Jornada 8
DESERTO
DE SIM
“E
partiram do Mar Vermelho, e acamparam-se no deserto de Sim”.
Números 33:11
Saíram
ao deserto e murmuraram
A diferença, irmãos, da
vez passada, é que a passagem de Êxodo em relação a Números foi muito magra,
contudo hoje, é bastante abundante. Então, vamos ali à passagem correspondente
ao livro de números. Inicialmente no verso base, que no dia de hoje, é o
versículo 11 do capítulo 33. Hoje chegamos à oitava estação, depois de
Ramessés, Sucote, Etã, Pi-Hairote, Mara, Elim e Mar Vermelho. Diz Números
33:11: “E partiram do Mar Vermelho...”;
essa palavra é sempre bem-aventurada. Sempre o partir é por fim poder superar
uma situação; isso é o que quer dizer partir de uma situação para outra, de uma
jornada a outra; é poder superar coisas que quando se chega, parece que não
poderíamos superar, mas no fim saiu. Diz a Palavra que as partidas eram porque
a nuvem havia considerado que já era o momento de levantar-se e conduzir ao Seu
povo. Claro que o conduz a outra estação na qual também terá que sair depois;
vamos saindo e acampando, saindo e acampando. “E partiram do Mar Vermelho...” e temos presente o que se estudou na
vez passada, “... e acamparam-se no
deserto de Sim”. Aqui a palavra deserto, já é uma palavra muito
significativa.
O Senhor mesmo vai dirigindo ao Seu
povo para que aprenda lições nem sempre fáceis. Esta passagem do verso 11 de
Números 33 se corresponde com todo o capítulo 16 do livro de Êxodo. Às vezes parece
que é pouco o que se diz em Números, mas parece que desta vez Deus tem muito o
que dizer. Às vezes Deus diz coisas se calando e às vezes falando e falando
bastante. Esta vez vai dizer bastante; todo o capítulo 16 corresponde à estação
do deserto de Sim e vocês podem observar aqui no mapa, antes do Sinai, podem
ver que de Elim passaram para o Wadi
Tabiyé que é Yam Sof ou Mar
Vermelho, e introduziram-se ao deserto de Sim. Recordem que eles não iam para onde queriam, senão para onde a nuvem
os conduzia. Se fossemos nós que escolhêssemos as experiências que queremos
ter em nossa vida, seguramente sempre escolheríamos experiências prazerosas e
fáceis. Só quando amadurecemos um pouco é que se pede ao Senhor graça de poder
escolher as experiências do caminho estreito, por isso não se aprende de um dia
para o outro. O caminho estreito não é uma teologia muito popular. Então
tenhamos em conta que é Deus que dirige. Vamos a Êxodo 16: “¹E
partindo de Elim toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim,
(aqui se passou por alto a estação passada, porque há coisas que Deus quer
passar por alto) que está entre Elim e
Sinai, aos quinze dias do mês segundo, (eles também celebraram a páscoa no
dia quinze do primeiro mês, ou seja que aqui já vai um mês de peregrinação) depois de sua saída da terra do Egito. ²E
toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no
deserto. ³E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera tivéssemos morrido por
mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos sentados junto as panelas de
carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tende trazido a este deserto,
para matardes de fome a toda essa multidão”.
Aqui nos encontramos com um verbo
desagradável, murmurar, e o pior é que não houve exceção, ou seja, parece que
em certas etapas se murmura; e notem de que tipo eram as murmurações, eram
murmurações do tipo financeiro, eram murmurações do modo de vida, eram acerca
da comida e coisas parecidas. Claro que essas murmurações estão no coração, e
sempre buscamos algum culpado, e eles não se davam conta que estavam murmurando
contra Deus, quando murmuravam contra os que Deus havia posto; eles não se
davam conta disso. A murmuração era por questões econômicas, de alimentação,
não criam que Deus proveria; sua fatiga era por aquilo que iam comer; vocês vão
nos matar de fome aqui neste deserto. Às vezes, quando não estávamos caminhando
com o Senhor, nos acontecia isso, os negócios iam muito bem, entrava bastante
dinheiro e de repente começaram a caminhar com o Senhor, fracassou o negócio a
situação financeira ficou mais apertada; aí é aonde vem a prova. Não é que Deus
não se importe se vamos morrer de fome; o
que acontece é que Deus quer nos ensinar a confiar n'Ele, a descansar n’Ele.
Aprendendo a descansar em Deus
Toda
lição que temos que aprender neste capítulo, é uma lição de descanso. Aqui
vamos ver que Deus quer nos conduzir a descansar n’Ele por meio do aperto
econômico. É que antes descansávamos no que tínhamos no bolso ou na conta
corrente; podíamos descansar no que víamos, mas agora não se vê senão deserto;
que carne vai haver no deserto, que pão vai haver no deserto, que água vai
haver no deserto? A coisa fica difícil, então começam as preocupações do tipo
econômico: Que comeremos? Que beberemos? Que vestiremos? Começam as
preocupações desse tipo, e o Senhor justamente, porque era a nuvem que dirigia
o povo, o Senhor os levou precisamente ao deserto para alimentá-los no deserto
e ensinar-lhes que Ele é o Todo-Poderoso, para que confiemos n’Ele, assim
estejamos no deserto. Ainda que nossos olhos não estejam vendo nada, ainda que
nossa conta corrente esteja baixa, ou ainda que nem tenhamos conta, confiemos
em Deus. De maneira que o problema deles era desse tipo, aqui sua angustia era
angustia típica dos gentios. Que comeremos? Que beberemos? Nos levou a este
deserto Moisés, e você também Arão para que morramos de fome.
“⁴Então disse o SENHOR a Moisés: (observem
a primeira vez que Deus vê ao Seu povo protestando por isso, a primeira vez
Deus diz assim, a primeira vez, desgraçadamente não é a primeira vez, mas a
primeira vez diz assim) Eis que vos farei
chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada
dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não”. A respeito, permita-me contar uma
anedota pessoal, só para ilustrar isso que o Espírito me dá para dizê-los. Uma
vez, estando no Brasil com toda a família, o governo pelas leis do Brasil nos
fechou a porta para viver no Brasil; não podíamos viver nesse país; tão pouco podíamos voltar ao Paraguai; havíamos saído
dali, e não tínhamos nada ali, nem tínhamos como nem com que regressar.
Estávamos no Rio de Janeiro; Se vocês observarem o mapa, verão que é longe do
Paraguai, longe de qualquer outro país, e tínhamos prazo até 6 de janeiro para
sair do país. Não havia dinheiro, eu tinha sete crianças, éramos nove, não
havia para onde sair e por isso sublinho está palavra: não só pão, senão pão do
céu, e aí é quando lhe cabe orar: Senhor, que faço eu agora? Bem, orar, buscar
ao Senhor. Disse: Senhor, todos estamos aqui e o Senhor conheces tudo. Enquanto
estava orando, o Senhor me disse no espírito esta palavra: Eu abrirei uma porta
nos ares. Nos ares? Estava bem longe e estava pensando em voltar de trem até
Cochabamba e de Cochabamba de carro até chegar à Colômbia e não tinha dinheiro;
mas como eu havia ido pela fé, pois pensava em regressar assim com os oito, mas
o Senhor disse: Não será necessário, Eu abrirei a porta pelos ares.
De repente me ocorreu que com umas
passagens vencidas que a família havia usado na ida, mas fazia já três anos,
estas passagens eram de ida e volta, mas sua vigência só dura dois meses; se
não se usa nesse período, caducam, e eu já havia averiguado em Assunção
(Paraguai) antes de mudarmos para o Brasil, se havia maneira de usar essas
passagens vencidas, e nos disseram que não; de maneira que até as crianças
brincavam com elas, mas as guardamos porque eram como uma recordação. Pois,
observem, o Senhor me pôs no coração de ir falar com uma das autoridades da
Varig, dizendo-lhe se eles não poderiam validar essas passagens se nós
comprássemos outra; porque tinha de comprar a minha e a de Salomé, e como ia
vir um avião que ia levar muitos passageiros da Colômbia para o Brasil, mas ia
bastante vazio do Brasil para a Colômbia, então as autoridades permitiram que
fossem validadas as passagens que já tinham três anos, e o Senhor abriu a porta
pelos ares e nós voltamos do Rio de Janeiro até Bogotá de avião, porque o
Senhor abriu a porta pelos ares. Por isso essa palavra aqui “pão do céu”, o
Senhor é verdadeiro, isto quer dizer algo. Notem como o Senhor conduz o assunto
aqui neste capítulo. Notem as frases. “Então
disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos (aí está onde tem que olhar) farei chover (observem essa abundância) pão dos céus, e o povo sairá, e colherá
diariamente a porção para cada dia...”. Aqui está a lição de Deus. Por que
Deus permitiu que o povo fosse conduzido a esta situação? Porque Ele quer que
caminhemos com Ele. Observem a oração do Pai nosso. Pai nosso que está nos
céus, etc. etc., dá-nos hoje o pão de cada dia; quer dizer, o Senhor Jesus
tinha certeza de que cada dia tinha um pão separado por Deus, e Ele pedia a Deus
o desse dia. Pai dá-me o de hoje, mas nós queremos ter seguro o de amanhã, o do
próximo mês, o do próximo ano, e o da velhice. Meu Deus! Mas o Senhor
quer conduzir-nos a outra coisa, a não colocar a confiança nas riquezas que são
incertas. Isso é o que diz o apóstolo Paulo a Timóteo: “ ¹⁷Manda aos ricos deste mundo que não
sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus,
que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; ¹⁸Que façam bem, que enriqueçam em boas
obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; ¹⁹Que entesourem para si mesmo um bom
fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna”.
Observem que aqui o Senhor diz que o
povo sairá; esse sair por fé é no deserto, para que? Para recolher pão. “... e colherá diariamente a porção para
cada dia, para que eu o prove...”. Essa frase. Aí estão as razões de Deus; às
vezes alguém diz: Deus, mas por quê? Aqui estão as razões de Deus, para que Eu
o prove se andam na minha lei, ou não. Agora, quando Deus está dizendo minha
lei, ou não, aqui, todavia não haviam chegado ao monte Horebe, todavia não
haviam chegado ao monte Sinai, todavia não está falando dos dez mandamentos; o
único mandamento que aparece até aqui, sabem qual é? Descansar; essa é a única
coisa que Deus tem dado até aqui. Se vocês lerem desde que saíram, qual foi o
mandamento que Ele lhes deu? Era descansar, descansar em Deus, confiar em
Deus, crer em Deus, esse era o mandamento. Depois teve que dar a lei
para demonstrar a condição humana e a necessidade de Cristo, mas antes de dar a
lei que foi acrescentada, como diz o apóstolo Paulo aos Gálatas, o primeiro que
Deus manda é confiar, crer, esse é o mandamento de Deus, crer em Deus, confiar
n’Ele. Aqui todo o propósito de Deus é levar-nos a depender d’Ele com confiança
de meninos. Se não fizer como os meninos não podeis entrar no reino. “...e colherá diariamente a porção para cada
dia, para que eu o prove se andam na minha lei ou não”, e aqui está o
primeiro mandamento, aqui está a lei. “⁵E acontecerá, no sexto dia, que
prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia”.
Isso quer dizer que, ainda que, contudo não havia-lhes dado os dez mandamentos,
eles iam descansar o sábado; quer dizer, que já está ensinando o descanso, o
repouso, a confiança, o viver para Deus, tendo em conta que Deus existe e não
só este mundo.
Ele nos faz chover pão do céu
“⁶Então
disseram Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o
SENHOR vos tirou da terra do Egito, ⁷E
amanhã vereis a glória do SENHOR, porquanto ouviu as vossas murmurações contra
o SENHOR. E quem somos nós, para que murmureis contra nós?”
Não foram Moisés nem Arão que os
tiraram do Egito, foi Deus o que mandou a Moisés, e foi Deus que os tirou e era
Deus o que os conduzia e era Deus que lhes ensinava e era Deus o que lhes
provia; mas eles não viam a Deus, eles só viam o natural; não viam o que está
por trás de tudo, o que tem todo o poder nos céus e na terra e que tem as
rédeas de tudo. Eles não viam a Ele, viam só o natural. Moisés e Arão lhes
disseram, quem somos nós para que murmureis contra nós? Vós não tendes
murmurado contra nós, vocês tem murmurado contra Deus, como se Ele não fosse
suficientemente poderoso para guardá-los e provê-los; estais falando de morrer
de fome e Deus está falando de fazer chover pão do céu, que diferença! O homem
diz: morreremos de fome, e Deus diz: farei chover pão do céu; no que cremos?
Farei chover pão do céu, nisso é que temos que crer, amém?
“⁸Disse mais Moisés: Isso será quando o
SENHOR à tarde vos der carne para comer, e pela manhã pão a fartar, porquanto o
SENHOR ouviu as vossas murmurações, com que murmurais contra ele. E quem somos
nós? As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o SENHOR”.
Vemos
então como Deus é misericordioso, porque até aqui Deus não havia dito a Moisés
sobre a carne; Deus havia falado somente do pão, mas Moisés pôs a sobremesa de
si mesmo. Deus havia-lhe dito: Eu farei chover pão do céu, mas Moisés disse:
Bom, Deus. Moisés teve tanta fé, que creu, que pôs a sobremesa ao pão, e pôs
também carne. Disse também Moisés, este já não foi Deus, ou seja, essa
expressão quer dizer além, além do que disse Deus. Note como Deus é
misericordioso e até o que Moisés disse a mais, Deus respaldou. Que coisa
tremenda! Assim é Deus. Oh Senhor, Tu és tão grande! Replica e enfatiza: “... e quem somos nós?...”
Às vezes murmuramos contra o Estado,
contra o Presidente. O Senhor perdoe-me; às vezes nos esquecemos que as
autoridades foram postas por Deus. Não quero dizer que estou justificando
nenhuma política, mas que Deus colocou, colocou. Temos que confiar em Deus, não
importa quem seja o Presidente e que medidas tome ele, o importante são as
medidas que toma Deus a favor de Seu povo. Claro que até o anticristo tomará
medidas, mas, o mais importante são as medidas que toma Deus; essas são as que
temos que ver agora; ali é onde temos que observar; especialmente neste tempo
temos que observar as medidas de Deus e não as do deserto.
“⁹Depois
disse Moisés a Arão: Dize a toda congregação dos filhos de Israel: Chegai- vos
a presença do SENHOR, porque ouviu as vossas murmurações”.
Então
Moisés se apartou do povo e foi orar a Deus, e mandou a seu profeta que era
Arão, transmitir ao povo essa decisão. Murmura-se quando alguém está longe da
presença de Jeová; quando está na presença de Jeová não pode murmurar; pode
louvar, pode dar graças, pode agradecer, pode exaltar, mas não pode murmurar. Murmura-se
é quando se está longe da presença de Jeová, como se diz de Caim. Diz o livro
de Gênesis, capítulo 4, que Caim saiu da presença de Deus, e foi ali que
começou a desenvolver seus próprios planos. Voltemos a Êxodo 16.
“¹⁰E aconteceu que, quando falou Arão a
toda congregação dos filhos de Israel, e eles se viraram para o deserto, eis
que a glória do SENHOR apareceu na nuvem”.
Olharam para o deserto, porque para lá havia
ido Moisés, e a nuvem estava aí lhes aguardando e eles já haviam se acostumado,
de tal maneira que nem se deram conta que a nuvem estava ali, e por isso Deus
teve que fazer algo mais na nuvem e fazer aparecer Sua glória na nuvem, que já
era Sua presença; fez aparecer Sua glória na nuvem. Observem quantas vezes nos
acontece isso irmãos, que não nos damos conta do que Deus está fazendo, e Deus tem
que fazer alguma coisa que nos cause um pouco de temor para nos darmos conta de
que Ele está presente. A nuvem estava e não se deram conta, e murmuravam como
se Ele não estivesse, como se Deus não estivesse fazendo nada; não viam o que
Deus estava fazendo, e atuavam como se Deus não estivesse; então Moisés se
apartou para o deserto, para a nuvem e Deus fez que agora, na nuvem, aparecesse
Sua glória.
Nosso Deus está próximo
Havia
nuvem no deserto, nuvem para cobri-los, nuvem para guiá-los, os havia guiado
todo o mês, e eles já estavam tão acostumados e lhes parecia algo tão natural,
que não lhes importou, murmurar. É que às vezes não nos damos conta que Deus está
nos dando e cuidando todos os dias, que não nos damos conta que é um cuidado d’Ele,
não nos damos conta que Ele é quem está nos cuidando; todos os dias tomamos
café, todos os dias almoçamos, todos os dias jantamos, dormimos, descansamos,
vamos, voltamos, não nos acontece nada. Por isso nesta estação Deus teve que
fazer algo adicional, algo para nos chamar ao temor de Deus; acrescentou Sua
glória a nuvem. Por isso diz assim:
“¹¹E
o SENHOR falou a Moisés dizendo: ¹²Tenho ouvido as murmurações dos filhos de
Israel. Fala-lhes, dizendo: Entre as duas tardes comereis carne, e pela manhã
vos fartareis de pão; e sabereis que eu sou o SENHOR vosso Deus”.
Observem o caráter de Deus, primeiro
disse: farei chover pão; eles murmuravam e Ele como se não tivesse ouvido,
promete pão; agora Moisés os repreende por haver murmurado, e Deus diz: Eu
tenho ouvido as murmurações; mas olhem o que disse Deus: ao cair da tarde, comereis
pão; observem como Deus se distingue de tudo e todos. Nós murmuramos e Ele nos
dá comida, bebida, roupa e tudo o que necessitamos; todo o dia estamos
protestando, todo o dia estamos nos queixando e Ele todo dia está nos dando.
Que misericordioso é o Senhor! Eu tenho ouvido as murmurações, mas fala-lhes,
como quem diz, consola-os, para que saibam que Eu sou Jeová vosso Deus, já não
um Deus de longe, senão nosso Deus. Quando tivermos visto que nos cuidou uma e
outra e outra e outra vez, que diz o Senhor? Sabereis que Eu sou Jeová vosso Deus,
vosso Deus; já não só o Deus Altíssimo por lá, longe, não, nosso Deus que vai
na nuvem e nos dá comida esta noite e na manhã café da manhã, que não sabíamos
se íamos tomar café. Aleluia!
O pão do céu
“¹³E aconteceu que a tarde
(vem o cumprimento fiel da Palavra), subiram
codornizes, e cobriram o arraial; e pela manhã jazia o orvalho ao redor do
arraial. ¹⁴E
quando o orvalho se levantou, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa
miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra. ¹⁵E, vendo-a os filhos de Israel,
disseram um aos outros: (maná, manjú, que quer dizer?) Que é isto? Porque não sabiam o que era.
Disse-lhes pois Moisés: Este é o pão que o SENHOR vos deu para comer”. Como dois milhões de pessoas no deserto.
Até hoje em dia entre os meses de junho e julho no deserto de Sinai aparece
maná. Há pessoas que tem ido e tem experimentado o maná, só não é a mesma
quantidade como quando aconteceu aqui; até hoje em dia bandos de aves
migratórias que vem voando desde a África que vão para o norte no verão do
hemisfério norte, passam e vem esgotadas, e de tão esgotadas deixam-se agarrar
pelos beduínos aos montes, mas desta vez aconteceu de uma maneira sobrenatural;
quer dizer, algo que é natural Deus o aumentou, o dirigiu providencialmente, de
tal forma que chegou a ser algo evidente com um suave toque de especial
reforço, um reforço de Deus. Porque bem que essas aves migratórias podiam
passar por outro lado, mas chegaram justamente rendidas ao acampamento de
Israel para que Israel comesse carne. Que coisa bendita! E no outro dia maná.
Agora veja o mandamento; Deus queria
que guardassem Seus mandamentos e, todavia não havia dado lei. Este é o
mandamento do Senhor: “¹⁶Esta é a palavra que o SENHOR tem
mandado: Colhei dele cada um conforme ao que pode comer, um ômer por cabeça,
segundo o número de vossas almas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda. ¹⁷E os filhos de Israel fizeram assim;
e colheram, uns mais e outros menos”. Note que é cada dia, ou
seja, tem que colher cada dia; por isso o Senhor Jesus dizia nesta mesma
tônica, neste mesmo espírito: Não andeis pois inquietos, porque cada dia trará
suas próprias inquietações; não andeis ansiosos como os gentios dizendo: que
comeremos, que beberemos, basta cada dia o seu mal, colhereis cada dia, cada um
conforme o que se pode comer. Um ômer é mais ou menos a
décima parte de uma efa, que são 37 litros, ou seja, 3,7 litros; essa é a
medida que Deus considerou suficiente para viver um dia. “¹⁸Porém,
medindo-o com o ômer, não sobeja ao que colhera muito, nem faltava ao que
colhera pouco; cada um colheu tanto quanto podia comer”.
Este versículo é onde se baseia o apóstolo Paulo para dizer a igreja em
Coríntios, na segunda epístola, que ao que colheu muito não lhe sobrou, ao que
colheu pouco não lhe faltou; quer dizer que Deus não
provê pensando só individualmente, senão que Ele provê de maneira que possamos
exercer a generosidade uns para com os outros. Não é que Deus não proveja o que
se necessita, não; Ele provê de maneira que possamos prover a generosidade uns
com os outros e buscar a igualdade, como diz São Paulo, para que neste tempo se
exercite, não é para o milênio, ou no novo céu e na nova terra. O que diz São
Paulo na segunda carta aos Coríntios, para que neste tempo haja igualdade. Deus
provê para todo o que necessita, mas quer que isso se reparta com generosidade.
Confiança em Deus e não em Mamom
Para alguma coisa Deus deu muito a
alguns, por quê? Porque tinham muitas responsabilidades a cumprir. “¹⁹E
disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã”.
Meu Deus, que política de segurança social tão distinta! Nós aqui estamos
pensando sempre em função de amanhã, mas Deus queria que aprendêssemos a ser
conduzidos pela fé em Deus. Então que aconteceu? “²⁰Eles,
porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns deles deixaram dele para o dia
seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés contra
eles”. Alguns guardaram para amanhã. Aqui lhes conto outra
anedota: Uma vez quando estava na Argentina, dois amigos meus a quem escrevi de
Cristo da Argentina, decidiram-se para ver o que era isso de Cristo, e foram-se
juntos daqui, e me contavam eles essa aventura enquanto iam pela rodovia desde
a Colômbia até a Argentina. Um deles comia tudo que o Senhor provia, e o outro
guardava e se estragava ou se perdia ou o roubavam. E eu o recordava agora que
via isto aqui. Não estou dizendo que não é para ser prudente e não tenha que
guardar, ou gastar, não, não; mas a confiança deve ser sempre no Senhor, e
quando Deus nos dá, bem é para isso, confiemos. “E disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã...”. Isto era
o que tinha de obedecer, este era o mandamento; o mandamento era confiar em
Deus e aprender a viver cada dia pela fé. “Eles,
porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns deles deixaram dele para o dia
seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés contra
eles”. Ai! Vocês sabem o que aconteceu no Equador, não faz muito tempo, faz
pouco, como iam dolarizar a economia. Fixam uma data para trocar o dinheiro e o
povo não quer dolarizar, mas se para tal data não troca, o dinheiro vai virar
papel velho, e sabe o que fizeram também? Congelaram as contas e só podia sacar
certa porcentagem; as pessoas guardando nos bancos, confiando nos bancos e agora
os bancos congelam as contas e agora retém todo o dinheiro no banco. Sabem que
aconteceu também no Brasil no governo Collor de Melo? Ele começou a promover os
arrochos com grandes taxas de interesse para os especuladores, de maneira que
as pessoas não trabalhavam mais. O irmão Clécio nos dizia que as pessoas
passavam o dia na praia, vendiam seu apartamento, vendiam seu carro e colocavam
o dinheiro no banco, para ganhar dinheiro. Logo sabe o que fez o Presidente
Collor? Congelou tudo e fechou tudo. Houve gente que se suicidou, que ficaram
sem nada, porque estavam confiando no banco. Quantas pessoas que viviam
trabalhando e perderam tudo. Olhem, o
irmão Omar, ontem estava me contando, trabalhava já há 19 anos numa empresa, só
lhe faltavam onze ou dez meses para completar a idade que necessitava para se
aposentar, e lhes fizeram uma guerra tão difícil no trabalho, que até queriam mudar
a razão social da empresa, e mandaram uns para lá e outros para cá, até que
teve que renunciar todos os seus direitos adquiridos durante 20 anos. Ele
pensava que iam lhe dar 80 milhões de pesos e lhe deram 54. Irmão aí está
quando não se tem a confiança onde tem que estar. Por que Deus permite tudo
isso? Recordo casos da segunda guerra mundial; velhinhas que tão pouco
confiavam no banco, então guardaram no colchão, mas depois todo o maço de notas
não lhes servia nem para comprar uma salsicha, verdade? A confiança não deve ser em mamom
senão em Deus, e para isso que Ele leva Seu povo ao deserto para ensinar-lhe a
viver diariamente em comunhão e com confiança em Deus. Não estou
dizendo que sejamos esbanjadores, não, senão que não sejamos ansiosos. Não estejais
todo o dia dizendo, que comeremos, que beberemos? Confiemos, essa é a lição
deste capítulo. “Eles, porém, não deram
ouvidos a Moisés, antes alguns deles deixaram dele para o dia seguinte; e criou
bichos, e cheirava mal;...”. Não o comeram, senão que comeram os vermes. “²¹Eles, pois, o colhiam cada manhã, cada um
conforme o que podia comer; porque, aquecendo o sol, derretia-se”. Isto é
muito interessante, quer dizer que Deus quer que desde cedo confiemos n’Ele e
desde cedo atuemos em fé. Deus vai prover hoje, mas quer que nos levantemos
cedo a colher; agora, se deixamos que passe o dia e não colhemos do pão do céu,
se derrete.
“²²E
aconteceu que ao sexto dia colheram pão em dobro, dois ômeres para cada um; e
todos os príncipes da congregação vieram, e contaram-no a Moisés”. Esse dia
não aconteceu nada, esse dia não se estragou, não criou bichos, não fedeu, por
quê? Porque às vezes Deus provê mais do que o necessário, as vacas gordas,
porque chegam as magras. O importante é confiar em Deus. “²³E ele disse-lhes: Isto é o que o SENHOR tem dito: Amanhã é repouso,
o santo sábado do SENHOR; o que quiserdes cozer no forno, cozei-o, e o que
quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, guardai para
vós até amanhã”. Deus primeiro os guia a confiar n’Ele, a descansar em
Deus; ainda não chegou o Sinai, não deu ainda os dez mandamentos e já está
ensinando a descansar em Deus, a confiar em Deus. Note que não se trata de um
repouso com irresponsabilidade; é um repouso consagrado a Jeová; quer dizer:
Senhor descanso em Ti, estou aqui para Ti, para o que é Teu, aprendendo a
confiar em Ti por Tua causa. Não é um repouso de irresponsabilidade, aqui não
está ensinando irresponsabilidade; por isso é que nos países comunistas
proibiam ler o livro de Eclesiastes, porque aí dizia: de que serve ao homem
todo o dia trabalhando e trabalhando com dores? Então isso para o governo
comunista não convinha, de maneira que proibiram o livro de Eclesiastes; e
alguns coros também. Mantiveram outros coros dando honra a Mao por haver unido
as denominações; assim tem sido como o povo tem que aprender as lições. Em vão
se inquietaram as nações e para o fogo trabalharam, porque a terra será cheia
do conhecimento da glória de Deus[6]. Tinha que guardar, mas
para o repouso. “²⁴E guardaram-no até o dia seguinte,
como Moisés tinha ordenado; e não cheirou mal nem nele houve algum bicho
(por que? Porque era guiado por Deus). ²⁵Então disse Moisés: Comei-o hoje,
porquanto hoje é o sábado do SENHOR; hoje não o acharei no campo”.
Quer dizer, Deus quer que descansemos de nossas obras, de nossas ansiedades
para que estejamos diante d’Ele e o sirvamos; o que impede que a semente dê
fruto são os cuidados deste século; essa é a parábola do semeador. Semeou e
alguma semente caiu em boa terra, mas outra caiu entre espinhos e abrolhos;
estes são os cuidados deste século que afogam a semente. Então Deus nos conduz
a fé e nos conduz ao descanso n’Ele para Jeová, repouso consagrado a Jeová, é
repouso para Jeová, não é férias, não é veraneio, não é irresponsabilidade,
não; é estar disponível para Deus, não somos animaizinhos, nem escravos
fazedores de tijolos para Faraó, não; somos sacerdotes para o Deus do céu.
“²⁶Seis
dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele não haverá. ²⁷E aconteceu ao sétimo dia, que alguns
do povo saíram para colher, mas não o acharam.²⁸Então
disse o SENHOR a Moisés: Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as
minhas leis?” O de descansar, e quantas vezes nós dizemos:
não irmão, não posso ocupar-me das coisas do Senhor porque tenho que fazer isso
primeiro. Sacrificamos tudo do Senhor pelo que não tem valor; a quem
sacrificamos é ao Senhor, e então, depois tão pouco houve benção. Deixamos o
Senhor de lado para ocupar-nos em coisas que considerávamos muito importantes,
e não nos saíram bem; mas quando colocamos o Senhor primeiro, todas as demais
coisas serão acrescentadas. Amém!
“²⁹Vede, porquanto o SENHOR vos deu o
sábado, portanto ele no sexto dia vos dá pão para dois dias; cada um fique no
seu lugar, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia”.
Jeová os deu, é um presente para vós, Jeová pensa em vós; vos não fostes
criados para o dia de repouso, senão que Deus fez o dia de repouso para vós;
Deus pensa no vosso descanso, que tenhais uma vida sem essas angústias; essas
angústias são porque não confias. Confia em Deus. Jeová os deu o dia de
repouso; tem que estar em seu lugar, não em outra coisa. “³⁰Assim
repousou o povo no sétimo dia”. Agora, sabem como
aprendia o povo a repousar? Pelo ensino de Deus, saíram para trabalhar, então
tinham que descansar e não encontravam repouso. Quando não querem aprender a
descansar, quando nas inquietações não te saem bem as coisas, então tem que
aprender a confiar em Deus e para Deus. “³¹E
chamou a casa de Israel o seu nome maná; e era como semente de coentro (ou
seja o coentro; aqui não se costumava comer, senão a folha, no Paraguai se come
a semente, muito deliciosa, se moí e é deliciosa) branco, e o seu sabor como bolos de mel. ³²E disse Moisés: Esta é a
palavra que o SENHOR tem mandado (e aqui vem o outro mandamento antes dos
dez): Encherá um ômer dele e guardá-lo-ás
para vossas gerações, para que vejam que vos tenho dado a comer neste deserto,
quando eu vos tirei da terra do Egito”. Observem a intenção de Deus, que os
nossos aprendam a conhecer sua fidelidade, a conhecer como Ele cumpre as Suas
promessas; isto é para vossos descendentes.
“³³Disse
também Moisés a Arão: Toma um vaso, e põe nele um ômer cheio de maná, e
coloca-o diante do SENHOR, para guardá-lo para as vossas gerações”. Esse
maná naquela vasilha é figura de Cristo incorruptível; porque o outro se
corrompia, mas este não se corrompe. Esta vasilha é o maná incorruptível, é o
maná escondido, é o verdadeiro maná, é figura de Cristo. Esta era a que
depois, quando se fez a arca, tinha que colocar na arca como testemunho de
Deus, e não se corrompia; ou seja, o verdadeiro pão que Deus nos quer dar e dar
as gerações futuras é o pão incorruptível. “⁴⁹Vossos pais comeram o maná no
deserto, e morreram. ⁵⁰Este
é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. ⁵¹Eu sou o pão vivo que desceu do céu;
se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha
carne, que eu darei pela vida do mundo” (João 6:49-51). Quer
dizer, eis aqui Meu Pai os dá o verdadeiro pão para que o que dele comer não
morra; ou seja, o maná incorruptível. Deus não nos quer prover somente o que
necessita o corpo, senão prover-nos de alimento incorruptível para que seja
guardado para vossos descendentes.
“³⁴Como o SENHOR tinha ordenado a
Moisés, assim Arão o pôs diante do testemunho, para ser guardado. ³⁵E comeram os filhos de Israel maná
quarenta anos, (dois milhões de pessoas no deserto) até que entraram em terra habitada; comeram
maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã. ³⁶E um ômer é a décima parte do efa”.
Como
quem diz, façam o cálculo, se cada um é um ômer, dois milhões são dois milhões
de ômer diários, quarenta anos para dois milhões. Mas, que é isso para Deus que
fez o universo, que fez as galáxias, não vai fazer maná? Então, irmãos,
temos que aprender esta lição. Deus nos chama a confiar diariamente n’Ele e
descansar, e não estejamos murmurando por assuntos de que comeremos, que
beberemos, que vestiremos, porque ele tem cuidado de nós. Basta cada dia o seu
próprio mal. Amém.
[1]
Ensino à igreja de Teusaquillo, Bogotá D. C., 17 de março de 2000.
[3] Ver Mateus 6:31-34
[4] Referência a 2
Coríntios 8:13-15
Nenhum comentário:
Postar um comentário