sexta-feira, 18 de março de 2022

39ª Jornada - Dibom Gade

 

DIBOM–GADE [1]

 

E partiram de Ije-Abarim, e acamparam-se em Dibom-Gade”.

                                                                                                                                 Números 33:45

As ruínas do pecado

            Amados, vamos estudar a Palavra do Senhor. Confiando no Senhor, continuamos com O Livro das Jornadas. Estamos seguindo estas jornadas uma a uma, com a ajuda do Senhor. Estamos em Números 33:45: “E partiram de Ije-Abarim, e acamparam-se em Dibom-Gade”. A palavra aqui traduzida ou transcrita: Ije-Abarim, nesta ocasião no hebreu se diz “Iim”, como a vez passada a mencionamos, a qual é uma abreviação sintetizada da palavra que aparece no versículo 44 como Ije-Abarim; ali o artigo “ha” no hebreu foi suprimido nesta tradução. No verso 44 diz: Ije-ha-Abarim, e no 45 ao mesmo o menciona contraindo-o como “Iim”, unindo. Essa palavra aparece mencionada duas vezes no hebreu, mas referida a lugares diferentes. O outro lugar onde aparece Iim é em Josué 15:29. Desde o verso 20 aparecem as cidades que Judá herdou. No versículo 29, aparecem três cidades entre a série das cidades: Baala, Iim e Esem. Este Iim ou Ijim, como se pronunciaria no hebreu, é da mesma maneira como aparece aqui no hebreu, em Números capítulo 33:45: Partiram de “Iim”, mas não é a mesma. A “Iim” que aparece em Josué 15:29 é uma cidade de Judá ao sul, que se tomou depois em Israel, nos tempos de Josué; em contra partida a que aparece aqui no versículo 45, como síntese da palavra Ije-ha-Abarim, é uma cidade no território de Moabe, ao oriente do deserto, como dizia o mesmo versículo no capítulo 21, na fronteira de Moabe oriental para dentro.

            Queria repetir que a raiz Ijim ou Ije, que se traduz assim falando-a em espanhol, é uma raiz muito genérica e que aparece em muitas classes de palavras com diferentes significados; mas, no entanto, ainda que esses significados são diferentes nos contextos, diferentes segundo os prefixos, diferentes segundo os sufixos, porém, é a mesma palavra, a raiz Ije, que é a letra ayn e duas letras yod, essa é a palavra, essa raiz e raízes parecidas aparecem em muitas outras palavras. A palavra “ruína”, por exemplo, que em outro lugar se traduz Hai, se escreve de uma maneira semelhante, mas é a palavra ruína no sentido de que a iniquidade lhe visitou; é ruína como consequência da visitação da iniquidade. Nesse conceito de iniquidade, de pecado que produz culpa e que traz consequências, por tanto, quando essas consequências veem é quando a iniquidade é visitada e resulta em ruína; todas essas palavras estão incluídas nessa raiz.

Também a palavra “contemplar”, no sentido do olho, ver, perceber, contemplar, entender, ser entendidos do juízo de Deus, a palavra “olho”, também se escreve com as mesmas raízes; e a palavra “olho” não só do corpo, senão olho d’água ou a palavra contemplar ou ver, todas essas múltiplas palavras que estão incluídas nessa raiz nos dão a ideia de onde é que se originam. Recordam? Ou seja, é como contemplar a ruína que vem pela visitação da iniquidade da parte de Deus. Deus visita a iniquidade e faz que isso se veja; e quando aparecia a palavra “abarim”, que quer dizer as regiões mais além, não está falando que isso tem a ver com as regiões mais além.

            Esta é uma jornada em que Israel vai se aproximando em direção à terra prometida; ou seja, para Canaã, depois de haver dado voltas pelo deserto no Sinai e agora por fim já está se aproximando da fronteira de Moabe e em Ije-Abarim ou Ije-ha-Abarim ou Iim, já está diretamente Israel na fronteira, já está, digamos a ponto de tomar a terra; já as próximas jornadas são praticamente incursão na terra que vai ser propriedade deles. Então nos damos conta que essa terra estava possuída por outros, e é o juízo desses outros que Israel vai começar a ver ou contemplar; quer dizer, agora Israel vai ser testemunha da visitação de Deus que faz por meio deles à iniquidade dos que possuem aquelas terras. Todavia Deus não havia tomado possessão dessas terras, porque a maldade deles não havia chegado a seu ápice. Essa palavra “a maldade”, vem também da mesma raiz; mas como lhes dizia, não somente maldade, senão a consequência da maldade; produz um efeito. Então como ainda a maldade dos possuidores dessas terras não havia chegado a seu cume, então o juízo de Deus estava esperando; mas agora Israel foi conduzido ao ponto de entrar à fronteira, porque já o ápice da maldade daquele povo chegou a encher a taça. De maneira que agora Israel vai ser conduzido a tomar posse e a aplicar por intermédio deles, o juízo de Deus contra os habitantes daquelas regiões que eram muito maus; e os que têm lido um pouco de arqueologia Cananéia ou de Canaã, sabem o que era essa cultura Cananéia, completamente depravada e que realmente merecia que houvesse um juízo. Deus deu a Israel à terra de Canaã, que era um povo onde havia muita degradação, onde também havia gigantes, onde é melhor não descrever o tipo de degradação porque suja a mente; mas dizendo isto basta. Depois os que querem ler em particular, o que era a cultura Cananéia, podem entender porque Deus julgou essa cultura por meio de outra cultura. A cultura de Deus deve julgar e substituir a cultura do mundo.

Experiências de fronteira

            Vemos, pois, que Israel nestas jornadas foi levado até esta fronteira. Os irmãos podem ver em Números 33:44 que dizia a vez passada: “E partiram de Obote, e acamparam-se em Ije-Abarim, no termo de Moabe”. É muito interessante ver estas palavras “na fronteira”, porque existem experiências de fronteira. As primeiras jornadas ,  em Ramessés, em Sucote, em Etã, em Pi-Hairote, foram experiências de fronteira, de um tipo de fronteira; sempre nas experiências de fronteira existe oscilação, existe um pé dentro e um pé fora. Os lugares de fronteira são lugares onde se definem os combates, onde se definem os reinos, onde se definem as influências determinantes. Sempre os lugares de fronteiras são sérios; as fronteiras sempre se mudam quando há infidelidade da parte de um dos grupos. Quando um dos grupos é infiel a Deus, perde sua fronteira, e quando um dos grupos é fiel a Deus se lhes alargam as fronteiras. Os pontos de fronteiras são como véus que temos que transpassar, onde se luta um combate entre duas forças antagônicas, entre dois níveis de cultura isso é um combate.

            O Senhor disse que Ele poria inimizade entre a mulher e a serpente e a semente da mulher e a semente da serpente; ou seja; é uma inimizade que está constantemente se repetindo em diferentes níveis. Agora, todas essas jornadas são em níveis; vai se avançando de uma mais atrasada a outra mais adiantada, e vai se avançando, como víamos em forma de caracol; uma escada em forma de caracol, onde as experiências são cíclicas; se repetem de novo, mas em uma posição mais avançada. Vocês se dão conta que entre a parte de dentro e a parte de fora da casa de Deus, há uma fronteira no Átrio; logo entre o Átrio e o Lugar Santo há uma fronteira também; ou seja, há um véu que separa o Átrio do Lugar Santo; logo entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo há outro véu; ou seja, há outra fronteira. Há experiências de fronteira para entrar no Átrio, experiências de fronteira para passar do Átrio ao Lugar Santo, experiências de fronteira para passar do Lugar Santo ao Lugar Santíssimo. A escada de caracol se repete, mas primeiro no nível do Átrio, logo depois em nível do Lugar Santo, e logo depois no nível do Lugar Santíssimo. Agora, vamos nos dar conta disto na jornada na qual estamos entrando hoje, que é Dibom-Gade; e se fixem nesses dois nomes: Dibom é um e Gade é outro. Da parte de Moabe se chama Dibom; da parte de Israel se chama Gade; mas às vezes, prevalecia Moabe e então era Dibom; às vezes prevalecia Israel e então era Gade; por isso é Dibom-Gade. Dibom significa “desfalecimento”. Gade significa “fortuna”. Agora Israel está na fronteira a ponto de entrar e o primeiro passo que dá, ou seja, já da fronteira, começando a entrar na fronteira, chegando ao vale de Zerede, como vamos ver, aí pode ter fortuna ou desfalecer e essa é uma coisa muito interessante. Cada vez que o povo de Deus vai enfrentar um combate e vai ter vitória, existe um sentimento de hesitação: será que vou vencer? Ou será que vou me assustar? Essa hesitação está representada neste ponto de fronteira.

            Então, vamos olhar ali o verso que corresponde em Números 21, que é o verso 12. Números 21:12 se corresponde com Números 33:45. Só que no 21 não dá os nomes, mas pelo contexto, nos damos conta que se refere a Ije-Abarim e a Dibom-Gade. Vou ler desde o verso 11 para ter o contexto. “¹¹Depois partiram de Obote e alojaram-se nos outeiros de Ije-Abarim, no deserto que está defronte de Moabe, ao nascente do sol”. Olhem o mapa. “¹²Dali partiram, (ou seja de Iim, ou Ije-ha- Abarim) e alojaram-se junto ao ribeiro de Zerede”. Quer dizer, que Dibom-Gade fica em um vale; claro que o vale tem uma parte baixa e tem também uma parte alta, e no vale passa o ribeiro de Zerede. O nome “Zerede” tem um significado muito bonito; Zerede quer dizer exuberância, quer dizer abundância; eles haviam estado no deserto, mas agora entram num vale que se chama o vale da exuberância, da abundância. Eles começam a ver uma paisagem diferente do que haviam visto durante todos estes 40 anos no deserto.

            Estive lendo a geografia da Terra Santa de Adam Smith, que é uma das melhores, acerca do vale de Zerede, e ele explica, porque esteve em todos esses lugares, que naquele vale há correntes de águas termais e eram lugares onde os reis, inclusive, iam passar uma espécie de férias e tinham suas férias, tinham seus lugares muito cômodos, havia um ambiente muito agradável e ali descansavam. É como Israel começando a entrar e possuir uma terra de repouso, mas apenas em suas primeiras experiências, em suas hesitações. As primeiras vezes que a pessoa crê, vacila; somente depois que ver que o Senhor é fiel, da próxima vez vacila menos, e depois vê que Deus sim responde à oração e que as pessoas sim, se curam; então a próxima vez tem mais fé de que vão se curar.

Agora sim tem mais fé de que sim vai ouvir. Agora não sei se Deus vai prover. Será que sim? Me atrevo a crer ou não? Quando estava na carne, no velho homem, pois não cria, confiava somente em mim, mas agora tenho que crer no invisível, mas há hesitação: Será que sim? Será que não? Desfaleço ou creio. Quando creio, então se firma minha fé e quando Deus me responde pela fé, se firma muito mais a fé; da próxima vez vou ter mais segurança, mais confiança, e isso já vai se tornando natural. O viver em uma nova geração, no novo homem, tem que ir tornando-se natural, mas há uma experiência de fronteira, uma experiência de combate; ainda não estou acostumado a viver nesse nível, e ainda tenho minhas oscilações; mas às vezes creio, estou firme e desfruto e somos nós possuidores desse vale de Zerede. Mas às vezes nos apartamos de Deus, nossa consciência nos acusa e se nossa consciência nos acusa maior que nosso coração é Deus;[2] então duvidamos que Deus vai nos ouvir; então agora vem os moabitas e tomam o vale; mas se a tua consciência não te acusa, confiança temos em Deus e volta a possuir o vale.

Hesitações na fronteira

            Continuamos lendo Números 21:12: “Dali partiram, e acamparam-se junto ao ribeiro de Zerede”; ou seja, já viram que Deus tem julgado ao inimigo, é a hora na qual temos que crer. O Senhor disse: em meu nome expulsarão demônios; bem, ainda não temos expulsado nenhum, mas já sabemos que Ele o disse. Ele disse: “Todo poder lhes é dado nos céus e na terra, e nenhuma força do inimigo lhes fará dano algum”. Isso nos diz que Deus decidiu usar-nos para expulsar demônios. Bem, já o cremos, mas vamos praticá-lo, e temos vacilações. As primeiras vezes em que se vai expulsar demônios há certa hesitação; depois, quando se vê que os demônios obedecem: Senhor até os demônios se sujeitam a nós em seu nome. Então Ele diz: Não, não se alegrem disso, há uma coisa que vocês devem se alegrar mais: de que seus nomes estão escritos nos céus; como quem diz,  isto não é grande coisa, isto é normal; só que no princípio você está vacilando, está entrando nessa posição, mas não está acostumado, está passando de uma fronteira a outra, porque entrar em Cristo já é entrar no Lugar Santíssimo; mas quando estava no Egito, estava na carne; quando está no deserto, está na alma, e logo quando entra na terra está no Espírito; mas então há fronteiras para passar de um lugar para o outro; há umas experiências fronteiriças e nessas fronteiras às vezes há vacilação.  Às vezes está,  às vezes não está, já sabemos que Deus nos deu esse juízo; já os inimigos são visitados por Deus, foram derrotados; agora nós somos a nova geração, agora nós temos que pôr o pé ali; já o sabemos; a palavra nos foi dita.

            Nossos pais quando estavam na alma e na carne, não creram e vagaram; agora nós somos a nova geração, agora sim nós temos que crer. Claro, já em Ezion-Geber, em Abrona, já havíamos entendido a experiência da vitória sobre os espíritos, mas agora nós precisamos começar a experimentá-lo; o que foi conseguido a nosso favor, o que é teórico e temos crido, agora nos cabe experimentá-lo, e na experiência há certa hesitação; mas na hesitação, às vezes nos vence o temor; às vezes nós vencemos; às vezes desfalecemos: Dibom; às vezes vencemos: fortuna, sorte, Gade, no vale de Zerede.  Essa experiência está também em Deuteronômio 2:13-15. Para ter o contexto, vocês recordam quando vimos na vez passada desde o versículo 8 que foi o que se deu aqui  na ponta do Golfo de Acaba, Eziom-Geber, onde termina para o norte o Mar Vermelho pela língua oriental.  Então começa aqui em Deuteronômio 2:8, desde Eziom-Geber e diz: “Passando, pois, por nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o caminho da planície de Elate ...”. Esta flecha que se vê aqui no mapa é o caminho da Arabá, quando se está indo desde Eziom-Geber até Edom; ou seja, entre o Mar Morto e o Golfo de Acaba, o Mar Vermelho e o Mar Morto; essa via se chama Arabá. Então por isso diz ali: “... desde o caminho da planície de Elate (Arabá) e de Eziom-Geber, nos viramos e passamos o caminho do deserto de Moabe.”; então tomaram aqui, vocês podem ver, todo o caminho da Arabá e logo passaram para o deserto de Moabe, pelo oriente. Então o SENHOR me disse: (isso foi na vez passada em Ije-Abarim) Não molestes aos de Moabe, e não contendas com eles em peleja,...”; eles são teus primos. Os moabitas eram descendentes de Ló; só que, ponham atenção a isto, no tempo que Israel chegou ali, os moabitas haviam sido vencidos pelos amorreus, desde a capital Hesbom; Hesbom fica aqui em cima, no lugar dos amorreus. Aqui era a sede de Siom rei de Hesbom, e o limite da influência de Siom rei de Hesbom era precisamente aqui em Dibom-Gade. Dibom-Gade era o último lugar da esfera do príncipe de Siom de Hesbom. De modo que Israel ao entrar em Dibom-Gade, está entrando no círculo de influência deste príncipe, desse principado. Cada vez que se cruza uma fronteira se enfrenta uma nova influência, um novo príncipe.

Deus não nos faz enfrentar todos os príncipes de uma só vez, senão que primeiro enfrentamos duendezinhos e logo diabinhos e logo diabos e logo diabos gordos, príncipes; cada vez a luta é com espíritos mais fortes.

            Observem um detalhe: depois a guerra vai ser com Siom, rei de Hesbom, mas o limite de influência de Siom rei de Hesbom é Dibom. Siom rei de Hesbom tinha influencia ou havia conquistado o território de Moabe e o último círculo da influência de Hesbom era Dibom; ou seja, Dibom fica perto de um ribeiro. Aqui no mapa vocês veem dois ribeiros: um é o de Zerede e o outro é o de Arnon. Então eles cruzaram primeiro o de Zerede e logo o de Arnon; aí nesse lugar, nesse intermédio, aí ficava Dibom-Gade. Dibom-Gade era uma cidade que estava sob a influência de Siom rei de Hesbom, mas a nível de fronteira. Então primeiro o Senhor faz ter a vitória no nível de fronteira; primeiro começamos a vencer um principado que está exercendo uma influência em uma determinada região, mas não chegamos primeiro na capital, senão que chegamos primeiro na fronteira.

Fronteira entre a alma e o espírito

            Por exemplo, vamos olhar a África. Na África, alguns países, como por exemplo, Quênia, e vindo da Quênia para o centro da África, e logo Nigéria e logo os países do Golfo da Guiné, são de influência cristã, mas os países que estão sobre eles como Níger, Mauritânia, Mali, são de influência mulçumana; então existe no fundo dos países do norte do golfo da Guiné, ao fundo, ao norte, unido com o sul, os países de influência mulçumana; e ao norte dos países do sul a influência é cristã; então na fronteira existe influência cristã e influência mulçumana; se são fieis, eles prevalecem, mas se o povo de Deus é infiel, Deus permite que os outros avancem. Foi o que aconteceu com a igreja em Éfeso; se a igreja em Éfeso fosse fiel, o candeeiro não seria tirado, mas se não fosse fiel, o candeeiro seria tirado. Agora, como o cristianismo vai estender-se? Vai ser difícil que uns missionários vão diretamente à Meca, mas se não podem chegar a Meca ainda, podem treinar no combate nessas regiões fronteiriças, de cultura fronteiriça, de principados diferentes, mas onde a influência ainda não é forte.

            Dibom-Gade tinha uma influência de Siom rei de Hesbom, mas não era a capital; a capital era em Hesbom, mas a influência ainda se dava em Dibom-Gade. Mas agora a vez coube a Israel, mas não foi diretamente a capital, senão que começou a vaguear pela fronteira; às vezes nós pensamos que já podemos ir pôr a guarnição em plena capital do inimigo, mas ainda não estamos treinados; então Deus nos treina nos lugares de fronteira, nesses lugares de influência diferente, de choque intercultural por espíritos diferentes; então essa é a posição de Dibom-Gade; aí é um lugar de fronteira, uma experiência de fronteira, mas não de fronteira para passar da carne para a alma, senão da alma ao espírito. Porque é no Espírito onde temos a vitória de Cristo sobre os inimigos, não na alma, não no eu.

            Então as experiências para sair da carne e passar a uma transformação da alma, foram todas essas jornadas que vimos no deserto; mas agora já estamos a ponto de tomar possessão da terra e estamos na fronteira, ou seja, o véu que separa o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, a alma do espírito; a vida natural da vida espiritual. Quando estamos no natural desfalecemos, se estamos no espiritual temos fortuna, felicidade, que é o que significa Gade. Então em Deuteronômio, o que diz o capítulo 2:9 corresponde, como líamos na vez passada, ao que o Senhor lhes havia dito ali em Ije-Abarim, na fronteira de Moabe: Não molestes a Moabe; e ali é quando fala daqueles gigantes e o líamos até o verso 12. Agora chegamos ao verso 13, que é quando se passa de Ije-Abarim para Dibom-Gade que fica no vale de Zerede, como acabamos de ler em Números 21. Agora em Deuteronômio 2:13, diz Deus: “¹³Levantai-vos agora,...”; já, levantai-vos; ou seja, é hora de enfrentar isto. Antes estávamos confortáveis aqui; muito bonito contemplar, muito bonito saber que os demônios foram vencidos, que o Senhor nos deu autoridade sobre os demônios; muito bonito saber isso.

            Mas bem, agora, pela primeira vez confirma-o; pela segunda vez, pela terceira vez; começo a experimentá-lo. “Levantai-vos agora, e passai o ribeiro de Zerede ...”; ou seja, passai à abundância, começai a experimentar a abundância, a exuberância. E diz: “... Assim passamos o ribeiro de Zerede”. Que maravilha! E qual foi a experiência ali? Observem que agora é nova criação; “¹E os dias que caminhamos, desde Cades-Barnéia ...”. Olhem a diferença do que é agora o vale de Zerede e o que era o deserto: “E os dias que caminhamos, desde Cades-Barnéia até que passamos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos,...”. Um ano desde Ramessés, um ano, digamos, até o Sinai; logo outro ano no Sinai e logo em uns dias foram aproximando-se até Cades; ou seja, entre o segundo e o terceiro ano foi quando eles chegaram a Cades e não creram, e por não crer tiveram que vagar e vagar. Agora eles voltaram a Cades, para preparar-se, para fazer a mudança de geração, da velha criação à nova criação, do velho homem ao novo homem; então está fazendo o contraste. “E os dias que caminhamos, desde Cades-Barnéia até que passamos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu do meio do arraial, como o SENHOR lhes jurara. ¹Assim também foi contra eles a mão do SENHOR, para os destruir do meio do arraial até os haver consumido”. Todavia até o vale de Zerede havia alguns sobreviventes da velha criação; não morreram todos de uma vez; à medida que iam aprendendo as lições iam morrendo os velhos e iam se fortalecendo os novos. Agora quando chegaram ao vale de Zerede, já passaram a fronteira, agora diretamente cruzaram o ribeiro, agora todos os da velha geração já se acabaram, até os últimos; agora todos são a nova; claro que ainda estão Josué, Calebe e Moisés, mas o resto agora são novos, já não está Arão, agora está Eleazar. Então por isso diz: “Assim também foi contra eles a mão do SENHOR, para os destruir do meio do arraial até os haver consumido”.

            Logo desde o verso 18 corresponde depois a experiência seguinte, onde Jeová volta e diz: “Hoje passarás a Ar, pelos termos de Moabe”, que já é outro ribeiro. Um primeiro ribeiro é no vale de Zerede, o outro é no vale de Arnon; então uma experiência é a experiência de Dibom-Gade no vale de Zerede, a próxima experiência no ribeiro de Arnon é a experiência de Almom-Diblataim que temos que ver, se Deus permitir, da próxima vez. Agora chegamos até o verso 15, porque do verso 16 em diante corresponde ao Almom-Diblataim. Até aqui corresponde ao vale de Zerede, ou seja, Dibom-Gade.

Refúgio na fidelidade

            Irmãos, aqui se chama Dibom-Gade, não é Dibom só, nem Gade só. Olhemos o que diz Números 32:34: “E os filhos de Gade edificaram a Dibom, e Atarote, e Aroer;”. Aí vemos uma série de cidades; quer dizer, quando eles entraram e depois possuíram, e destruíram a influência que havia e edificaram uma nova e depois essa região foi dada justamente aos filhos de Gade. A Transjordânia foi dada aos filhos de Rúben, aos filhos de Gade e aos filhos de Manassés, depois de haver vencido os príncipes que havia nesse lado. Primeiro tiveram que vencer esses príncipes para então herdar. Mas observem que Gade foi o primeiro que começou a receber isto. Gade foi o primeiro filho de Zilpa, a Serva de Leia; então eles foram os que herdaram essas primeira parte; estava Raquel e Leia e Bila, serva de Raquel e Zilpa de Leia. Os filhos de Leia são seis, os filhos de Raquel são dois, os filhos de Bila e os filhos de Zilpa dois, e uma filha: Diná, de Leia. Agora Gade é o primeiro filho de Zilpa, serva de Leia. Quando Leia havia parado de dar a luz filhos e como já estava avançando Raquel por meio de sua serva, então Leia não quis ficar para trás e também lhe deu sua serva, e aí foi onde nasceu Gade. Então Gade é o primeiro filho de Zilpa; por isso se chama Gade, mas era a antiga Dibom.         Esse lugar, como vocês vão ver, é um lugar que está escolhido por Deus para refúgio de seu povo. Vamos ver uns versículos; só que se há infidelidade esse refúgio se perde; quando eles lutaram com Josué, então eventualmente Gade herdou Moabe; a essa região, Gade herdou; depois veio aquele Otoniel que foi aquele irmão menor de Calebe, que tinha o mesmo espírito de Calebe e também dominaram todas aquelas terras; mas quando morreu Otoniel no livro de Juízes, então começaram os israelitas a desfalecer; então Gade passou a ser Dibom e Dibom-Gade passou a ser Eglom de Moabe. Os moabitas, aquele rei de Moabe chamado Eglom, veio e tomou essa região e colocou sua capital em Dibom; Dibom chegou a ser capital de Moabe. Quando eram de Gade chegou a ser depois de Eglom; por muitos anos; isso diz o livro de Juízes desde 3:12. Vamos lê-lo: “Porém os filhos de Israel tonaram a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR; então o SENHOR fortaleceu a Eglom, rei dos Moabitas, contra Israel; porquanto fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR”. Então depois vem a história: clamam ao Senhor, se arrependem, então Deus levanta a Eúde e Eúde vem e matou a Eglom e libertou outra vez a Moabe da mão de Eglom, e passou a ser outra vez dos israelitas. Mas depois voltaram a fazer o mal outra vez, se apartaram e voltaram a perder essa posição de fortuna, de benção, de apoio e começam a desfalecer.

            Logo no tempo de Davi, em 2 Samuel 8:2, olhem o que faz Davi: “Também derrotou os moabitas, e os mediu com cordel,...”. Sabem para que isso? Para que fosse aplicado o juízo aos que eram pertencentes aos gigantes. “... e os mediu com cordel, fazendo-os deitar por terra; e os mediu com dois cordéis para os matar, e com um cordel inteiro para os deixar com vida. Ficaram assim com os moabitas por servos de Davi, pagando-lhe tributos”. Davi foi fiel ao Senhor, então o Senhor concedeu aplicar o juízo aos gigantes em Moabe. Às vezes desfaleciam por apartar-se de Deus e Deus mesmo dava oportunidade aos inimigos de incomodar-lhes; mas depois se arrependiam, clamavam ao Senhor, o Senhor tinha misericórdia e voltavam a vencer e passavam do desfalecimento a fé, à experiência. Mas depois voltavam a apartar-se; essa é uma experiência de fronteira. É verdade que às vezes andamos no Espírito e às vezes andamos na carne?  É verdade que às vezes andamos no natural e andamos afundados, andamos oprimidos, até que gememos ao Senhor, pedimos misericórdia e o Senhor nos põe outra vez no Espírito e passamos à experiência do Espírito?

            Observem um detalhe. O véu que havia entre o Lugar Santíssimo e o Lugar Santo, diante do véu na parte do Lugar Santo, estava o altar de ouro e o incensário; no entanto, quando você vê o incensário mencionado em Hebreus 9, ali diz que o incensário pertencia ao Lugar Santíssimo; no entanto, a base era no Lugar Santo, mas o sumo sacerdote tomava o incensário, começava no Lugar Santo e introduzia o incensário do Lugar Santo ao Lugar Santíssimo, e no Lugar Santíssimo incensava; por isso é que em Hebreus 9, aparece como se fosse um instrumento do Lugar Santíssimo e não do Lugar Santo. Por quê? Porque realmente o sacerdote o tomava no Lugar Santo, mas passava ao Santíssimo. O Lugar Santo representa a alma. Nós às vezes estamos na alma e começamos a orar tristes, afligidos, atormentados, desfalecidos, mas começamos a preparar o incensário no Lugar Santo; mas logo quando estamos orando entramos no Espírito e entramos com o incensário no Lugar Santíssimo e começamos a incensar a Arca de Deus no Lugar Santíssimo; ou seja, através da oração, da invocação, da dependência, saímos do eu, do ego, do natural e passamos ao espiritual; estamos nessa fronteira, passando da alma ao espírito, do Lugar Santo ao Santíssimo, de Dibom (desfalecimento) a Gade (fortuna, felicidade, boa sorte, bem aventurado); isso é o que quer dizer Gade. Passamos do desfalecimento á bem aventurança quando por oração, por dependência, por humilhação, por buscar ao Senhor, saímos de nós mesmos e passamos ao Santíssimo; da alma ao Santíssimo; seguimos a alma em nossa experiência natural, e estamos em desfalecimento; nos arrependemos, invocamos como aquele sacerdócio, preparamos o incensário e cruzamos a fronteira e começamos a desfrutar do gozo, da alegria, da fé. Agora sim somos capazes de invocar, de repreender, de pedir, de crer; agora sim somos capazes; mas Deus não quer que estejamos sempre nesse vai e vem, nessa indecisão, senão que entremos definitivamente a possuir.

Profecias sobre Moabe

            Então nos damos conta que Davi, em 2 Samuel 8:2, derrotou também aos de Moabe, e os mediu com cordel, e aos que mediam mais de duas medidas eram gigantes; ou seja, aí voltaram outra vez a vencer. Depois sabem o quê? Nos tempos de Acabe, tornaram outra vez a desfalecer; uma experiência de fronteira. Agora qual é o destino que Deus quer que represente essa terra de Moabe e as outras que estão com Ele na Transjordânia? Um lugar de refúgio, isso é o que significa essa região, um lugar de refúgio.

            Olhem comigo; vamos ver primeiro em Jeremias 48:18, que tem as profecias acerca de Moabe. Desde o verso 1 começam as profecias de Deus pelo profeta Jeremias acerca de Moabe; não vou ler todas as profecias de Moabe, mas vou ler a do verso 18. Deus está dizendo a Moabe: “¹Desce da tua glória, e assenta-te em terra seca, ó moradora, filha de Dibom; porque o destruidor de Moabe subiu contra ti, e desfez as tuas fortalezas”. E os versos 21 e 22 dizem: “²¹Também o julgamento veio sobre a terra da campina; sobre Holom, sobre Jaza, sobre Mefaate, ²²Sobre Dibom, sobre Nebo, sobre Bete-Diblataim”. São justamente estas localidades destas jornadas que temos por diante desde hoje: Dibom-Gade, Almom-Diblataim e montes de Abarim onde estava Nebo, cujo principal pico era Pisga.

            Então observem que Deus aplica o juízo a Moabe. Moabe era o que estava assentado em Dibom, mas depois lhe põe destruidor, lhe diz: Desce da glória, porque é que justamente, observem o que diz apocalipse 12; quando os santos venceram o acusador, foi lançado fora o grande dragão, a antiga serpente; foi jogado fora, mas onde estava? No céu; ele se apresentava diante de Deus para acusar-nos e nos mantinha sob acusação e enquanto estamos sob acusação estamos em Dibom, nós estamos desfalecidos porque o outro está assentado sobre nós acusando-nos. Quando nos arrependemos e andamos no Espírito, vencemos o acusador; então ele tem que descer dos lugares celestiais; tem que cair. Então o que se diz ao de Moabe? “Desce da tua glória,...”, aqui não se diz isto a Israel, senão ao príncipe de Moabe: “... e assenta-te em terra seca, ó moradora, filha de Dibom; porque o destruidor de Moabe subiu contra ti, e desfez as tuas fortalezas”. E logo segue falando tudo isso nesse contexto e no verso 22 volta a mencionar juízo sobre Dibom, sobre Nebo, sobre Bete-Diblataim; ou seja, o juízo de Deus vai sendo aplicado; na medida em que o povo de Deus vai avançando, os demônios vão caindo. Satanás não pode acusar-te mais porque já não se achou lugar para ele no céu. “Desce da tua glória,...”, tu te exaltaste, mas agora olha a quem Eu exalto, ao povo que se humilhou,  a ele Eu exalto, e tu que te exaltaste tens que ser julgado por uma criatura que era inferior a ti, mas creu em mim, se humilhou, se submeteu; agora a eles lhes dou o reino. Por isso diz: os poderes do século vindouro são do povo de Deus; não sujeitou aos anjos os séculos vindouros, senão que a semente de Abraão; ou seja, nós, os crentes em Cristo, que somos a semente espiritual de Abraão.

            Agora vamos a Isaías capítulo 15 e vamos comparar Isaías capítulos 15 e 16 com Daniel capítulo 11. Vamos ter abertos os dois livros, à mão, para comparar e ver o destino dessa região no histórico, no escatológico e no espiritual, que se relacionam. O histórico o estamos vendo; o escatológico é o que está profetizado para essa região, e isso tem também um significado espiritual porque diz que as jornadas de Israel lhes aconteceram como exemplo e estão escritas para nós que alcançamos os fins dos séculos; ou seja, PARA A IGREJA. Tem uma aplicação espiritual para a igreja as jornadas de Israel. Segundo, há uma profecia escatológica porque houve uma história; a história serviu de tipo para a profecia e para revelar os valores espirituais e os princípios espirituais; ou seja, há um sentido gramático-histórico, um sentido profético-alegórico e um sentido axiológico de princípios, e aqui se revelam os princípios; essa é uma lição espiritual. Há profecia, isso é escatologia; e há história; mas uma história que projeta uma tipologia. Então isso é uma interpretação alegórica. Temos que ver as três: a histórica, a alegórica e a axiológica, que é dos princípios, e a escatológica. Temos Daniel 11 e temos Isaías 15 e 16. Vamos começar em Daniel, porque estas coisa se escreveram para nós que temos alcançado os finais dos tempos.

 

Profecia escatológica   

            Vamos ver uma profecia escatológica acerca desta região; como Deus reservou a Transjordânia, o que hoje em dia é a Jordânia, como lugar de escape para seu povo. O Senhor disse aos cristãos primitivos: quando virem Jerusalém rodeada de exércitos, foge dela; eles fugiram e aonde foram? Foram-se justamente a Pela, que é uma cidade desta região da Transjordânia; e enquanto Tito, o filho de Vespasiano, fazia juízo contra Israel por haver rejeitado ao Messias, no ano 70 que tomaram Jerusalém, os cristãos fugiram e se refugiaram precisamente nesta região. Esta região está destinada como refúgio ao povo de Deus. Por isso é que Israel se refugiou ali e por isso é que os cristãos no ano 70 se refugiaram ali, e por isso é que para o tempo do anticristo vai haver escape para o povo de Deus. Vamos ver essa profecia, porque o que hoje é Jordânia é o que antes era Edom, Moabe e Amon. A Transjordânia é hoje o país da Jordânia. Vamos, pois, ver a profecia para ver como esse lugar está destinado da parte de Deus para refúgio. Observem que em Daniel 11, desde o versículo 31, aparece o momento do anticristo; ou seja, no versículo 31 é onde é revelado o anticristo. Sigam por favor sua Bíblia. Daniel 11 desde o 31 é a revelação do anticristo, a abominação da desolação de que falou o Senhor Jesus. Diz: “³¹Dele sairão forças (daquele príncipe vil do que vinha falando; de um vil que era o anticristo) que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o sacrifício contínuo, estabelecendo a abominação desoladora”.

            Isto foi o que fez Antioco Epifanes na tipologia; isto foi o que fez depois de Pompeu, também em tipologia; o que fez Tito em tipologia. Mas o Senhor Jesus segue nos falando para o futuro; ou seja, que aqueles cumprimentos foram cumprimentos tipológicos, mas o cumprimento final é com o anticristo. A abominação desoladora final é com o anticristo. Então diz:

            “³²E aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas. ³³E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo por muitos dias. ³E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas. ³E alguns dos entendidos cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado”.

            Isso quer dizer que durante o governo do anticristo haverá perseguição dos santos, como o diz em várias profecias, como por exemplo, Apocalipse 13 e outras. Agora fala do anticristo, o verso 36: “E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; (que se consuma com sete taças) porque aquilo que está determinado será feito”. Com a força de quem reinará essa besta? Diz que do dragão; o dragão deu seu poder a besta. Por isso diz aqui: “³E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá. ³Mas em seu lugar honrará a um deus das fortalezas; (esse é o dragão) e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis. ³Com o auxilio de um deus estranho (esse é belzebu, esse é satanás) agirá contra as poderosas fortalezas; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço”. Isso é o reino do anticristo, a besta.  Mas o que acontecerá no hemisfério sul? Que acontecerá no terceiro mundo? Que acontecerá com os alinhados? Que acontecerá com os mulçumanos? E por que agora o presidente da Venezuela está tão interessado em visitar aos xeiques árabes e a OPEP? O que está acontecendo no sul? O seguinte verso 40: “E, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele,...”; quer dizer, que o hemisfério sul oferecerá resistência contra o sistema ou regime do anticristo. Os mulçumanos não vão querer submeter-se e nem os países do terceiro mundo; ainda que haverá traidores entre a oligarquia, porque de toda tribo, povo, língua e nação adorarão a besta e à sua imagem; no entanto, o hemisfério sul oferecerá resistência, ainda que seja clandestina; por isso diz: “... o rei do sul lutará com ele, e o rei do norte (Gogue e Magogue, Rússia), se levantará contra eles com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nas suas terras e as inundará, e passará. ¹E entrará na terra gloriosa, (essa é a invasão de Gogue que está profetizada em Ezequiel 38 e 39) e muitos países cairão, (mas olhem isto) mas da sua mão escaparão estes: (quais?) Edom e Moabe, e os chefes dos filhos de Amom.”; quer dizer, o que hoje é a Transjordânia, escapará da invasão do norte e ou do anticristo; voltaram a ser refúgio, como estavam destinadas para sê-lo. Deus tem refúgio para seu povo, e segue dizendo o outro:

            ²E estenderá a sua mão contra os países, e a terra do Egito não escapará. (Esse país não escapará. Transjordânia escapará, mas o Egito não escapará) ³E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; e os líbios e os etíopes o seguirão. ⁴⁴Mas os rumores do oriente (ou seja, China, os países do extremo oriente) e do norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos. ⁴⁵E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande (ou seja, o Mediterrâneo, o Tiberías e o Mar Morto; quer dizer, Israel) e o monte santo e glorioso; (que é o monte de Sião, ou seja, Israel) mas chegará o seu fim, e não haverá quem o socorra”. Então esse é o contexto do Armagedom e da grande tribulação, e no entanto, vocês veem que Deus faz com que os da Transjordânia escapem. Isso mesmo está em Isaías capítulos 15 e 16.

Refúgio do povo de Deus

            Vamos ler Isaías 15, que é curto, e os primeiros versos do 16, para ver como esta região é uma região destinada ao refúgio do povo de Deus, se o povo de Deus é fiel; sempre há esse princípio. Deus sempre dará refúgio se seu povo é fiel. Diz que a serpente abrirá sua boca e lançará água como um rio para derrotar a semente e a mulher, mas diz que a terra abrirá sua boca e diz também que vão ser dadas à mulher asas de grande águia para que escape para o deserto onde tem lugar preparado por Deus para que ali a sustente durante três anos e meio.[3] Então esse princípio de refúgio é quando há fidelidade; se não há fidelidade há desfalecimento; se há fidelidade há bem aventurança, há Gade; já não é Dibom senão Gade. Então, irmãos, que nossa palavra chave seja Gade e não Dibom. Leiamos, pois, os capítulos 15 e 16 de Isaías, que são profecias acerca de Moabe.

            Leiamos os primeiros versos: “¹Peso de Moabe. Certamente numa noite foi destruída Ar de Moabe, e foi desfeita; certamente numa noite foi destruída Quir de Moabe e foi desfeita. ²Vai subindo a Bajite, e a Dibom, (quer dizer, que Dibom está em Moabe. Estamos vendo Dibom-Gade; está em Moabe) aos lugares altos, para chorar; por Nebo (que fica no monte Abarim; estamos quase chegando ali) e por Medeba clamará Moabe; todas as cabeças ficarão calvas, e toda a barba será rapada. ³Cingiram-se de sacos nas suas ruas; nos seus terraços e nas suas praças todos andam gritando, e choram abundantemente. Assim Hesbom como Eleale, andam gritando; até Jaaz se ouve a sua voz; por isso os armados de Moabe clamam; a sua alma lhe será penosa. O meu coração clama por causa de Moabe; Os seus fugitivos foram até Zoar, como uma novilha de três anos; porque vão chorando pela subida de Luíte, porque no caminho de Horonaim levantam um lastimoso pranto. Porque as águas de Ninrim serão pura assolação; porque já secou o feno, acabou a erva, e não haverá verdura alguma. (ou seja, para Moabe há juízo) Por isso a abundância que ajuntaram, e o que guardaram, o ribeiro dos salgueiros o levarão. Porque o pranto rodeará aos limites de Moabe; até Eglaim chegará o seu clamor, e ainda até Beer-Elim chegará o seu lamento. Porquanto as águas de Dimom estão cheias de sangue, porque ainda acrescentarei mais a Dimom; leões contra aqueles que escaparem de Moabe e contra o restante da terra”. Bem, isso é quanto a Moabe, mas, e quanto ao povo de Deus?

            Então sigamos lendo o 16: “¹Enviai o cordeiro ao governador da terra, desde Sela, no deserto, até ao monte da filha de Sião. ²De outro modo sucederá que serão as filhas de Moabe junto aos vaus de Arnon (que é o próximo ribeiro que tem que cruzar para Almom-Diblataim) como pássaro vagueante, lançado fora do ninho. ³Toma conselho, (observem no que Deus diz a Moabe) executa juízo, põe a tua sombra no pino do meio-dia como a noite; esconde os desterrados, e não descubra os fugitivos. Habitem contigo os meus desterrados, ó Moabe; serve-lhes de refúgio perante a face do destruidor; porque o homem violento terá fim; a destruição é desfeita, e os perversos são consumidos sobre a terra. Porque o trono se firmará em benignidade, e sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, e busque o juízo e se apresse em fazer justiça”.

            Esse é o Messias. Se dão conta? Que para a segunda vinda de Cristo, em pleno problema de Armagedom, Moabe será julgada, mas servirá de sombra, de refúgio, de protetor para os desterrados que vão refugiar-se justamente nesse lugar. Como concorda com o que dizia em Daniel, que estas províncias escaparão da mão daquele que vem do norte e/ ou do anticristo: Edom, Moabe e a maioria dos filhos de Amom; ou seja, a Transjordânia, do Jordão ao oriente; quer dizer precisamente esta região. E o mesmo diz aqui Isaías: Dibom, desça da glória; o que está governando Dibom, porque agora tem que ser outro.

            Irmãos, quando a Igreja é fiel se firma no Espírito, tem bem aventurança e tem refúgio; quando está em desfalecimento, voltam a tomar forças os demais. Vocês recordam? E termino com isto, a visão que o Senhor deu ao irmão Rick Joyner. Diz que na luta com os demônios, quando os irmãos cresciam, os demônios se apequenavam; quando os irmãos temiam, os demônios se engrandeciam. Nas fronteiras sempre há essa luta entre o desfalecimento e a bem aventurança. Este é o véu que tem que atravessar desde o Lugar Santo, que é a alma, ao Lugar Santíssimo, que é o espírito. A vitória está no Espírito, o desfalecimento está na alma. Se andamos em Cristo, andamos no Espírito e temos bem aventurança. Irmãos esta é a lição de Dibom-Gade; melhor que sejamos de Gade do que de Dibom. Amém.

 

 



[1] Ensino à igreja na localidade de Teusaquillo, Bogotá D. C., Colômbia, 1 de junho de 2001.

 

[2] Referência a 1 João 3:20-21   

 

[3] Referência a Apocalipse 12:13-17

 

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