sexta-feira, 17 de maio de 2019

PRIMEIRA APROXIMAÇÃO

                  JORNADAS E ESTAÇÕES 2

As jornadas do povo de Israel no deserto Na vida da Igreja tanto como na de todos e cada um de seus membros, existe um desenvolvimento, uma progressão gradual, semelhante à progressão da revelação de Deus através da história, e é necessário que essa progressão espiritual, coletiva e profética se vá dando por etapas, jornadas, de acordo com a maturidade da Igreja, como ocorreu com o povo de Israel quando peregrinava pelo deserto. Para Deus tudo tem seu tempo.  Lemos em 1 Corintios 10:6,11: "6Mas estas coisas aconteceram como exemplos para nós, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram... 11E estas coisas lhes aconteceram como exemplo, e estão escritas para admoestar a nós, a quem tem chegado os fins dos séculos". 

Aqui o apóstolo Paulo declara algo muito importante, referindo-se ao Antigo Testamento, quando o povo hebreu peregrinava pelo deserto; na sua saída do Egito cruzaram o mar Vermelho e logo experimentaram uma série de provas.  No contexto imediato da leitura bíblica, aparece nos versículos 6 e 11 a seguinte expressão: "Mas estas coisas (isto se refere a tudo o que aconteceu com o povo de Israel em sua peregrinação) aconteceram como exemplo".  Não é somente como história que estamos lendo, mas, sim como exemplo para nós, para que não cobicemos nem pequemos como eles pecaram; e no versículo 11 diz outra vez "e estas coisas lhes aconteceram como exemplo para nos admoestar". O que aconteceu com Israel em suas jornadas no deserto não era somente para que conheçamos e digamos, bom, eles passaram pelo deserto, mas isto não tem nada a ver comigo.  Não, mas sim providencialmente o Senhor estava dizendo que aquelas jornadas se produziam como exemplo para nós.  As jornadas no deserto de Israel, saídos do Egito, a travessia do mar Vermelho, todas as jornadas, eram um exemplo não para eles, mas, para nós.  Romanos 15:4 diz algo similar: "Porque as coisas que se escreveram antes, para nosso ensino se escreveram, a fim de que pela paciência e a consolação das Escrituras tenhamos esperança". Com este preambulo agora sim vamos fazer uma longa leitura que no principio soará estranha, mas todos estes acontecimentos e nomes tem significado. Não vamos entrar hoje em todos os significados; somente vamos entrar nos primários, os básicos. 

Leiamos no livro de Números  33:1-49. A primeira vista estes versículos parecem, como dizia, um pouco raros; para algumas pessoas talvez chatos e sem muita importância. Mas tenhamos em conta que foram inspirados pelo Espirito Santo e que estão escritos para admoestar a nós.  Foram escritos para que nos demos conta de que as coisas não são tão rápidas nem tão fáceis, mas que tem sua longa peregrinação. “Estas são as jornadas";  Deus poderia dizer “jornada”, no singular; mas Deus usa o plural porque de todas as maneiras ao andar uma jornada você está em um processo, e logo outra vez lhe cabe caminhar e caminhar e chegar a outro ponto, a outra situação um pouco mais avançada, mas todavia não é o final. "Estas são as jornadas dos filhos de Israel, que saíram da terra do Egito por seus exércitos, sob o comando de Moisés e Aarão. Moisés escreveu suas saídas conforme as suas jornadas por mandato de Jeová. Estas, pois, são suas jornadas segundo suas saídas". Isso nos diz que cada jornada é uma saída de algo e uma entrada em uma nova etapa. Algo velho tem que deixar e algo novo deve vir.  

Ramessés era uma das cidades onde eles estavam escravizados fazendo e carregando tijolos e estavam oprimidos por Faraó, e aí começaram as jornadas, da escravidão, por etapas para a plena bênção. "3 De Ramessés saíram no primeiro mês, aos quinze dias do primeiro mês; no segundo dia da páscoa saíram os filhos de Israel com mão poderosa, a vista de todos os egípcios (aí começou a salvação), 4enquanto enterravam os egípcios aos que Jeová tinha ferido de morte de entre eles, a todo primogênito; também tinha feito Jeová julgamentos contra seus deuses. 5Saíram, pois, os filhos de Israel de Ramsés, e acamparam em Sucote.  6Saíram de Sucote e acamparam em Etam, que está no limite do deserto. 7 Saíram de Etam e voltaram sobre  Pi-Hairote, que está diante de Baal-Zefon e acamparam diante de Migdol. 8Saíram de Pi-Hairote e passaram pelo meio do mar ao deserto, e andaram três dias de caminho pelo deserto de Etam, e acamparam em Mara". Mara quer dizer águas amargas. Ali foram e falharam porque duvidaram que Deus estivesse com eles; porque se sentiam sozinhos e diziam: Mas, por que Moisés tirou-nos do Egito e nos trouxe para este deserto para morrer de sede? "9Saíram de Mara e vieram a Elim, onde havia doze fontes de águas, e setenta palmeiras; e acamparam ali". Deus lhes mostrou que sim, podia cuidá-los. "10 Saíram de Elim e acamparam junto ao mar Vermelho. 11 Saíram do Mar Vermelho e acamparam no deserto de Sim. 12 Saíram do deserto de Sim e acamparam em Dofca. 13saíram de Dofca e acamparam em Alús. 14saíram de Alús e acamparam em Refidim, onde o povo não teve águas para beber". Ali outra vez o povo olhou com olhos carnais sem aprender a ver por fé o Invisível. O que estava procurando Deus? Ensinar-lhes a confiar Nele, e a obedecer. "15 Saíram de Refidim e acamparam no deserto do Sinai. 16 Saíram do deserto do Sinai e acamparam em Quibrot-Taavá.  17Saíram de Quibrot-Taavá e acamparam em Hazerote. 18Saíram de Hazerote e acamparam em Ritma. 19Saíram de Ritma e acamparam em Rimom-Perez. 20Saíram de RimomPerez e acamparam em Libna. 21Saíram de Libna e acamparam em Rissa. 22Saíram de Rissa e acamparam em Queelata.  23Saíram de Queelata e acamparam em monte do Sefer. 24Saíram do Monte do Sefer e acamparam em Harada. 25Saíram de Harada e acamparam em Macelote.  26Saíram de Macelote e acamparam em Taate.  27Saíram de  Taate e acamparam em Tara. 28Saíram de  Tara e acamparam em Mitca.  29Saíram de  Mitca e acamparam em Hasmona. 30Saíram de  Hasmona e acamparam em Moserote. 31Saíram de  Moserote e acamparam em Bene-Jaacã. 32Saíram de  Bene-Jaacã e acamparam no Monte de Hagidgade. 33Saíram de Monte de Hagidgade e acamparam em Jotbatá. 34Saíram de Jotbatá e acamparam em Abrona. 35Saíram de Abrona e acamparam em Ezion-Geber. 36Saíram de Ezion- Geber e acamparam no deserto de  Zim, que é de Cades. 37E saíram de  Cades e acamparam no monte Hor, na extremidade do país do Edom". Todas esta jornadas significam diversas experiências as quais são indicadas pelo nome dos respectivos acontecimentos. "38E subiu o sacerdote Aarão ao monte de Hor, conforme o dito de Jeová, e ali morreu aos quarenta anos da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no quinto mês, no primeiro do mês 39 Era Aarão de idade de cento e vinte e três anos, quando morreu no monte de Hor. 40E o cananeu, rei de Arem, que habitava no Neguev na terra de Canaã, ouviu que tinham vindo os filhos do Israel. 41E saíram do monte de Hor e acamparam em Zalmona. 42Saíram de Zalmona e acamparam em Punon. 43Saíram de Punon e acamparam em Obote.  44Saíram de Obote e acamparam em Ije-abarim, na fronteira de Moabe. 45Saíram de Ije-Abarim e acamparam em DibomGade.46Saíram de Dibom-Gade e acamparam em AlmonDiblataim. 47Saíram de Almon-Diblataim e acamparam nos Montes de Abarim, diante do Nebo. 48Saíram dos Montes de Abarim e acamparam nos campos de Moabe, junto ao Jordão, de frente a Jericó.49Finalmente acamparam junto ao Jordão, desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, nos campos do Moabe" No total 42 jornadas, saíram e acamparam, saíram e acamparam. Além de jornadas, há também estações Em Atos dos Apóstolos veem uma expressão do Senhor Jesus, quando os apóstolos lhe perguntaram se tinha que restaurar o reino de Israel nesse tempo; lhes respondeu:" Não lhes pertence a vós saber os tempos ou as estações, Que o Pai estabeleceu pelo Seu próprio poder" (Atos 1:7). Assim existe algo como o que o Senhor Jesus chamou “estações”. A estação é um ponto especial no processo.

 Na vida espiritual se tem uma sucessão de experiências, uma mudança de circunstâncias de tanto em tanto, que significam as jornadas; e estas são segundo as estações. Quando já se aprendeu algo, então é necessário avançar. Por isso se fala no Pentateuco de "mudar o acampamento" de tanto em tanto. Quando Deus julga que já se aprendeu uma lição, vê que é a estação para começar a aprender outra.  Então muda-se o acampamento e começa outra jornada.  Provérbios diz que: "O caminho dos justos é como a luz da aurora que vai aumentando até que o dia seja perfeito" (Prov.4:18). Avança-se pouco a pouco.  Não podemos estar sempre no mesmo.  Em Oséias nos diz que Efraim era como uma torta não virada.  Quer dizer, muito assada por um lado, mas crua do outro lado. Às vezes passamos anos no mesmo. Esse lado da torta já esta tostado, e, entretanto há outras coisas de Deus, de Sua Palavra, da vida espiritual, nas quais estamos ainda crus apesar dos anos. É por isso que chega o ponto em que Deus decide virar a torta, trocar para novas circunstâncias e nos ensinar novas lições. Jeremias 48 nos diz que posto que Moabe esteve sempre descansado e não foi mudado de vasilha em vasilha, por isso ficou seu aroma nele e seu sabor não trocou. Há pessoas de muito tempo nas congregações que seguem sendo meninos em Cristo e não amadureceram. Por isso Deus diz a Moabe que lhe enviará derramadores que romperão seus odres e os esvaziarão. Somente assim poderá amadurecer. Os odres velhos não servem para o vinho novo.As velhas estruturas eclesiásticas amordaçam o Espírito.Por isso o Senhor, para poder dar vinho novo a seu povo, se vê necessitado de romper os odres velhos, e transferir Seu povo para novas e mais profundas experiências.  Possivelmente esta já é a hora para muitos crentes, em que seus odres se romperão, seu acampamento se mudará, sairão de estações velhas e começará uma nova jornada, com a torta virada para não ficar cru em muitas outras coisas de Deus, naquelas que ainda não entraram em amadurecimento. Nosso Deus é o Deus das jornadas e faz assim com Seu povo para amadurecê-lo e lhe dar o sabor e o aroma de Cristo, até que o dia seja perfeito. 

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