que seja simples, isso para Deus não importa. 

 Notem que há 9 capítulos de genealogias em Crônicas, do capítulo 1 ao 9; mas por algum motivo na metade desse emaranhado de nomes raros, nove capítulos de genealogias, o
Espírito Santo se detém quando chega um tal Jabez, mas para o Senhor não era um tal. Vem Deus e diz, depois de haver passado 500 anos de narração, em um versículo de pronto dedica mais espaço, e diz Deus: E Jabez foi mais ilustre que seus irmãos, invocou o nome de Jeová e pediu que a mão do Senhor fosse com ele e lhe abençoasse e o Senhor o ouviu e atendeu ao seu pedido. (1 Crônicas 4:9-10) 

Continuou a genealogia: fulano filho de tal teve tantos filhos, tal, tal, mas interessante que quando chegou ao de Jabez, o Espírito Santo disse: isto sim é importante, olhem, Eu não lhes vou contar como quebrava o  jejum, nem o que almoçava, essas são preocupações das senhoras: como se vestia, em que trabalhava, a que horas trabalhava, quanto ganhava, como sobrevivia; disso é que a vocês lhes importa tanto, não vou lhes dizer nada, mas o que a mim me importa, disso é o que Eu vou dizer: Sabem o que fez Jabez? Invocou a Deus. Quanto ganhava? Não sabemos; em que trabalhava, não sabemos, qual o seu café da manhã, seus hobbies, nada do que é importante para os homens, não sabemos nada. Se você lê Atos dos Apóstolos para ver como viviam os apóstolos, quanto ganhava o apóstolo Pedro, qual era a porcentagem de João, o que aos homens importa, não sabemos nada; sabemos que não tinham prata, nem ouro, mas sabemos o que tinham. Aleluia! Irmãos, Deus é muito diferente do homem. Amém, irmãos! E tomara o Senhor em realidade nos ajude a aprender a lição de Dofca. 




[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colombia, 2 de junho de 2000
[2] Mateus 18:7

[3] Mateus 4:1
[4] Bebida feita da fermentação lenta do milho moído com água
[5] Referência a Atos 13:22b

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