terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

5ª Jornada - MARA


M A R A

“E partiram de Pi-Hairote, e passaram pelo meio do mar ao deserto, e andaram caminho de três dias no deserto de Etã, e acamparam-se em Mara”.
                                                                                                                                   Números 33:8

A experiência de águas amargas

            Vamos dar continuidade à série do livro das jornadas. Então vamos ler o verso base em Números 33:8. Temos considerado o relativo a Ramessés, Sucote, Etã e Pi-Hairote, todas estas, experiências de fronteira, mas a partir daqui o povo começa a introduzir-se um pouco mais ao deserto e a deixar o Egito. Diz o versículo 8: “E partiram de Pi-Hairote, e passaram pelo meio do mar ao deserto, e andaram caminho de três dias no deserto de Etã, e acamparam-se em Mara”. Estavam no Egito, escravos; mas, quando eram escravos tinham pepinos (isso era o que dizia o diabo; não que fosse melhor continuar sendo escravo), alhos, cebolas, carne; mas saíram do Egito, saíram de Pi-Hairote, e passaram pelo meio do mar ao deserto. Acabaram de ser livrados e o Senhor não fez nenhum reparo enquanto andavam por um tempo no deserto. No deserto há distintas experiências.
            Alguém pensaria, agora me converti ao Senhor, de agora em diante tudo vai ser fácil, agora vou ser feliz, agora não vou ter mais nenhum sofrimento, nenhuma sequidão; mas o Senhor nos conhece e sabe do que necessitamos. Então não seguiram ao largo pelo chamado caminho de Hórus à Palestina, senão ao deserto. Mara é a nova estação, e assim se chama o capítulo de hoje: Mara. Logo diz: “E partiram de Mara...”, todavia temos que nos deter e entender um pouco o que significa Mara em nossa experiência espiritual.
            Então passemos a Êxodo, capítulo 15, versículo 22 até o 26. Essa é a parte do livro de Êxodo que corresponde com a estação de Mara. Em Números está mencionada de forma rápida, mas aqui em Êxodo 15, versículos de 22 ao 26, está descrita em detalhes esta experiência. Leiamos a passagem de Êxodo para ver o que foi Mara.
            “²²Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, (que significa em hebreu, O Mar de Canas ou Mar de Juncos) e saíram ao deserto de Sur; (que é o mesmo deserto de Etã, e que chamava-se Etã por causa de Edom; esse era o domínio dos beduínos edomitas, por isso se chama Etã) e andaram três dias no deserto, e não acharam água”.

            Chamo à atenção nessa frase: sem achar água. Pensaríamos que Deus faria tudo fácil desde o princípio, mas há uma pequena frase que encontraremos aqui nuns versículos mais adiante, que diz, porque Deus não faz as coisas fáceis desde o princípio. No princípio começamos a buscar ao Senhor e temos momentos de grande alegria, mas temos também momentos de sequidão, e dizemos por que não me sinto tão bem (?). Só quando estamos orando na reunião é que me sinto muito bem, mas parece que quando saio da reunião apaga-se tudo; chego em casa e se cria um problema, ou em outra parte, pode ser no trabalho, e depois estou buscando outra vez esse momento de paz, esse momento de alegria, e Deus conhece que assim seria nossa experiência. Antes de Elim, que são fontes e palmeiras, está Mara. Mara é uma experiência anterior à experiência de Elim, que é a próxima; por isso temos que nos deter em Mara. Deus não quer que ignoremos essa experiência na vida cristã, e que está prevista. Eu creio que todos recordamos o primeiro amor, quando o Senhor nos salvou e estamos cheios de amor, de alegria e essa felicidade que sentimos na presença do Senhor, cantamos e louvamos, mas de repente, é como se faltasse alguma coisa; temos sede, e só o Senhor sacia a nossa sede. No princípio não entendemos que só o Senhor é que pode fazer; no princípio pensamos que são os cânticos, então, porque não voltamos a cantar esse cântico que eu gostei tanto na vez passada? E cantamos desta vez, mas não foi a mesma coisa, na vez passada foi do Espírito, desta vez está um pouco seco, é como uma experiência de sequidão, parece que as coisas estão sem vida, e Deus está nos ensinando com um propósito.
            “²³Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar de Mara”.
            Quero chamar-lhes à atenção para algo que diz no original hebreu. Em hebreu, nas demais partes onde neste capítulo se diz Mara, ali diz Mara, mas aqui nesta primeira vez, onde diz Mara, há um “T”, além disso em hebreu, diz: Marta. Chegaram a Marta. Na Bíblia, o significado de Marta é: dama. E eles chegaram com uma expectativa, mas acontece que se tirou o T de Marta e ficou Mara; a Marta, eles chamaram depois Mara, por isso o tradutor pôs de uma vez Mara; mas, Mara foi uma contração de Marta. Esse lugar se chama Marta, e depois, daí em diante se chamou Mara. De maneira que seria assim: “Então chegaram a Marta; mas não puderam beber das águas de Marta, porque eram amargas; por isso chamou-se esse lugar Mara”. Esse último nome significa isso: amargura; encontramos nas jornadas por onde o Senhor nos conduz, uma que se chama amargura? Pensaríamos que tudo seria felicidade, mas, amargura? Os filhos de Deus experimentando amargura; porque amargura? Vamos ver porque, mas antes, vamos observar um pouco o livro de Rute para que o significado de Mara seja confirmado. O livro de Rute, nos conta uma linda história, a história de Rute e Noemi. Acontece que Rute e Noemi estavam muito bem. Primeiro Noemi se casou com Elimeleque e foi-se para Moabe, e estiveram muito bem durante um tempo, mas depois, o esposo e os dois filhos de Noemi morreram e ela ficou só com as duas noras, Orfa e Rute. Então começaram a passar uma situação difícil, e ela resolveu regressar para seu povo, e Orfa vem com ela e também Rute; mas Orfa decide regressar e diz no capítulo 1 de Rute, a partir do versículo 14:
            “¹Então levantaram a sua voz, e tornaram a chorar; e Orfa beijou a sua sogra, porém Rute se apegou a ela”.
            Notem que lindo é isso. Aqui Rute está representando a esposa, que vai chegar a ser esposa de Boaz, o parente redentor; e ela vem de Moabe, não de Israel, senão dos gentios, por isso é uma figura da Igreja. Mas observem que Rute tinha acompanhado Noemi, quando se chamava Noemi, e que quer dizer prazerosa; e acompanhou a Noemi quando ela disse que não a chamassem mais Noemi, em contrapartida Orfa não. Orfa a acompanhou enquanto era prazerosa, mas logo regressou, enquanto Rute continuou.
            “¹Por isso disse Noemi: eis que voltou sua cunhada ao seu povo e aos seus deuses; volta tu também após tua cunhada. ¹Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque onde quer que tu fores eu irei, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; ¹⁷Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o SENHOR, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti”.
            Aqui Noemi representa a revelação no Antigo Testamento; e logo Noemi guia Rute, que representa a revelação no Novo Testamento. Logo Rute tem um filho e é considerado como se fosse de Noemi.
            “¹⁸Vendo Noemi, que estava totalmente resolvida a ir com ela, deixou de lhe falar. ¹⁹Assim, pois, foram-se ambas, até que chegaram a Belém; (em Belém era onde ia nascer depois o Messias, mas antes que nasça, antes de que se forme Cristo em ti, algo ocorre) e sucedeu que, entrando elas em Belém, toda cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi? (havia tido seus momentos de glória, de abundância,  de alegria, e agora assim, esta que só desfrutava, agora da lástima) ²⁰Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi: chamai-me Mara; porque grande amargura me tem dado (quem?) o Todo-Poderoso”.
Essa amargura lhe havia posto o Todo-Poderoso. Ah! Eu pensava que era somente o diabo. Não, o Todo-Poderoso. Graças a Deus, isto faz Deus ao fazer-me passar por um lago de amargura. Eu pensava que tudo ia ser felicidade. Não, assim não se forma o caráter de Deus, assim não se aprende o caminho da cruz; a cruz não se aprende quando tudo é fácil; só se encontra o caminho quando se passa por Mara, quando se dispõe a passar pela amargura. Eu vivia no deleite, mas agora estou assim, por isso chama-me Mara. Mas graças a Deus não termina aí o livro de Rute, nem o livro de Êxodo, nem o de Números, mas que, está no caminho do cristão e do crente uma etapa de amargura, de felicidades, de luta, de sequidão, sim, está. Deus não quer que o cristão o ignore, por isso o deixou aqui como exemplo, para ensinar-nos, para admoestar-nos e dar-nos esperança e consolo.
Voltemos ao capítulo 15 de Êxodo, quando os israelitas chegaram ao lugar que chamaram Mara, e não puderam beber as águas de Mara. Eles tinham sede, mas não se saciavam. Por quê? Porque as águas não eram puras. Sabem, irmãos, que na nossa vida Cristã, costumamos misturar a carne, misturar erros? Às vezes muitas pessoas começam a caminhar com Deus em um grupo herético; alguns nem pensavam em Deus e de repente chegou um russelita na porta, tocou e disse: Sabe que a Bíblia é a Palavra de Deus? Pois observem o que diz, que há guerras, rumores de guerra e olhem o que Jesus Cristo profetizou está acontecendo; o reino está próximo, o milênio está próximo. E começam a interessar-se na Bíblia; começou por um grupo errado; não eram águas claras, e claro que se alegram em algo. Irmãos, as experiências espirituais impuras, deixam um sabor amargo. Quando a experiência é pura, o sabor é doce, mas quando é impura, é um sabor amargo. Quando estais no Espírito, o sabor é doce, mas quando estais na carne, na agitação da alma, é como seco, como pigarrento, como amargo, como que algo faltou. Até podemos orar, mas, até mesmo a oração pode esmagar-nos se não é no Espírito; algo está turvo, e por isso diz “... porque eram amargas; por isso se chamou o lugar Mara”. Nós perguntamos, que acontece quando há amargura? O povo murmura.
            “²⁴E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?
            A amargura produz murmuração, descontentamento. Às vezes nos dizem: ouçam, vocês são cristãos e como estão se criticando, brigando? Bem, estais aí sentados nesse lago que se chama: Lagoa de Morra, hoje se chama Morra, antes se chamava Mara. No princípio de nossa experiência espiritual buscamos saciar-nos; no princípio buscamos estar felizes, ter experiências de paz. No princípio se diz; eu gosto de ir à reunião porque saio descarregado, me tira o estresse. Não buscamos ao Senhor, não; buscamos desfazer-nos do estresse; não buscamos como adorá-lo, buscamos a emoção tão agradável que sentimos quando cantamos; mas é muito distinto buscar ao Senhor e buscar a emoção; tem que cantar ao Senhor sem emoção, porque não cantamos a Ele porque nos emocionamos, cantamos porque Ele é digno, porque a Ele pertence o louvor, porque Ele é digno de ser reconhecido, não por nossos sentimentos ou experiências. No princípio nossas buscas são impuras, há mistura, buscamos sentimentos, buscamos emoções, somos egoístas, somos psicologicamente egoístas, buscamos água para saciar-nos, mas como há impureza não ficamos saciados. Note, quando deixas tudo nas mãos de Deus e te humilhas, parece que tudo se adoça, sabes por quê? Porque negastes a si mesmo; mas se não, aí fica esse saborzinho como algo que não é, e observem qual é a solução para Mara? Aí está.

A cruz de Cristo adoça as águas

            “²⁵E ele clamou ao SENHOR, e o SENHOR mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou”.
            Que fez Jeová quando Moisés clamou? Observe o que soluciona o problema da amargura. A árvore, a cruz; está arvore representa a cruz. Cristo entrou nas águas da morte e as adoçou. Diz que Moisés clamou a Jeová, e Jeová lhe mostrou essa árvore. Se não houvesse esse problema da sequidão, da amargura, nós não buscaríamos ao Senhor, e quando buscamos ao Senhor em amargura, o Senhor nos mostra uma árvore e essa árvore é a cruz. É a cruz que vai adoçar as águas, mas depois. Sim, ao princípio não se nega a si mesmo, não há nada, temos amargura, temos lutas e aí nós vamos ficar, na amargura, até que metamos a árvore nas águas. Moisés colocou a árvore nas águas e as águas se adoçaram. Aleluia! O que queremos é que não haja amargura, mas a amargura continua até hoje. Esse lago é amargo. Observem este mapa, ele é recente, vejam o que diz: Grande Lago Amargo. Mas, o que o adoça? A árvore. Então, no caminho irmãos, se encontra amarguras, e essas amarguras não vão ser adoçadas até que se meta a cruz na sua amargura. Somente quando metes a cruz, o negar a si mesmo, humilhar-se, aí se acaba o problema; enquanto isso, segue lutando consigo mesmo, justificando-se, brigando, um conflito no coração até que termina consigo mesmo, e quem sou eu para exigir? E quando metas a árvore nas águas amargas tudo se muda, se adoçam as águas, mas enquanto não metes a árvore nas águas continua a amargura, continua o problema. O Senhor tinha que ensinar a seu povo a tomar a cruz, e por isso não faz as coisas fáceis. Observem que aqui, diz Deus que fez de propósito. Diz: “... Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou”. Isso nos diz que quando estamos em amargura, Deus está nos provando.
A cruz e as provas da parte de Deus
            Irmãos, essas são as provas, e são da parte de Deus. Quem atribuiu as circunstâncias a Noemi? Acaso descuidou-se Deus por um momento, e veio o diabo pelas costas e tocou a sua querida Noemi que iria aparecer na Bíblia? Não, não. Deus sabia que tinha que acontecer assim. Deus sabe que essa é uma etapa em nosso caminho; tem que passar por amarguras, sentir sabores amargos, mas adoçados pela árvore; e a árvore é a cruz. Até que não nos decidamos aceitar a cruz, a amargura continua, e ela segue, e o que estamos sendo? Provados.
            Irmãos, essa palavra: “Para que sejais provados”, é um palavra que aparece em muitas partes; a palavra prova da parte de Deus existe em muitos versos da Bíblia. Há muitos, mas vou ler só dois textos. Vamos ler um em Apocalipse, capítulo 2, mensagem a Esmirna. Ali, a Palavra do Senhor nos diz o seguinte, nos versículos de 8-11: “⁸E ao anjo da igreja que está em Esmirna...”: Sabe que a palavra Esmirna vem de Mirna e vem de mirra e vem de Morra e de Mara e de amargura, é a mesma palavra; agora aparece aqui em Apocalipse no sentido profético, porque esta é uma profecia, a igreja em Esmirna, ou seja, igreja em amargura, igreja em prova, e quem é que fala a igreja quando está em prova? Diz: “... Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu”.
            Algo que havíamos mencionado já em outras ocasiões aos irmãos; como há irmãos novos e está sendo gravado vou dizê-lo outra vez. Cada vez que o Senhor fala a uma igreja, Ele se apresenta com as credenciais que a igreja necessita neste assunto. Se está enferma, Yahveh-Rafah, o que Sara, por isso aqui nessa situação Ele se revela como Yahveh-rafah; é aqui onde há enfermidade, onde há dor, onde há situações difíceis; aí é quando Ele se revela como o que Sara. Essa é a cruz; primeiro Mara, então está a árvore, está a prova passada e está a revelação de Yahveh-rafah, o que Sara, que está nessa passagem. A palavra Pérgamo, que era uma igreja muito misturada, como quer dizer Pérgamo, então Ele diz: “... Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios”, porque a espada é para separar o misturado, o santo do profano, o precioso do vil, o espiritual do carnal. Mas a situação de Esmirna era de prova, então o Senhor vai se apresentar como o que esteve morto, mas reviveu. Ele não vai dizer: “Eu sou o que está entre os sete candeeiros”, não; a Éfeso sim, porque Éfeso quase perde o candeeiro. Teu candeeiro vai ser tirado, “Eu sou o que estou entre os sete candeeiros”. Como dizendo, não quero seis, quero sete; essa era a situação de Éfeso; a de Esmirna era outra. Então como vai se apresentar o Senhor a Esmirna? Como o que esteve morto, mas reviveu; quer dizer, como Ele, depois de haver passado pela morte, depois de haver enterrado a árvore nas águas amargas, as adoçou, as mudou, mas o que mudou?

A cruz

O que perder a sua vida a ganhará, mas o que não a perder agora, a perderá.

            Então diz ali: “⁹Conheço as tuas obras, e tribulações, (o Senhor diz: conheço sua tribulação) e pobreza (a igreja às vezes é pobre, mas acaso não se proclama que a igreja deve ter muito dinheiro? Não, aqui o Senhor diz que conhece a pobreza da igreja em amargura; às vezes a amargura é por aperto econômico, e entre parênteses lhe diz): (mas tu és rico), (mas isso é entre parênteses, isso é espiritualmente), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de satanás. (quer dizer que estava em conflito com ela) “¹⁰Nada temas das coisas que há de padecer (não diz: não temas porque não vai padecer, não; vai padecer, já estava padecendo tribulação, já estava padecendo pobreza e diz: vai padecer, contudo, um pouco). Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados”. Aí está, para que? Para que sejais tentados; quer dizer, as águas amargas, a estação de amargura é para ser provados para ver ao fim no que resulta. Observem, irmãos, por aí não sei se em Usaquén vi um letreiro, não recordo em que rua, mas creio que é perto da casa de Martica, que diz assim: <<Alto chega o que sabe aproveitar o vento contrário>>. O avião sobe porque sabe aproveitar o vento contrário, o vento é contrário e se ele não o aproveita, o vento não o deixa decolar, mas ele sabe como enfrentar o vento; o mesmo vento contrário é o que decola o avião; então, alto chega o que sabe aproveitar o vento contrário. Por isso diz aqui: “para que sejais tentados”, e os provou, diz ali em Êxodo; para que sejais tentados, diz aqui em Esmirna.
            Segue dizendo o versículo: “e tereis uma tribulação de dez dias”. Não pense que as dez grandes perseguições do Império Romano contra o cristianismo foram coisas leves. Faz poucos dias, segunda passada, nossa irmã Marlene estava aqui orando com outras irmãs, na última reunião das varoas; ou seja, não faz nem uma semana, o Espírito lhe disse assim: Tortura, tormento e barricada. Nem sempre tem sido fácil, muitas vezes tem havido vento contrário, mas é para que aprendamos a subir com ajuda do vento contrário; o vento contrário vem para ajudar-nos a subir. Senhor Jesus! Será que estamos profetizando? Que não queira Deus, mas sim o quer, bem. “Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Se diz: Sê fiel até que... não, até a morte; é até a morte. “... e dar-te-ei a coroa da vida”. Eu estive morto, por isso Eu sou o que me apresento como o que estive morto; Eu estive morto, verdade? Mas eis que vivo. Sê fiel até a morte e Eu, o que vivo depois de passar pela morte, “dar-te-ei a coroa da vida. ¹¹Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte”; quer dizer, sofrerá o da primeira, mas não o da segunda. Mas outros, que não querem sofrer o dano da primeira morte, sofrerão o da segunda; mas o que vencer, não sofrerá o dano da segunda morte; esse sim é um sofrimento eterno: A segunda morte.
            Outra passagem está no livro de Juízes. No livro de juízes, lemos no capítulo 2:3: “Assim também eu disse: Não os expulsareis diante de vós; (a todos os inimigos) antes estarão como espinhos nas vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço”. Deus permite ficarem algumas nações para que o caminhar de Israel não fosse fácil. Deus permitia situações conflituosas com o propósito de que o passo não fosse fácil. Porque Deus não quer que seja fácil? No capítulo 3 Ele dá a razão. Diz: “¹Estas, pois, são as nações que o SENHOR deixou ficar, para por elas provar a Israel, a saber, a todos os que não sabiam de todas as guerras de Canaã”; não haviam conhecido as guerras. Então Deus quer que conheçamos as guerras. Amados e especialmente os irmãos mais novos, não se desanimem, Deus quer que conheçamos as guerras. Nós dizemos: Ai! Mas se somos o povo de Deus e Deus nos comprou; é precisamente porque cuida de nós, que quer que conheçamos as guerras; essa é a maneira como Ele cuida de nós, não permitindo colherzinha de prata o tempo todo, não irmãos. Somente para que a linhagem dos filhos de Israel conhecesse a guerra, para que ensinasse aos que antes não haviam conhecido, e menciona aos príncipes dos filisteus no verso 3 e no 4, diz: “Estes, pois, ficaram, para por eles provar a Israel, para saber se dariam ouvido aos mandamentos do SENHOR, que ele tinha ordenado a seus pais, pelo ministério de Moisés”. É que no momento da prova não temos mais vontade de obedecer, senão de atirar a toalha, e justamente qual foi o momento em que o Senhor começou a dar os mandamentos? Em Mara; todavia não eram os dez mandamentos, não. Qual foi o primeiro mandamento que Deus lhes deu, aqui em Mara? Pôr a árvore nas águas amargas, esse é o primeiro mandamento, porque no capítulo 20, é que recém chegam os dez mandamentos. 
Aonde o Espírito levou o próprio Senhor? Ao deserto para ser tentado pelo diabo; não foi assim? O Senhor Jesus passou por aqui, e por isso está nos conduzindo. Ele ia começar, e por onde começou? Pelo deserto, para ser tentado pelo diabo durante quarenta dias, e teve fome; por aí começou o Senhor Jesus.
            Então, voltando a Êxodo 15:25: “²⁵E ele clamou ao SENHOR, e o SENHOR mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou”. Aí foi quando começou a preparar seu coração para seguir a Deus. Somente se sabe, se de verdade vai seguir a Deus, quando a coisa está difícil. Quando a coisa está fácil todo mundo quer, mas quando a coisa fica “cabeluda”, aí é quando recém se sabe quem em verdade vai obedecer a Deus ou não. Então diz aqui, observem as duas coisas: “²⁶E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus,...”, notem quando foi que Deus começou a falar estas coisas: em Mara, na prova, na amargura, é ali quando o Senhor nos diz: se me ouvires atentamente e fizeres o que é reto, porque aí é quando não queremos ouvir, ou quando somos tentados a fazer o distorcido. Quando as coisas são fáceis todos somos bons; mas quando estamos enfrentando a situação, é quando descobrimos que não somos bons e é quando nos cabe vencer através da árvore, “da cruz”; e diz: “Se ouvires atento à voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, (aí vem a revelação de Deus) nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara (Yahveh-rafah)”. Aqui é quando pela primeira vez o Senhor se revela como o que Sara. Mas observem em que momento, depois que os provou na amargura; é depois de passar pela amargura que parecia que era impossível entender. 

            Irmãos, é que nossas emoções são (perdão que o diga assim) bem desprezíveis, vis, sem nenhum valor, são terríveis. Quando estamos lutando com as nossas emoções é uma coisa difícil, mas diz aqui: lança a árvore; quando clamas, que há de fazer agora? O que tem que fazer é pôr esta árvore, a solução é a cruz, a cruz é que a adoça, não há outro açúcar para isso; o açúcar é a cruz e depois então que se adoçaram as águas se revela Deus como o que Sara. Claro, saí, eu pensei que não ia conseguir passar por esta situação, é que eu não posso nem ver esta pessoa, não posso nem saudá-la; de repente já podes, me ensinou Deus, que terrível não? E diz: “... porque eu sou o SENHOR que te sara”. Yahveh-rafah. Assim termina Mara. Isso é o que se aprende em Mara; é tomar a cruz até que as águas se adocem e descobrir que Deus nos sara e nos livra dos egípcios. Os do mundo não podem ser livrados e levam até a tumba os seus ressentimentos, mas o que segue o Senhor, não. Por isso diz: Eu firo, não é sua sogra, Eu firo e Eu saro, diz o Senhor. Mara, que estação séria, não? Aí termina,  o Senhor nos ajude. Graças ao Senhor. Agradeçamos a Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário