Jornada 42
CAMPOS DE MOABE ¹
“E partiram dos montes de Abarim, e acamparam-se nas campinas de Moabe, junto ao Jordão, na
direção de Jericó. E acamparam-se junto ao Jordão, desde Bete-Jesimote até
Abel-Sitim, nas campinas de Moabe”.
Números 33:48-49
Planície da acácias
Continuamos com O
Livro das Jornadas. Hoje estamos chegando a jornada de número 42; é dizer, aos
campos de Moabe. Vamos, pois, a passagem clássica de O Livro das Jornadas em
Números capítulo 33:48-49, que são uma mesma jornada. Ali no verso 49 onde
nesta tradução (Reina-Valera) começa dizendo: “Finalmente”, esta palavra não
está no hebreu; somente diz a palavra “y”; assim que o digo antes da leitura,
para que esta palavra não divida a jornada em duas jornadas, porque realmente é
uma só jornada, segundo o hebreu. Números 33:48-49: “⁴⁸E partiram dos montes de Abarim, e acamparam-se nas campinas de
Moabe, junto ao Jordão, na direção de Jericó. ⁴⁹E acamparam-se junto ao Jordão,
desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, nas campinas de Moabe”. Vamos olhar
aqui no mapa onde estão estes lugares. Vocês veem aqui o Mar Morto, no extremo
norte do Mar Morto desemboca o rio Jordão; do rio Jordão para o oriente está
Bete–Jesimote, na costa do Mar Morto. Se vocês vão ao ocidente do Jordão no
outro extremo norte é onde está o que hoje se chama o Qumran. As cavernas de Qumran ficam aqui
nesta região noroeste do Mar Morto, mas se do norte do Mar Morto cruzas o
Jordão para o oriente, nessa esquina é onde está Bete-Jesimote. Estes montes
que estão mais ao oriente, onde está Hesbom, o monte Nebo, constituem os montes
de Abarim, entre os quais um deles é o monte Nebo e aí perto está o pico que se
chama “Pisga”. Baixando dos montes de Abarim para os campos de Moabe, chegamos
ao ponto da estação onde estamos hoje; é dizer, desde Bete-Jesimote, que é como
dizer, da costa do Mar Morto ao norte e Abel-Sitim, que é a parte mais interior
do pé do monte do vale: ou seja, o vale ou a planície de Moabe chega até o pé
do monte dos montes de Abarim e em toda aquela cordilheira dos amorreus; então
a parte mais interior do vale no pé do monte, ali era onde ficava Abel-Sitim,
que se chamava também Sitim. Bete-Jesimote, significa “casa do deserto” e Abel-Sitim
significa “planície das acácias”. Sitim, quer dizer “acácias”. Já foram chegando à planície em frente a Jericó, em
frente ao Jordão. Jericó estava do outro lado do Jordão, logo o Jordão era o
que fazia diferença entre a parte ocidental e a parte oriental. Esse foi o
último ponto das peregrinações, das jornadas dos israelitas antes de tomar
possessão definitiva da terra; foi o último ponto; ou seja que hoje estamos
chegando praticamente à jornada de número 42; depois já é tudo dentro da terra
prometida.
Esta jornada abarca muitas coisas; não
vamos poder fazer a leitura em uma só reunião de tudo o que aconteceu nos
campos de Moabe, porque ali estiveram um bom tempo preparando-se para poder
entrar na terra; então aconteceram muitas coisas aí. Vou chamar a atenção
primeiro de uns versos que sirvam como esqueleto; é dizer, para confirmar as
distintas revelações que aconteceram neste lugar. Por isso eu gostaria que
estejamos olhando primeiro no capítulo 22 do livro de Números, visto que vai
ser muito difícil ler tudo. Inicialmente vou ler uns versículos para confirmar
os assuntos e depois voltaremos a fazer um resumo dos principais assuntos que
aconteceram nos campos de Moabe. Realmente, quando o irmão Charles MacKintosh
fez um estudo sobre o Pentateuco, a Deuteronômio dedicou dois volumes; então
não podemos esperar que em uma reunião vamos tratar realmente tudo o que se deu
nos campos de Moabe, porque o resto de Números e Deuteronômio em geral,
aconteceu nos campos de Moabe; tudo isso se deu nos campos de Moabe, foi
revelado nos campos de Moabe; aconteceram e se revelaram muitas coisas que
estão no final de Números; ou seja, desde aqui em diante e em Deuteronômio,
tudo isso aconteceu nos campos de Moabe.
O início do livro de Josué também
aconteceu nos campos de Moabe; então é uma jornada sumamente importante; é tão
importante que é praticamente outro segundo Sinai. No Sinai se fizeram as
revelações de umas leis e se fez o primeiro censo. Nos campos de Moabe se fez o
segundo censo; porque vocês sabem que os que haviam saído já não ficaram,
alguns morreram nos campos de Moabe, porque não passaram a última prova, que
foi a do conselho de Balaão a Balaque, e ali morreram vinte e três mil logo
após essa última prova; então foi quando Deus mandou fazer um segundo censo e
fez recapitular outra vez a lei e acrescentar à lei as coisas que eram
preparatórias para possuir a terra; por isso é o último livro, chamado quinto
de Moisés; se chama Deuteronômio, é como dizer, uma segunda lei. Deuteronômio,
ou seja, uma segunda lei, uma segunda norma. Deuteronômio é quando se
volta a contar os Dez Mandamentos, se volta a repetir o que se havia dito no
Sinai; inclusive acrescentaram-se coisa mui apropriadas para os que iam possuir
a terra. Então tudo isso aconteceu nos campos de Moabe. No capítulo 21 de
Números o povo havia estado como diz aqui, em muitas partes. Aparece o que é
Zalmona, o que é Punom, o que é Obote, Ije-Abarim, Dibom-Gade, Almom-Diblataim
e montes de Abarim.
Acontecimentos em Moabe
Aqui no capítulo
22, chegamos a essa parte que diz: “¹Depois
partiram os filhos de Israel, e acamparam-se nas campinas de Moabe, além do
Jordão na altura de Jericó”. Nesse lugar estavam quando aconteceu tudo o
que diz o capítulo 22, que é quando Balaque manda chamar Balaão e tudo o que
aconteceu com Balaão enquanto vinha. No capítulo 23 estão as bênçãos com que
Deus fez que Balaão bendissesse Israel
quando foi contratado para maldizer. Deus mudou as maldições em bênçãos. O
capítulo 24 também diz o mesmo; é dizer, os capítulos 22, 23 e 24, são o
incidente de Israel com Balaão. Logo olhem como começa o 25: “E Israel deteve-se em Sitim...”. Este
Sitim é Abel-Sitim; Abel significa planícies, e Sitim, as acácias. As planícies
das acácias. Esse lugar se chamava as acácias ou acacías, se queremos chamá-lo
também ao pé do monte como na Colombia. Se vocês fixam-se num detalhe, ao final
do capítulo 24 diz: “²⁵Então Balaão
levantou-se, e se foi, e voltou ao seu lugar, e também Balaque se foi pelo seu
caminho.”; e o 25:1 diz: “E Israel
deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas”.
Nesta parte de Números somente aparece o que
fez Israel, mas não explica o que aconteceu entre Números 24:25 e 25:1;
mas há outras passagens onde se nos revela o que não está aqui nesta narração;
isso está explicado em outros lugares. Para ter, pois, a continuidade dos
acontecimentos, vamos a esses lugares para ver.
Vamos um pouco mais adiante; Números
31:16. Para confirmar, os que querem tomar nota, podem anotar aí em suas
Bíblias; aí nessa esquina, nesse espaço, é onde está o acontecimento que se
narra em 31:16. Ali diz o seguinte: “Eis
que estas foram as que, por conselho de Balaão, (as moabitas e as mulheres
midianitas) deram ocasião aos filhos de
Israel de transgredir contra o SENHOR no caso de Peor; por isso houve aquela
praga entre a congregação do SENHOR”.
Então aqui nos diz o autor de Números, pelo Espírito Santo, que houve um
conselho de Balaão para por tropeço aos filhos de Israel através das moabitas e
midianitas para levá-los a idolatria; já que não os podiam maldizer
diretamente, iam procurar o mal para povo, fazer cair o povo. Isto temos que
entendê-lo, porque essa é a essência do que consiste a doutrina de Balaão. Está
é a doutrina de Balaão (Ap 2:14), o caminho de Balaão (2Pe 2:15), e o erro de
Balaão (Judas: 11).
A doutrina de Balaão
Vamos a
Apocalipse onde este assunto de Balaão nos é explicado pelo próprio Senhor
Jesus. Aqui o Senhor Jesus é o que está falando ao Apóstolo João quando lhe
apareceu na ilha de Patmos e lhe falou muitas revelações; entre elas, em
Apocalipse 2:12-17 o Senhor está falando à igreja de Pérgamo. O que caracteriza
Pérgamo é a atitude de Balaão e a doutrina de Balaão. Pérgamo significa “muito
misturado, muito casado”; foi quando a igreja e o mundo e o paganismo,
começaram a casar-se, a misturar-se; e o cristianismo primitivo que era puro
durante a época das perseguições em Esmirna, no final das perseguições, os
cristãos começaram a misturar-se na política, ocupando cargos públicos e o
paganismo a introduzir-se no cristianismo. Muitas coisas pagãs se disfarçaram
de cristãs; aos cristãos deram lugares no império e começaram a fazer uma
mistura, e essa mistura está representada por essa palavra “Pérgamo”, per de,
hiper ou super, que quer dizer “Muito”, “muito gamo”, muito casado; de onde vem
poligamia, monogamia. Pérgamo, muita mistura; essa situação de mistura da
igreja com o mundo; o povo estar não só com as coisas de Deus, senão também com
as mundo, isso é o que representa a palavra “Pérgamo”; e a mensagem à igreja em
Pérgamo contem uma advertência acerca do que aconteceu com Balaão. De maneira
que nos damos conta que é muito importante entender o que aconteceu no tempo de
Balaão, para entender os perigos que se dariam com a igreja em qualquer momento
que esteja bem sucedida com o mundo. Vou ler desde o princípio: “¹²E ao anjo da igreja que está em Pérgamo
escreve: (Como fala o Senhor à igreja em Pérgamo?) Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios:”.
À igreja em Esmirna, que estava em
presunção, Ele não se apresentou com uma espada aguda, porque eles estavam em
presunção; Ele se apresentou como o que esteve morto, mas que agora estava
vivo; porque assim era o que dava ânimo aos que estavam em presunção: “... Isto diz o primeiro e o último, que foi
morto e reviveu: ...sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Está
muito bem em apresentar-se à igreja em Esmirna, sob presunção, como o que havia
estado morto, antes que a igreja, e sem restrição estava vivo, para que a
igreja tivesse ânimo na presunção; sem restrição, quando terminou a presunção e
a igreja começou a ter êxito e começou a ocupar os grandes lugares no mundo, já
o Senhor não se pode apresentar dessa maneira; Ele tem que mostrar-lhe outra
cara, outro aspecto de Sua personalidade; então se apresenta como o que tem a
espada de dois fios. A espada é para separar o que é do espírito e o que é da
alma, o que é do espírito e o que é da carne, o que é do céu e o que é da
terra, o que é de cima e o que é de baixo; por que? Porque estava muito
apergamada, muito misturada; justo se apresenta como o que tem a espada, e diz:
“¹³Conheço as tuas obras, e onde habitas,
que é onde está o trono de satanás; (estava por aí bem perto) e reténs o meu nome, (todavia diz ser
cristão) e não negaste a minha fé, ainda
nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde
satanás habita”. Antipas era um irmão cujo nome significava “o que está contra tudo”, e o Senhor o
chama “fiel testemunha”; é dizer, que
está contra toda essa misturada e se mantém fiel ao Senhor, mas então claro o
mataram. “¹⁴Mas algumas poucas coisas
tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, (agora, o que está falando é o mesmo Senhor
Jesus, qual é essa doutrina de Balaão?) o
qual ensinava Balaque a lançar tropeço diante dos filhos de Israel, para que
comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem”. Fixem-se como a
doutrina de Balaão usada por satanás conduz ao povo à mistura, ao ecumenismo
com o que não é de Deus, à fornicação, à idolatria, a incorporar o paganismo,
suas festas pagãs, seu sacerdócio, suas vestimentas, seus estilos; aí foi
quando o paganismo começou a introduzir-se no cristianismo; esse foi o
ensinamento de Balão a Balaque.
Em Números 31:16, diz: “Eis que estas foram as que, por conselho de
Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de transgredir contra o SENHOR no
caso de Peor; por isso houve aquela praga entre o congregação do SENHOR”.
Então, irmãos, existe uma fornicação natural com as moabitas e uma fornicação espiritual
com os deuses das moabitas. Essa foi a última prova que passou Israel
antes de entrar a possuir a terra; era um povo unido, era um povo que havia
sido conduzido a estar no novo homem, a estar no espírito, a viver em unidade e
a viver no novo homem, mas houve a armadilha do ecumenismo, houve a armadilha
da fornicação, houve a armadilha da mistura com o que não era puro, e essa é a
armadilha quando há vitória no novo homem; então somos inclusivos no corpo de
Cristo, mas se não temos cuidado nessa inclusão, podemos nos tornar ingênuos e
pôr na mesma panela sapos, cobras, serpentes, todo tipo de abominação; e isso
por uma liderança profética. Porque Balaão era um profeta, era um
adivinho, e esse ambiente misterioso de um Balaão que profetizava profecias de
Deus, que se cumpriam e às vezes é chamado de “adivinho” e às vezes era
contratado para maldizer; aí vemos uma misturada de experiências; podem ser
carismáticas, onde se mistura a palavra de Deus, o que é genuíno de Deus, com o
que é mentira. Que prova tremenda nos campos de Moabe para Israel! Que prova
tremenda! Porque quando lemos aqui em Números, nos capítulos 22, 23 e 24, que
hoje não podemos ler, mas vocês podem ler em particular, porque são muito
longos, e vocês vão se dar conta que ali há profecias de Deus, que Deus mesmo
apareceu a Balaão em sonhos e lhe falou e lhe deu ordem de que não fosse
maldizer, senão que o fez bendizer. Por isso é que diz a Palavra: “Do homem são as preparações do coração, mas
do SENHOR a resposta de língua”. (Pv 16:1) Balaão queria dinheiro; por isso
nas cartas de Pedro e de Judas se fala do erro de Balaão por lucro. Aqui se
fala da doutrina de Balaão.
Sincretismo na igreja
Claro, quando as
pessoas estão interessadas em dinheiro e nessas posições de destaque no mundo,
e quando a igreja começou a ter poder com o mundo e o mundo teve em conta a
hierarquia eclesiástica, e circula muito dinheiro, aí as coisas religiosas são
utilizadas para as coisas mundanas, para as coisas pagãs; e as pessoas por
terem dinheiro, por terem um boa colocação nessas posições, então é infiel a
Deus e dá conselhos de fornicação, conselhos de abominação. Balaão ouviu a
primeira vez que Deus lhe disse: não vá; mas ele insistiu em ir. Então lhe
disse: Vê, pois; mas quando ia, se irritou Deus porque ia, ainda que Deus lhe
disse: vê, pois. Por que se irritou Deus se lhe disse: vê, pois? Porque Deus
havia dito: não vá; essa era a vontade perfeita; mas como ele tinha interesse
em ser honrado e ter a honra, e tinha interesse no dinheiro que os reis lhe
davam, Balaque e os outros midianitas que estavam junto com os moabitas, então
ele insistiu. Irmãos, quantas vezes nós insistimos em fazer as coisas a nossa
maneira, ainda em oração. Vou orar outra vez, para ver o que me diz Deus outra
vez; como se Deus fosse um catavento. Claro que Deus lhe disse sabendo seu
coração: Vê, pois; porque sabia que de todas as maneiras ele ia; isso é o que
ele queria, e Deus respeitou sua vontade; mas quando se foi, diz que Deus se
irritou e o anjo de Jheová lhe apareceu, mas ele não o via; estava tão cego por
seus interesses, que a jumenta via mais do que ele. Era o Senhor mostrando: Olha,
a jumenta está vendo mais do que você; e ele começou a bater na jumenta, e a
jumenta não queria passar, e ia por todos os lados assustada por causa do anjo;
e ele bateu na jumenta, até que a jumenta lhe falou: Não sou eu a jumenta que
sempre tenho estado contigo? Quando te fiz isso alguma vez? E ele responde a
jumenta sem se dar conta que a jumenta está lhe falando; até que cai em si; e
quando cai em si é quando Deus lhe abre os olhos e lhe diz: Olha, se a jumenta
tivesse passado, te mataria, e deixaria a jumenta viva; e aí foi quando disse:
Não, então, eu volto; e lhe diz Deus: Não, agora já vens, e agora vai dizer o
que eu te diga, e não o que você quer dizer. Claro, com isso, Balaão já
temeroso, ainda que sabia que ele queria algo, de todas as maneiras disse: Bem,
já me meti neste feixe; agora vou ter que fazer das tripas coração e por testa
de ferro; e aí foi que lhe coube bendizer, quando foi chamado para maldizer; e
então não lhe deram dinheiro.
Aqui nos capítulos 24-25 de Números não
se conta, mas no 31 conta; e o Senhor estava presente. Em Apocalipse conta mais
detalhes. Nos diz que no tempo da igreja também se dão coisas, provas desse
tipo como as que se deu com Israel nos campos de Moabe. Tudo isso esta nos
capítulos 22, 23, 24 e 25. No 25 é quando eles começam a fornicar. “¹E Israel deteve-se em Sitim e o povo
começou a prostituir-se com as filhas dos Moabitas. ²Elas convidaram o povo aos
sacrifícios dos seus deuses;...”. Olhem como é a astúcia do diabo: utiliza o
sexo, para logo levar a idolatria; assim muitos irmãos em Cristo se enamoram de
uma moça; e as vezes ao contrário, uma moça de um rapaz, mas o outro ou a
outra; não é cristão, e pela atração sexual, o arrasta depois a sua religião, a
sua idolatria. Vocês sabem que há uma doutrina hierárquica de que se alguém se
casa com alguém dessa religião tradicional com alguém protestante, então tem
que pedir-lhe que os filhos vão ser criados conforme eles. Se dão conta? É
dizer, não lhe disse que não se case, mas se casar, que comprometa aos filhos.
Isso é bastante delicado. A raiz dos acontecimentos do capítulo 25,
caíram vinte e três mil, como diz no verso 9: “E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.”; é
dizer, vinte e três mil em um dia e mil no outro dia. Isso é o que corresponde
com 1 Coríntios 10:8, que sintetiza essa experiência nos campos de Moabe. Diz
Paulo: “E não nos prostituamos, como
alguns deles fizeram; e caíram num dia vinte e três mil”. Aqui em Números
diz: “E os que morreram daquela praga
foram vinte e quatro mil”. Em um dia foram vinte e três mil, e os outros
morreram depois, outros mil; vinte e quatro mil no total. Vemos, pois que 1
Coríntios 10:8, corresponde com esse aspecto da jornada ou estação dos campos
de Moabe.
Juízos: De Deus e do povo
Depois deste aspecto, olhem uma coisa:
aí é quando Finéias reage e aplica o
juízo de Deus; e quando os homens, seu povo, os fiéis de seu povo julgam o
pecado, então a ira de Deus se aplaca. É quando ninguém dentre o povo se dá
conta e toma uma posição clara, que Deus tem que intervir com juízo direto. Tão
pronto Finéias interveio, imediatamente Deus parou o juízo, porque foi honrado
e ficou uma posição clara. Deus parou seu juízo porque já foi julgado por Seu
povo; alguns de seu povo julgaram e sinalizaram o pecado, e mostraram o que
estava mal; já não era necessário que Deus o fizera, mas enquanto não se
pronunciava Seu povo, Deus tinha que se pronunciar. Tão logo se pronunciou
Finéias, imediatamente Deus parou.
Depois dessa mortandade, então vem o
capítulo 26 que diz: “¹Aconteceu, pois,
que, depois daquela praga, falou o SENHOR a Moisés, e a Eleazar, filho de Arão,
o sacerdote, dizendo: ²Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel,
da idade de vinte anos para cima, segundo as casas de seus pais; todos os que
em Israel podem sair à guerra”. Depois de que o povo pecou, agora o Senhor
não quer que só Finéias julgue, senão que o Senhor vai mandar fazer uma guerra
contra os midianitas, e faz um censo com os maduros, de vinte anos para cima; é
dizer, que começam já a terceira década; então com estes, Deus faz o segundo
censo. O primeiro censo foi no monte Sinai, mas esses ficaram no deserto e só
Josué e Calebe sobreviveram. Agora há um segundo censo, mas esse segundo censo
se fez depois desta prova, depois do incidente de Baal-Peor, por conselho de
Balaão e Balaque, que pôs tropeço aos filhos de Israel. Como não os pode
maldizer, os fez castigar por Deus. Que conselhos! Como podem acontecer estas
coisas? E como o ser humano pode chegar a este ponto; ainda que Deus lhe
aparece, lhe fala, o corrige, e é tão grande o seu desejo de conseguir sua
recompensa e seus interesses que ainda é capaz de dar um conselho deste tipo.
Por isso o juízo alcançou a Balaão imediatamente. Deus manda fazer este censo
imediatamente e este censo é para a guerra; e a guerra tanto contra os midianitas
como contra os moabitas que provocaram esse tropeço. Deus não quer que seu povo
seja indiferente; o povo, uma vez que aprendeu, tem que estar em posição de
guerra.
Já sabemos aonde nos conduz essa
armadilha, essa astúcia, esse ecumenismo mentiroso; agora não podemos ser
indiferentes, temos que estar claros; é com o censo, que agora estes recém
contados, são os que formam parte do exército de Deus. E diz: “Tomai a soma de toda a congregação dos
filhos de Israel, da idade de vinte anos para cima, segundo as casas de seus
pais; todos os que em Israel podem sair à guerra. ³Falaram-lhe, pois, Moisés e
Eleazar, o sacerdote, nas campinas de Moabe, junto ao Jordão na altura de
Jericó, dizendo:”. Aí foi quando contaram; todo o capítulo 26 é o censo; o
verso 51 diz: “Estes são os que foram
contados dos filhos de Israel, seiscentos e um mil setecentos e trinta”.
Esses foram os maiores de vinte anos, varões que entram em guerra deste segundo
censo, o censo nos campos de Moabe, distinto do censo no Monte Sinai. Seiscentos
e um mil setecentos e trinta varões maiores de 20 anos, aptos para a guerra.
Logo vem o censo dos levitas, e diz o 63: “Estes
são os que foram contados por Moisés e Eleazar, o sacerdote, que contaram os
filhos de Israel nas campinas de Moabe, junto ao Jordão na direção de Jericó”.
Se
vai possuir a terra em nome de Cristo, tem que passar esta prova. A prova da
sutileza do ecumenismo, a prova da sutileza da fornicação natural e espiritual,
a prova do discernimento de coisas impuras, Pérgamo, misturadas como aconteceu
com Balaão. Se não se supera esta prova, não está pronto para possuir a terra;
essa foi a última das provas antes de entrar a tomar possessão definitiva. Somente
depois que veio o juízo dos midianitas e logo o censo, então aparece aqui: “⁶⁴E entre estes nenhum houve dos que foram
contados por Moisés e Arão, o sacerdote, quando contaram os filhos de Israel no
deserto de Sinai”. Moisés e Arão no Sinai; Moisés e Eleazar nos campos de
Moabe.
Logo vem o caso das filhas de Zelofeade,
que aparece aqui em Números 27 e também ao final de Números; somente que no 27,
estas filhas, como não tinham irmão, então queriam saber quem ia herdar; então
lhes ordenou que herdassem também; mas logo, os chefes destas tribos das filhas
de Zelofeade, disseram: Bem, quando elas se casem, a herança delas vai passar a
outras tribos; de maneira que aí ao final de Números Deus dá a revelação de que
se casem com pessoas da sua própria tribo, porque está ligada a pessoa com sua
tribo e a herança com a tribo, para que não vá para outra tribo. Logo, vem o
que aconteceu quando Moisés foi chamado a subir o monte Abarim; mas antes
disso, ele nomeara a Josué. Agora já há um censo, um exército, e Moisés vai
sair do caminho; porque a vez passada vimos o significado espiritual do monte
Abarim, mas lhes disse que cronologicamente Moisés morreu depois, mas nesse
monte. Não temos que confundir o espiritual com o cronológico. Aqui
é quando se nomeia Josué, e Josué vai ser o chefe desse exército. Logo vem as
ofertas diárias, as ofertas semanais de sábado, as ofertas mensais da lua nova
e as ofertas das festas; tudo isto é figura de Cristo. Esse exército é um
exército consagrado ao Senhor, todos os dias, todas as semanas, todos os meses,
todos os anos; estão tendo o Senhor na frente e vivendo pelo Senhor.
Vingança do povo de Deus
Depois disso vem
a lei dos votos; e no capítulo 31 vem a continuidade do tratamento especial do
assunto, a vingança de Israel contra Midiã: “¹E
falou o SENHOR a Moisés, dizendo: ²Vinga os filhos de Israel dos midianitas;
depois recolhido serás a teu povo”.Tem a vingança; Deus não quer que as
coisas fiquem como se não tivesse acontecido nada; Deus julgou as coisas,
quando as julgou Finéias; porque agora parou de julgar, parou de julgar; mas
agora, Deus diz àquele exército que sobreviveu: Agora vocês tem que julgar
isto; ou seja, vocês tem que se pronunciar contra isto. De maneira que Deus
manda fazer a vingança da armadilha que eles fizeram aos israelitas. Por isso é
que em Apocalipse, irmãos, quando fala de babilônia, não diz que fiquemos
calados com respeito a Babilônia, não; diz: “Tornai-lhe
a dar como ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no
cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro”. (Ap 18:6) O
Senhor não pede que sejamos diplomáticos, senão que julguemos o que está mal e
apliquemos a espada, a Palavra, para que o povo não seja confundido e seja
arrastado, especialmente neste tempo de globalismo, de ecumenismo, onde satanás
está querendo utilizar aos grandes líderes para arrastar o povo à fornicação
espiritual; e diz que esse falso profeta, com chifres de cordeiro, fazia com
que todos adorassem a primeira besta. Esse é o grande banquete de Baal-Peor de
novo, esse ecumenismo dirigido por líderes religiosos, levando as pessoas a
servirem ao globalismo e à política do antecristo. Irmãos, temos que ter cuidado
acerca destas coisas; porque esse é o banquete de Baal-Peor, agora no novo
testamento. Então, irmãos, aqui os midianitas foram atacados por Israel
nesta vingança. “⁷E pelejaram contra os
midianitas, como o SENHOR ordenara a Moisés; e mataram a todos os homens.
⁸Mataram também, além dos que já haviam sido mortos, os reis dos midianitas: A
Evi, e a Requém, e a Zur, e a Hur, e a Reba, cinco reis dos midianitas; também
a Balaão, filho de Beor, mataram à espada”. Também Balaão foi julgado, porque
se deviam morrer os midianitas, quanto mais o artífice que foi Balaão. Esse é o
juízo do falso profeta.
Olhem como chamam
a Balaão quando volta a contar esse
episódio no livro de Josué capítulo 13 versículo 22; diz no 21: “²¹E todas as cidades da campina, e todo o
reino de Siom, rei dos amorreus, que reinou em Hesbom, a quem Moisés feriu,
como também aos príncipes de Midiã, Evi, e Requém, e Zur, e Hur, e Reba,
príncipes de Siom, moradores da terra. ²²Também os filhos de Israel mataram à
espada a Balaão, filho de Beor, o adivinho, com os outros que por eles foram
mortos”. Aqui já lhe chama por seu nome: “Balaão o adivinho”; em outras
partes não se dizia, mas aqui lhe diz: “o adivinho”, que profetizou coisas de
Deus, porque Deus não lhe deixou maldizer a Israel. As vezes, até os
feiticeiros e os esotéricos, apesar deles, se dão conta quem são os filhos de
Deus, porque o diabo mesmo reconhece.
Deus tem controle absoluto e faz com que
bruxos e bruxas reconheçam quem são os seus filhos; e o mesmo aconteceu aqui
com Balaão; ele era um adivinho que era contratado para maldizer. Não iam
contratar para maldizer alguém desconhecido; ele trabalhava com isso. Sigamos
pelo menos dando uma olhada panorâmica aos sucessos ali nos campos de Moabe.
Depois, olhem outra astúcia do diabo. Eles julgaram e trouxeram o despojo e
mataram aos homens, mas deixaram as mulheres. Quando Moisés viu que deixaram
vivas as mulheres, disse: mas não foram elas justamente as que levaram a
idolatria e a fornicação aos outros? Somente as que eram virgens menores de
idade, as deixaram vivas; a todas que haviam conhecido varão lhes aplicou a
pena de morte. Aí sim começaram a repartir o despojo; e daquelas meninas que
eram virgens e que não tinham nada a ver, essas foram incorporadas aos filhos
de Israel e as distribuíram entre todos; inclusive algumas poucas deixaram aos
sacerdotes e levitas. Isso foi o que se chama aqui de repartir o despojo que
apenas o estamos mencionando.
Logo aparece em Números quando já
definitivamente as tribos de Gade, Manassés e Rúben se estabelecem na
Transjordânia, na parte oriental; mas são comissionados a cooperar com os das
outras tribos a tomar a terra. Então aí se chega às jornadas onde estamos nos
campos de Moabe.
A ordem de expulsar aos habitantes
Números 33:50,
diz: “⁵⁰E falou o SENHOR a Moisés, nas
campinas de Moabe junto ao Jordão na direção de Jericó, dizendo:” Isto
aconteceu ali nos campos de Moabe. Uma vez que passaram essa última prova, até
com o despojo teve que aplicar o juízo; até o despojo teve que ser purificado;
só quando o despojo foi purificado, então aí começa a dizer Deus como vai se
repartir a terra em Canaã; enquanto isso não. Quando foi purificado o despojo.
Aqui diz Deus: “⁵¹Fala aos filhos de
Israel, e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã,
⁵²Lançareis fora todos os moradores da terra de diante de vós, e destruireis todas
as suas pinturas; também destruireis todas as suas imagens de fundição, e
desfareis todos os seus altos; ⁵³E tomareis a terra em possessão, (o Senhor
tem uma cultura totalmente distinta onde Ele se revela; o reino de Deus) e nela habitareis; por quanto vos tenho dado
esta terra, para possuí-la”. Deus esperou que aquela outra cultura
“enchesse a medida da injustiça”, enquanto ia preparando seu povo com o qual ia
julgar aquela cultura e estabelecer Seu reino; porque este é o direito de Deus
sobre a terra. Deus fez o homem para estabelecer Seu reino por toda a terra; o
pecado a vendeu a satanás, e Deus então agora está recuperando de satanás as
coisas, por meio de um povo que lhe é fiel; mas, quanto tem que aprender o povo
para ser fiel a Deus e para que o reino de Deus tenha um pouco de espaço na
terra? Coisa séria! Verdade, irmãos? Todo o resto do capítulo 33 e 34,
é para repartir a terra. No 35, como os levitas não tinham herança na terra, se
fala de qual é a herança dos levitas, quais são as cidades de refúgio que a
eles corresponde-lhes. Logo a lei sobre os testemunhos e sobre o resgate; aí é
quando Deus estabelece a pena de morte para ao assassinos, e diz uma coisa
muito séria; diz assim: “³⁰Todo aquele
que matar alguma pessoa, conforme depoimento de testemunhas, será morto; mas
uma só testemunha não testemunhará contra alguém, para que morra. ³¹E não
recebereis resgate pela vida do homicida (nada de fiança) que é culpado de morte; pois certamente
morrerá”. A lei de Deus é que um assassino que mata a sangue frio, que não
foi que se equivocou e lhe saiu o machado e o matou, não; é para o que mata, um
assassino, Deus manda a pena de morte para o assassino, aqui na lei. “³²Também não tomareis resgate por aquele
que se acolher à sua cidade de refúgio, para tornar a habitar na terra, até a
morte do sumo sacerdote”. Quando alguém matava, não querendo matar, senão
por acidente, fugia a umas cidades refúgio que Deus estabelecia, e vivia nessa
cidade até que morresse o sumo sacerdote. Quando morresse o sumo sacerdote, ele
já podia regressar; mas essa cidade era de refúgio para que não se aplicasse a
pena de morte; mas Deus mandava que nem se quer por fiança, podia sair e ir-se;
tinha que viver na cidade de refúgio até a morte do sumo sacerdote. Não se
podia aceitar dinheiro para perdoar a pena de morte ao assassino, nem tinha que
aceitar dinheiro, para o que matou sem querer saísse da cidade refúgio.
Deus estabeleceu uma lei e nada podia
modificar. Depois os rabinos a mudaram, mas Deus não o permitia; Deus estabelecia
um juízo e diz: se não se aplicasse morte ao homicida, Deus considerava que
essa terra era uma terra que demandaria o sangue do povo que não aplicasse pena
de morte ao homicida. “³³Assim não
profanareis a terra em que estais; porque o sangue faz profanar a terra; e
nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que nela se derramar,
senão com o sangue daquele que o derramou. ³⁴Não contaminareis pois a terra na
qual vós habitais, no meio da qual eu habito; pois eu, o SENHOR, habito no meio
dos filhos de Israel”. Quando não se aplicava a pena de morte ao assassino,
Deus considerava essa terra contaminada, e Ele diz: a terra não será expiada,
senão pela morte do assassino. Coisa delicada! Mas essa é a lei de Deus em
Números. Depois já vem o que havíamos mencionados das filhas de Zelofeade, mas
já completo. Se pergunta se a pena de morte pode se aplicar agora? O Novo
Testamento responde que ao Estado se lhe dá a espada para o que infringe a lei;
então a espada não será para coçar as costas. Eu não quero dizer mais nada, mas
isto mostra o caráter de Deus. Para Deus
o homicídio é uma coisa supremamente séria, muito séria; e diz que nenhuma
outra coisa senão a pena de morte expiará o assassinato. Por isso Cristo teve
que morrer. Como não estamos tratando o tema, vou encerrar aqui. Depois, outro
dia, falamos.
A segunda lei
Agora, irmãos, chegamos a Deuteronômio.
Em Deuteronômio 1:5, verso 5, vamos ver a panorâmica do que há em Deuteronômio,
porque não alcançamos vê-lo, mas em síntese, o título Deuteronômio significa
recapitulação da lei, uma segunda lei, onde a lei do Sinai é confirmada,
restabelecida com este novo povo, e também se adicionas algumas coisas,
preparando-o para tomar a terra. Diz em Deuteronômio 1:5: “Além do Jordão, na terra de Moabe, começou Moisés a declarar esta lei,
dizendo:...”. Aí começa Moisés a recordar-lhes tudo o que havia revelado
ali em Horebe, no Sinai, os juízes. Vocês podem ir passando as páginas em suas
Bíblias recordando o caso dos doze espias que foram enviados desde Ritma, logo
o castigo de Israel, vagando pelo deserto, a derrota de Horma, os anos no
deserto; lhes recorda tudo isso até chegar a Siom e a Ogue e à distribuição na
Transjordânia; e logo recorda quando não permitiu a Moisés entrar na terra
prometida; e começa a dar umas leis desde o capítulo 4. Moisés lhes exorta a
obediência, lhes recorda Horebe e lhes adverte contra a idolatria; o primeiro é
contra idolatria, ou seja, do pecado contra Deus que é o mais sério. Hoje em
dia, qualquer outro pecado se julga, menos o pecado contra Deus; sem restrição,
no povo de Israel o pecado contra Deus era o primeiro a ser julgado. Logo, no
capítulo 5, volta a recapitular os Dez Mandamentos. No capítulo 6 enfatiza qual
é o grande desses mandamentos, e no capítulo 7 lhes diz quais são as bênçãos da
obediência, e no 8 lhes fala da boa terra que hão de possuir. Logo fala das
destruições das nações de Canaã. Logo lhes recorda a rebelião que houve em
Horebe e renova outra vez o Pacto. No capítulo 12 o do santuário único. Até
aqui o tabernáculo ia vagando pelo deserto; agora Deus lhes diz que eles vão
para uma terra, e vão começar a possuir essa terra e que então tem que
estabelecer um santuário único; claro que quando eles começam a possuir a terra
durante o tempo de Josué, verdadeiramente a possuíram, mas, morto Josué alguns
começaram a retroceder. Vem o período dos juízes, então Deus levanta Samuel e
utiliza Samuel para instaurar a monarquia, e já com a monarquia se estabelece o
plano do templo com Davi e o levantamento do templo com Salomão; mas já toda a
preparação havia sido feita desde os campos de Moabe. Deus queria unificar o povo em um
culto centrado ao redor de um só Deus e de um só templo. Na continuação
seguem as advertências contra a idolatria, os animais limpos e imundos, o
dízimo, o ano de remissão, os empréstimos aos pobres, a lei sobre os escravos,
a consagração dos primogênitos machos, as festa anuais; e no capítulo 17
profetiza acerca de um rei. Por que? Porque vai haver com o tempo um reinado e
vai haver um Messias; por isso se diz como tem que ser esse rei, quando houver
rei, mostrando o caráter do Messias e não podem reinar de qualquer maneira. Por
isso veio primeiro Saul, que não lhe serviu as vestes; depois veio Davi que lhe
serviu as vestes, e por isso a legitimidade dos futuros reis retrocedia a Davi.
Volta a enfatizar; anuncia também o profeta como Moisés que vai levantar. É uma
profecia messiânica. Isto foi dado também nos campos de Moabe. No capítulo 18
se promete o Messias, o profeta como Moisés que havia de vir; ou seja, Moisés
não consumou as coisas nele. Logo outra vez, as cidades de refúgio, as leis
sobre o testemunho, e leis sobre a guerra; porque entrar para possuir a terra é por meio da
guerra e edificação. São duas coisas: edificar o reino de Deus em guerra contra
toda cultura contrária a Deus, em essência. Por isso fala das leis da guerra.
No capítulo 21 havíamos visto o terrível que é o assassinato: Expiação de uma
assassinato cujo autor se desconhece. Deus não quer que o povo seja indiferente
quando aparece um morto por aí. Ah, como eu não o matei, não importa; não,
Deus exige que o povo se pronuncie contra e peça perdão para que Deus não leve
em conta. Assim como líamos aquele, leiamos pelo menos uma parte: “¹Quando na terra que te der o SENHOR teu
Deus, para possuí-la, se achar um morto, caído no campo, sem que se saiba quem
o matou, ²Então sairão os teus anciãos e os teus juízes, e medirão a distância
até as cidades que estiverem em redor do morto; ³E, na cidade mais próxima ao
morto, os anciãos da mesma cidade tomarão uma novilha da manada, que não tenha
trabalhado nem tenha puxado com o jugo; ⁴E os anciãos daquela cidade trarão a
novilha a uma vale áspero, que nunca foi
lavrado nem semeado; e ali, naquele vale, degolarão a novilha; ⁵Então se
achegaram os sacerdotes, filhos de Levi; pois o SENHOR teu Deus os escolheu
para o servirem, e para abençoarem em nome do SENHOR; e pela sua palavra se
decidirá toda a demanda e todo o ferimento; ⁶E todos os anciãos da mesma
cidade, mais próxima ao morto, lavarão as suas mãos sobre a novilha degolada no
vale; ⁷E protestarão, e dirão: As nossas mãos não derramaram este sangue, e os
nossos olhos o não viram. ⁸Sê propício ao teu povo Israel, que tu, ó SENHOR,
regastaste, e não ponhas o sangue inocente no meio do teu povo Israel. E aquele
sangue lhe será expiado. ⁹Assim tirarás o sangue inocente do meio de ti; pois
farás o que é reto aos olhos do SENHOR”.
Irmãos, quanto devemos aprender aqui na terra, que não podemos ser
indiferentes, que temos que pedir perdão a Deus pelo nosso país; o povo não tem
que dizer: não temos nada a ver com isso, não; temos que recorrer ao sangue do
Senhor Jesus que está tipificado aqui por estes sacrifícios e não ser
participantes disto e pedir que o Senhor intervenha com sua mão.
Depois vem outras leis, sobre a
castidade, os excluídos da congregação, leis sanitárias, leis humanitárias e
vem a ordem de exterminar a Amaleque, que é também a aplicação do juízo a estes
que foram os que destruíram a retaguarda dos débeis. Diz: quando te fortaleças,
aplicas o juízo aos que atacaram pelas costas aos débeis. Logo vem sobre as
primícias e dízimos; logo a ordem de Deus de escrever a lei em pedras sobre o
Monte Ebal. Logo no monte, o povo tinha que concordar com as maldições de Deus,
e no outro monte, no de Gerizim, tinha que concordar com as bênçãos. No
capítulo 28 estão as bênçãos e as consequências da desobediência. Irmãos, é tão
terrível isto que se você lê este capítulo, vê explicada a história de Israel,
não só na época do Antigo Testamento, senão inclusive do Novo Testamento.
Josefo diz que ele viu com seus olhos, quando incluso, as mães, quando estavam
sitiadas, tinham que comer seus próprios filhos; “hoje nós comemos teu filho,
amanhã nós comemos meu filho”, diziam elas; testemunha o mesmo Josefo. Isto já
desde aqui Deus havia dito: Se vocês fazem as coisas como eu lhes digo, vão ter
paz, não vão ter terror; vão plantar e vão desfrutar do que vocês plantem; mas
se vocês não atendem o que eu digo, vocês vão plantar, mas outros vão comer;
vocês vão edificar, mas outros vão morar onde vocês edificam; do trabalho de
vocês vão comer outros, e vão ter terror e temor. Irmãos, por não atender a
palavra de Deus vem todas estas coisas, e se ainda assim, não me atendem, então
se agrava mais a situação, e se ainda não me atendem, se agravará mais e mais.
Irmãos, a pessoa pensa que pode enganar a palavra de Deus. Deus disse isso, mas
agora estamos em outra época. Ah, em outra época! Mas o que Deus disse que
aconteceria está acontecendo; o juízo está se aplicando, tem que aplicar também
o arrependimento e tem que fazer o que agrada a Deus.
Logo no 29:1: “¹Estas são as palavras da aliança que o SENHOR ordenou a Moisés que
fizesse com os filhos de Israel, na terra de Moabe, além da aliança que fizera
com eles em Horebe”. Por isso é que se chama Deuteronômio; já tinha havido
o Pacto no Sinai, que é Horebe, e agora há outro Pacto em Moabe. Esta estação
de Moabe é sumamente importante. Então, as palavras desse Pacto, o que se chama
o Livro do Pacto que foi depois encontrado
nos tempos de Hilquias, estão aqui descritas no capítulo 30 que diz: condições
para a restauração e a benção; diz: Ainda que estejas expulso, perdido, se dali
te recordares e vieres e se arrependeres e pedires a Deus, desde ali o Senhor
te restaurará e te trará de novo a esta terra, e te bendirá de novo; mas se
não, exatamente a história posterior do povo judeu estava profetizada
em Deuteronômio de uma maneira tremenda. No capítulo 31 é quando Josué é
institucionalizado como sucessor de Moisés: “²⁴E
aconteceu que, acabando Moisés de escrever num livro, todas as palavras desta
lei, ²⁵Deu ordem aos levitas, que levavam a arca da aliança do SENHOR, dizendo:
²⁶Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da aliança do SENHOR vosso
Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti”. Isso foi o que se chamou o livro
ou o rolo do recinto, ou o Sefer-haazarah, do qual depois fizeram as demais
cópias da Bíblia; e claro que ao fazer as cópias, Josué, como diz o mesmo
livro, lhe acrescentou algo; logo quando Samuel estabeleceu as leis do reino,
ele também acrescentou algo; e logo isso foi reeditando até o tempo final,
quando ao tempo de Jeremias e Baruque tomou já a forma final. Estes livros
desde Deuteronômio até reis, tomaram sua forma final, definitiva, com os
extratos que se lhe foram acrescentando até a época de Jeremias com Baruque.
Então aí foi quando a edição final adquiriu a forma atual que temos; é dizer,
com todo o aporte de Moisés, com os acréscimos de Josué, com os acréscimos de
Samuel e logo com a edição final de Jeremias com Baruque; porque essa história
que se conta em Deuteronômio, continua se contando em Josué, em Juízes, em
Rute, em Samuel e em Reis, os que se chama os Nebiim ou profetas anteriores,
porque todo o trabalho de revelação foi sendo incorporado, incorporado e
editado até chegar a conformar os que são estes livros da Bíblia; ou seja, o
Pentateuco, ou seja, a Torá os Nebiim. Então aqui manda Deus que a
copiem e a leiam. Isto que lhes disse o diz a mesma Bíblia; o diz em Josué, o
diz em Samuel, e se nota em Jeremias. O capítulo 32, além de Deus dar-lhes a
lei escrita, era muito difícil que cada um tivesse uma cópia da lei. Hoje é
muito fácil cada um ter uma cópia da Bíblia; antes ter uma Bíblia era muito
difícil; então Deus usou um cântico com uma letra grande, que servisse de
história, e fez Moisés compor este cântico e Moisés e Josué ensinaram esse
cântico para que eles aprendessem, seus filhos, seus netos, seus bisnetos;
assim como hoje 400, 500 anos depois da reforma, todavia cantamos “Castillo
Fuerte” que compôs Martim Lutero, o mesmo cântico de Moisés vai se cantar,
incluso antes de Apocalipse; se cantará ao final e a letra do cântico de Moisés
está aqui em Deuteronômio 32, que Deus fez compô-lo com um canto para que o
gravassem, porque quando se aprende cantando, as coisas ficam gravadas; é mais
difícil recordar a Bíblia inteira que recordar um cântico; então, quando eles
estiveram fazendo algo fora do lugar: Não te recordas desse canto que vocês
aprenderam desde meninos e seus avós e tataravós desde meninos, que sempre se
cantou esse canto? É uma maneira de Deus manter vivo o testemunho no
meio de Seu povo, através dos cânticos. Registrado esse cântico, que compôs
Moisés nos campos de Moabe, se recopiou também neste livro, e as bênçãos de
Moisés às tribos que ele deu antes de morrer, no monte Nebo; estas estão no
capítulo 33; e no capítulo 34 se relata a morte de Moisés; claro, o mais
provável é que não foi Moisés mesmo o que contou sua morte, senão Josué, ou
Samuel ou os posteriores, que foram editando todo esse material que estava
disperso até que tomou essa forma. Irmãos, realmente o que houve nos campos de
Moabe, foi tremendo: uma preparação para tomar a terra; se essa preparação se
tem em conta, o reino do Senhor se estabelece e se pode tomar a terra, cidade
por cidade, mas si se apartam, então vem os outros livros posteriores. Com
Josué se vê a geração que foi fiel e como tomaram a terra, mas com Juízes se vê
quando morreram os que eram fieis; a outra geração não tinha o mesmo
compromisso e vinham outra vez a perder a terra
e depois outras vezes surgiam alguns juízes e estavam nesse vai e vem,
as vezes avançando, as vezes retrocedendo; então foi necessário que Deus
levantasse Samuel e com Samuel a Davi e então houve alguns que foram fieis a
Davi, e outros infiéis, até que chegou a verdadeira linhagem, a raiz de Davi,
que é o Senhor Jesus, e Ele estabelece a igreja; mas agora o mesmo Senhor Jesus
fala à igreja e diz que tudo aquilo que se escreveu de Israel, se escreveu para
nosso ensino e é como exemplo para que não cobicemos as coisas más como eles
cobiçaram, senão que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos
esperança. Realmente irmãos, ainda que não podemos ler todos estes
capítulos, tivemos uma visão geral desta jornada nos campos de Moabe, que é
muito importante. Amém. Glórias a Deus!
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