MONTE DE HOR [1]
“E partiram de Cades, e acamparam-se
no Monte Hor, no fim da terra de
Edom” .
Números 33:37
O verdadeiro avanço é um juízo na
carne
Vamos dar continuidade com a série de O Livro
das Jornadas e vamos a Números 33: 37-40: “³⁷E
partiram de Cades, e acamparam-se no monte Hor, no fim da terra de Edom.
³⁸Então Arão, o sacerdote, subiu ao monte Hor, conforme ao mandato do SENHOR; e
morreu ali no quinto mês do ano quadragésimo da saída dos filhos de Israel da
terra do Egito, no primeiro dia do mês. ³⁹E era Arão da idade de cento e vinte
e três anos, quando morreu no monte Hor. ⁴⁰E ouviu o cananeu, rei de Harade,
que habitava no sul da terra de Canaã, que chegavam os filhos de Israel”.
Até aí é a jornada do monte de Hor. Em Deuteronômio 10:6 também se refere ao
mesmo. “⁶... a Moserá; ali faleceu Arão,
e ali foi sepultado, e Eleazar, seu filho, administrou o sacerdócio em seu
lugar”. Irmãos amados, esta jornada que estaremos considerando no dia de hoje
,é uma jornada bastante séria; é séria porque Deus é sério; Deus é sério porque
Deus é santo. Devemos conhecer ao Senhor em Sua seriedade e em Sua santidade, e assim
nós seremos sóbrios. Sempre que perdemos a sobriedade e a
seriedade, de alguma maneira afetamos a santidade do Senhor. Se vocês
observam o versículo 38, vocês podem ver que aparece um numeral específico: “... e morreu ali Arão no quinto mês do ano
quadragésimo da saída dos filhos de Israel da terra do Egito,...”. Este
número 40 era o número de juízo. Eles haviam percorrido por quarenta dias a boa
terra, desde Cades; desde Ritma no deserto de Cades, haviam enviado os espias;
mas temeram, foram incrédulos a Deus, protestaram contra o Senhor e o Senhor
por cada dia lhes fez vagar um ano pelo deserto. Quando se completaram esses
quarenta anos o juízo do Senhor veio e inclusive sobre Arão. Irmãos, Deus é
misericordioso, Deus é paciente, Deus é longânimo, Deus sabe esperar, mas
também sabe atuar, e a lição que aprendemos hoje aqui nesta passagem e em
Números 20:1, é uma lição de seriedade; temos que caminhar em seriedade com
Deus.
Vamos ver a descrição desta jornada no
capítulo 20 de Números. O que diz em Número 33: 37-40, está mais desenvolvido
em Números 20:22 até o capítulo 21:3; são dois textos correspondentes. Vamos,
então, fazer o seguimento mais lento desta passagem e recordemo-nos que esta
passagem está dentro de um contexto maior, e é o contexto maior o que ressalta
as lições da passagem de hoje. “²²Então
partiram de Cades; e os filhos de Israel, ...”. Que interessante! Esta
partida de Cades é um avanço do povo; esta vez sim foi um avanço; a vez passada
quando chegaram a Ritma no deserto de Cades, eles não avançaram, eles
retrocederam, e aqui em contra partida nesse mesmo deserto de Cades, eles
avançam, mas notem que eles avançam por um caminho estreito, eles avançam
através do juízo do Senhor na carne. O verdadeiro avanço é um juízo na carne, é
um juízo ao pecado, é um juízo ao que é meramente adâmico e ao que é meramente
natural. Digamos que o verdadeiro avanço é um juízo à velha criação; só se pode
avançar na nova criação. Esses dois aspectos: (a) o juízo à velha
criação, aparece aqui aos quarenta anos, e aparece também resumido na morte de
Arão; (b) mas também o avanço no novo homem, aparece na vitória de Horma, no
capítulo 21, quando o rei de Harade se opôs a eles em Moserá, que significa
prisões, porque ali vários foram tomados prisioneiros. O avanço é, pois, o novo
homem, e se revela na vitória de Horma que vamos ler. Vocês recordam que antes
neste mesmo Cades e nesta mesma Horma houve uma derrota. O Senhor já havia
conduzido Seu povo até certo ponto; mas Seu povo não avançou e não avançaria
até não julgar o que corresponde ao velho homem, o que corresponde a velha
criação, o que corresponde ao adâmico; somente no novo homem, somente em
Cristo, somente a nova geração, já libertada do pecado da velha criação pode
realmente avançar em direção a terra prometida, que representa a plenitude de
Cristo; mas é precioso poder ler essa palavra: “Então partiram de Cades; ...”. Aqui há muita misericórdia, ainda
no meio do juízo. Deus faz juízo, e sem restrições diz um versículo que em Seu
juízo triunfa a Sua misericórdia. (Tg 2:13) Às vezes o Senhor tem que derrubar
a árvore, mas deixa a raiz, e a árvore volta a brotar e volta a crescer mais
bonita do que antes. O juízo é para purificar, o juízo não é para
destruir; o juízo é como uma poda; ninguém poda uma árvore para destruí-la,
senão para fazê-la mais bonita; assim a poda do deserto é para fazê-lo mais
belo.
Depois da velha geração que representa o
adâmico, a nova geração encaminhou-se mais além do que a velha pode
encaminhar-se; a velha chegou até Cades e retrocedeu; a nova avança desde
Cades, depois do juízo da carne. As coisas do Senhor avançam. “Então partiram de Cades; ...”. Que
precioso que o Senhor volta e nos trás de novo a uma situação na que havíamos
sido derrotados para agora vencer essa mesma situação; mas a situação só pode
ser vencida se o pecado for julgado, se não houve uma substituição do velho
homem pelo novo homem, Adão por Cristo, não há avanço; e a palavra nos mostra que
sim, há um avanço em Cristo. “²²Então
partiram de Cades; e os filhos de Israel, toda a congregação, chegaram ao monte
Hor”. O monte Hor era onde se representava o juízo, e logo em Horma, ali
com o rei de Harade; representa-se a vitória no mesmo lugar onde antes houve
uma derrota; o verdadeiro avanço é vencer onde fomos derrotados.
A morte de Arão
“²³E falou o
SENHOR a Moisés e a Arão no monte Hor, nos termos da terra de Edom, dizendo”. Nos damos conta que é um lugar chave, um
lugar fronteiriço, um lugar de verdadeiro avanço, e o que foi que falou Jeová?
Falou dizendo: “²⁴Arão será recolhido a
seu povo, porque não entrará na terra que tenho dado aos filhos de Israel, (e
explica porque) porquanto rebeldes fostes
à minha ordem, nas águas de Meribá”. Aqui Deus está falando a Moisés e a
Arão. Não há registro de outra falha de Moisés. De Arão há mais registros, mas
de Moisés não há registro de outra falha, mas esta falha de Moisés haveria de ser
julgada de uma maneira séria, porque Moisés recebeu muito. Ao que muito é dado,
muito será cobrado. Moisés foi posto em um lugar privilegiado, Moisés
praticamente devia representar ao Senhor; não era a ele mesmo. Quando as
pessoas ouviam o que Moisés falava, sabiam que não era Moisés, sabiam que era
Deus falando por meio de Moisés; portanto Moisés devia ter tido o cuidado de
não falar algo diferente ao que Deus falava.
Essa é a responsabilidade séria da
autoridade espiritual. A autoridade espiritual não pode falar por si mesmo; a
autoridade espiritual deve representar ao Senhor, e se o representa mal e não
reconhece que houve uma má representação. Obriga Deus a vindicar-se e dizer: Este foi
Moisés, este não foi Eu. Até aqui Moisés havia me representado bem, mas
agora vocês vão pensar que Eu também me irrito igual a Moisés, que Eu também
duvido como Moisés, que Eu bato na rocha duas vezes como Moisés; e nisso Deus
não se sentiu representado. Se Moisés tivesse feito as coisas corretas, Deus
não teria necessidade de intervir; mas o povo estava vendo Moisés e
reconhecendo em Moisés a obra de Deus; portanto requeria-se de maneira
estrita que Moisés e Arão fossem fiéis. Aqui Moisés não protesta, vamos ler.
Moisés não diz: Senhor, mas foi a única falha, não; Moisés não está interessado
nele mesmo, ele está interessado que Deus seja conhecido; ele está interessado
na santidade de Deus; ele não está interessado em sua própria pessoa; ele
prefere que Deus seja santificado e não ele; ele prefere levar sobre si o juízo
de Deus para que Deus seja conhecido como santo e não fazer passar o impuro
como se fosse algo leviano ou trivial. É delicado ser posto por Deus em uma
posição representativa de autoridade. Todos os filhos de Deus tem uma medida representativa
de autoridade. Quando o sal se faz insípido, diz o Senhor Jesus, já não
serve para mais nada senão para ser pisoteado e ser pisado pelos homens. Não
devemos representar mal ao Senhor, e se em algo o representamos mal,
imediatamente devemos dizer: fui eu, isto foi mau, isto fui eu, aqui há um
equívoco meu, me equivoquei, o reconheço, me retrato; não seja o caso de que
Deus tenha que nos envergonhar para santificar-se.
O que o Senhor lhes havia dito no
capítulo anterior como vocês o podem ver, é: por que não me santificastes? O que
é santificar ao Senhor? Santificar ao Senhor é mostrar que Ele é santo, que Ele
é puro, separá-lo do comum, do imundo, não fazer crer que o Senhor é como nós
somos. Irmãos, nós os cristãos levamos um nome mui excelso, e não devemos
fazer que esse nome seja vituperado por causa de uma má representação; não
devemos fazer com que o nome de cristãos não caiba em nós. Aqui diz “Arão será recolhido a seu povo, ...”.
Essa é uma maneira de dizer: sua vida na terra com os companheiros da terra
acabou; agora começa a viver com os que já partiram antes; será reunido a seu
povo, morrerá, se ajuntará com seus avós, com Miriã que já havia morrido, com
seu povo que já havia partido desta terra. Aqui
o Senhor está revelando a imortalidade da alma, ou o sentido da sobrevivência
da alma depois da morte e o encontro da alma com seus entes queridos e
conhecidos. “Arão será recolhido a seu povo, ...”. O diz Deus;
assim o disse a Abraão, assim se diz também de Isaque, se diz também de Ismael
e de outros patriarcas. “Arão será
recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que tenho dado aos filhos de
Israel, porquanto rebeldes fostes (aí está Arão e Moisés; é a Moisés e a
Arão a quem está falando) à minha ordem, nas águas de Meribá”. Antes
de passar ao seguinte verso, deixemo-lo o Espírito enfatizar a seriedade deste
evento, deixemo-lo ao Espírito que nos mostre que Deus é sério.
Em primeira Coríntios capítulo 11 diz
que alguns irmãos que não discerniram o corpo de Cristo receberam certos níveis
de juízo do Senhor; também nos diz que o Senhor é vingador do que faz o mal.
São Paulo falando aos Tessalonicenses, lhes diz (1Ts 4:6-7) : “⁶Ninguém oprima ou engane a seu irmão em
negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também
antes vo-lo dissemos e testificamos. ⁷Porque não nos chamou Deus para a
imundícia, mas para a santificação”. O Senhor é vingador de todo agravo ou
engano que um irmão cometa contra o outro irmão, e não de algo disto, senão de
tudo isso. Não devemos permitir nenhum mínimo engano ou agravo. O que significa
isto que diz: como também antes vo-lo dissemos e testificamos? Que temos
testificado a esse respeito, lhes temos dado testemunho, lhes temos contado
muitas maneiras como o Senhor tem corrigido aos irmãos ou irmãs que tem
enganado ou agravado irmãos ou irmãs; não podemos ser indiferentes ou levianos
com estas coisas porque o Senhor é vingador de todas estas coisas; cedo ou tarde
sobre nós vem o juízo do Senhor; um dia nos encontramos com Ele.
O monte do juízo do Senhor
Deus usava Moisés, usava Arão, mas Deus
não ia diminuir Sua santidade; Ele dá tempo para que nos arrependamos, como diz
a Jezabel: Lhe dei tempo para que se arrependa, mas não quis arrepender-se de
sua fornicação. Eis aqui, eu a lanço na cama, e aos que adulteram com ela, e a
seus filhos ferirei de morte, e todas as igrejas saberão que eu sou o que
esquadrinho a mente e o coração;[2]
todas as igrejas sabem; O Senhor o faz para que as igrejas saibam e a igreja
tema; santo temor de Deus. Tem que conhecer o Senhor a sério, é melhor não
aproximar-se do que aproximar-se mal. Ao princípio, ninguém se atrevia a
juntar-se com a igreja, temiam a Deus e começaram a temer a Deus quando Ananias
e Safira caíram mortos porque enganaram a igreja, mentiram ao Espírito Santo. O
Senhor quer viver no meio de Seu povo; para isso Ele quer levantar um
santuário. Habitarei no meio de vós; mas habitar com o Senhor é habitar com
Fogo Santo. O Senhor quer preparar um povo que viva diante dEle em
santidade e Ele terá esse povo e esse povo anelará viver e conhecer ao Senhor
em santidade; os demônios não podem aproximar-se da luz; para eles estão
reservadas as densas trevas exteriores. Então quando diz aqui que ninguém
agrave nem engane em nada a seu irmão, porque o Senhor é vingador de todas
estas coisas, como já os temos dito, isto já havia sido ensinado e testificado.
O mesmo diz em 1 Coríntios 11; diz que alguns por não haver discernido o corpo
do Senhor, de maneira leviana participaram do pão e do cálice do Senhor, com
algo leviano, sem temer ao Senhor, então come juízo para si; não o eterno, mas
juízo, porque o juízo eterno foi pago na morte de Cristo; mas para aprender a
santidade o Senhor deixa uma correção a Seus filhos levianos, ligeiros,
irresponsáveis, superficiais, medíocres, que tem repreensão sincera do Senhor.
Pelo qual, diz Paulo, alguns estão enfermos, outros estão débeis e alguns
dormem, e diz que essa enfermidade, essa debilidade, ou essa morte precoce ou
prematura é um castigo do Senhor; somos repreendidos pelo Senhor para não
sermos condenados com o mundo. O mundo é condenado; os filhos são somente
castigados. Há uma diferença entre a condenação eterna e o castigo;
esse castigo às vezes pode ser uma morte prematura. O caso de Arão e de Moisés;
o de Moisés se verá depois, foi uma morte prematura. Deus queria que entrassem,
mas fixem-se que foi prematura. “Arão
será recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que tenho dado aos
filhos de Israel, porquanto (por que não vai entrar na terra? Por que não
pode avançar mais?) porquanto rebeldes
fostes ...”. Essa é a razão; por isso morreu no número quarenta. Quarenta é
o número de juízo; porque tarde ou cedo o Senhor tem que vindicar Seu nome, Sua
santidade.
A primeira frase que o Senhor Jesus nos
ensinou a orar tem esse sentido: “Pai
nosso que estás no céu santificado seja o teu nome ...”. Se nós zombamos, o menosprezamos,
não o levamos a sério, se nós priorizamos nossos interesses diante dos d´Ele,
não estamos santificando Seu nome. Quando Arão se submeteu ao juízo de Deus sem
pedir clemência, estava santificando o nome de Deus. Arão não estava
interessado em obter clemência e ficar na terra, ele estava interessado em
santificar o nome do Senhor Deus. Moisés tampouco pediu clemência, Moisés
acatou o juízo de Deus. Disse: Assim seja, Senhor. Justos e verdadeiros são teus
juízos; para que Ele seja conhecido em sua santidade e Seu nome seja
santificado. Irmãos, devemos receber a disciplina do Senhor com dignidade, para que
o nome do Senhor seja santificado. Não devemos pedir que seja diminuído o juízo
do Senhor. Quando quiseram dar ao Senhor Jesus vinagre misturado com
mel, (isso era uma espécie de narcótico para aliviar as dores dos condenados a
morte) o Senhor não bebeu esse narcótico; Ele aceitou o juízo de
nossos pecados sobre Si mesmo; isso nos mostra a integridade do Senhor Jesus.
Uma pessoa que se arrepende, que vem ao Senhor, deve se fazer responsável das
consequências temporais de seus pecados, porque a consequência eterna foi
solucionada; sem restrições, o Senhor reserva uma cruz para que nós carreguemos.
Por isso ainda que Ele tenha levado a cruz na salvação eterna e definitiva, Ele
quer que nós morramos com Ele, que levemos a cruz em união com ele; não que
nossa cruz seja sem Ele. Nossa cruz é só com Ele, com a Sua ajuda,
por Sua graça; mas devemos tomar nós a cruz que Ele nos dá cada dia, cada dia
Ele nos dá uma cruz para julgar nosso pecado, cada dia somos colocados em
circunstâncias onde se expõe nossa dureza, nosso egoísmo, nossa maldade, para
ser julgados; se não o julgamos, bem, Deus queira que haja uma segunda
oportunidade, mas se dilapidamos as oportunidades, haverá um momento em que o
Senhor terá que dizer: filho, não me conheces bem, tens visto a minha bondade,
mas não a minha severidade; como dizia o Senhor ao irmão Rick Joyner: Me tens
conhecido como cordeiro, mas agora me conhecerás como leão: O
leão é o mesmo cordeiro.
Devemos ter entendimento da santidade do
Senhor e isso é o que representa este monte aqui. “... porquanto rebeldes fostes...”; o Senhor julgou. Devemos estar
interessados em que o nome e a santidade do Senhor sejam vindicados por cima de
nós mesmos; como diz no Salmo: Ainda as custas de si mesmo o justo nem por
isso muda, ele não sobrepõe seu interesse mesmo sabendo que vai sofrer perda
por causa da justiça; o justo aceita receber esta perda, porque ele ama a
justiça e ama ao Senhor. Uma pessoa nova que vem conhecer ao Senhor
deve saber que tem que se fazer responsável pelas consequências dos seus
pecados do passado; o Senhor o tem perdoado sincera e totalmente, mas isso não
quer dizer que o Senhor não vai corrigir como filho, não vai disciplinar como
filho, não vai treinar como filho; e uma maneira de treiná-lo e de formá-lo e
de lhe dar o caráter de seu Pai é fazendo-lhe colher pelo menos em parte, algo
do que temos semeado. Às vezes fazemos coisas impensadas, às vezes
fazemos coisas pecaminosas, e não queremos levar as consequências; mas já é
tarde, as consequências ficam, o monte de Hor chega; nossos pecados nos
alcançam, as consequências do que temos feito, no temporal, alcança aos filhos
para aperfeiçoa-los, para purificá-los. Não é que a cruz não tenha sido
suficiente; a cruz de Cristo foi suficiente para salvar-nos, mas a cruz de
Cristo não é só para salvar-nos do inferno; é para salvar-nos de nós mesmos; e
por isso essa cruz objetiva também deve ser subjetiva e experimentada por todos
nós para sermos livrados do miserável que somos; devemos aceitar o juízo de Deus
sem protestar. Moisés e Arão não protestaram porque queriam honrar a Deus,
esqueceram-se de si mesmos e se alegraram na santidade de Deus. “Arão será recolhido a seu povo, porque não
entrará na terra que tenho dado aos filhos de Israel, porquanto rebeldes fostes
à minha ordem, nas águas de Meribá”.
593
Beber o cálice do juízo de
Deus
Vocês
se recordam dessa outra passagem em Hebreus que nos fala de Esaú? Esaú foi
descuidado; por um prato de lentilhas vendeu sua primogenitura. Rubén fornicou
e perdeu a primogenitura; mas Esaú a vendeu, a menosprezou, menosprezou os
direitos da primogenitura por uma bobeira, e depois diz que ainda quis a benção
e a procurou com lágrimas, mas não conseguiu, porque a menosprezou. Então diz o
Senhor: “¹⁶E ninguém seja devasso,
(como Rubén) ou profano, como Esaú, que por uma
refeição vendeu o seu direito de primogenitura. ¹⁷Porque bem sabeis que,
querendo ele ainda depois herdar a benção, foi rejeitado, porque não achou
lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou”. (Hebreus 12:16-17) Isso não quer dizer que a
pessoa não seja salva; mas o que se esperava da pessoa era possuir, tomar a
terra prometida e desfrutar dela, não, já não pode; só pode chegar até um ponto
onde a santidade de Deus deve ser honrada, santificada. Irmãos ao princípio eu pensava
que o Senhor fazia uma espécie de seleção rigorosa e de quinhentos tomava cento
e vinte, e de cento e vinte tomava setenta e de setenta tomava doze e de doze
tomava três; mas depois fui entendendo, que não é o Senhor que seleciona,
senão o homem que se aparta, o homem se desqualifica, ele mesmo se desqualifica
por não está próximo do Senhor. Aqueles três que estavam com Ele foi porque
o Senhor os considerou qualificado para estar com Ele; os outros teriam criado
problemas. E se o Senhor houvesse tomado aos doze e esses doze não houvesse
estado a altura de acompanhar o Senhor em certas coisas, que haveria
acontecido? É porque nós não estamos a altura de acompanhar ao Senhor, que não
lhe acompanhamos em certas coisas; só podemos acompanhá-lo até certo ponto, mas
o Senhor queria poder encontrar em nós a disposição para podermos acompanhá-lo
um pouco mais. Ainda ao três, o Senhor lhes disse: ficai aqui e esperai, que
vou um pouco mais adiante; o Senhor os deixou ali, porque eles não podiam
acompanhar-lhe até onde Ele ia, e sabem qual era o caminho a seguir e onde Ele
ia? Ele ia beber integralmente o cálice do juízo de Deus. O caminho do Senhor é
julgar o pecado até o último cantinho; isso fez o Senhor. O senhor percorreu esse
caminho e não se perdoou nada; nem sequer um narcótico para diminuir suas
dores; Ele aceitou o juízo de Deus pelo pecado, porque Ele veio honrar o Pai, a
vindicar o Pai, que foi desonrado por satanás. O Senhor Jesus veio
honrar o Pai e desfazer as obras do diabo. O diabo ofendeu a Deus, atuou como
uma criatura com profunda ofensa ao Deus santo que o havia feito tão glorioso e
lhe havia dado a visão da glória de Deus. Agora, Ele veio e se fez homem; o
Senhor Jesus se fez homem e se colocou em posição de criatura para ser provado
como criatura e honrar a
594
Seu
Pai que foi desonrado pela criatura; e veio para submeter-se a prova, e julgou
o pecado até as últimas consequências, e esteve disposto a levar sobre Si o
último juízo do pecado. Agora, seguir ao Senhor é beber o cálice do
Senhor, é ser batizado com o Senhor, em estreita união com o Senhor, o último
resquício de pecado em nosso próprio ser. Se nós não julgarmos o pecado em
nosso próprio ser, não podemos acompanhar o Senhor até onde Ele manda; só podemos
acompanhá-lo até onde julgamos o pecado; só podemos acompanhá-lo até onde somos
semelhantes a Ele, naquilo que diferimos dEle, naquilo que não julgamos como
Ele julga, naquilo não podemos acompanhá-lo. Moisés e Arão não puderam
acompanhá-lo; Josué e Eleazar puderam acompanhá-lo, que representam a nova
geração, que representam o novo homem, que representa a Cristo. Irmãos,
somos nós os que nos excluímos a nós mesmos de estar com o Senhor; somos nós
que preferimos a escuridão, a penumbra, o pecado, porque o que anda no pecado,
permanece nas trevas e não vem a luz para que não se descubra que suas obras
são más; mas o que faz suas obras em Deus vem à luz para que se
descubra e está constantemente vivendo à luz para ser descoberto e para ser
julgado pela cruz de Cristo, julgar-se a si mesmo; até aí pode estar com o
Senhor, até aí pode caminhar com o Senhor. Se alguém quer caminhar com o Senhor tem que
levar a sério, tem que firmar seu rosto para Jerusalém e para o Calvário;
não há outra maneira de acompanhar ao Senhor; há muita gente que se diz cristã,
mas acompanha o Senhor Jesus de longe. Oxalá o Senhor possa ter mais pessoas
por perto; Ele quer que estejamos próximos a Ele.
As vestiduras de Cristo
“²⁵Toma
a Arão e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor. ²⁶E despe a Arão
as suas vestes, e veste-as em Eleazar, seu filho, porque Arão será recolhido e
morrerá ali”. As vestiduras representavam a Cristo, as vestiduras
sacerdotais representavam o revestimento de Cristo, o novo homem. O Novo
Testamento fala de vestir-se de Cristo; é quando estamos revestidos de Cristo,
quando estamos no novo homem que podemos ministrar o sacerdócio e podemos ser
fiéis; se estamos no pecado, se estamos na carne, se não temos reconhecido com
sincera dor nossos pecados, não podemos estar vestidos do novo homem nem
podemos exercer o ministério; então somos excluídos do ministério quando não
julgamos o pecado, porque não estamos no novo homem, senão no velho.
595
Vou contar-lhes um evento que aconteceu
em Santander do Sul. Não vou dizer os nomes. Havia uma pessoa que havia sido
chamada ao ministério; tinha do Senhor um chamamento ao ministério, para isso
Deus o criou e para isso Deus o chamou, mas no momento da prova, havia dois
caminhos diante dele: ou aceitava dedicar-se a servir ao Senhor, a servir Seu
povo naquela região, ou aceitava um bom salário na polícia, oferecido pelo
diabo. O diabo vai sempre te oferecer uma alternativa contrária ao serviço do
Senhor; e ele tinha que tomar a decisão: ou aceitava assumir a responsabilidade
de cuidar dos santos naquela região, incluso alguns irmãos o iam enviar, mas
muito mais o Senhor que o havia chamado, ou preferia dedicar-se a si mesmo, a
sua família, as suas coisas, ganhar um bom salário da terra. Esta pessoa tomou
a decisão definitiva de servir a polícia, e no dia seguinte de ter tomado a
decisão, se afogou num rio. Ele foi chamado para isso, mas tomou a
decisão errada; ele se esqueceu que ele pertencia a Deus e que nada que está na
terra é para si mesmo; tudo foi feito por Ele e para Ele; e quando aquele tomou
a decisão equivocada, já a tomou tão fortemente, que o Senhor não lhe deu outra
oportunidade; sua decisão foi tão definitiva e ofendeu ao Senhor com tal
desprezo, que o Senhor lhe disse:Bem, que vais fazer mais na terra? Já não há
mais nada que você possa fazer na terra; vem para cá; e a oportunidade de
servir a Deus lhe foi tirada. Que Deus tenha misericórdia de nós e tomemos
decisões definitivas pelo Senhor, porque não sabemos se haverá outra
oportunidade; para Esaú não houve.
“²⁵Toma
a Arão e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor. ²⁶Edespe a Arão as
suas vestes, (já não vai mais exercer) e
veste-as em Eleazar, seu filho,...”. Como diz o Senhor: “...para que ninguém tome a tua coroa”.
Vocês recordam isso? Vamos lê-lo, porque é exatamente o espírito deste
princípio. Apocalipse 3: “⁵O que vencer
será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do
livro da vida; (então seu nome será confirmado como vencedor para o
milênio) e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus
anjos”. O que não vencer não será confirmado como vencedor para o milênio;
pode ser um filho derrotado, mas seu nome não será confirmado para reinar mil
anos. “¹¹Eis que venho sem demora; guarda
o que tens, para que ninguém tome tua coroa”. Aí nos diz que existe a
possibilidade de que o que Deus havia esperado que fizéssemos e não fizemos,
perdemos o que nos pertencia por não fazermos o que tínhamos que fazer. A
vontade de Deus, é que fosse você e tiveste a oportunidade, mas a
menosprezaste; então agora podes chegar até aqui, mas não podes ir mais além.
Por isso, irmãos, isto é delicado. Ninguém tome nossa coroa; sejamos sérios,
porque Deus é santo.
596
Números
20: “²⁷Fez, pois, Moisés como o SENHOR
lhe ordenara; (não há registro de protesto, senão santa obediência) e subiram ao monte Hor perante os olhos de
toda a congregação. ²⁸E Moisés despiu
a Arão de suas vestes, e as vestiu em Eleazar, seu filho; (agora o que não
pôde fazer Arão e Arão deveria ter feito, o vai fazer Eleazar; Eleazar tomou o
lugar de Arão por culpa de Arão. Josué tomou o lugar de Moisés por culpa de
Moisés) e morreu Arão ali sobre o cume do
monte; e desceram Moisés e Eleazar do monte”. Todavia não veio o juízo de
Moisés porque Moisés ainda tinha um trabalho para fazer, mas o que haveria de
ser feito em Canaã caberia a Josué no lugar de Moisés. “²⁹vendo, pois, toda a congregação que Arão era morto, choraram a Arão
trinta dias, toda a casa de Israel”. Mas agora olhem o que seguia dizendo
em Números 33 e o que diz aqui em Números 21. Fixem-se em que momento astuto
aparece satanás; quando estavam de luto, quando haviam exercido o juízo de Deus
e Sua santidade e glória haviam sidos vindicados, nesse momento quando eles
estão tristes é quando satanás aproveita e aí vem. “¹Ouvindo o cananeu, rei de Arade, que habitava para o lado sul, (esta
foi a experiência complementária no monte de Hor) que Israel vinha pelo caminho dos espias, pelejou contra Israel, e dele
levou alguns prisioneiros”. Por isso é que aquele lugar se chamou Moserote
que significa prisões e uma dessas prisões era Moserá. O singular de Moserote é
Moserá, o lugar onde estava o monte Hor; Moserá era um dos lugares de Moserote.
Moserote é um plural, e esse lugar se chamou Moserote por causa destes
prisioneiros, aqui é aonde foi concedido
a Arão a previsão de sua morte como faz o Senhor. O Senhor deixa que façamos a
previsão do que há de acontecer e nos dá a oportunidade de prepara-nos, mas
depois já chegou o momento de ir-se; depois de havermos nos preparados há que
ir-se. Em Moserá, fica o monte de Hor, lugares onde alguns dos israelitas foram
tomados prisioneiros.
As batalhas de Deus
“²Então
Israel fez um voto ao SENHOR, dizendo: Se de fato entregares este povo na minha
mão, destruirei totalmente as suas cidades”.
Olhem que diferença! A vez passada neste mesmo lugar eles tiveram temor de
aplicar o juízo de Deus, tiveram temor dos cananeus, tiveram temor de tomar
suas cidades e pelejar a guerra de Deus, porque eram as batalhas de Deus. Irmãos,
estamos aqui para pelejar as batalhas de Deus, as batalhas de Jheová; esse é o
livro que todavia está sendo escrito no céu; o livro das batalhas de Jheová.
Israel temeu aquela vez, então Deus pelejou com Israel; depois quiseram pelejar
por si mesmos, mas já não podiam, já era tarde; era quando devia ter sido. Isto
o digo para que não sejamos levianos; temos que conhecer
597
o
caráter de Deus, não seja que o tomemos por pouco e digamos: Não, Deus vai nos
perdoar; assim que fiquemos tranquilos, Deus é muito bom, Deus vai nos perdoar;
e assim de nos vai perdoar, nos vai perdoar, nos vai perdoar, vamos burlando a
santidade do Senhor, vamos desconhecendo-o e fazendo-nos mais diferentes dEle e
mais parecidos ao diabo. Ele não
pode ficar quieto, tem que atuar, e Ele atua. Aqui o povo fez um voto muito
diferente ao da vez passada em Ritma, no deserto de Cades; agora o povo,
havendo conhecido o juízo de Deus, conhecendo mais a Deus, agora já era uma
posição mais avançada, um conhecimento mais profundo do Senhor, disse o povo: “...Se de fato entregares este povo na minha
mão, destruirei totalmente as suas cidades.”; é dizer, eu vou aplicar o
juízo, Senhor, com teu socorro. Se Tu o entregas, eu aplico o juízo; Senhor, se
me ajudas eu caminho por este caminho, só se o Senhor quiser; se me ajudas eu
ando por aqui. Se entregares este povo na minha mão. Os gigantes, os cananeus,
representavam as potestades de satanás, as pessoas que estão com o diabo; eu
destruirei suas cidades, suas fortalezas; é dizer aplicarei Teu juízo. Aqui
está o que Deus queria de Israel, que Israel fosse veículo de Seu juízo contra
os cananeus.
Para que criou Deus o homem? Porque
havia criado uma criatura e ela se rebelou. Deus como Deus não vai julgar essa
criatura. Deus fez uma criatura, o homem, para que estando em uma situação
inferior a essa criatura vindique o nome de Deus e envergonhe a satanás.
Satanás foi desobediente; uma criatura menor, o homem seria obediente. Agora o
homem se complicou com satanás; mas o Senhor também o sabia, e veio Ele e se
fez homem e o julgou; e agora quer, necessita um povo, necessita companheiros
que apliquem seu juízo a satanás. “...Se
de fato entregares este povo na minha mão,destruirei totalmente as suas
cidades”. Senhor,Tu julgaste a satanás, mas Tu queres que ele também seja posto
em breve em baixo de nossos pés, sob os pés da igreja. Está sob os pés do
Senhor, mas tem que estar em baixo de nossos pés;o pecado, o mal, o oculto, o
perverso tem que ser envergonhado, tem que ser como o Senhor o expôs
publicamente e o expôs a vergonha pública, mostrou quem é satanás, mostrou toda
a sua sutileza refinada, para que o juízo de Deus seja também exercido pela
igreja. Por isso a igreja julgará também os anjos; mas como seremos facultados
para julgar os anjos, sem julgar primeiro o pecado em nós mesmos? Quando
julgamos o pecado em nós mesmos e não toleramos em nós um ápice, nisso estamos sendo capacitados
para julgar os anjos e ainda os caídos. O Senhor julgou a satanás, então o
Senhor o porá em breve sob nossos pés; mas temos que julgar satanás em nossa
carne e em nosso ego; aí é onde temos que julgá-lo.
598
“³O
Senhor, pois, ouviu a voz de Israel, (Aleluia! A vez passada não a escutou,
mas agora sim) e lhe entregou os cananeus;
e os israelitas destruíram totalmente, a eles e às suas cidades;...”. Quem?
Deus. Pela mão de quem? Do Seu povo. Como queremos que haja uma mudança na
Colombia, uma mudança na civilização, uma verdadeira mudança na civilização?
Somente julgando o pecado em nós mesmos e vivendo nesta terra diante das
pessoas como alguém em quem vive Cristo, e juntos, devemos viver em
Cristo, ser uma proposta de Deus ao mundo; então as cidades serão destruídas, a
civilização será mudada; não de outra maneira, não com discursos. O problema é
o pecado, não é uma questão nem de política nem de filosofia, de arte, de
estética; isso é o que nos destrói, destrói a tua família, tuas relações
familiares; isso é o que destrói as relações sociais, o que destrói a relação
com a natureza, é o pecado; esse é o cananeu, esse é o que deve ser julgado. O
Senhor Jesus o julgou. Até aonde seguimos ao Senhor Jesus? Até aonde o
acompanhamos? Seremos a grande multidão ou seremos os íntimos? Ele quer
íntimos; quem quer seguir-lhe? “...a
eles e às suas cidades; e o nome daquele lugar chamou Hormá.”, que
quer dizer destruição. Aqui vemos o juízo de Deus exercido a
favor e por meio do Seu povo. Na morte de Arão vemos o juízo de Deus em Seu
povo, mas em Hormá vemos o juízo de Deus através do Seu povo sobre satanás.
Se não julgamos satanás em nossa carne e em nosso ego não vamos poder julgar o
inimigo; primeiro temos que ser diferentes dele, e para ser diferentes dele
temos que ser provados; por isso Deus permite que sejamos provados, por isso
Deus permite que haja tentações, que haja circunstâncias difíceis; as vezes não
entendemos a Deus, por que nos deixa ser tentados, por que nos deixa passar
situações difíceis, por que é que necessitamos pronunciar-nos. Nossas
pronuncias diárias, constantes, são necessárias; desta maneira comprovamos que
caminharemos com o Senhor Jesus e que reinaremos com o Senhor Jesus, mas temos
que ser provados; nosso amor ao Senhor tem que ser comprovado por seguir a Ele,
e segui-Lo é julgar o pecado que há em nós; e para ter ocasiões de julgá-lo
Deus permite as tentações e as provas. Como diz: Eu tenho deixado alguns cananeus
para que o povo conheça a guerra; porque não a conhece, para que conhecendo-a a
ensinem, ensinem a guerra aos que não conhecem. Irmãos, estamos em guerra
contra satanás, mas para vencer satanás temos que vencer a nós mesmos; para
vencer-nos a nós mesmos temos que estar em comunhão íntima com o Senhor Jesus.
Creio que esta lição do monte de Hor é sumamente séria, porque Deus é sério e
quer que andemos em seriedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário