quinta-feira, 23 de maio de 2019

A PREEMINÊNCIA DA ARCA DO PACTO

Terceira aproximação 
A PREEMINÊNCIA DA ARCA DO PACTO 

Novidade de vida Números 4: 1-3.  Que nos sirva esta passagem de introdução.  “1Falou Jeová a Moisés e a Aarão, dizendo: 2Toma a conta dos filhos do Coate de entre os filhos de Levi, por suas famílias, segundo as casas de seus pais, 3da idade de trinta anos para cima até cinquenta anos, todos os que entram em companhia1 para servir no tabernáculo de reunião”. Perceba como o Senhor estabelece aqui o requisito dos 30 anos.  Eu penso que todos se lembram do Senhor Jesus.  Recordem que em Lucas 3:23, ali onde aparece a genealogia do Senhor Jesus, diz: “Jesus mesmo ao começar seu ministério era como de trinta anos”; quer dizer, que Ele esperou para aproximar-se de servir no ministério público, e os 30 anos representava em Israel a maior idade; e os levitas não podiam entrar antes de cumprir essa idade;  inclusive estavam ali, mas não participavam de certos trabalhos que somente aos 30 anos se podiam realizar.  De maneira que estes 30 anos de Números e Lucas são expressivos, e quando lemos Números à luz do Novo Testamento mesmo, e entendemos que o que o Espírito está dizendo para o Novo Testamento, através de Números, é que para servir ao Senhor é necessário estar em Cristo.

Quando diz até 50 anos, quer dizer que o velho homem não participa legitimamente do serviço a Deus; terá que participar entre 30 e 50, o que significa em novidade de vida; quer dizer, em Cristo Jesus, no novo homem. Para entrar a servir em companhia na casa de Deus, terá que fazer entre 30 e 50 anos; mas no Antigo Testamento era figura; hoje, no Novo Testamento, não importa a idade da pessoa, pode ter oitenta anos, mas se estiver em Cristo Jesus está em novidade de vida; não tem nada de velho em si.  Com Cristo não passa nunca de 50 anos. Diz que entra em companhia para servir no tabernáculo de reunião.  Esta é uma palavra importante; o serviço do Senhor em Sua casa é em companhia, é em comunhão uns com outros. O Senhor estabeleceu companhias; por isso era que o apóstolo Paulo dizia aos Corintios na segunda carta: “Tendo nós (plural) este ministério” (singular); aí se refere ao ministério do novo pacto, ao ministério do Novo Testamento, ao ministério do Espírito, ao ministério da justificação, ao ministério da reconciliação, ao ministério da Palavra, ao ministério da edificação do Corpo de Cristo, da casa de Deus.

Servir em Cristo, em espírito e em companhia

 Então esse ministério é um ministério corporativo; nenhum membro é suficiente em si mesmo; todos temos que participar da comunhão do corpo de Cristo; por isso diz: entrar em companhia para servir. Que curioso!  Alguém diria: servir para entrar?  Mas entrar em companhia para servir no tabernáculo de reunião, no corpo de Cristo?  Somente se pode servir em companhia, em comunhão; e este capítulo se escreveu para nos ensinar a ordem de prioridades, as disposições divinas para o avanço do acampamento de uma etapa a outra.  Por isso diz o seguinte: O ofício dos filhos do Coate no tabernáculo de reunião, no Lugar Santíssimo, oferece-se no espírito. O apóstolo Paulo diz em Romanos 1.9: “Porque testemunha me é Deus, a quem sirvo em meu espírito no evangelho de seu Filho”. Não somente a quem sirvo, mas a quem sirvo em meu espírito, que são duas coisas diferentes.  Servir em espírito, servir em companhia e em Cristo.  Aqui temos três requisitos do legítimo serviço a Deus em Cristo, em comunhão e em companhia; são três centralidades concêntricas, ou seja, que no puro centro está Deus mesmo, o Pai que emana por Cristo para nós Seu Espírito a nosso espírito, e daí ao corpo de Cristo, a Igreja.  Deus mediante, de minha parte, porque cremos que Deus nos dará outras partes com outros irmãos, estaremos seguindo uma sequência sobre estas três centralidades: Em Cristo, no Espírito e no corpo.  São três coisas que Deus estabeleceu como requisito para servir. Em Cristo de 30 a 50 anos; no Espírito no Lugar Santíssimo, e no ofício e em companhia.  Então são três coisas centrais que nunca devemos esquecer, e que temos que ter sempre no centro de nosso coração.  Deus sempre estará purificando nosso serviço para que não seja na carne, mas no espírito, para que não seja em Adão, mas sim para que seja em Cristo; que não seja na divisão, mas em comunhão, no corpo.  Trabalho legítimo que o Senhor merece, tem que ser em Cristo, no Espírito, e tem que ser no corpo de Cristo.

O caminhar do povo de Deus

Agora também, aparece uma ordem de prioridade na marcha, e diz assim: “4Quando tiver de mudar o acampamento, virão Aarão e seus filhos e desarmarão o véu da tenda, e cobrirão com ele a arca do testemunho”.

O acampamento está sempre se mudando, sempre está avançando; a nuvem guia o acampamento, e o Senhor começa a mover-se em Seu povo, e o Senhor faz um movimento em uma determinada direção. A Palavra diz que quando a nuvem se levantava, então o povo se levantava.  Eu sei que alguns irmãos já conhecem isto, mas outros ainda não o conhecem; então vamos honrá-los seguindo estes versículos diante deles.  Estamos agora em Números capítulo 9:15. Ali diz: “15O dia que o tabernáculo foi erguido (a casa de Deus, esse é o corpo de Cristo, a Igreja), a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho; e à tarde havia sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo, até a manhã”. Assim como no dia de Pentecostes, aquela Coluna de Fogo se repartiu em Línguas de Fogo sobre o verdadeiro tabernáculo, que é a Igreja. “16Assim era continuamente:  a nuvem o cobria de dia, e de noite a aparência de fogo.  17Quando se elevava a nuvem do tabernáculo, os filhos do Israel partiam (terei que adiantar-me); e no lugar onde a nuvem parava, ali acampavam os filhos do Israel”. Deviam parar, porque a nuvem guiava a povo por várias estações.  Estavam um tempo em um lugar, enquanto estavam aprendendo uma determinada lição nesse lugar; e quando o Senhor julgava que era hora de dar um passo adiante, então a nuvem os guiava a outra estação, a outro lugar.  Então por isso diz: “17Quando se elevava a nuvem do tabernáculo, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali acampavam os filhos do Israel. 18Ao mandato de Jeová os filhos do Israel partiam, e ao mandato de Jeová acampavam; todos os dias que a nuvem estava sobre o tabernáculo, permaneciam acampados”. Esse é o caminhar do povo de Deus.  Às vezes a nuvem se detinha por um período de tempo em uma estação até que Deus julgasse que já tinham aprendido a lição; quando o Senhor julga que essa maturação já está em seu ponto.  Porque só em Seu poder estão os tempos e as estações. Quando já julga que terá que dar a volta na torta porque já está cozida por um lado, agora terá que cozinhar o outro lado; então a nuvem se levanta e baixa a outro lugar que Ele conhece e aí nesse lugar se começa um novo processo, porque o que estava cru em outra parte começa a cozinhar-se. “19Quando a nuvem se detinha sobre o tabernáculo muitos dias, então  os filhos de Israel guardavam o regulamento de Jeová, e não partiam.  20E quando a nuvem estava sobre o tabernáculo poucos dias, ao mandato de Jeová acampavam, e ao mandato de Jeová partiam.  21E quando a nuvem se detinha da tarde até a manhã, ou quando pela manhã a nuvem se levantava, eles partiam; ou se tinha estado um dia, e de noite a nuvem se levantava, então partiam.  22Ou se dois dias, ou um mês, ou um ano, enquanto a nuvem se detinha sobre o tabernáculo permanecendo sobre ele, os filhos do Israel seguiam acampados, e não se moviam; mas quando ela se elevava, eles partiam”. Às vezes terei que partir de dia, às vezes terei que partir de noite, às vezes ao dia seguinte, às vezes era depois de um tempo, dois dias, um mês, um ano; enquanto a nuvem se detinha no tabernáculo sobre os filhos de Israel, continuavam acampados.  Terei que deixar o Senhor incubar essa situação, como a galinha choca seus pintinhos; não se levanta antes do tempo porque morrem os pintinhos que estão nos ovinhos, e quem sabe quanto tempo tem que ficar aí sentada, e quando já é a hora, os pintinhos começam a picar e a abrir o ovinho e já nascem os pintinhos; então se levanta a galinha, começa a andar e os pintinhos atrás.  Assim o Senhor sabe quanto tempo que tem que incubar sobre nós.  Ele nos comparou com isso.  Ele disse: “Quantas vezes quis juntar a seus filhos, como a galinha a seus pintinhos debaixo de suas asas, e não quis!”

Pondo ordem no caos  
Porque no livro do Êxodo estavam acostumados a fazer cada um como bem lhes parecia.  Além disso, depois de serem escravos no Egito, saíram em turba; mas então Deus começou a pôr ordem; assim como no princípio havia também desordem e a nuvem do Senhor, ou seja, o Espírito do Senhor começou a mover-se sobre a face das águas e começou a pôr ordem, começou a trazer luz, separava o dia da noite, separava o de cima do de baixo, e logo fazia brotar a vida e edificava para Si mesmo uma casa, ao homem a Sua imagem e semelhança; fazendo-se o trabalho do mover do Espírito de Deus.


Quando Israel saiu do Egito parecia mais ou menos um caos, mas o Senhor começou a mover-se sobre eles, libertou-os, começou a pô-los em ordem, começou-lhes a pedir que lhe fizessem um Santuário com determinadas disposições, que Ele ia morar no meio deles; e logo depois de que mais ou menos fizeram isso, então uma etapa tinha que ser seguida por outra; a do livro de Levítico; e aí em Levítico era necessário que o povo começasse a viver em função da casa de Deus, conforme os acertos de santidade da parte de Deus, conforme as ofertas estabelecidas Por Deus, os distintos aspectos da cruz de Cristo, do sacerdócio do Senhor, a coordenação do ministério.  Disso se fala precisamente no livro de Levítico. Quando essa etapa já estava, então se chegava ao livro de Números.  Se você comparar a situação do povo em Êxodo, quando estão logo saindo e com o que o Senhor estava pondo em ordem em Seu povo através de suas distintas jornadas, pode ver que através de cada nova revelação, o Senhor vai trazendo luz para ir pondo em seu lugar todas as coisas, para que todas as coisas estejam em seu lugar. Então neste livro de Números se começa a pôr o povo em ordem.  Primeiro se foram para onde queriam; mas esperem, vocês juntos vão fazerme um tabernáculo, e esse tabernáculo não vai se mudar quando vocês querem.  Eu vou lhes dizer como eu os vou treinar, quando levantar-se e quando ficar.  No princípio tudo era um caos, cada um saía para onde queria; como no livro dos Juízes, não havia rei em Israel, e cada um fazia o que bem lhe parecia; mas em Deuteronômio já o Senhor lhe diz: não farão mais como têm feito vós até agora, cada um como bem lhe pareça, mas no lugar que Jeová seu Deus escolher para pôr ali Seu Nome, ali irão e lhe servirão, ali oferecerão os holocaustos; ou seja, em Cristo, no Espírito e no Corpo de Cristo. Porque isso é o que representa o Santuário de Deus, onde Deus põe Seu Nome.  Representa primeiro a Cristo, representa também nosso espírito no Lugar Santíssimo e representa também a Igreja, que é o Corpo de Cristo.  Um só santuário, e ali lhe servirão; não farão como têm feito até agora; cada um como bem lhe parece, mas sim como o Senhor vai se movendo em meio de Seu povo, e vai ensinando a Seu povo a ordem de marcha.  Então, por isso diz aqui: “23Ao mandato de Jeová acampavam, e ao mandato de Jeová partiam, guardando o regulamento como Jeová o havia dito por meio de Moisés”. Isto é o que nos explica o capítulo 4 do livro de Números, verso 5, a frase em que nos detivemos, Números 4:5: "Quando tiver de mudar o acampamento", porque o Senhor sabia que há jornadas de Seu povo, havia várias mudanças do acampamento, todas dirigidas pelo Senhor; mas cada uma era uma etapa nova, e tinha que mudar o acampamento quando era a hora, quando o Senhor dava o sinal e a nuvem se levantava e começava a mover-se em algum lugar, em algum sentido.

Ordem na mudança 

Então tinha que levantar-se, seguir à nuvem em uma ordem estabelecida Por Deus, e essa ordem é o que está aqui justamente no capítulo 4 de Números; porque Números é o livro que põe ordem.  Por isso se chama Números, porque é para pôr ordem: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto.  O quinto não deve ir primeiro, o primeiro não deve ir em décimo primeiro, o sétimo não pode ir em quarto; o primeiro é o primeiro, o segundo é o segundo, o terceiro é o terceiro, o quarto é o quarto, e logo o que vem.  Há uma ordem no que o Senhor se está movendo sobre Seu povo. Seu povo está um pouco desordenado para pô-lo em ordem; então o primeiro com o que terá que tratar no traslado do acampamento, é como diz o verso 5: “5Quando tiver de mudar o acampamento, virão Aarão e seus filhos e desarmarão o véu da tenda, e cobrirão com ele o arca do testemunho; 6e porão sobre ela a coberta de peles de texugos, e estenderão em cima um pano todo de azul, e lhe porão suas varas”. Vemos que o primeiro que tem que ver é o véu.  Dão-se conta?  Tudo começa pelo Lugar Santíssimo; desarmar o véu para colocar ali os panos, a arca, e cobrir a arca com panos azuis e seguir avançando.  É uma ordem estabelecida Por Deus; o primeiro que se trata aqui é em re1ação com Cristo, inclusive antes da mesa dos pães, inclusive antes do castiçal, inclusive antes do incensário, é o assunto da arca, é o assunto do Lugar Santíssimo; começa tudo pelo Lugar Santíssimo.  “Virão Aarão e seus filhos e desarmarão o véu”.  Há coisas que estão em uma situação determinada, e terá que movelas a uma situação mais avançada, porque terá que mudar o acampamento, pois há uma maneira de fazê-lo mudar, uma maneira que é a que está aqui em figura. Diz: "Virão Aarão e seus filhos", ou seja, o sacerdócio; todo o povo do Senhor é sacerdote, mas aqui se está representando a autoridade delegada do sacerdócio de Cristo, e diz: "desarmarão o véu da tenda, e cobrirão com ele a arca do testemunho".  O primeiro é a arca, porque a parte que corresponde com a nuvem é primeiro a arca.  É todo o tabernáculo, mas primeiro o arca.  É todo o mobiliário do tabernáculo, mas primeiro a arca.  Quando vemos em Êxodo 25, "e farão Santuário para mim", o primeiro que descreve é a arca; depois descreve a mesa e o castiçal, um frente ao outro

As quatro coisas principais 
Como em Atos dos Apóstolos diz no capítulo 2 que a Igreja perseverava primeiro na doutrina dos apóstolos, que era a respeito de Jesus Cristo, na comunhão uns com outros e no partir do pão, que se relaciona com os pães da proposição, o castiçal, e nas orações; ou seja no altar de ouro e o incensário; quer dizer, que essa ordem que aparece aqui, essas quatro coisas, o arca, a mesa, o castiçal e o altar do incenso com o incensário, é a ordem.  São as primeiras coisas que se mudam, e essas quatro coisas se correspondem com aquelas quatro do livro dos Atos dos Apóstolos.


Para os irmãos que são mais novos, vamos ler esses versos.  Em Atos 2:42 está o caminho da Igreja; aquilo em que a Igreja, desde que foi fundada, perseverava nestas quatro coisas, nas quais andavam; e diz: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão uns com outros, no partir do pão e nas orações”. Aí estão as quatro coisas. Essas quatro coisas começam pela doutrina dos apóstolos. Agora, no que consiste a doutrina dos apóstolos? Aqui mesmo em Atos capítulo 5, verso 42 diz dos apóstolos: “E todos os dias no templo e pelas casas, não cessavam de pregar e ensinar a Jesus Cristo”. Claro que falavam outras coisas, mas tudo em relação com Jesus Cristo; então era como se só falassem de Jesus Cristo. Porque nada tem nenhum sentido se está separada de Jesus Cristo; não tem nem sentido nem valor. Em Cristo as coisas têm sentido e têm valor, têm realização, têm redenção, porque esse é o centro da doutrina dos apóstolos, Jesus Cristo.

A primeira centralidade é Cristo 
Claro que quando nós lemos as cartas deles, aí encontramos que falam de muitas coisas, mas em todas elas está sendo revelado Deus pelo por Jesus Cristo; ou seja, que Jesus Cristo é o tema central dos apóstolos; Jesus Cristo sendo ensinado e pregado.  A palavra grega didaké (ensino didático) e a palavra kerigma (proclamação), é o ensino didático corrente ordenado de tudo o relativo ao Senhor Jesus, a Sua pessoa, a Sua obra, a Sua doutrina; o essencial.  A Igreja não pode ter outro centro; a igreja não pode estar girando através de nenhuma outra coisa.  A igreja tem que ter esta primeira centralidade; a Igreja não deve ser descuidada em nada do relativo a Cristo.  O tesouro da igreja é Jesus Cristo; o que a Igreja tem que entender é a Jesus Cristo; a quem a Igreja deve conhecer é a Jesus Cristo; a quem a Igreja deve viver é a Jesus Cristo; a quem a Igreja deve testificar é a Jesus Cristo; a quem a Igreja tem que glorificar é a Jesus Cristo; ou seja, que a Igreja está centrada em Jesus Cristo.

Às vezes nos centralizamos em outras coisas; às vezes organizamos algo em função de algo particular, onde o centro não é Jesus Cristo; mas aqui diz a Palavra do Senhor que os apóstolos, todos os dias no templo e pelas casas, não cessavam de fazer duas coisas: de ensinar (aspecto didático) em forma ordenada, sequenciada, que é o que está debaixo da palavra didaké, em forma didática, que se traduz ensino, e também a palavra kerigma, que quer dizer proclamação; quer dizer, aquele tema conjuntural de aplicação do Senhor Jesus a qualquer junta, a qualquer necessidade.  A Igreja em qualquer momento deve pregar a Jesus Cristo e apresentar a Jesus Cristo como a solução para algo que se apresente no caminho; mas não só se prega, mas também se ensina; e não somente se ensina, mas sim também se prega. Não podemos ficar só com o ensino, porque constantemente temos necessidades práticas e esquecemos o depósito que foi encarregado à Igreja, como um conselho de Deus centrado no mistério de Cristo para estar constantemente recebendo-o integralmente, transmitindo-o constantemente.  Por isso se necessita que Jesus Cristo seja ensinado e seja pregado.  Esse é o centro da doutrina dos apóstolos; por isso é que quando ali diz que a Igreja é o povo do Senhor, seu perseverar em seu caminho se centrava nessas quatro coisas, a primeira das quais era a doutrina dos apóstolos; ou seja, que eles eram cristocentricos, porque os apóstolos ensinavam e pregavam a Jesus Cristo.
Na primeira epístola aos Corintios, capítulo 15, vamos ver como o apóstolo estabeleceu essas prioridades, e então nós aqui teremos estas prioridades. A primeira é Cristo, a segunda é o Espírito, a terceira é o Corpo de Cristo (a Igreja).  Diz em 1 Corintios, capitulo 15, os primeiros versos: “1Além lhes declaro, irmãos (esta é uma declaração apostólica do que é o evangelho em sua primeira essência), o evangelho que lhes preguei, o qual também receberam, no qual também perseveram; 2pelo qual do mesmo modo, se retiverem a palavra que lhes preguei, são salvos, se não crestes em vão.  3Porque primeiro (aí está a ordem de prioridade) ensinei-lhes o que deste modo recebi (quer dizer, que ele também o recebeu desta maneira, de Cristo, aí está; o primeiro é a pessoa, o Messias, o Filho de Deus): Que Cristo (aí está o primeiro desta declaração, o que é o evangelho, a doutrina apostólica: Cristo; segundo) morreu por nossos pecados, conforme às Escrituras (ou seja, a morte deCristo segundo todas as riquezas da palavra de Deus, a pessoa de Cristo e a obra de Cristo na cruz); 4e que foi sepultado (segue a sequência de Cristo), e que ressuscitou ao terceiro dia, conforme às Escrituras; 5e que apareceu a Cefas e depois aos doze”. E aí segue dando uma lista de todas aquelas pessoas que foram testemunhas oculares da ressurreição do Senhor Jesus.  Então nos fixemos irmãos, que o apóstolo Paulo tinha estabelecido um fundamento, e ninguém pode pôr outro fundamento que é o que está posto, o qual é Jesus Cristo.  O primeiro é Jesus Cristo. Quem é Jesus Cristo?  O evangelho trata de Jesus Cristo, de nos apresentar a Jesus Cristo; depende de quem críamos ser Jesus Cristo para nós, para chegar a aproveitar o que formos para Deus.  Se Jesus Cristo for para ti só um personagem histórico que aconteceu pela terra e ensinou uma ética mais ou menos parecida com a rabínica, muito pouco pode desfrutar do que realmente Deus tem para ti.  Tudo o que Deus tem para nós, tem-no a pessoa, obra e doutrina de seu Filho Jesus Cristo, e em Seu Espírito; amém. Então, irmãos, o Senhor Jesus, o que Ele é, é algo central.  Os apóstolos, no relativo a Jesus Cristo, eram muito cuidadosos. Entre outras coisas, nos diz João que não receba em casa a determinadas pessoas, se em relação a Jesus Cristo estão torcendo os assuntos; diz o apóstolo João na segunda carta.  “Se alguém vier a vós, e não traz esta doutrina, não o recebam em casa, nem lhe digam: Bem-vindo!” (2 João 10). quem lhe diz  bem-vindo participa de suas más obras.  A Igreja tem que conhecer Sua pessoa.

Cristo, o fundamento do Evangelho
Vamos a Romanos 1; ali nos diz o seguinte: “1Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado a ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus”.  Aqui Paulo está memorizando aquela passagem de Atos 3: “me apartem a Barnabé e a Saulo para a obra a que os chamei”.  Agora diz Romanos, separado para que?  “para o evangelho de Deus, 2que ele tinha prometido antes por seus profetas nas santas Escrituras”. Refere-se ao Antigo Testamento.  O Antigo Testamento é a preparação de Deus para o evangelho de Deus; o Antigo Testamento era a intervenção divina através dos profetas para tipificar, anunciar e fundamentar tudo o relativo ao evangelho.  Paulo no verso 3 nos diz qual é o tema central do evangelho, do que trata o evangelho de Deus; diz que Ele tinha prometido antes por seus profetas através das Escrituras, o evangelho a respeito de Seu Filho; ou seja, o tema central do Evangelho de Deus, é o Filho de Deus.  Aí começa tudo; esse é o fundamento: nosso Senhor Jesus Cristo.  Agora identifica quem é o Filho de Deus; diz que é Jesus e que é o Messias.  O que disse Pedro: “16Você é o Cristo, o Filho do Deus vivente. 17Então lhe respondeu Jesus: Bem-aventurado é, Simão, filho de Jonas, porque não lhe revelou isso carne nem sangue, mas meu Pai que está nos céus.  18E eu também te digo, que você é Pedro, e sobre esta rocha (e não diz sobre ti) edificarei minha igreja” (Mateus 16:16-18)..

Você acaba de confessar o que o Pai te revelou e essa revelação e essa confissão é a respeito do Jesus, como o Filho de Deus, como o Messias de Deus, o Cristo; sobre esta rocha edificarei minha Igreja.  Aí está o fundamento, sobre o Filho de Deus, Jesus o Cristo, morto por nossos pecados e ressuscitado e feito Senhor; o Messias feito Senhor e Cristo; sobre Ele está edificada a Igreja.  Ele tem que nos ser revelado, temos que conhecer ao filho, quando agradou ao Pai revelá-lo. Não lhe revelou isso carne nem sangue, a não ser meu Pai.  A Igreja tem que estar centrada, desfrutando do Senhor Jesus, conhecendo o senhor Jesus, ficando perplexa do Senhor Jesus. Irmãos, Deus não recebe outro sacrifício de nossa parte, a não ser o que Jesus Cristo fez para nós. Ninguém pode se aproximar de Deus com base em nenhuma outra coisa que não seja o Senhor Jesus; o melhor sacrifício que se pode apresentar é sua fé no Senhor Jesus; é seu apreço pelo Senhor Jesus; é seu conhecimento não somente intelectual; claro que toca o intelectual, mas prima pelo conhecimento espiritual do Senhor Jesus. Ao que conheça o senhor Jesus, aprecie-o, receba-o, viva-o, agradeça-lhe e só nele confie, esse é o único sacrifício que Deus realmente recebe, que apreço tem por Seu Filho. Não é nada que haja em ti, não é nada que você merece, não é nada que você pode; é quem é Jesus para ti, o que confessa Dele, qual é seu apreço pelo Senhor Jesus, até que ponto o conhece, de tal maneira que vá parecendo com Ele, de dentro para fora; isso o que importa para Deus; isso é o primeiro, isso é o fundamento, isso é o que Deus tem por valor, que possa confiar verdadeiramente nele; crer de todo coração.  Todos os sacrifícios que Deus deu para que no Antigo Testamento se apresentassem diante Dele para poder receber a Seu povo, representavam ao Senhor Jesus; e quantos sacrifícios eram? Eram de muitos tipos; necessitavase quantidade de bezerros e de cordeiros, de touros e de pombinhos; tinham que ser sacrificados milhares.  Quando havia festa tinha que sacrificar muitíssimos, porque o sacrifício do Senhor Jesus é muito grande; não podia ser representado com mesquinharia, tinha que ser representado por abundância, porque Ele é abundante, Sua obra é abundante.  Como Igreja nos reunimos ao redor do Senhor Jesus, a comer do Senhor Jesus, a apreciar ao Senhor Jesus, a receber o testemunho do que Ele fez.  O evangelho de Deus é a respeito de Seu Filho; disso se trata o evangelho de Deus.  Há algo no que Deus tem complacência, e é em Seu Filho, ainda antes de criar tudo; e toda a criação a fez para Seu Filho, e a fez em Seu Filho, e Seu anúncio é a respeito de Seu Filho, que conheçamos a respeito de Seu Filho Jesus Cristo, a quem Ele enviou; Jesus Cristo, a vida eterna.  O evangelho a respeito de Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que era da linhagem de Davi.  Aí começa a ter sentido todo o Antigo Testamento; que foi declarado Filho de Deus; começamos a ver os dois aspectos: Filho de Davi segundo a carne, representado pela madeira da arca; declarado Filho de Deus, aí está a Divindade, representada pelo ouro da arca.  Isso é o primeiro que tem que tratar em uma mudança do acampamento; onde terá que centrar-se sempre é em Jesus Cristo, porque o que realmente terá que mudar sempre é para uma posição mais avançada em nosso conhecimento em Cristo, nosso apreço por Cristo e nosso seguimento de Cristo; isso é realmente avançar; avançar para com Deus é o conhecer mais a Cristo, o apreciá-lo mais, o vivê-lo mais e segui-lo mais; somente isso é realmente o seguimento.  Logo se começa a falar já da obra Dele, porque recebemos a graça e o apostolado para a obediência à fé em todas as nações por amor a Seu nome (Romanos 1:1-5); aí aparece já o resultado do seguimento a Cristo o Rei; de seguir a Cristo é que resulta o Rei.  Não há reino sem seguir a Cristo. Então voltemos para Números capítulo 4:5: “Quando tiver de mudar o acampamento, virão Aarão e seus filhos e desarmarão o véu da tenda, e cobrirão com ele a arca do testemunho”.  Em Hebreus capítulo 10 nos diz que esse véu é a carne de Cristo; o primeiro é conhecer ao Senhor em Sua pessoa, em Sua obra, em Sua encarnação, cada vez mais profundamente; e diz: “cobrirão com ele a arca do testemunho”; essa arca representa a Cristo, não em uma forma simples, mas em uma forma completa, os distintos aspectos de Sua pessoa e de Sua obra objetiva para com o Pai na cruz e substitutiva aplicada a cada um de nós como pessoas; todos nós juntos como corpo, porque a obra do Senhor Jesus não é só para indivíduos.  O Senhor Jesus não só morreu na cruz para perdoar pecados de pessoas, mas também como diz Efésios, para purificar à Igreja; para purificar não só pessoas mas também à Igreja, e para apresentar não só a um salvo, mas também uma Igreja salva, Santa e gloriosa, sem mancha, a obra de Deus corporativa, e não só individualismos.  Por isso é que depois da arca, cabe-lhe o turno à mesa dos pães da proposição e ao castiçal, que é o partir do pão; ou seja, a expressão prática da vida da Igreja; e as orações são o incensário, que é o ministério sacerdotal do povo do Senhor: liturgia sacerdotal do povo. Então diz no verso 6: “E porão sobre ela a coberta de peles de texugos”, ou seja, todo o aspecto da vida do Senhor Jesus.  Recordem que quando se olhava de fora para a casa de Deus, o que se via por fora eram duas coisas: a cortina do átrio, que era de linho fino, e a tenda dentro que estava coberta por peles de texugos; a parte visível que é com aparências; porque o ouro, a prata, o mobiliário, tudo isto estava dentro da glória.  A parte mais visível são as peles dos texugos.  O linho fino são as ações justas dos Santos. Um povo zeloso de boas obras.  De fora se vê gente comum e corrente, apresentado assim sem formosura e sem aparência, como se diz de Jesus.

Assim como não lhe conheceram ele, tampouco a nós; já somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que temos que ser, por isso o mundo não nos conhece.  O mundo vê por fora pessoas comuns, como aqueles bichinhos no deserto.  Somos texugos, mas fazendo já boas obras; quer dizer, as cortinas, mas de linho fino; Seu povo comum, zeloso de boas obras.  Então aqui aparecem os texugos, e diz: “E estenderão em cima um pano todo de azul”.  Nenhum dos outros tem o azul por fora.  Quando você vê depois, quando cobrem a mesa, quando cobrem o altar, e antes do altar, o castiçal, verá que por fora sempre vão os texugos. No único caso aonde os texugos e as peles vão por dentro e o pano de azul vai por fora, é no caso da arca; porque o azul representa o celestial.  Como o Senhor Jesus já foi glorificado, é nosso precursor. Então Ele já foi glorificado em Sua carne, naquela passagem de Hebreus 2:9: “Mas vemos aquele que foi feito um pouco menor que os anjos, a Jesus, coroado de glória e de honra, por causa do padecimento da morte, para que pela graça de Deus provasse a morte por todos”. Não vemos as outras coisas que lhe sejam sujeitas, mas aquilo o vemos em glória; ou seja que o azul já não o tem escondido, mas manifestado.  Por isso é que como Ele é o precursor, então por isso tem o sinal de ter ressuscitado primeiro, de ter subido em glória como precursor, de ter o celestial já por fora com um corpo glorificado, e já todos sabemos que a arca é Ele.  Ele é aarca porque é a única que tem o azul por fora; o resto está por dentro ainda.  Já somos filhos de Deus mas ainda não se manifestou o que temos de ser.  Ainda não vemos que todas as coisas lhe são sujeitas, mas vemos aquele que foi feito menor que os anjos, coroado de honra e de glória; é o Senhor Jesus à mão direita do Pai.  Por isso fica assinalado entre todos os montinhos que existem por aí; esses montinhos com Ele à cabeça.  O Senhor é o centro que tem que ser seguido.  Então esta parte é para que vejamos o lugar preeminente de Cristo, a primeira centralidade que temos que desenvolver.


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