sexta-feira, 18 de março de 2022

41ª Jornada - MONTES DE ABARIM

 

MONTES DE ABARIM

 

                “E partiram de Almom-Diblataim, e acamparam-se nos montes de Abariam, defronte de Nebo”.

                                                                                                                                 Números 33:47

Avistando a terra santa

        Vamos continuar com a jornada de hoje no livro de Números capítulo 33, versículo 47: “E partiram de Almom-Diblataim, e acamparam-se nos montes de Abarim, defronte de Nebo”. Esta é a jornada 41; é a penúltima, imediatamente anterior à dos campos de Moabe, que é onde eles são plenamente dispostos para entrar a possuir totalmente a terra. Já as vitórias deste lado do Jordão, ao oriente da Transjordânia, começaram a se consolidar; isso  lhes deu ânimo. Moisés mesmo ficou muito animado, e agora tem avançado desde Almom-Diblataim para os montes de Abarim, defronte de Nebo. Quero chamar a atenção a esta frase: defronte de Nebo; não diz em Nebo, não acima de Nebo, senão defronte de Nebo. Os montes de Abarim é como uma espécie de cordilheira que tem vários montes. Um dos montes de Abarim, se vocês olharem no mapa, é o monte Nebo, que está praticamente já para poder olhar para a terra prometida; e aí foi precisamente onde Deus mandou Moisés subir, para olhar a terra e lhe deu instruções. É um mirante; todos os montes de Abarim, mas especialmente o Nebo; e entre o Nebo, especialmente Pisga, que é como o cume principal do monte Nebo, era onde se podia ter uma melhor vista, onde se podia ver. Não somente Moisés foi chamado para ver ali, mas também quando Balaque quis que Balaão visse melhor e amaldiçoasse o povo, o levou também ao mesmo lugar.

Localização do monte

        Vamos olhar umas passagens para que vocês possam identificar como o monte Nebo fica no monte Abarim e o Pisga com o Nebo; esses nomes estão relacionados. Vamos  vê-lo em Deuteronômio no capítulo 32, verso 49; hoje voltaremos a este verso um pouco mais adiante, mas por agora é para identificar geograficamente estes nomes. Deus diz a Moisés: “⁴⁹Sobe ao monte de Abarim, ao monte Nebo, (vocês se dão conta que o monte Nebo estava entre os montes de Abarim) que está na terra de Moabe, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que darei aos filhos de Israel por possessão”. Então vocês podem ver aí o monte de Abarim e o monte Nebo relacionados.

        Vamos olhar também em Números 27. Mas antes olhemos em 23:14. No capítulo 23, aparece a primeira vez que Balaque pede a Balaão que subisse um monte; foi ao monte Bamote; e logo, como abençoou e não amaldiçoou, agora o levou ao Pisga, precisamente ao Pisga. Isso está, como lhes disse, Números 23:14: “Assim o levou consigo ao campo de Zofim, ao cume de Pisga;  e edificou sete altares,...”. Agora que estamos vendo os outros versos que vamos analisar, vão se dar conta que o Pisga fica também na mesma região do Nebo e do Abarim. Então diz: “E partiram de Almom-Diblataim, e acamparam-se nos montes de Abarim, defronte de Nebo.”; quer dizer, não precisamente acima, senão um pouco mais abaixo; ou seja, digamos, aos pés do monte Abarim, ou a sombra do monte Abarim; especificamente o monte Nebo dentre os montes de Abarim. Já meus irmãos sabem o que significa no hebraico a palavra Abarim. Abarim significa: regiões mais além.

        Quando vimos em uma jornada anterior, onde estavam entrando, chegavam à fronteira de Moabe, a Ije-Abarim, eles começaram a introduzir-se nas regiões mais além; mas agora quando estão nos montes de Abarim, já estão introduzidos. Recordem que em Almom-Diblataim, eles venceram e tomaram praticamente toda a Transjordânia, e agora se colocam,  nada menos que aos pés do monte Abarim ou o monte Nebo; é como dizer, eles já estão tomando possessão da Transjordânia, e é Deus, justamente nesse monte Abarim onde diz a Moisés que suba; e do monte Abarim era onde se podia ter a plena visão do que se ia possuir; e também o inimigo localizava desde esse monte para procurar amaldiçoar. No mesmo monte o inimigo queria amaldiçoar r; mas desde o mesmo monte, o Senhor confirmava a Moisés: Olha a terra que Eu lhe dou, aos filhos de Israel; olha ao oriente e olha ao ocidente.

        Então, vamos ver os versos onde isto acontece. Em primeiro lugar, passemos a Números 21. Quando estivemos vendo Números 21 desde os versos 13 até o 35, com exceção da parte final do verso 18 e os versos 19 e 20, estivemos vendo o que aconteceu a partir de Almom-diblataim; porque no verso 12, diz: “Dali partiram, e alojaram-se junto ao ribeiro de Zerede.”, que era Dibom-Gade. No 13 diz: “E dali partiram (ou seja, de Dibom-Gade) e alojaram-se no lado de Arnom,...” que é justamente onde ficava Almom-Diblataim.

        Então o verso 13 começa a descrever tudo isto; e se fixem no que diz, por exemplo, o versículo 10: “... partiram ...”; no 11: “... partiram ...”; no 12 “Dali partiram  ...” no 13: “E dali  partiram ...”. Sem restrições, já depois no verso 16, diz: “E dali vieram ...” (nesta versão traduzido por partiram), logo no verso 18 no final: “.. .e do deserto vieram ...” (também aqui traduzido por partiram). Agora, o verbo não é “partiram”, senão que o verbo é “vieram”; ou seja, quando partiam, é quando há mudança de acampamento. Agora eles tinham o acampamento em Almom-Diblataim, mas a partir daí, tendo Almom-Diblataim como base, eles iam, e recorriam e tomavam possessão da terra e guerreavam e lutavam, mas o acampamento havia estado em Almom-Diblataim. Depois partiram de Almom-Diblataim e acamparam-se nos montes de Abarim, diante de Nebo; mas esse movimento de partir, e estabelecer uma guarnição numa posição mais avançada; não impede que ainda que o acampamento tenha uma sede, haja um movimento geral.

        Vocês recordam como eles até o monte Hermom, ao norte, estiveram recorrendo e tomando todas essas regiões; por isso se diz: “vieram”.  Então se vocês veem aqui em Números 21, desde o 13 ao 35, foi o relativo a Almom-Diblataim. Em Números 22:1 é onde diz: “Depois partiram os filhos de Israel, e acamparam-se nas campinas de Moabe, além do Jordão na altura de Jericó.”; ou seja, não se mencionou de uma maneira muito específica o assunto do monte Abarim ou do monte Nebo, ou de Pisga; no entanto sim, deixou a continuidade; mas resulta que eles chegaram e foram tomando toda essa região; então, digamos, Moisés com alguns estiveram ali, nos montes de Abarim como sede, mas claro que muitos ficaram pela Transjordânia, em Gileade, em Basã, em Hesbom, em todas essas regiões e mobilizando-se nessas regiões, mas com sede provisória nos montes de Abarim, como antes em Almom-Diblataim.

Tipificando na história

        Por isso diz em Números 21:16: “E dali vieram para Beer ...” (traduzido aqui por partiram) ainda que a sede estava em Almom-Diblataim, eles subiram a Beer, subiram a Basã, subiram a todos esses lugares. Logo do verso 18, ao final, quer dizer, a última parte do versículo 18 e os versos 19 e 20, correspondem-se geograficamente e historicamente, quando estiveram perto dos montes Abarim e perto de Pisga. Por isso diz assim em Números 21, desde o final do versículo 18 ao 20: “¹⁸... e do deserto ...”; porque vocês recordam que Almom-Diblataim ficava no deserto de Quedemote, desde onde Moisés, como  podem ver                   no verso 21, diz, enviou Moisés embaixadores; se vocês o leem em Deuteronômio 2 diz que foi no deserto de Quedemote; ou seja, era um lugar fronteiriço, onde havia parte de vales, exuberância e também havia o deserto contornando; então, há lugares que são assim, onde não é totalmente deserto, nem totalmente verde, senão que essa é uma região onde se alterna a exuberância e o deserto.

        Então diz agora, em Números 21, a parte final do 18: “... e do deserto vieram ...”; (traduzido aqui por: e do deserto partiram) mas de todas as maneiras, é parte de todo esse grande movimento que houve já a ponto de entrar na terra, quando começaram a tomar todas essas regiões da Transjordânia. “¹⁸... e do deserto partiram para Mataná”. Vou ler até o 20 e logo regressamos por partes. “¹⁹E de Mataná a Naaliel, e de Naaliel a Bamote. ²⁰E de Bamote ao vale que está no campo de Moabe, no cume de Pisga, e à vista do deserto”. Então aí é quando eles chegaram aos montes de Abarim, quando diz aqui, “... no cume de Pisga, e à vista do deserto”. Isto é muito interessante, porque menciona uns nomes que tem significados importantes; isto é algo histórico; mas sabemos que na história, Deus está tipificando, porque diz: “Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”. (1 Coríntios 10:11) Quando Paulo lia a história de Abraão, não lia só a história; ele percebia a alegoria, e agora estamos, nada menos que na penúltima das jornadas, a ponto de entrar e possuir a terra; ou seja, que este é um lugar de muita importância, de muito significado. De maneira que vale a pena que façamos o seguimento a estes nomes.

Os dons do Espírito

        Então vamos onde diz: “... partiram (vieram) para Mataná”. Vocês recordam que eles estavam em Almom-Diblataim, que quer dizer “o esconderijo das tortas de figos”. Isso já estudamos na vez passada; não vou entrar em detalhes hoje. “Vieram a Mataná”; isto foi uma visita, não foi que “acamparam”; eles estavam em guerra, estavam em possessão, estavam defendendo-se. Agora, olhemos um detalhe, o que havia acontecido na vez passada? Havia tido vitória, haviam vencido a Siom rei de Hesbom, e haviam vencido Ogue rei de Basã, e haviam tomado todos estes territórios da Transjordânia; e agora o que estão fazendo é,  como dizer, exercendo o domínio, movimentando-se nas regiões conquistadas, estendendo-se por aquelas regiões. Mataná significa nada menos que “dádiva”, significa “presente”, significa “dom”, “dons”; é significativo que agora que eles, quando tem começado a vencer aos reis, cheguem praticamente a um lugar que se chama “Mataná”. O anterior se chamava “Beer” que significa “poço”, onde havia o fluir das águas; e se há o fluir das águas e se há também o Espírito, há também dons.

        Este lugar aqui se chama “Mataná”, que quer dizer “dádiva”; quer dizer, quando o povo já está cruzando esta fronteira, essa experiência do Lugar Santo ao Lugar Santíssimo, é normal que apareçam os dons, é normal, não podem faltar; os dons é algo do Espírito, e sempre que se vai saindo da carne para entrar no Espírito, é normal que se manifestem os dons. Depois diz: “E de Mataná a Naaliel ...”. Vocês podem ver no mapa que aqui não está o nome, mas um destes ribeiros que está aqui se chama justamente Naaliel, e significa “o vale de Deus. Eles estão tendo repouso em Deus, consolo em Deus, tendo descanso em Deus, tendo alegria em Deus; é o vale de Deus. Os nomes são muito interessantes. Logo diz: “.. .e de Naaliel a Bamote”. Este famoso Bamote,  foi justamente aquele lugar que significa “lugar alto”. Aqui há algo interessante: Bamote, significa  lugares altos; aqui em Bamote foi onde pela primeira vez Balaque mandou chamar a Balaão para amaldiçoar o povo, quando eles já estavam nos campos de Moabe, exercendo domínio nos campos de Moabe, preparados para cruzar o Jordão; ainda que Ruben, Gade e Manassés haviam ficado na Transjordânia, ao oriente.

Começando a ver

        Quando eles chegaram a esses lugares foi quando Balaque (e o veremos depois com mais cuidado) mandou chamar Balaão para amaldiçoar ao povo; e o lugar onde pela primeira vez lhe mostrou o povo para amaldiçoá-lo foi em Bamote; e depois, como não pôde amaldiçoar, o levou mais alto para ter outra vista, que foi o Pisga; ou seja, que é o mesmo monte Nebo e nos mesmos montes de Abarim; são lugares onde se pode ver, onde se tem discernimento. Isso significa que o povo foi levado a uma posição onde se vê. Moisés também viu,  só que Moisés não passou, e por isso é muito importante entender esta seção: Montes de Abarim; porque às vezes se pode ver e não passar. Às vezes se vê, às vezes se entende, às vezes se tem a visão, mas não se passa; nós ficamos vendo-a, e é fidelidade de Deus. Antes não víamos nada; agora podemos dizer que estamos em uma região de vitória, onde estamos vendo; mas nem sempre ver é o final, tem algo mais para ver.  

        Ver, podemos dizer,  como montes de Abarim, é o penúltimo, e não o último; então desde os montes de Abarim se pode ver a terra, mas há diferença entre ver, entender, compreender e realmente possuir. Então, claro, montes de Abarim é um lugar de onde se vê, onde viram, mas mesmo Moisés não entrou; o que tinha que entrar era Josué. Justamente Deus lhe disse que subisse o monte Abarim, que visse a terra, e lhe disse que dê a direção a Josué, que Josué é o que os vai introduzir. Josué significa “Jesus”. Moisés está representando o Antigo Pacto. O Antigo Pacto foi levar-nos para ver, e nos ajuda ver todo o melhor, e digamos, a culminação do Antigo Pacto nos ajuda a ver; mas para possuir, não tem que ser Moisés; tem que ser Josué; ou seja, tem que ser o Senhor Jesus. O Senhor Jesus é o que introduz; Moisés chega até a fronteira e nos ajuda a ver; e ele vê, e prepara, mas Moisés não introduz; Moisés prepara. O que introduz é Josué; ou seja, é o Senhor Jesus, porque Josué é figura do Senhor Jesus; o verdadeiro conquistador da nova terra é o Senhor Jesus; o que nos reparte a herança é o Senhor Jesus.

        Agora, logicamente que Moisés serviu e serviu para ver. Hoje vemos muitas coisas do Novo Testamento, graças ao que escreveu Moisés. Diz em Hebreus 3:5: “E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar;” ou seja,  que no futuro tinha que se anunciar coisas, e a fidelidade de Moisés, todo o trajeto, era para preparar o que se havia de anunciar. O que se havia de anunciar era próprio do Novo Testamento, que foi preparado por Moisés. Agora, Abarim é a última etapa de Moisés. Moisés é chamado a morrer no monte Abarim; no entanto, houve uma estadia do povo. Moisés esteve aqui. Quando diz: “... e do deserto partiram para Mataná; E de Mataná a Naaliel, e de Naaliel a Bamote. E de Bamote ao vale que está no campo de Moabe, no cume de Pisga, e à vista do deserto.”, esta passagem corresponde ao monte de Abarim. Moisés era o que estava dirigindo todo este movimento do povo de Israel nesse momento; ele era o que enviava, ele era o que mandava; não necessariamente que ele tivesse que ir lutar com todos os povos; ele estava no monte Abarim, diante de Nebo, e por isso foi que Deus lhe disse: Agora sobe. Se ele houvesse estado muito longe geograficamente do lugar, teria sido difícil que se dissesse: sobe; mas foi lhe dito precisamente, sobe.

Ver sem possuir

       

Agora sim, vamos passar um pouco ao capítulo 27, desde o verso 12, como o havíamos dito; e vamos ver o significado do que foi este monte Abarim para Moisés. Não vamos confundir o aspecto cronológico com o aspecto espiritual. Cronologicamente, depois, Moisés esteve nos campos de Moabe, e lhes instruiu, e lhes preparou, e inclusive escreveu Deuteronômio. Tudo isso foi nos campos de Moabe, mas ele estava nos montes de Abarim, aos pés do monte Abarim; ou seja, se pode dizer que estava nas duas partes, tanto nos campos de Moabe, como nos montes de Abarim, digamos nas ladeiras, diante de Nebo, como subindo, quando era necessário subir. Então agora, no sentido espiritual, não no cronológico, vamos ver os acontecimentos relativos ao monte Abarim.

        Leiamos, pois, Números 27 desde o versículo 12: “Depois disse o SENHOR a Moisés: Sobe a este monte de Abarim, e vê a terra que tenho dado aos filhos de Israel. ¹³E, tendo-a visto, então serás recolhido a teu povo, assim como foi recolhido teu irmão Arão;”. Aqui se revela a sobrevivência da alma depois da morte, porque diz: “... serás recolhido a teu povo ... ”; não é só que morre, senão que seu corpo morre, e a pessoa sai do corpo e se encontra com Arão e Miriã, e com os outros antepassados. “... serás recolhido ao teu povo, assim como foi recolhido seu irmão Arão”. E lhe explica porquê. “¹⁴Porquanto, no deserto de Zim, na contenda da congregação, fostes rebeldes ao meu mandato de me santificar nas águas diante dos seus olhos (estas são as águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim). Então, se fixem como no monte Abarim se vê, mas não se possui; devido carregar uma imperfeição do passado, se vê, mas uma imperfeição do passado é cobrada nesse momento, e essa imperfeição lhe impede a possessão completa.

Cristo e a terra prometida

        Na vida de todos os servos de Deus, especialmente em uma jornada que é a penúltima, se descobre que por mais que haja havido maturidade, sempre fica faltando algo; e para ver o sentido espiritual disto, gostaria que me acompanhem a Filipenses, onde umas palavras de Paulo, creio que vai nos ilustrar o que significa ao fim da vida, depois de haver andado com muita fidelidade, ter clara consciência de imperfeição. Depois de haver andado todas as jornadas, chegando no fim da vida, havendo sido fiel ao Senhor como foi Moisés, do qual Deus mesmo diz que Moisés foi fiel, no entanto, tem consciência de que há distância entre o Senhor Jesus e nós; por mais perfeitos que andemos, sempre o Senhor Jesus é mais perfeito.

        Então vamos ali à epístola de Paulo aos Filipenses, capítulo 3; vou lê-lo desde o verso 8. Vamos captar o sentido espiritual dessa imperfeição em meio à perfeição alcançada; imperfeição que impede de ser como Cristo, e no entanto, tem havido fidelidade e se tem andado com Cristo. Então para ter o contexto e ver isso de Moisés e Cristo, vamos lê-lo desde o verso 8: “⁸E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, (agora se fixem nesta frase) para que possa ganhar a cristo,”. Ganhar a Cristo, é como dizer, tomar possessão da terra prometida. Ganhar a Cristo, essa é a verdadeira possessão da terra. “⁹E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, (aí está Moisés no monte Abarim) mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé; (essa é Canaã) ¹⁰Para conhecê-lo, (esse é Canaã) e à virtude da sua ressurreição, (tudo isso é Canaã) e a comunicação de sua aflições, sendo feito conforme a sua morte; (aí está Jericó, aí está Gilgal) ¹¹Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos”.

O exemplo de Paulo

        Todos vão ressuscitar,  até os que são condenados, mas esta ressurreição que se refere Paulo, “Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição ...”, refere-se a ressurreição dos vencedores, das primícias. Paulo está lutando para ser um vencedor que alcance a primeira ressurreição, a ressurreição dos justos. Então diz, aí está no verso 12: “¹²Não que já a tenha alcançado, (ele não está em plena possessão de Canaã, está no monte Abarim) não que já seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. ¹³Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado;...”. Olhem a experiência de um homem maduro. Havíamos visto as primeiras jornadas que eram dos meninos, logo as segundas jornadas que foi dos jovens, depois as terceiras jornadas que foram dos pais, depois as quartas jornadas que foram dos anciãos e o discipulado, e agora vemos esse discipulado crescendo em uma nova geração, já entrando, crescendo nessa nova geração, já entrando, cruzando os distintos véus, a ponto de tomar possessão; mas justamente ali, encontramos Paulo, um apóstolo maduro, agora preso, que seguramente tem recorrido espiritualmente todas estas jornadas; sem restrição, ele mesmo está dizendo: “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. ¹³Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; (quer dizer, Cristo sempre está além de nós: digamos, que a vida eterna é conhecer ao Pai e ao Filho) mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, ¹⁴Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. ¹⁵Por isso todos quantos já somos perfeitos,...”. Como? Acaba de dizer: não que já seja perfeito, e agora diz: já somos perfeitos, e não está se contradizendo; pois no verso 15, quando diz: “... todos quantos já somos perfeitos  ...”, está se referindo à posição em Cristo Jesus, da qual ele não quer sair; ele não quer sair do que Cristo lhe fez, mas a disposição ou o que se usufrui da provisão, é diferente da provisão.

        A provisão é completa, mas o usufruir é progressivo. Na provisão não há nada mais que agregar; em Cristo somos completos, mas quanto dessa perfeição em Cristo Jesus se tem formado em nós e temos alcançado, e estamos usufruindo? Então, esse é o nível entre as perfeições. Na provisão, os que somos perfeitos, e ele se inclui entre os perfeitos, e acaba de dizer no versículo 12: não que já tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo. “¹⁵Por isso todos quantos já somos perfeitos, (ou seja, por mais perfeito que a pessoa saiba que é em Cristo) sintamos isto mesmo; (o quê? o prosseguir a meta do supremo chamamento em Cristo, que é a plenitude de Canaã, da terra prometida) e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará”. Ah! aqui está usando uma palavra “revelar”. O que está fazendo Paulo? Paulo está vendo a terra, Paulo está entendendo; ele vê a provisão, ele vê a terra e ao mesmo tempo diz: não que seja perfeito, mas prossigo; agora diz: se sentis alguma outra coisa de outra maneira, mais adiante vai entender, Deus também vai revelar.

Ser como Cristo é possuir a terra

        A palavra revelar é como ver; mas se fixem que Paulo está confessando que ele e os perfeitos tem uma revelação, e ele está olhando a revelação como se estivesse no monte Abarim olhando a terra. Mas ao mesmo tempo diz: não que já tenha alcançado, nem que seja perfeito; ou seja, ainda que tenho a revelação, ainda que vejo, ainda que sou perfeito no que o Senhor tem me dado, Cristo não tem se formado plenamente em mim; eu tenho que seguir crescendo em Cristo, tenho que ser achado sempre nEle, tenho que chegar a ressuscitar dos mortos, na primeira ressurreição, como Ele o fez. Então por isso Ele diz assim: “.. .sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará. ¹⁶Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo. ¹⁷Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam”.

        Muito interessante isto! Paulo mesmo não pretende havê-lo alcançado no entanto,  diz que é, com alguns, perfeito, com aqueles que são plantados na provisão de Deus; mas ainda que ele está com revelação e com a provisão de Deus e retendo firme o que lhe foi dado, é consciente que ainda lhe falta para ser como Cristo. Ser como Cristo é possuir a terra; e entrar na terra é pouco a

 

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pouco, ir tomando, usufruindo algo de Cristo. Mas quando Israel estava na terra, Deus lhe disse: Josué, ainda falta muita terra para possuir; Eu lhes tenho dado toda a terra, mas tem que pôr o pé nela. Deus já nos deu tudo, mas tem que pôr o pé; quer dizer, tem que crê-lo, usufruí-lo e plantar-nos ali. Isso tem que começar por revelação, tem que começar por fé, e no entanto,  tendo revelação, vendo a terra, tendo sido fiel, estando a ponto de terminar o grande trajeto, ainda sabe-se que falta. É a penúltima das jornadas, não é a última; não tem entrado na terra, tem sido fieis, tem aprendido muito, estão vendo as coisas, mas tem mais, tem mais. Irmãos, diante de Cristo, sempre tem mais.

Designação de Josué

        Então, voltemos ali ao capítulo 27 de Números. Aqui estamos vendo o que foi que Deus disse a Moisés: que subisse o monte de Abarim para ver a terra. Que outra coisa se relaciona com isso? Vejamo-la no verso 15: “¹⁵Então falou Moisés ao SENHOR, dizendo: ¹⁶O SENHOR, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre esta congregação, ¹⁷Que saia diante deles,...”. Como quem diz: Senhor, eu Moisés, já não vou sair diante deles, Tu tens que prover alguém que vá adiante deles, que lhes abra a porta e os conduza a tomar possessão de tudo; claro que Moisés não sabia que Josué se referia a Cristo, mas nós sim sabemos que Josué é figura de Cristo. Então por isso diz: “Que saia diante deles, e que entre diante deles, e que os faça sair, (isso é libertação) e que os faça entrar; para que a congregação do SENHOR não seja como ovelhas que não tem pastor. ¹⁸Então disse o SENHOR a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe a tua mão sobre ele. ¹⁹E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe as tuas ordens na presença deles. ²⁰E põe sobre ele da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel”.

Se anuncia a vinda do Messias

        Se fixem em uma coisa: Moisés tinha que preparar no tipológico, a entronização de Josué, mas também no Messiânico; Moisés tinha que preparar a vinda de Cristo, e as coisas não tinham que terminar em Moisés. Moisés tinha que deixar claro ao povo que as coisas continuavam mais além de Moisés. Deus lhe disse que pusesse a Josué, e essa é uma figura de preparar o caminho do Senhor Jesus. Olhem o que diz Deuteronômio capítulo 18. Se Moisés não houvesse falado estas coisas, talvez os judeus tivessem razão em ficar somente com Moisés; mas olhem o que falou Moisés em Deuteronômio 18, desde o 15: “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis”. O que está fazendo Moisés? Está preparando o caminho do verdadeiro Josué, que é o Senhor Jesus, Yeshua, Jesus Cristo, o Messias. “¹⁶Conforme a tudo o que pediste ao SENHOR teu Deus em Horebe, no dia da assembleia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do SENHOR teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. ¹⁷Então o SENHOR me disse: Falaram bem naquilo que disseram. ¹⁸Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu,...”.

        Notem que Moisés foi fiel; Moisés não deixou as pessoas nele; ele não é o final; ele tem que preparar o terreno, ele está olhando para frente e justamente no monte Abarim. “¹⁸Eu lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. ¹⁹E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele. ²⁰Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. (coisa séria) ²¹E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o SENHOR não falou? ²²Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele”.

O centro é Cristo

        No 19 diz a chave: “E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele (esse profeta como Moisés) falar em meu nome, eu o requererei dele”. Por isso perguntavam os Judeus a João Batista, és tu o profeta? Ele lhes disse: Não, eu não sou o profeta; então quem és tu? És Elias? Ainda que houvesse vindo no espírito de Elias, ele era João, não era Elias o tisbita. Não, não sou Elias; então quem és? A voz do que clama no deserto. Ele estava sinalizando o cordeiro; João o Batista preparava o caminho de Jeová. Aqui vemos também Moisés preparando o caminho de Jesus; mas isso está tipificado em Moisés preparando o caminho para Josué; ou seja, no caminho de Josué há algo histórico e há algo tipológico; e nesta profecia de Deuteronômio 18, há algo profético. Moisés não é o fim das coisas.

Quando no monte Tabor, no dia da transfiguração, Pedro viu Moisés e Elias com o Senhor Jesus, quis coloca-los no mesmo nível. “E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e uma para Elias”. (Mateus 17:4); quer dizer, queremos Moisés, queremos Elias, e te queremos; nós somos muito ecumênicos, queremos a todos eles; e diz que enquanto falava Pedro, o Senhor não esperou que terminasse de falar; o Senhor que é tão delicado, não deixou Pedro terminar de falar. E o que aconteceu? “⁵E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o”. O Pai mostrou a Jesus; já não é uma questão de pôr a vista em Moisés, não é uma questão de pôr a vista em Elias; agora é uma questão de pôr a vista no Senhor Jesus; ou seja, tem que ir mais além de Moisés e Elias, mais além da lei e dos profetas, a Cristo, que é o Senhor Jesus. Então aqui no monte Abarim se aprendem muitas coisas. O Senhor permitiu que Moisés tivesse tido essa infidelidade para que Moisés não fosse o centro; o centro só pode ser o Senhor Jesus. Aqui ao final vou ler um documento, mas antes queria ler outras passagens da Palavra.  Terminemos Números 27:22: “²²E fez Moisés como o SENHOR lhe ordenara; porque tomou a Josué, e apresentando-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; ²³E sobre ele impôs as suas mãos, e lhe deu ordens, como o SENHOR falara por intermédio de Moisés”. logo depois de dar o encargo a Josué, se fixem no capítulo seguinte, o 28 de Números. Não vou ter tempo, mas vamos olhar o que há no capítulo seguinte acerca das ofertas diárias: “¹Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: ²Dá ordem aos filhos de Israel, e dize-lhes: Da minha oferta, do meu alimento para as minhas ofertas queimadas, do meu cheiro suave, tereis cuidado, para me oferecê-las ao seu tempo determinado”. Aqui aparecem as ofertas de cada dia, as de cada sábado, as de cada mês e as anuais nas festas anuais, todas estas ofertas: sábados, as luas novas ou meses e as festas solenes; eram sombra de Cristo.

        Se fixem como é imediatamente introduzido Josué em figura de Cristo e imediatamente vem os capítulos das festas e das ofertas como sinalizando a quem? A Cristo; porque a quem sinalizam estas ofertas? A Cristo. Deus está dizendo: Moisés foi fiel, como testemunho das coisas que haviam de se anunciar, mas tem algo no futuro que tem que ir mais além de Moisés. Moisés somente pode chegar ao monte Abarim, mas, mais além do monte Abarim não pode seguir; ele pode ver, mas há imperfeição em Moisés; só em Cristo não há imperfeição; só o Senhor Jesus pode nos introduzir verdadeiramente na herança completa. Graças a Deus por Moisés e pela fidelidade de Moisés. Moisés sinalizou a Josué e sinalizou o Senhor Jesus; amém, glórias ao Senhor.

        Para completar um pouco isto, vamos ler Deuteronômio 3:27. Se fixem onde eles estão falando. Aí Moisés está falando em Deuteronômio, nos campos de Moabe, mas justamente nas ladeiras do Pisga. Então no verso 12, diz: “Tomamos, pois, esta terra em possessão naquele tempo: Desde Aroer, que está junto ao ribeiro de Arnom, e a metade da montanha de Gileade, com as suas cidades, tenho dado aos rubenitas e gaditas.”; etc. Graças a Deus por Moisés; ele vem recordando-lhes tudo o que herdaram no oriente do Jordão; e logo chega ao 17: “Como também a campina, e o Jordão por termo; desde Quinerete até o mar da campina, o Mar Salgado, abaixo de Asdote-Pisga para o oriente”. E aí é onde diz Deus: “¹⁸E no mesmo tempo vos ordenei, dizendo:” Quando mandou aos rubenitas e gaditas que não ficassem ali na terra; que deixaram sim, em cidades fortificadas as suas mulheres e seus filhos, mas que eles passassem diante de seus irmãos para conquistar; ou seja que não ficassem aí, que passassem a conquistar a terra.

        Então diz no 23: “Também eu pedi graça ao SENHOR no mesmo tempo, dizendo: ²⁴Senhor DEUS! Já começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua forte mão; pois, que Deus há nos céus e na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, e segundo os teus grandes feitos? ²⁵Rogo-te que me deixes passar, para que veja esta boa terra que está além do Jordão; esta boa montanha, e o Líbano! ²⁶Porém o SENHOR indignou-se muito contra mim por causa de vós, e não me ouviu; antes o SENHOR me disse: Basta; não me fale mais deste assunto; ²⁷Sobe ao cume de Pisga, (este é o mesmo Nebo, é o mesmo Abarim) e levanta os teus olhos ao ocidente, e ao norte, e ao sul, e ao oriente, e vê com teus olhos; porque não passarás este Jordão. ²⁸Manda, pois, a Josué, e anima-o, e fortalece-o; porque ele passará adiante deste povo, e o fará possuir a terra que verás”. Aqui está Josué em figura daquele profeta, do Messias, que mais que profeta é o próprio Filho do Homem. Amém!

Anuncio da morte de Moisés

        Então, agora passemos de novo, como ao princípio, a Deuteronômio 32:48. Já vimos uma parte do que aconteceu ali em Abarim, para identificá-lo geograficamente com o Nebo; mas agora leiamos desde o verso 48: “⁴⁸Depois falou o SENHOR a Moisés, naquele mesmo dia, dizendo: ⁴⁹Sobe ao monte de Abarim, ao monte Nebo, que está na terra de Moabe, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que darei aos filhos de Israel por possessão. ⁵⁰E morre no monte ao qual subirás; e recolhe-te ao teu povo, como Arão teu irmão morreu no monte Hor, e se recolheu ao seu povo. ⁵¹Porquanto transgredistes (somente o impecável que é Cristo, que não cometeu pecado, pode verdadeiramente nos introduzir) contra mim no meio dos filhos de Israel, às águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim; pois não me santificastes no meio dos filhos de Israel”. Ou seja, que só alguém perfeito pode nos introduzir. “⁵²Pelo que verás a terra diante de ti, (verás, é o monte Abarim) porém não entrarás nela, (vejam o que é o monte Abarim: ver, mas não entrar, algo mais temos que possuir sempre) na terra que darei aos filhos de Israel”.

Morte e sepultura de Moisés

        Passemos ao capítulo 34: Aí que fez Moisés? Os abençoou. Aí no 33 estão as bênçãos que fez Moisés aos filhos de Israel; isso foi justamente nessa conjuntura. “¹Então subiu Moisés das campinas de Moabe (porque ficava justamente aos pés destes montes) ao monte Nebo, ao cume de Pisga, (vemos que há uma relação de Nebo e Pisga) que está em frente a Jericó e o SENHOR mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã; ²E todo Naftali, e a terra de Efraim, e Manassés e toda a terra de Judá, até o mar ocidental; ³E o sul, e a campina do vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Zoar. ⁴E disse-lhe o SENHOR: Esta é a terra que jurei a Abraão, Isaque, e Jacó, dizendo: À tua descendência a darei; eu te faço vê-la com teus olhos, porém lá não passarás. ⁵Assim morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR. ⁶E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura. ⁷Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor. ⁸E os filhos de Israel prantearam a Moisés trinta dias, nas campinas de Moabe; e os dias do pranto no luto de Moisés se cumpriram”.

        Aqui neste versículo, entre o versículo 5 e o 6 diz: Morreu Moisés e o enterrou no vale; ali aconteceu algo. Quando Moisés morreu, o diabo quis usar o corpo de Moisés para divinizar Moisés, e Deus enviou o arcanjo Miguel para pelejar pelo corpo de Moisés. Isto esta passagem não diz aqui, mas o diz Judas. Judas em sua epístola menciona uma tradição antiga israelita, que foi conservada, e foi incluída pelo Espírito Santo, através de Judas, de parte da tradição oral antiga. Na epístola de São Judas lemos no versículo 9, o seguinte: “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda”.

        Este versículo 9 da epístola de Judas está incrustado justamente entre os versículos 5 e 6 de deuteronômio 34. Deuteronômio não conta, porque Deuteronômio conta algumas coisas, mas outras coisa que aconteceram, ficaram na tradição oral e passaram de geração em geração, até que na geração do Senhor Jesus, o irmão do Senhor Jesus, e Tiago o justo, que era Judas Tadeu Lebeu, introduziu esta tradição na Bíblia com a aprovação do Espírito Santo. Agora esta tradição, logicamente já havia aparecido mais ou menos desde o tempo de Antioco Epifanes; havia aparecido já em forma escrita, dentro de Israel; por tanto, existe um documento, que foi chamado “A Ascensão de Moisés”, onde se conta com mais detalhe isto; e isso era patrimônio comum dos israelitas para a época do Senhor Jesus; de maneira que Judas simplesmente toma essa tradição oral que chegou a ser escrita desde a época, mais ou menos uns séculos antes, não sabemos quantos séculos antes. Mas hoje, para a arqueologia, é o mais antigo que se tem descoberto, mas pode ser que seja mais antiga; o fato é que o Espírito Santo aprovou esta tradição; não tudo, mas sim esta passagem que aparece aqui.

        Então eu trouxe aqui justamente o livro, o texto literal, o qual conhecia Judas, e que o Espírito Santo permitiu a Judas tomar parte deste texto e introduzi-lo. Por isso tenho aqui outro livro para ler essa passagem. Na página 222, vou ler-lhes a passagem literalmente do conhecido livro chamado “A Ascensão de Moisés”, que foi um livro que Judas o mencionou. Essa tradição a mencionou a escola de Alexandria; Clemente de Alexandria, Orígenes, continuaram essa tradição; depois também Dídimo o cego, Epifânio de Salamina, Gelásio, Necéforo, vários na história da igreja continuaram com essa tradição e mencionaram o documento com o qual concordava Judas, que vinha antes de Judas; e esse documento é o que estou lendo aos irmãos aqui. Claro que estou lendo um tradução espanhola, e vocês tem que saber que uma tradução é uma tradução; mas a ideia através desta tradução de Díez Macho é a seguinte: Díez Macho é um erudito do aramaico e das coisas judaicas, e publicou uma série de documentos judaicos antigos. E publicou este, e leio para vocês a parte correspondente da “A Ascensão de Moisés”:

        “E enquanto ele fazia baixar seu corpo, Samael tentava o povo para que lhe divinizasse (o corpo de Moisés), mas Miguel, o general chefe, chegou por mandato divino, para tomá-lo e levá-lo; se lhe opôs Samael”. Volto e leio o documento: “Enquanto ele fazia baixar seu corpo, Samael tentava ao povo para que o divinizasse”, ( o mesmo que fizeram depois com a serpente de bronze, lhe ofereceram incenso e tudo). “mas Miguel o general chefe, chegou por mandato divino, para tomá-lo e levá-lo; se lhe opôs Samael, e lutaram. Irritado o general chefe o repreendeu dizendo: O Senhor te amaldiçoe, diabo; e assim o adversário acabou derrotado, e empreendeu a fuga; e o arcanjo Miguel levou o corpo de Moisés para onde havia ordenado o Deus de nosso Messias”.

        Este é o texto literal desta tradução antiga, anterior a Judas, que logo o Espírito Santo permite a Judas introduzi-lo no Novo Testamento. Toda essa experiência se deu no monte Abarim. Olhem que interessante. Não se pôde divinizar Moisés; tem que ir mais além de Moisés, tem que ir a Cristo. Então o Senhor não permitiu que Moisés passasse; teve um sentido histórico na vida pessoal de Moisés, mas também para nós tem um sentido espiritual. Cristo sempre está adiante, por mais perfeito que sejamos, por mais que seja o próprio Paulo. Paulo confessa que há algo mais em Cristo; nossos olhos tem que estar em Cristo. Amem!

 

 

 



[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 15 de junho de 2001.                                                               

 

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